• Nenhum resultado encontrado

Período de safra

Capítulo 3.- Considerações Gerais sobre Terminais Multimodais para Granéis Sólidos

3. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE TERMINAIS MULTIMODAIS PARA GRANÉIS SÓLIDOS

3.5 Subsistema Rodoviário

O subsistema rodoviário apresenta, basicamente, quatro componentes: via de acesso e egresso, pátio de estacionamento, área de circulação e elementos de carga e descarga, Lima (1988). Apresenta-se, na seqüência, uma descrição destes elementos, e dos processos de carregamento e descarregamento.

Via de acesso e egresso rodoviário

Possibilita a interconexão com as vias externas, acessos externos; este componente normalmente possui elementos de segurança para fiscalizar a entrada e

Capítulo 3.- Considerações Gerais sobre Terminais Multimodais para Granéis Sólidos

__________________________________________________________________________________ 60

saída de veículos, tais como elementos de controle, postos de pesagem, amostragem com escritórios de recepção e expedição.

Pátio de estacionamento

As áreas de regulação de fluxo devem suportar as demandas diárias de veículos de diferentes tipos, definindo assim o tipo de arranjo que melhor convém e sua capacidade. Para seu dimensionamento devem ser consideradas as características dos veículos e as restrições do terreno.

O pátio de estacionamento pode ser o próprio regulador de fluxo deste subsistema, porém para terminais com movimento elevado de veículos Lima (1988) salienta a necessidade de se criar outros módulos de estacionamento, como um pátio para posicionamento na área de carga e descarga dos veículos, de forma a manter o carregamento e descarregamento sem interrupção.

Área de circulação interna

Este componente é definido como a área de transito interna dos veículos no terminal, deve ser compatível com as dimensões para circulação do veículo critico.

Elementos de carga e descarga

As baias de carga e descarga são os lugares onde ocorrem as transferências de carga, seja ela direta, de um modal para o outro, ou do subsistema de armazenagem. Este componente está diretamente relacionado ao sistema de movimentação.

Na figura 3.17 é destacada a macroconcepção do setor rodoviário. Observa-se a inter-face entre a via principal e o terminal, áreas de circulação e estacionamento de caminhões, e outra interface onde ocorre a transferência de cargas para outros modais ou para a armazenagem.

Capítulo 3.- Considerações Gerais sobre Terminais Multimodais para Granéis Sólidos

__________________________________________________________________________________ 61

Analogamente ao que foi feito para o subsistema ferroviário, são discutidos a seguir alguns dos componentes do subsistema rodoviário; maiores detalhes podem ser encontrados no trabalho de Lima (1988).

ESTACIONAMENTO E CIRCULAÇÃO POSTO DE CONTROLE E PESAGEM CARGA E DESCARGA PROCESSAMENTO DO VEÍCULO TRANSFERÊNCIA DE CARGA ACESSO / EGRESSO

Figura 3.17: Macroconcepção do setor rodoviário Fonte: Lima (1988)

3.5.1 Considerações gerais sobre componentes rodoviários

Para este subsistema deve-se definir a população de caminhões que utilizará o terminal e sua participação percentual.

Com relação a via de acesso e egresso deste setor, Lima apresenta três formas de ligação em nível entre o terminal e a via pública:

- a interseção perpendicular: adequada para baixos fluxos de tráfego na via pública. - a interseção inclinada: utilizada para níveis intermediários de fluxo, sendo o raio de curvatura função do nível de serviço,

Capítulo 3.- Considerações Gerais sobre Terminais Multimodais para Granéis Sólidos

__________________________________________________________________________________ 62

Dependendo da topografia do terreno, podem existir aclives e declives; é sendo recomendado porém que o ângulo formado entre o plano e a rampa não superior a 11% (6° e 17’), de forma a garantir o movimento articulado entre o cavalo e a carreta, Figura 3.18, SAE (1992).

(6°17'')

Figura 3.18: Inclinação de rampa

As áreas de circulação e manobra devem ser compatíveis com as características dos veículos envolvidos. A Figura 3.19, apresenta um esquema básico das dimensões principais para manobra. Porém, valores estimados para os raios interno e externo, de manobra, variam muito entre os diferentes fabricantes de carretas e do cavalo. A norma SAE (1992), apresenta, na seção SAE J695, toda a formulação de cálculo para determinação dos raios de manobra (raio interno e externo) em função do tipo de carreta e características do cavalo.

90°

180° SOBRELARGURA = 0,90 m

Capítulo 3.- Considerações Gerais sobre Terminais Multimodais para Granéis Sólidos

__________________________________________________________________________________ 63

O pátio de estacionamento de veículos ou área de regulação do fluxo pode ter duas funções distintas: armazenar veículos, vazios ou cheios, e manter veículos em fila, posicionando e aguardando processamento. A área de regulação de fluxo deve ter capacidade para absorver com folga o fluxo diário de veículos, Lima (1988). Maiores detalhes sobre concepção do pátio de estacionamento podem ser encontrados nesta referência.

3.5.2 Elemento de carga e descarga

Neste setor ocorrem os processos de recepção e expedição que são descritos a seguir.

Recepção rodoviária.

No subsistema rodoviário existe basicamente 2 formas de descarregamento. O primeiro é o sistema de plataforma inclinada, no qual a carreta é posicionada conforme indicado na Figura 3.20 (a); a carreta é fixada sobre a plataforma e inclinada até um determinado ângulo, para que a carga seja escoada e direcionada à moega de recepção (subterrânea). A moega direciona o granel para um conjunto de esteiras e elevadores de canecas que movimentam a carga até os silos ou, diretamente, para a expedição hidroviária. É importante observar que, assim como no subsistema ferroviário, o processo de expedição direta para o subsistema hidroviário deve evitar interrupções do sistema de movimentação, seja ela devido a falta de carretas, ou pelo uso de equipamentos que não garantam uma taxa adequada de movimentação.

O segundo sistema utiliza uma moega de recepção subterrânea, Figura 3.20 (b). Após pesagem na balança de plataforma (gravidade), as carretas seguem para a área de descarregamento, sobre a grelha da moega, onde são abertas as bicas da carreta. A seqüência do processo é a mesma descrita para o outro sistema.

Capítulo 3.- Considerações Gerais sobre Terminais Multimodais para Granéis Sólidos

__________________________________________________________________________________ 64

O sistema de descarregamento por plataforma inclinada é mais rápido, porém tem um maior custo de instalação pois requer mecanismos mais sofisticados. No sistema de moega de recepção (subterrânea), parte do granel permanece na carreta depois do descarregamento, exigindo então o uso de mão de obra auxiliar para a remoção do restante da carga; este problema pode ser ainda agravado dependendo do tipo de granel.

(a) (b)

Figura 3.20: Sistema de descarregamento por plataforma inclinada (a) e moega de recepção subterrânea (b).

Expedição rodoviária

O carregamento das carretas graneleiras é realizado basicamente por moegas (pulmão de expedição) que são alimentadas por esteiras, como ilustrado na Figura 3.20 (b); o granel pode vir do silo ou do subsistema hidroviário. A carreta é primeiramente pesada, depois entra na área de carregamento sob o pulmão de expedição, após carregada é novamente pesada.