• Nenhum resultado encontrado

SILVA, José Afonso da Curso de direito constitucional positivo 33 ed São Paulo, 2009, p 90.

3 ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO

10 SILVA, José Afonso da Curso de direito constitucional positivo 33 ed São Paulo, 2009, p 90.

.,.,.,.,.,..,..,

das desigualdades na realidade nos planos social e econômico, viabilizando a todos os cidadãos igual condição de vida e mesma posição junto ao Estado democrático.

E, também para a realização da cidadania, o princípio democrático torna indispensável a participação popular nas tomadas de decisão. A cidadania, no Estado democrático de direito, efetivada, oferece aos cidadãos, como iguais condições de existência, o gozo atual de direitos e a obrigação do cumprimento de deveres que podem ser assim apresentados: exercício de direitos fundamentais e participação; e, os deveres de colaboração e solidariedade.

Sabendo-se que todo cidadão tem sua existência acompanhada do exercício de direitos fundamentais e do direito de participação.

Certamente sobre a participação, é importante ressaltar que este direito significa a capacidade de ser consultado para as tomadas de decisão que dizem respeito à direção da sociedade em que vive o cidadão e que, dentre os direitos de participação política, tais como a igualdade de sufrágio, o direito de voto e de elegibilidade, e o direito de petição, ainda importa recordar outro que também a integra, é o direito de iniciativa popular.

A iniciativa popular de leis, que cabe aos cidadãos (o 2º parágrafo do artigo 61 da Constituição da República do

.,.,.,.,.,..,..,

Brasil), o referendo e o plebiscito, correspondem a alternativa de participação política, sendo que o referendo e o plebiscito devem ser determinados, para que se verifiquem, pelo Congresso Nacional.

De fato, o exercício de todos os direitos referentes s ao Estado democrático e do direito de participação, é acompanhado do respeito aos deveres de contribuir para o progresso social e de acatar e respeitar o resultado final obtido em cada consulta coletiva.

A crescente quantidade de excluídos tanto nas sociedades subdesenvolvidas quanto, nas sociedades desenvolvidas, reflete sobre os obstáculos à efetivação da cidadania pela nova ordem mundial.

Em relação à cidadania, Mário Lúcio Quintão Soares explica que:

A expansão da cidadania no Estado moderno demonstra o contraste ente suas realizações e suas limitações. A generalização da cidadania moderna, por meio da estrutura social, significa que todas as pessoas, como cidadãos, são iguais perante a lei e que, portanto, nenhuma pessoa ou grupo é legalmente privilegiado. No entanto, a concessão de cidadania, par além das linhas divisórias das classes desiguais, parece significar que a possibilidade prática de exercer os direitos ou as capacidades legais, que constituem

.,.,.,.,.,..,..,

status do cidadão, não está ao alcance de todos que os possuem.104

Assim, verifica-se que a cidadania ativa no Estado democrático de direito pressupõe que um cidadão político, com condições de solicitar junto os governantes para eles cumpram com as responsabilidades de seus atos.

As maneiras utilizadas para a transformação social são por meio da educação, propagando as informações com o objetivo de proporcionar conhecimentos sobe a consciência cidadã, a respeito da função socioeconômica dos tributos e dos orçamentos públicos.

Dessa forma permite o contato com todos os segmentos sociais, contribuindo para que o Estado cumpra seu papel constitucional de diminuir as desigualdades sociais. De fato, exercer a cidadania é ter consciência de suas obrigações e lutar para que o que é justo e o correto sejam colocados em prática. A participação é um dos mais importantes princípios políticos, relacionada ao ideal de soberania popular.

104 SOARES, Mário Lúcio Quintão. Teoria do estado: o substrato clássico e os novos paradigmas como pré-compreensão para o direito constitucional. Belo Horizonte: Del Rey, 200, p. 291.

.,.,.,.,.,..,..,

Portanto é importante a participação política constante como um instrumento de fortalecimento da gestão democrática e legitimação, exercício de cidadania.

3.2 Democracia

A democracia deve ser entendida como prática de poder e exercício de cidadãos soberanos e não somente como forma de governo. Dessa maneira afirma Marcos Roitman, citado por David Sánchez Rubio:

Dar a palavra democracia um significado faze parte de uma guerra teórica e política pelo controle de todo o mundo. A proposta hegemônica de quem tem mais poder possui um duplo objetivo: a) transformar-se em objeto de consumo social e b) feito, isto, projetar uma espécie de imagem para organizar a vida cotidiana.105

Diante disso a democracia é composta pela autonomia dos indivíduos e da liberdade de opinião e de expressão. Os sistemas governo são considerados democráticos quando os agentes políticos são livremente escolhidos pela sociedade para o exercício da governança e também quando o povo

105 ROITMAN, Marcos apud DAVID, Sánchez Rubio. Encantos e

desencantos dos direitos humanos: de emancipações, libertações e

.,.,.,.,.,..,..,

pode acompanhar e interferir nos processos de governo. Assim promove o controle social da ação política, inclusive o comportamento ético dos eleitos, seja participando diretamente da ideia e produção de políticas públicas.

Por outro lado, acompanhar as contas públicas é um direito básico da cidadania é um principio da responsabilidade social. Cabe ao cidadão reivindicar e participar das decisões dos governos e dos legislativos sobre recursos públicos. Os cidadãos devem requerer ao poder público para que dê transparência a seus atos. Assim, será permitido avaliar o cumprimento da obrigação e o funcionamento da gestão e analisar eventuais irregularidades, bem como a responsabilidade das autoridades e agentes políticos.

Além disso, a democracia como governo do povo, precisa do consenso da maioria dos cidadãos e do respeito às regras estabelecidas. Ao mesmo tempo, abriga divergência e oposições e necessita do conflito de ideias e opiniões, o que lhe confere vitalidade e produtividade.

Dessa maneira a democracia não é apenas uma forma de organização governamental; vai muito além. É a forma organizacional do Estado, em que a participação do cidadão é fundamental, numa relação do dia a dia entre as pessoas.

.,.,.,.,.,..,..,

Assim Marcos Roitman citado por Sánchez Rubio completa: “A democracia tem de ser, para isto, uma definição atrativa e fácil de digerir, útil para legitimar um sistema ao qual não interessa que o povo tenha uma cultura ativa e participativa nos assuntos públicos e de interesse comum”.106

A democracia desenvolve através da autonomia dos indivíduos e da liberdade de opinião e de expressão. Os sistemas de poder são considerados democráticos quando os agentes políticos são livremente escolhidos pela sociedade para o exercício da governança, além disso, quando o povo pode interferir nos processos de governo, seja promovendo o controle social da ação política, seja participando diretamente do estudo e acompanhamento das políticas públicas.

A democracia, pode ser vista como a realização de valores tais como a igualdade, liberdade e dignidade da pessoa e de convivência humana, é conceito mais abrangente que o de Estado de Direito que surgiu como expressão jurídica da democracia liberal. Seu conceito é tão histórico como o de democracia, e se enriquece de conteúdo com o evolver dos tempos. A evolução histórica e a ultrapassar os obstáculos do liberalismo, a que ligou ao conceito de Estado

106 DAVID, Sánchez Rubio. Encantos e desencantos dos direitos

humanos: de emancipações, libertações e dominações. Porto Alegre.

.,.,.,.,.,..,..,

de Direito, colocam em debate a questão da sua harmonia com a sociedade democrática.

4 SURGIMENTO E EVOLUÇÃO DOS DIREITOS