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O recurso hídrico superficial é o meio natural mais sensível às ações antrópicas (SILVA et al., 2004).

A Sensibilidade a Danos, do córrego Guará foi obtida por meio da agregação dos indicadores Integridade Química, Integridade Física e Integridade Biótica, levando-se em consideração que é esse curso d’água é classificado pela CAESB como de Classe 3, conforme a Resolução CONAMA nº 357/2005 (STARLING, 2005). A análise considerou, como limite da Área de Preservação Permanente (APP) do córrego, uma faixa de 30 metros de largura, em ambos os lados do córrego, em toda a sua extensão, bem como um raio de 50 metros ao redor das nascentes, de acordo com o que é definido no artigo 2º do Código Florestal (BRASIL, 1965).

- Indicadores de sensibilidade a danos

a) Integridade química

A análise da Integridade Química do córrego Guará orientou-se pelo potencial de uso do córrego, enquanto corpo hídrico enquadrado na Classe 3 da Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005 (BRASIL, 2005). Os parâmetros dessa classe de uso definem a capacidade que o curso d’água possui para difundir efeitos negativos e regenerar-se naturalmente.

Em função da disponibilidade de dados e da importância na detecção de impactos ambientais (tais como eutrofização e poluição orgânica), foram selecionados os parâmetros Oxigênio Dissolvido (OD) e Fósforo Total como indicadores da Integridade Química do córrego. Os valores máximos admitidos para esses parâmetros, em Águas da Classe 3, são: OD ≥ 4 e Fósforo Total ≤ 0,15.

Os dados utilizados na análise provêm de coleta realizada pela CAESB, em oito pontos do córrego Guará (FIGURA 22), em duas campanhas de amostragem de

água: a primeira, no fim da estação chuvosa, em março de 2004, e a segunda, em julho de 2004, na estação seca (ANEXO C). Todavia, como a coleta de julho não abrangeu todos os pontos, optou-se por considerar, neste trabalho, apenas os dados referentes ao mês de março (QUADRO 2). Vale ressaltar que, no período de abril a julho de 2004, foram realizados serviços de recuperação e construção de poços de visita e substituídas redes de esgotos, que podem ter contribuído para uma melhoria na integridade química da água.

PONTO ANALISADO FOSFORO TOTAL OXIGENIO DISSOLVIDO

1 - Nascente 0,583 6,00 2 - Posto (EPTG) 0,042 1,75 3 - Brejo (EPTG) 0,010 2,95 4 - Metrô 0,333 6,93 5 - Parque 0,057 7,40 6 - Park Shopping 0,042 7,40 7 - Candangolândia 0,046 7,68 8 - Zoológico 0,060 7,05

Quadro 2 - Resultados da análise da água coletada no córrego Guará em março de 2004 Fonte: STARLING, 2005 (Adaptado).

A interpretação dos dados da Tabela 2 permite a identificação de dois níveis de Integridade Química no córrego Guará. O nível 2 corresponde ao trecho abrangido pelos pontos de coleta 1, 2, 3 e 4, que apresentam valores de OD e Fósforo total que não se encontram em conformidade com os parâmetros da Classe 3. Surpreendentemente, esse trecho é aquele em que o curso d’água atravessa a Reserva Ecológica do Guará. O nível 1 corresponde ao trecho abrangido pelos pontos 5, 6 e 7, localizados na área do Parque Ecológico Ezechias Heringer, onde verifica-se conformidade com os parâmetros da Classe 3. Esses dois níveis de Integridade Química encontram-se espacialmente representados na Figura 22.

Figura 22 - Níveis de integridade química do córrego Guará, 2004. Fonte: A autora

b) Integridade física

ção de Mananciais do Distrito

anal, a estabilidade do barranco e a cobertura vegetal do segmento UADRO 3).

Parâmetros

do canal do barranco

C l

do segmento

A análise da Integridade Física baseou-se em observações de campo e em dados apresentados pelo Programa de Reabilita

Federal da CAESB (denominado Projeto Corrente).

A análise visual, realizada pelo Projeto Corrente em seis pontos do córrego, é expressa em valores que variam de 1 a 10, em ordem crescente de qualidade (ANEXO B). Como parâmetros de Integridade Física foram considerados: as condições do c

(Q

Pontos

Condições Estabilidade obertura vegeta

1 - Nascente 3 3 3 2 - Reserva 7 7 10 3 - Metrô 7 3 1 4 - Parque (Área 27) 7 3 3 5 - Parque (Área 28) 7 1 1 6 - Zoológico 7 10 10

Quadro 3 - Avaliação dos parâmetros de integridade física do córrego Guará - 2005 onte: STARLING, 2005 (Adaptado).

utilizado ermitiu a identificação de 3 níveis de Integridade Física no córrego Guará:

Nível 3 – aliado com nota inferior a cinco

em todos os parâmetros considerados.

Nível 2 - liados com nota inferior

a cinco em dois dos parâmetros considerados.

Nível 1 – dos com nota superior a

cinco em todos os parâmetros considerados.

F

Conforme representado na Figura 23, o procedimento de avaliação p

Degradado: corresponde ao ponto 1, av

Razoável: corresponde aos pontos 3,4 e 5, ava

Boa: corresponde aos pontos 2 e 6, avalia

Figura 23 – Níveis de integridade física do córrego Guará – 2005

) Integridade biótica Fonte: A autora

Na análise da Integridade Biótica, também foram utilizados dados produzidos pelo Projeto Corrente (STARLING, 2005), devido à impossibilidade de acesso a

os influenciam no ciclo trientes, na produtividade primária e na decomposição.

Parâmetro Presença de macroinvertebrados

dados mais recentes.

Uma análise visual foi realizada para avaliar os níveis de Integridade Biótica do córrego Guará (QUADRO 4), nos mesmos seis pontos utilizados para verificação da Integridade Física. O procedimento levou em consideração um único parâmetro, expresso pela maior ou menor presença de macroinvertebrados, uma vez que esses organismos são considerados excelentes bioindicadores da degradação ambiental. Além de fonte alimentar para os peixes, os macroinvertebrad

de nu

Pontos

1 - Nascente 1

2 - Reserva 7

3 - Metrô não encontrado / não avaliado

4 - Parque (Área 27) 7

5 - Parque (Área 28) 7

6 - Zoológico 10

Quadro 4 - Avaliação da integridade biótica do córrego Guará - 2005 Fonte: STARLING, 2005 (Adaptado).

na Figura 24, foram identificados 3 níveis de Integridade iótica no córrego Guará:

e ao Ponto 1, na área da nascente, onde não foram

cológico Ezechias Heringer, onde a Nível 1 – Boa: corresponde ao Ponto 6, localizado no Jardim Zoológico.

Conforme apresentado B

Nível 3 – Pobre: correspond avistados macroinvertebrados;

Nível 2 – Razoável: corresponde aos Pontos 2, próximo ao Metrô, e 4 e 5, respectivamente nas Áreas 27 e 28 do Parque E

presença de macroinvertebrados é significativa;

Figura 24 – Níveis de integridade biótica no córrego Guará – 2005 Fonte: A autora

- Hierarquização e agregação dos indicadores de sensibilidade do Córrego Guará a danos causados por usos antrópicos

mento inadequado dos usos existentes no SOF-SUL envolvem mudanças de hábito.

.

hierárquico Indicadores degradação Fonte de degradação ont são

A hierarquização dos indicadores de Sensibilidade do córrego Guará teve como base as informações contidas no Quadro 5, onde a Integridade Química é enquadrada no nível hierárquico mais alto, pela impossibilidade de controle das fontes de poluição, no curto e médio prazo, dado que a retirada de moradores do interior das áreas protegidas envolve demanda judicial e o comporta

Nível Processo de Possibilidade de

role / Rever c dos danos III In Química síduos sólidos. a alidade da água. tegridade Poluição e contaminação por esgoto, óleo e re

Chácaras irregulares com agricultura e criação de animais dentro da Reserva e do Parque; ligações clandestinas de esgoto; drenagem de água pluvial; lançamento de resíduos do Setor de Oficinas e rodovias na rede de qu drenagem de águas pluviais. Retirada das chácaras irregulares; fiscalização da rede de água pluvial do Setor de Oficinas; monitoramento d II In e Física de os, trechos sem vegetação.

ão da ata ciliar. tegridad Erosão, assoreamento e diminuição da qualidade do canal com a formação ilhas ou montes. Desmatamento das margens, raízes expostas,

presença de resíduos sólidos nos barranc

m Reconstituiç I In e Biótica fauna aquática. rica e desmatamento. da qualidade da água. tegridad Perda de biodiversidade e diminuição de alimento para a Poluição híd Reconstituição mata ciliar; fiscalização e monitoramento da

Quadro 5– Indicadores de sensibilidade do córrego Guará a danos causados por usos antrópico

Fonte: A autora

Assim, a hierarquia dos indicadores considerados na avaliação da Sensibilidade a seguinte:

a Resolução CONAMA 357/05 1 - OD e Fósforo Total dentro dos parâmetros

a ável 1 - Boa iótica vel 1 – Boa

e (FIGURA 25), construído com base no nível hierárquico alocado a cada indicador.

igura 25 - Árvore de avaliação da sensibilidade do córrego Guará a danos. 3

é

III - Integridade química

2 - OD e/ou Fósforo Total fora dos parâmetros d II - Integridade físic 3 - Degradada 2 - Razo I - Integridade b 3 - Pobre 2 - Razoá

A agregação dos indicadores de Sensibilidade foi realizada na forma de um diagrama de árvor

Integridade Química

Integridade Física Integridade Física

Níveis decrescentes de Sensibilidade a Danos

F 3 Integridade Biótica Integridade Biótica Integridade Biótica V IV III II I Integridade Biótica Integridade Biótica 2 2 1 1 3 3,2,1 3 3,2,1 3,2 2,1 2,1 2,1 1

Como pode ser observado no diagrama de avaliação (FIGURA 25), da agregação da Integridade Química, Física e Biótica resultaram cinco níveis de

ensibilidade do córrego Guará a danos, expressos da seguinte forma:

MA nº 357/2005, a Integridade Física é classificada como “degradada”.

ntegridade Física é considerada degradada e a Integridade Biótica é pobre.

ade Física é razoável e a Integridade Biótica é pobre e/ou razoável e/ou boa.

metros, a Integridade Física é boa, porém, a Integridade Biótica é pobre.

s

- Nível V - Sensibilidade alta: corresponde ao trecho localizado na Reserva Ecológica do Guará, onde se encontram as nascentes do córrego. Nessa área, o Oxigênio Dissolvido e/ou o Fósforo Total estão fora dos parâmetros definidos na Resolução CONA

- Nível IV - Sensibilidade média-alta: ocorre nas proximidades do metrô, no trecho que atravessa a Reserva Ecológica do Guará e no Parque Ecológico Ezechias Heringer, nas seguintes situações: (i) onde OD e/ou Fósforo Total estão fora dos parâmetros; a Integridade Física é razoável e/ou boa; e a Integridade Biótica é pobre e/ou razoável; ou (ii) onde OD e Fósforo Total estão dentro dos parâmetros, porém a I

- Nível III - Sensibilidade média: ocorre no trecho do córrego localizado na Reserva Ecológica do Guará, próximo à EPTG, nas seguintes situações: (i) onde OD e/ou Fósforo Total estão fora dos parâmetros, a Integridade Física é razoável e/ou boa, e a Integridade Química é pobre e/ou razoável; ou (ii) onde OD e Fósforo Total estão dentro dos parâmetros, a Integrid

- Nível II - Sensibilidade média–baixa: ocorre no trecho localizado, em sua maioria, no Parque Ecológico Ezechias Heringer, com uma pequena área no Jardim Zoológico. Nele, verificam-se as seguintes situações: (i) OD e Fósforo Total estão dentro dos parâmetros, a Integridade Física é degradada e a Integridade Biótica é razoável e/ou boa; ou (ii) OD e Fósforo Total estão dentro dos parâ

- Nível I - Sensibilidade baixa: verifica-se no trecho localizado no Jardim Zoológico, onde OD e Fósforo Total estão dentro dos parâmetros, a Integridade Física é boa e a Integridade Biótica é razoável e/ou boa.

Esses níveis de Sensibilidade encontram-se espacializados na Figura 26.

Figura 26 - Mapa de sensibilidade do córrego Guará a danos causados por usos antrópicos localizados na sub-bacia.

Figura 26 - Mapa de sensibilidade do córrego Guará a danos causados por usos antrópicos localizados na sub-bacia.

5.2 INTENSIDADE DE DANOS POTENCIAIS CAUSADOS POR USOS