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EVENTO PERCEPÇÃO

4.6. SÍNTESE CONCLUSIVA DOS MÉTODOS E TÉCNICAS DE TREINAMENTO

Analisando a literatura que se refere aos métodos e técnicas de treinamento, acredita-se que os métodos conceituai, prático, simulado e comportamental, conseguem abranger todos os aspectos comportamentais do indivíduo, auxiliando na elaboração de um programa de capacitação, elaborado a partir das técnicas utilizadas pelos mesmos.

Ainda nesta mesma linha de considerações, BÍSCARO (1994) aposta que o segredo da aprendizagem está na dosagem correta dos diversos métodos. No caso de aquisição de conhecimentos, deve-se dar preferência ao método conceituai. No caso do desenvolvimento de habilidades, deve-se dar preferência pela simulação no primeiro momento e em seguida, aprendizagem direta no trabalho, com supervisão. Já no caso de desenvolvimento de atitudes pessoais, deve-se dar preferência pelo método comportamental.

TONELLI (1997), por sua vez, afirma que no caso de assimilação de conhecimentos devem ser utilizados os métodos conceituai, prático e simulado. O método conceituai é considerado o mais tradicional, no que diz respeito ao ato de adquirir conhecimentos, cuja estratégia consiste na aquisição de conceitos, transmitidos no treinamento, por parte dos treinandos. O método prático se caracteriza pela estratégia “aprender fazendo”, onde se utiliza a experiência como uma forma de se adquirir conhecimentos. Já o método simulado, possibilita uma vivência da atividade na prática e possui como estratégia básica, aprender imitando a realidade.

No caso do desenvolvimento de habilidades, que constitui na facilidade para usar as capacidades físicas e intelectuais, TONELLI (1997) sugere principalmente a utilização dos métodos prático e simulado, pois possibilitam o exercício da capacidade em nível individual. Entretanto, também se justifica o uso do método conceituai para esta

característica, pela necessidade de demonstrar ao indivíduo, quais as habilidades são importantes para seu bom desempenho.

Os métodos utilizados, segundo TONELLI (1997), em relação às necessidades, são o conceituai e o comportamental. A intenção no método conceituai é apenas informar sobre a influência das necessidades no comportamento do treinando e conseqüentemente na empresa, onde a estratégia deste método é aprender pela teoria. O método comportamental, cuja estratégia é o desenvolvimento psicológico, objetiva modificar as necessidades. Após ter recebido informações através do método conceituai, o indivíduo tem a possibilidade de modificar suas necessidades, pelo método comportamental, utilizando-se, assim, algumas técnicas que possibilitam uma alteração comportamental a partir do redirecionamento de algumas necessidades.

Para TONELLI (1997), em relação aos valores, igualmente às necessidades, os métodos mais eficazes são o conceituai e o comportamental. O método conceituai se faz necessário, ao cumprir com o objetivo de informar ao indivíduo a influência de seus valores na empresa. O método comportamental objetiva levar o indivíduo a refletir sobre as influências culturais, os bloqueios e as crenças presentes em sua personalidade. Através da análise de valores importantes e dos que possivelmente dificultariam sua atuação, busca-se uma alteração comportamental em nível de valores.

Conforme a autora, os métodos prático e simulado, constituem-se no principal propulsor do binômio ensino x aprendizagem, pois possibilitam o treinando a participar ativamente, motivando-o a aprender.

Por outro lado para BASTOS (1994), caso pretenda-se atingir objetivos predominantemente afetivos, obtem-se mais êxito ao se adotar técnicas claramente vivenciais, como dramatização e de dinâmica de grupo. Caso se pretenda atingir objetivos tanto afetivos como cognitivos, deve-se utilizar o método simulado.

Complementando as idéias de Bastos, BOMFIN (1995) acredita que na maioria das vezes, as metodologias ligadas à dinâmica de grupo, propiciam uma maior compreensão do tema vivido, com ênfase no cognitivo. No entanto, não se pode afirmar que em função da vivência experimentada por meio da dinâmica do grupo, haverá uma ação transformadora da cultura da empresa, em que estiver sendo realizado o treinamento.

conhecimento. Com isso, busca utilizar metodologias com o emprego de técnicas simples que levem o aluno a se interessar, participar e aprender. Segundo BÍSCARO (1994, p. 233), “não há necessidade de empregar uma técnica sofisticada no repasse de conceitos simples”.

Antes de tudo é necessário criar nas pessoas uma vontade de aprender, de se autoconhecer e de trocar experiências com outros. Criar, significa dar existência, inventar, imaginar, originar, com cooperação e participação, para que todos vivam um novo processo pela busca de novos conhecimentos que irão resultar em um extraordinário ambiente propício à aprendizagem.

Os assuntos descritos neste capítulo serão utilizados como base empírica no desenvolvimento do conteúdo de um treinamento proposto para funcionários da construção civil. Serão levantadas no próximo capítulo, as necessidades desse funcionário para que as informações possam auxiliar no treinamento desse profissional.

5.1. INTRODUÇÃO

Este capítulo tem o propósito de apresentar a estrutura metodológica do treinamento realizado no canteiro de obra, o conteúdo de ensino, métodos e recursos didáticos, princípios pedagógicos, cujo objetivo é o aperfeiçoamento profissional do trabalhador da construção civil.

Buscou-se, por meio de atividades simples, fazer com que um grupo de profissionais de chão de fábrica da construção civil passasse a ter uma mentalidade mais aberta para novos conceitos, processos e idéias, além de despertar sua curiosidade, resgatar a sua originalidade e instigar o espírito criativo e inovador.

Ao seguir estes princípios, o treinamento buscou utilizar a força do grupo multidisciplinar, abrir os canais de comunicação, criar um ambiente descontraído e descentralizado, em que os erros fossem aceitos, em que o treinando tivesse a liberdade para discutir idéias e problemas, onde todos eram responsáveis pelo seu aprendizado e pela eficácia de um programa de treinamento participativo.

E antes de tudo, buscou-se tratar o trabalhador da construção civil como agente ativo e diferenciador, a vantagem competitiva da empresa. Valorizando-os e estimulando-os a sentir que são realmente importantes como pessoa e como trabalhador.

O capítulo também descreve os princípios metodológicos que fundamentaram a pesquisa exploratória que versa sobre as necessidades dos operários da construção civil.