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O SISTEMA DE INFORMAÇÕES E INDICADORES CULTURAIS (SIIC) Focando o período entre 2007 e 2010, o SIIC dá continuidade à série que

Medição econômica do campo cultural no Brasil

O SISTEMA DE INFORMAÇÕES E INDICADORES CULTURAIS (SIIC) Focando o período entre 2007 e 2010, o SIIC dá continuidade à série que

levantou as primeiras informações referentes ao ano de 2003 sobre os prin- cipais aspectos da oferta e da demanda de bens e serviços culturais, os gas- tos das famílias e os gastos públicos com cultura e as características socioe- conômicas da população ocupada na cultura, consolidados nacionalmente. A concepção de cultura adotada neste estudo está relacionada com o mais amplo conjunto de atividades econômicas geradoras de bens e ser- viços relacionadas com a cultura, conforme a definição da Unesco (2009). É importante ressalvar que para todo trabalho de medição, deve-se de- finir e delimitar o que se quer considerar. A concepção metodológica do campo da cultura proposta no estudo do SIIC 2007-2010 foi feita a partir das nomenclaturas de atividades produtivas de bens e serviços e está dire- tamente relacionada à estrutura de classificação econômica utilizada nas pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a Classifica- ção Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) 2.0.2 Para esse trabalho, foi essencial buscar as orientações das definições do campo estatístico da cultura do Marco dos domínios de estatísticas culturais da Unesco 2009,3 das nomenclaturas das estatísticas culturais da França – ESSnet-Culturee a delimitação dos setores e subsetores que conformam o campo cultural da conta satélite do Manual metodológico do Convenio Andrés Bello (CA- B).4 Na delimitação do novo setor cultural, buscou-se conciliar também as discussões sobre a Conta Satélite de Cultura do Brasil,6 de modo que o 2 Consultar a publicação do Sistema de Informações e Indicadores Culturais 2007-2010, Quadro 1 - Estrutura detalhada das atividades do setor cultural da CNAE 2.0: códigos e denominações, p 18- 19. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/indic_culturais/2010/ default.shtm>.

3 Consultar 2009 Unesco framework for cultural statistics – FCS. Table 2. Cultural productive acti- vities and goods and services defined with the CPC 2 and ISIC 4 codes, p 52-64. Disponível em: <http://www.uis.unesco.org/culture/Documents/framework-cultural-statistics-culture-2009-en. pdf>.

4 Consultar CUADRO 4.2 – Actividades características de La cultura y produtos característicos aso- ciados, pp 78-87. Disponível em: <http://culturayeconomia.org/wp-content/uploads/completo-

DIMENSÕE S CRIA TIV A S D A E C ONOMIA D A CUL TURA

novo âmbito do estudo SIIC 2007-2010 não deixasse de fora nenhuma das classes de atividade a serem consideradas, futuramente, na medição eco- nômica do setor cultural.

Assim, para finalidade deste estudo, não foi considerada a definição do escopo dos setores criativos do Ministério da Cultura,5 que agregam cate- gorias culturais e setores dos diversos conjuntos de empreendimentos que atuam no campo da Economia Criativa, com atuação para além dos setores tradicionalmente considerados como culturais que

[...] vão além dos setores denominados como tipicamente culturais, ligados à produção artístico-cultural [música, dança, teatro, ópera, circo, pintura, fotografia, cinema], compreendendo outras expressões ou atividades re- lacionadas às novas mídias, à indústria de conteúdos, ao design, à moda, à P&D, ao artesanato, às expressões culturais à arquitetura entre outros. (MINC, 2012, p. 21)

O trabalho da Unesco, o FCS 2009, constitui uma referência para o SIIC e para descrição dos setores criativos contemplados pelo Ministério da Cultura, que deve, no entanto, ser analisada e ajustada de acordo com as especificidades nacionais,

Como já foi dito, até recentemente, o escopo dos setores contemplados pe- las políticas públicas do MinC se restringia àqueles de natureza tipicamente cultural [patrimônio, expressões culturais, artes de espetáculo, audiovisual e livro, leitura e literatura]. Recentemente esse escopo foi ampliado, con- templando também setores de base cultural, com um viés de aplicabilidade funcional (moda, design, arquitetura, artesanato). (MINC, 2012, p. 17)

Apesar da existência de alguns indicadores, a ausência de pesquisas que contemplem de modo amplo os diversos setores desta economia im- pede que haja o conhecimento e o reconhecimento de vocações e oportu-

5 MINC. Plano da Secretaria da Economia Criativa: políticas, diretrizes e ações, 2011-2014 Bra- sília, Ministério da Cultura, 2012. 156 p. Disponível em: <http://www.cultura.gov.br/docu- ments/10913/636523/PLANO+DA+SECRETARIA+DA+ECONOMIA+CRIATIVA/81dd57b6-e43b- -43ec-93cf-2a29be1dd071>.

C OLE Ç Ã O DO OBSER V A TÓRIO D A E C ONOMIA CRIA TIV A

nidades a serem reforçadas e estimuladas por meio de políticas públicas consistentes. (MINC, 2012, p. 36)

O SIIC 2007-2010 divulgou resultados para diversas atividades econô- micas de bens e serviços culturais, que têm origem na criatividade, sendo geradoras de trabalho, emprego, renda e riqueza através da criação e explo- ração de propriedade intelectual que ajudam a pensar e conhecer o setor da Economia Criativa.

Com base nas informações estatísticas e cadastrais de empresas e ou- tras organizações formalmente constituídas no país, nas estatísticas do Cadastro Central de Empresas, que tratam a cultura sob a ótica econômi- ca, pelo lado da oferta, é possível avaliar os indicadores da participação das atividades culturais no número de empresas, no total de pessoal ocupado (sócios, proprietários, trabalhadores assalariados), salários e outras remu- nerações pagas para atividades econômicas culturais.

A tabela abaixo, extraída e elaborada a partir do Anexo 4 do Sistema (2013, p. 145-148), apresenta os resultados para as mesmas atividades eco- nômicas de bens e serviços culturais que ajudam a mensurar as atividades e produtos dos setores criativos.

Tabela 1 – Número de empresas, pessoal ocupado em 31,12 salários e outras remunerações, segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas – Brasil – 2010

Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0) Número de empresas e outras organizações Pessoal ocupado em 31,12 Salários e outras remunerações (Mil Reais) Pessoal ocupado total Pessoal ocupado assalariado

Total do Setor Cultural 399.958 2.102.698 1.545.112 41.480.342 Atividade de impressão 1.674 24.654 22.165 511.698 18.11-3 Impressão de jornais, livros,

revistas e outras publicações

periódicas 1.674 24.654 22.165 511.698

Serviços de pré-impressão e

acabamentos gráficos 10.246 43.498 28.925 439.686 18.21-1 Serviços de pré-impressão 5.181 23.503 15.954 263.614

DIMENSÕE S CRIA TIV A S D A E C ONOMIA D A CUL TURA 18.22-9 Serviços de acabamentos gráficos 5.065 19.995 12.971 176.072 Reprodução de materiais

gravados em qualquer suporte 459 5100 4424 114730 18.30-0 Reprodução de materiais

gravados em qualquer suporte 459 5.100 4.424 114.730

32.12-4 Fabricação de bijuterias e artefatos semelhantes 950 11.213 9.855 99.070 Fabricação de instrumentos musicais 222 2331 2014 29.191 32.20-5 Fabricação de instrumentos musicais 222 2.331 2.014 29.191

Fabricação de brinquedos e jogos

recreativos 924 16918 15549 222542 32.40-0 Fabricação de brinquedos

e jogos recreativos 924 16.918 15.549 222.542

Edição de livros, jornais, revistas

e outras atividades de edição 6.182 28.205 19.531 554.695

58.11-5 Edição de livros 2.886 14.298 10.155 273.183

58.12-3 Edição de jornais 2.005 8.755 6.024 165.452

58.13-1 Edição de revistas 1.291 5.152 3.352 116.060

Edição integrada à impressão de livros, jornais, revistas e outras

publicações 3.963 72.399 66.560 2.380.912