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Seguro Autom´ ovel

No documento Métodos de Previsão de Sinistros (páginas 93-99)

4.2 Metodologia

5.1.2 Seguro Autom´ ovel

O condutor ou o propriet´ario de um autom´ovel ´e respons´avel pelos estragos que possam causar e em caso de acidente podem ter que liquidar indemniza¸c˜oes.

Para proteger os interesses dos lesados, independentemente das condi¸c˜oes financeiras da pessoa respons´avel pelo acidente, ´e obrigat´orio, por lei, o seguro de responsabilidade civil dos ve´ıculos terrestres a motor e seus reboques. Caso um destes n˜ao possua seguro, est´a- se perante uma situa¸c˜ao ilegal, que pode levar ao apreendimento do ve´ıculo, podendo, o propriet´ario do mesmo, ter de pagar uma multa. Em caso de acidente, o condutor ou o propriet´ario podem ter de pagar as indemniza¸c˜oes devidas aos lesados.

O seguro obrigat´orio assegura o pagamento das indemniza¸c˜oes por danos corporais e mate- riais causados a terceiros e `as pessoas transportadas, com excep¸c˜ao do condutor do ve´ıculo. No caso dos triˆangulos run-off em estudo, apenas os danos materiais s˜ao contabilizados na

constru¸c˜ao dos triˆangulos dos pagamentos e das cargas, sendo estes apresentados de seguida, na forma acumulada.

Tabela 5.3: Triˆangulo run-off constitu´ıdo pelos pagamentos acumulados - seguro Autom´ovel

Ano de Acidente Ano de Desenvolvimento

1 2 3 4 5 6 7 8 1996 33.491.101 44.242.002 44.805.494 45.123.557 45.542.568 45.714.203 45.782.133 45.903.714 1997 37.863.170 51.097.465 52.927.007 53.752.578 54.134.637 54.241.522 54.333.422 54.352.617 1998 41.340.624 58.055.786 59.107.443 59.592.363 59.776.350 59.895.440 59.949.483 59.998.996 1999 44.813.619 65.688.866 67.022.317 67.412.677 67.586.863 67.476.870 67.569.146 67.599.223 2000 48.775.756 68.559.076 70.236.003 70.478.507 69.733.221 69.971.303 70.022.218 70.051.853 2001 53.650.727 72.807.747 73.936.596 74.681.184 74.940.187 74.989.144 74.974.936 75.006.992 2002 53.206.349 68.728.562 70.151.497 70.629.606 70.793.751 70.871.360 71.012.573 71.076.372 2003 45.171.778 59.922.647 61.132.256 61.568.386 61.657.132 61.718.338 61.758.208 61.879.002 2004 45.996.874 61.189.112 62.632.244 63.130.112 63.298.551 63.559.476 63.601.790 63.624.654 2005 45.734.549 62.899.217 64.900.353 65.633.926 65.844.616 66.098.174 66.153.274 66.239.242 2006 43.349.838 64.070.336 66.407.657 67.212.220 67.612.816 67.758.242 67.876.344 2007 45.974.981 66.625.509 68.423.634 68.963.419 69.177.445 69.324.509 2008 51.608.953 69.941.772 70.993.008 71.497.846 71.769.899 2009 52.718.328 74.812.862 76.764.429 77.653.468 2010 60.419.026 87.253.150 89.090.572 2011 55.727.559 77.588.826 2012 47.805.853 Ano de Desenvolvimento 9 10 11 12 13 14 15 16 17 1996 45.868.950 45.879.660 45.880.790 45.881.616 45.882.378 45.879.232 45.877.965 45.907.476 45.893.792 1997 54.377.778 54.380.406 54.384.985 54.410.091 54.408.462 54.490.300 54.488.776 54.492.976 1998 60.057.858 60.055.612 60.055.624 60.057.314 60.059.344 60.058.758 60.058.085 1999 67.605.014 67.635.152 67.640.963 67.651.753 67.640.482 67.640.482 2000 70.064.326 70.063.926 70.048.159 70.043.963 70.033.554 2001 75.024.480 75.042.371 75.063.716 75.050.530 2002 71.086.662 71.084.325 71.090.220 2003 61.885.357 61.885.830 2004 63.651.471

Tabela 5.4: Triˆangulo run-off constitu´ıdo pelas cargas acumuladas - seguro Autom´ovel

Ano de Acidente Ano de Desenvolvimento

1 2 3 4 5 6 7 8 1996 46.653.246 48.739.872 46.949.192 46.344.008 46.367.595 46.217.143 46.120.585 46.071.964 1997 52.650.742 56.183.922 55.214.241 55.198.212 54.764.070 54.705.625 54.590.053 54.543.164 1998 59.126.336 61.900.201 61.411.763 60.738.795 60.531.325 60.460.539 60.347.011 60.101.088 1999 67.499.501 69.970.023 68.247.258 68.099.548 67.893.137 67.653.317 67.638.426 67.644.936 2000 68.651.377 72.480.979 71.858.612 71.184.945 70.163.745 70.101.541 70.094.087 70.085.759 2001 74.436.689 76.275.128 75.028.227 75.577.291 75.296.614 75.233.685 75.172.404 75.140.161 2002 68.606.419 70.991.344 70.956.477 71.219.945 71.165.906 71.071.907 71.095.819 71.092.855 2003 61.212.465 62.286.505 62.285.036 62.389.043 62.307.264 61.956.622 61.867.268 61.947.195 2004 61.161.831 64.169.843 64.177.871 64.054.893 63.655.754 63.713.678 63.689.216 63.705.426 2005 62.687.208 67.853.184 67.266.611 66.514.551 66.390.034 66.467.602 66.473.740 66.461.979 2006 67.830.832 70.739.709 68.384.648 68.064.492 67.908.741 67.951.275 68.021.567 2007 68.284.903 69.830.608 69.547.673 69.544.297 69.412.010 69.513.130 2008 67.405.303 72.671.088 71.973.000 71.872.168 71.995.004 2009 73.288.076 78.375.056 77.852.549 78.343.938 2010 82.424.107 89.966.601 90.771.192 2011 75.006.784 79.907.635 2012 63.547.578 Ano de Desenvolvimento 9 10 11 12 13 14 15 16 17 1996 46.000.064 45.955.832 45.941.942 45.912.993 45.914.268 45.911.609 45.892.970 45.907.481 45.893.797 1997 54.513.599 54.494.084 54.501.920 54.496.962 54.475.889 54.498.170 54.510.646 54.523.688 1998 60.062.309 60.072.449 60.056.010 60.057.624 60.059.655 60.059.069 60.058.306 1999 67.634.391 67.651.976 67.665.495 67.651.849 67.640.578 67.640.578 2000 70.077.990 70.073.626 70.056.189 70.044.147 70.033.831 2001 75.118.177 75.101.051 75.077.474 75.060.687 2002 71.101.565 71.093.018 71.093.975 2003 61.935.905 61.891.588 2004 63.710.795

O primeiro reparo que deve ser efetuado ´e a diferen¸ca grande de valores dos pagamentos (ou das cargas) no seguro habita¸c˜ao e no seguro autom´ovel. Por exemplo, no ano de acidente 2012 do triˆangulo 5.1, tem-se um montante de e9.158.353 contra e47.805.853 presente no ano 2012 do triˆangulo 5.3. Existe uma diferen¸ca de e38.647.500, o que indica que os acidentes rodovi´arios resultam em indemniza¸c˜oes mais elevadas do que os acidentes causados em edif´ıcios ou no recheio.

Como j´a referi, apenas os danos materiais s˜ao contabilizados na constru¸c˜ao destes triˆangulos pertencentes ao seguro Autom´ovel. Como tal, n˜ao s˜ao inclu´ıdos os feridos e as mortes, o que leva a que os valores presentes nestes triˆangulos sejam inferiores comparando com o caso em que s˜ao contabilizados os danos corporais.

Note-se que caso seja comprovado que uma pessoa se encontrava alcoolizada no momento do acidente e a seguradora j´a tenha efetuado pagamentos das indemniza¸c˜oes resultantes desse sinistro a essa pessoa, estes montantes ter˜ao de ser devolvidos `a seguradora em quest˜ao. Os sinistros das quebras de vidros tˆem um peso importante, representando cerca de 25% a 30% dos sinistros, contudo, s˜ao estragos que n˜ao acarretam grandes despesas, sendo dos mais baratos.

Seguidamente, ser´a realizada uma an´alise gr´afica dos dados presentes nos triˆangulos 5.3 e 5.4, com a finalidade de conhecer o comportamento dos pagamentos acumulados e das cargas acumuladas `a medida que aumentam os anos de desenvolvimento, onde cada linha

representada nos gr´aficos da figura 5.4 corresponde a cada ano de acidente.

Figura 5.4: Desenvolvimento dos pagamentos acumulados (`a esquerda) e das cargas acumuladas (`a direita) relativos ao Seguro Autom´ovel (ano 0: 1996, ..., ano 9: 2005, ano a: 2006, ..., ano e: 2012)

Tal como no triˆangulo dos pagamentos do ramo habita¸c˜ao, h´a um aumento significativo deste tipo de dados do primeiro para o segundo ano de desenvolvimento e, depois, `a medida que decorrem estes anos, os pagamentos v˜ao estabilizar. Esta propens˜ao, vis´ıvel no gr´afico `

a esquerda da figura 5.4 e no triˆangulo 5.3, indica que os pagamentos se desenvolvem rapidamente, revelando que o processo de liquida¸c˜ao das indemniza¸c˜oes ´e c´elere.

Ap´os a aplica¸c˜ao dos m´etodos, ir´a verificar-se que o desenvolvimento r´apido dos pagamentos resulta no alcan¸ce imediato dos montantes de indenmiza¸c˜oes finais. Uma vez que os paga- mentos estabilizam, os montantes de indenmiza¸c˜oes finais possuem valores muito pr´oximos dos ´ultimos pagamentos conhecidos.

Para o exemplo em quest˜ao relativo ao seguro autom´ovel, n˜ao ´e necess´ario implementar o fator cauda, pelas mesmas raz˜oes apresentadas anteriormente para o seguro habita¸c˜ao. Note-se que neste tipo de seguro, em geral, tamb´em n˜ao ´e necess´ario aplicar o fator cauda, pois apesar dos sinistros n˜ao ocorrerem com o mesmo grau de gravidade ao longo dos anos, nestes triˆangulos costuma ocorrer um desenvolvimento c´elere dos pagamentos.

Analisando a figura 5.4, verifica-se que os pagamentos resultantes dos sinistros que ocorreram no ano 1996 (ano de acidente 1 na figura) foram mais baixos comparando com os restantes anos. J´a os pagamentos resultantes dos sinistros que ocorreram no ano 2010 (ano de acidente e) foram os mais elevados, originando uma maior despesa para a seguradora nesse ano. Um dos fatores deve-se `as chuvas torrenciais que ocorreram nesse mesmo ano, influenciando a gravidade dos acidentes de autom´oveis, o que resulta num montante elevado de indemniza¸c˜oes. Contudo, neste triˆangulo, n˜ao se justifica efetuar uma an´alise de proje¸c˜ao, pois os resultados obtidos usando ou n˜ao estas observa¸c˜oes n˜ao iriam ser muito distintos. Al´em disso, observando os pagamentos para cada ano de desenvolvimento, confirma-se que ao longo dos anos de acidente, os montantes de indemniza¸c˜oes liquidados v˜ao aumentando,

`

a semelhan¸ca do seguro habita¸c˜ao, o que revela, como j´a foi dito, que houve um crescimento elevado de sinistros devido `a evolu¸c˜ao da sociedade.

No segundo gr´afico da figura 5.4, relativo `as cargas, as mesmas interpreta¸c˜oes podem ser retiradas. Contudo, as maiores diferen¸cas encontradas s˜ao:

• as cargas aumentam do primeiro para o segundo ano de desenvolvimento, logo a seguir decrescem ligeiramente (ao contr´ario dos pagamentos), e s´o depois estabilizam. Contudo, o desenvolvimento das cargas tamb´em ´e um processo relativamente r´apido. • tal como nos pagamentos, as cargas resultantes dos sinistros que ocorreram no ano 1996 s˜ao mais baixas comparando com os restantes anos e as resultantes dos sinistros que ocorreram no ano 2010 s˜ao mais elevadas. Contudo, a divis˜ao que ocorre entre estes anos e os restantes, ainda ´e mais not´oria do que no triˆangulo dos pagamentos.

A an´alise aos pagamentos e `as cargas foi efetuada separadamente. Na tentativa de encontrar mais caracter´ısticas e diferen¸cas entre estes dois tipos de dados, sucede-se uma representa¸c˜ao gr´afica do desenvolvimento dos pagamentos acumulados e das cargas acumuladas num s´o gr´afico. Foram escolhidos os anos de acidente e para representarem um ano mais antigo e um mais recente, respetivamente. Nas figuras B.3 e B.4 em anexo, ´e poss´ıvel visualizar a progress˜ao dos pagamentos e das cargas para cada ano de acidente do seguro Autom´ovel.

Figura 5.5: Desenvolvimento dos pagamentos acumulados e das cargas acumuladas relativos a sinistros ocorridos nos anos de acidente 2002 (`a esquerda) e 2005 (`a direita) no Seguro Autom´ovel

Estes gr´aficos apresentam um aspeto em comum, sendo este relativo aos valores um pouco mais elevados das cargas em compara¸c˜ao com os pagamentos. J´a seria de esperar estes va- lores, uma vez que as cargas s˜ao obtidas atrav´es da soma dos pagamentos com os montantes das indemniza¸c˜oes que tenham sido comunicadas `a seguradora, mas que ainda est˜ao em processo de liquida¸c˜ao.

As diferen¸cas encontradas entre estes dois gr´aficos s˜ao relativas ao comportamento dos pagamentos acumulados e das cargas acumuladas ao longo dos anos de desenvolvimento. Enquanto que no ano 2002, estes dois tipos de dados v˜ao crescendo, acabando por estabilizar, no ano 2005, os valores dos pagamentos v˜ao progredindo, mas os das cargas j´a n˜ao se comportam do mesmo modo. Do primeiro para o segundo ano de desenvolvimento, os valores aumentam, mas logo depois decrescem, formando um pico nesse segundo ano, depois, acabam por estabilizar, mas n˜ao se verifica a convergˆencia deste tipo de dados com os pagamentos.

Recorrendo `as figuras B.3 e B.4 em anexo, verifica-se que os pagamentos acumulados e as cargas acumuladas relativos a sinistros ocorridos nos anos de acidente mais antigos convergem e nos anos mais recentes j´a n˜ao. Isto ocorre devido `a presen¸ca de poucos valores nos ´ultimos anos presentes nos triˆangulos.

Analisando a figura seguinte, onde ´e apresentado o desenvolvimento dos pagamentos e das cargas na forma acumulada relativos a sinistros ocorridos nos anos 2002 e 2006, verifica-se que houve uma redu¸c˜ao dos pagamentos entre esses anos.

Como referido anteriormente, os sinistros das quebras de vidros tˆem um peso importante, representando cerca de 25% a 30% dos sinistros, contudo, s˜ao estragos que n˜ao acarretam grandes despesas mas contribuem para o aumento do n´umero de sinistros.

Assim, apesar deste aumento, sendo que no ano 2006 houve mais 1791 sinistros participados do que no ano 2002, a gravidade dos mesmos ´e menor, da´ı o n´umero de pagamentos ter reduzido.

Neste caso, as curvas das cargas n˜ao apresentam o mesmo comportamento inicial para os diferentes anos, mas ambas acabam por estabilizar. Para o ano 2006, verifica-se uma redu¸c˜ao das mesmas do segundo para o terceiro ano e o mesmo n˜ao acontece no ano 2002. Isto indica que a seguradora teve uma prudˆencia maior no ano 2006. Esta prudˆencia n˜ao se verificou no ramo habita¸c˜ao, pois as indemniza¸c˜oes do ramo autom´ovel n˜ao s˜ao t˜ao claras, exigindo por parte da seguradora um maior cuidado no tratamento destes valores.

Figura 5.6: Desenvolvimento dos pagamentos acumulados e das cargas acumuladas relativos a sinistros ocorridos nos anos de acidente 2002 e 2006 no Seguro Autom´ovel

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