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4.3.2 Sistema de movimentação

Nos terminais A, B, C e E a recepção da carga é feita por meio de equipamento do tipo sugador que é adequado à movimentação de cereais pulverulentos e de baixa granulometria. Obtém-se, com a utilização deste equipamento, flexibilidade das operações e redução da porcentagem de perda da carga.

Capítulo 4 - Levantamento e Análise dos Terminais Fluviais de Granéis Sólidos da Hidrovia Tietê- Paraná

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Nos 4 terminais mencionados, o sistema de controle de carga é feito por meio de balança de fluxo na recepção e balança rodoviária na expedição, já que o terminal só utiliza esse modal. O terminal E, dispõe de balança de gravidade rodo-ferroviária na expedição, isto leva ao um inconveniente de que, caso uma carreta deva ser carregada, e a linha de carregamento estiver alocada com vagões, esses vagões devem ser realocados de forma a liberar a linha. Atualmente a maior parte da carga deste terminal é expedida pelo modal ferroviário, o que acaba não gerando maiores problemas operacionais.

Os terminais D, F e H apresentam recepção da carga utilizando equipamento do tipo plataforma elevadiça que apresenta excelente fluxo de descarregamento, além de minimizar a utilização de mão de obra no processo de descarga. No caso do terminal G, em que a recepção é feita por moega subterrânea com rosca sem fim, constata-se inconvenientes no transbordo da carga, pois há a necessidade da utilização de mão de obra para auxiliar a operação, uma vez que a descarga é feita pelas bicas da carreta. A rosca sem fim tem problemas de rendimento para manuseio de granéis pulverulentos e apresenta problemas da quebra do grão. A aferição da carga no terminais D, F e H, é feita por meio de balança rodoviária na recepção e por balança de fluxo na expedição.

O terminal I tem um tipo de sistema de transbordo que difere dos demais. A recepção da carga é feita através de um equipamento pórtico dotado de um “clamshell”, que tem a vantagem de movimentar carga de qualquer granulometria, com um consumo de energia relativamente baixo quando comparado com o equipamento pneumático. Entretanto, este equipamento com algumas desvantagens tem uma maior perda do granel, dificuldade de operação dentro do porão e perda acentuada de rendimento quando a coluna de carga é pequena, exigindo o uso de dispositivos adicionais para melhorar o rendimento. O controle de carga neste terminal é feito por meio de balança de fluxo na recepção e balança de gravidade na expedição.

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No que diz respeito à movimentação interna, todos os terminais dispõe de conjuntos de correias transportadoras e elevadores de canecas que são eficientes na movimentação de graneis sólidos, principalmente os de baixa granulometria.

Deve-se ressaltar, porém, que alguns terminais não garantem um balanceamento de fluxo, pois a capacidade de movimentação interna não é igual à capacidade de recepção e/ou de expedição. Isto é o que se constata com os terminais B, D, G e E. A capacidade do sistema de movimentação interna é maior que o de recepção hidroviária no terminal B enquanto nos terminais D e G ela é maior que a capacidade de recepção rodoviária. Finalmente no terminal E a capacidade de movimentação interna é maior que as capacidades de recepção e expedição.

Ainda, examinando a questão de balanceamento de fluxo, convém mencionar que os terminais A e B apresentam capacidade de expedição inferior à capacidade de recepção. Isto pode acarretar fila no subsistema hidroviário quando o estoque no terminal estiver em seu nível máximo e sub-utilização dos equipamentos de movimentação interna e pneumático, quando se faz uso do sistema de transbordo direto, pois o equipamento pneumático deve ser parado freqüentemente devido a menor taxa de expedição.

Já os terminais C e E apresentam capacidade de expedição superior a do equipamento pneumático o que não compromete o sistema. No entanto, o sistema torna- se mais eficiente quando transfere o granel dos silos para a expedição.

Nos terminais D, F, G e H a expedição do granel é realizada para o modal hidroviário aproveitando a inclinação do terreno, pois obviamente o sistema de armazenagem nestes terminais apresenta uma cota maior que o subsistema hidroviário e com isso, é minimizando o consumo de energia.

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É conveniente destacar que estes terminais têm capacidade de expedição superior a de recepção, o que penaliza o transbordo entre os modais e privilegia o transbordo a partir dos silos (isto caso haja carga suficiente nos silos para manter a cadência).

Observou-se, que na maioria dos terminais o arranjo físico concebido proporciona o transbordo direto entre os modais, com exceção do termina E que facilita o movimento do granel a partir dos silos. Contudo, a forma como este terminal foi concebido remete ao fato de que devido a grande inclinação do terreno, dificilmente se conseguiria posicionar a linha férrea próximo a margem.

4.3.3 Armazenagem

Os terminais A, B, C e G possuem sistema de armazenagem do tipo silos metálicos de fundo plano, sendo dotados de roscas varredouras que permitem o melhor escoamento do granel até as correias em virtude do tipo de fundo. Os silos destes terminais também dispõem de sistema de aeração, possibilitando que o granel possa permanecer em estoque por um período mais longo, uma vez que o granel ingresse no terminal seco. Este é o caso do terminais A,B e C, que recebem o granel de um outro terminal e, desta forma, pressupõe-se que este granel já tenha sofrido algum processamento seja ele a secagem, o expurgo ou a moagem. Adicionalmente o terminal G também possui sistema de secagem.

O terminal D tem sistema de armazenagem constituído por silos de alvenaria com fundo em v, o que facilita o escoamento do granel e minimiza gastos com dispositivos mecânicos e elétricos, pressupõe-se no entanto, que este terminal possui sistema de drenagem a fim de evitar o umedecimento do granel, o que acaba encarecendo o sistema. Adicionalmente, este terminal não dispõe de sistema de aeração, o que restringe o tempo de estoque do granel. É pertinente mencionar que este terminal deveria ter sistema de aeração e secagem, pois recebe carga proveniente do produtor através do modal

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rodoviário e a expede pelo modal hidroviário que apresenta tempo de viagem superior a cinco dias.

Deve-se salientar que os terminais citados acima não permitem o estoque de granéis pulverulentos, pois, este tipo de produto tende a se compactar quando armazenado em silos verticais.

Os terminais F, E, H e I possuem armazéns de alvenaria o que permite, através de “septors” o estoque de diversos cereais. Estes armazéns possuem sistema de aeração; sendo que o primeiro possui fundo semi v e os outros fundo plano. Estes terminais possuem também silos verticais metálicos com fundo plano.

Deve-se mencionar que nos terminais F, G e H existe sistema de secagem, pois muitas vezes o granel in natura recebido ainda está verde. Assim sendo, estes terminais podem estocar o granel por um período mais longo.

No armazém dos terminais E, F, H e I, para movimentar o granel até as grelhas de expedição são utilizadas pá carregadeiras ou equipamento denominado chupin, o que não gera grandes inconvenientes, mas que não seriam necessários se o armazém tivesse fundo em v ou semi v. Entretanto, como já citado a concepção do fundo em v ou semi v implicaria em um sistema de drenagem do terreno o que encareceria o investimento. Deste modo as configurações adotadas para estes 4 terminais se mostram adequadas.

Com relação à capacidade de armazenagem os terminais A, C, D, E, F, G, H e I não atendem a diretriz apresentada no capítulo 3, que estabelece que a capacidade do sistema de armazenagem deve ser de 2 à 4 vezes o tamanho do maior veículo que freqüentar o terminal. Somente o terminal B não atende esta relação e com isso, dependendo da movimentação a que venha ser submetido e a freqüência dos comboios, este terminal está sujeito à disponibilidade de veículos rodoviários para minimizar tempo de espera no subsistema hidroviário.

Capítulo 5 –Dimensionamento de Terminal - Um Estudo de Caso

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5 – DIMENSIONAMENTO DE TERMINAL – UM ESTUDO DE