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ANEXO A – ORGANOGRAMA ANO: 2009 284 ANEXO B – ORGANOGRAMA ANO: 2011

3.4 SETORES: DOCUMENTAÇÃO, COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO

O Armazém de cargas do Museu do Trem abrigava setores e acervo, onde foi organizada a Reserva Técnica. A realização do registro dos objetos tridimensionais foi coordenada inicialmente pela Maria Thereza Kahl Fonseca e posteriormente por Clarissa Oliveira de Carvalho49. Três livros de Tombamento, capa dura azul, padrão impresso com logomarca da RFFSA: primeiro foi aberto em 18 de dezembro de 1984, antes ainda da inauguração do CPHFRS; os outros dois foram abertos nos mesmos moldes, em 03 de setembro de 1985 e 24 de agosto de 1988, respectivamente. Na página ao lado do termo de abertura encontram-se instruções para o registro sob o título de esclarecimento. Lê-se:

O número de registro de cada peça é composto de três elementos, sendo o primeiro o número de ordem da entrada da peça no Museu, seguindo de ponto e segundo elemento é o ano de entrada da peça, também seguindo de ponto. O terceiro se compõe de uma letra maiúscula referente a inicial da coleção (p. ex. coleção de relógios, Letra R) segundo o número da peça na referida coleção (MUSEU DO TREM,1984). Tanto os registros de Tombamento das peças para o acervo, quanto as fichas catalográficas, foram organizadas no período entre 1984 a 1989, aproximadamente, seguindo critérios orientados pelo PRESERVE.

49 Clarissa de Oliveira Carvalho era licenciada em História e foi admitida na RFFSA para realizadas atividades no Museu. Em 1983-84 a mesma realiza formação “Ação Educativa em Museu”, entre 1983 e 1984, que permite que a RFFSA ao criar o cargo de museólogo, possa inseri-la. Recebe carta com a função de museóloga na Rede em 19.09.1988.

Figura 55 – Reprodução da página 40 Livro de Tombamento do Museu do Trem. Ano: 1985. Fonte: Museu do Trem de São Leopoldo.

Figuras 56 e 57 – Interior do Armazém, equipe em atividades de documentação no Armazém. Período: 1985 ou 1987.

Fonte: Museu do Trem de São Leopoldo.

Figuras 58 e 59 – Acervo Documental acondicionado no Armazém. Ano: 2010. Fonte: Arquivo digital do Museu do Trem de São Leopoldo.

A exposição planejada pelo PRESERVE abrange todo Sítio Histórico Museu do Trem. No pátio expostos os objetos de grande porte, inicialmente, com a Locomotiva a Vapor Baldwin nº11, o autinho de linha, os carros de passageiros de 1ª e 2ª classe, os

vagões, o carro leiteiro, a bicicleta, o rema-rema, o trole, exemplares de trilhos para diferentes bitolas e dormentes. A locomotiva Diesel-elétrica GM Tipo B12, nº 6009, chegou posteriormente, em 1987.

Figuras 60 e 61 – Chegada dos carros de passageiro. Álbum Fotográfico - Relatório PRESERVE. Ano:1985.

Fonte: Museu do Trem de São Leopoldo.

Figuras 62 e 63 – Chegada da Locomotiva “Maria Fumaça” e do autinho de linha. Ano: 1985. Fonte: Museu do Trem de São Leopoldo.

Figuras 64 e 65 – Locomotiva Baldwin no Sítio Histórico e vista da Plataforma da Estação, Prédio e Carro de Passageiro em exposição. Ano: 1985.

Figuras 66 e 67 – Chegada da segunda locomotiva, Diesel-elétrica, número 6009, e ferroviários alinhando trilhos para a descida da locomotiva. Data: 14.01.1987. Fotografia: Nilson Winter.

Fonte: Museu do Trem de São Leopoldo.

Figura 68 – Equipe do Museu do Trem com funcionário da RFFSA, na plataforma da Estação. Ano: 1985.

Fonte: Museu do Trem de São Leopoldo.

No interior do prédio reconstruído foram expostos objetos diversos: mobiliários dos setores administrativos da VFRGS, telégrafos, sinos, lanternas, farol Farroupilha Comemoração 110 anos, teodolitos, ferramentas da Via Permanente, telefones, máquinas de escrever, calculadoras, placas, fotografias ampliadas dos negativos de vidro, entre outros.

Os objetos dispostos em suportes de madeira e/ou metal ou em vitrinas, com etiquetas individuais. Painéis com vidro para exposição de fotografias, entre outros recursos expográficos, forma projetados especialmente para o Museu do Trem de São Leopoldo, como também fora desenvolvido um plano de iluminação para o ambiente. Verifica-se objetos suspensos por fios do teto, com apoio especial, na altura dos olhos dos visitantes. Conforme o arquiteto Sérgio Morais, responsável pela museografia, houve uma preocupação em explora a transparência, a fim de respeitar as informações visuais que a antiga Estação oferecia ao visitante.

Figuras 69 e 70 – Exposição no interior do prédio da Estação e expositores acessíveis aos visitantes. Ano: entre 1985 e 1989.

Fonte: Museu do Trem de São Leopoldo.

Figuras 71 e 72 – Exposição de longa duração (visão do centro) e funcionária na recepção. Ano atribuído: 1986-7.

Fonte: Museu do Trem de São Leopoldo.

Existiam normas de instalação das exposições, incluindo: estrutura física, uso de cores, sinalização, iluminação, espaço expositivo, ventilação, valorização das peças e circulação de público. A museóloga Telma Lasmar50 relata sobre a preocupação quanto ao padrão dos museus seguindo uma organização de três temas, a fim de dar sequência narrativa à exposição.

[...] tínhamos um padrão de museu ferroviário. E nesse padrão os museus tinham todos há mesma narrativa. Como que a ferrovia surgiu? Como que a ferrovia surgiu no Brasil? Como que a ferrovia chegou naquela região? Cada núcleo desses contava essa história introdutória, da locomotiva, locomotiva no Brasil, Barão de Mauá, etc. e depois ingressava na região (LASMAR, 2015 entrevista).

50 Museóloga integrante da equipe do PRESERVE e posteriormente do PRESERFE, responsável pela escrita de materiais que foram distribuídos nos estados. O trabalho de Telma não incluía atividades junto à equipe em São Leopoldo.

A museóloga relembra uma das dificuldades nesse processo, que era quanto ao registro de origem das peças.

[...] os próprios funcionários, os aposentados, saiam catando. E não tinha uma preocupação de naquela época, de anotar procedência data, quem foi...não tinha. Muitas coisas a gente não sabe mesmo a procedência. Quando a gente chegava para montar o museu, já tinha aquele tanto de coisa. Um monte de sino, um monte de apito, pedaço de trilho, já tinha um monte de coisa. Então a gente não sabia mesmo. E aí, porque também a história contada nos museus ferroviários, em grande parte, ela é a história oral. Em grande parte... com depoimentos do que as pessoas faziam (LASMAR, 2015 entrevista).

O PRESERVE/PRESERFE oferece diretrizes para que os processos museológicos sejam realizados, não só com relações a montagem da Reserva Técnica; registros em Livro Tombo; Fichas catalográficas; acondicionamento, organização e manuseio, mas também orientações para funcionamento, recepção dos visitantes, horário de atendimento, equipes especializadas e segurança adequada. Também foram localizados alguns materiais impressos: formulários em papel timbrado da RFFSA, para fins de relatório; Projeto do Setor Educativo e Plano de Visita Orientada para Monitores, de 1987; e Museu como Instrumento de Educação, de 1992, entre outros.

Figuras 73 e 74 – Atendimento de escolas no Museu do Trem

prela equipe da RFFSA. Ano atribuído: 1987-8. Fonte: Museu do Trem de São Leopoldo

O atendimento ao público era realizado pela equipe, recebendo escolas e visitantes, em geral, com visitas acompanhadas pela exposição em todo o Sítio Histórico e atividades diversas, além de exposições temporárias nos vagões. Observa-se adesão de público, tanto por relatos, fotografias, como pelo relatório sistematizado pela coordenação do PRESERVE e publicado em 1989. A seguir:

Figura 75 – Reprodução da página 03 do Relatório do PRESERVE sobre os Centros e Núcleos. Ano: 1989.

Fonte: NUMEMUS – UNIRIO

Assim como em todo o Brasil, São Leopoldo sofre com o fechamento da RFFSA. O Museu fecha as portas e são encerradas atividade, seguidas de demissão dos funcionários que compunham a equipe: uma museóloga, cinco funcionários administrativos, serviços gerais e seguranças. Permaneceram no Museu apenas a funcionária Maria Mercker e um segurança (RAMOS, 2011; BEMVENUTI, 2012c). Nas entrevistas os depoimentos revelam ser este um momento traumático, delicado, carregado de vazios e de saudades, gerado pelo luto que se sucedeu51. Período que merece ser investigado com mais aprofundamento.