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SITUAÇÃO ATUAL DAS INCUBADORAS DE EMPRESAS

1.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

2.1.1 SITUAÇÃO ATUAL DAS INCUBADORAS DE EMPRESAS

Segundo o Presidente da IASP (International Association of Science Parks), Luis Sanz, na apresentação do Levantamento da IASP Jan-July 2000, existem 200 parques científicos/tecnológicos e incubadoras, membros desta associação abrangendo 42 países e totalizando em torno de 30.000 empresas. Do panorama apresentado 68% dos parques estão localizados dentro de um campus universitário, 32% fora desta

condição e 83% dos parques possuem incubadoras. Das empresas que residem nos parques científicos e tecnológicos 47% são de serviços avançados, 19% são instituições de pesquisa, 13% são indústrias e 21% de outros ramos de atividade. Na Europa, América Latina e Ásia prevalece em 44%, 79% e 44% respectivamente do universo pesquisado os serviços avançados, e na América do Norte 52% dos parques apresentam na sua maioria institutos de pesquisa ou seja 52% do universo pesquisado. A Ásia lidera no número de postos de trabalho gerado dentro dos parques e incubadoras. Na média anual os parques e incubadoras que apresentam maior orçamento para a administração destes empreendimentos são a Europa, seguida da América do Norte, América Latina e Ásia.

Uma das fortes características da economia norte-americana é o mecanismo de capital de risco. Muitas incubadoras americanas recebem demanda de investidores atraídos pela presença de empresas inovadoras que desenvolvem produtos, processos e serviços de alta tecnologia.

No relatório anual da associação norte-americana – NBIA (2001, p. 1), realizado em 1998 que trabalhou com um universo de 587 incubadoras associadas, levantou-se que as incubadoras americanas criaram em torno de 19.000 empresas que ainda estão no mercado, e geraram mais de 245.000 empregos naquele ano. No levantamento de 1997 foi constatado também, que nas incubadoras a média de empreendimentos é de 20 empreendimentos.

As incubadoras norte-americanas tem apresentado um impacto positivo na economia americana. De acordo com um estudo apresentado em 1997 pela NBIA, 87% das empresas graduadas nos EUA ainda estão no mercado demonstrando que as incubadoras reduzem o risco de pequenas empresas falirem.

Segundo a NBIA (2001, p.2) de cada US$1 aplicado em uma incubadora com recursos públicos anualmente, há um retorno de aproximadamente de US$45.00 das empresas graduadas por meio de impostos locais. Das empresas graduadas nos EUA, 84% continuam investindo na comunidade e provendo retorno para seus investidores.

O suporte público nas incubadoras gera empregos que custam US$1.100,00 para o governo e em outras áreas públicas de suporte, os custos por emprego gerado

pode alcançar em média US$10.000,00 por emprego criado. A NBIA estima que as incubadoras norte-americanas criaram por meio de suas empresas em torno de 500.000 empregos desde 1980. De cada 50 empregos criados nas incubadoras mais 25 são absorvidos na própria comunidade.

Estima-se que 75% das incubadoras americanas são sem fins lucrativos e 25% almejam lucro.

Quanto aos promotores das incubadoras americanas, 51% das incubadoras são promovidas pelo governo e não visam lucro e 27% são vinculadas ou tem uma forte relação com universidades e escolas, nas quais muitas vezes, viabilizam as pesquisas realizadas em negócios e promovem a geração de empreendimentos. Outro dado aponta que 16% das incubadoras são híbridas, ou seja, são constituídas por iniciativas conjuntas do governo, instituições sem fins lucrativos e organizações privadas. Estes parceiros promovem as incubadoras no acesso a recursos e fundos do governo, especialistas e financiamento do setor privado. As incubadoras mantidas por grupo de investimentos, 8 % são privadas e visam lucro. O principal interesse é econômico, pois é esperado das empresas incubadas retorno do investimento, aplicação de novas tecnologias, transferência de tecnologia e valor agregado no desenvolvimento comercial e industrial do estado da arte. Também há uma parcela de 5% de incubadoras mantidas por promotores não convencionais como igrejas, câmaras de comércio, distritos portuários e outros. (NBIA, 2001, p.1)

Alguns países da América Latina têm demonstrado grandes avanços econômicos e tecnológicos principalmente o Brasil, que tem atraído investimentos estrangeiros. Na área de incubadoras de empresas o Brasil tem se destacado pelo crescimento contínuo do número de incubadoras. Segundo a Anprotec (2002), o número de incubadoras chega a 183 sendo que 57% são de base tecnológica, conforme figura 2. Estes dados refletem resultados significativos na economia brasileira como mais de 10.000 empregos gerados pelo movimento de incubadoras de empresas no Brasil.

Figura 2 - Análise de evolução das incubadoras: Classificação das incubadoras Fonte: ANPROTEC. Pesquisa 2002.ppt. Panorama das Incubadoras/Pesquisa 2002. Power Point. Disponível em: <http://www.anprotec.org.br> Acesso em outubro de 2002.

Este panorama confirma que as incubadoras são um importante instrumento de desenvolvimento regional. Analisando o caso do Estado do Paraná, particularmente as incubadoras da sua capital é evidente que sob alguns parâmetros, elas têm trazido resultados satisfatórios que contribuem para a economia e, são consideradas empreendimentos indutores para o desenvolvimento tecnológico e social.

Como mostra a pesquisa do Instituto PROINTER, sociedade civil que busca facilitar a interação entre universidades, governo e a iniciativa privada, divulgou os resultados da pesquisa “Avaliação dos investimentos em incubadoras de empresas no estado do Paraná”. O estudo, feito com apoio técnico do IBQP-PR (Instituto Brasileiro da Qualidade e da Produtividade no Paraná) e financiado pelo IEL-PR (Instituto Euvaldo Lodi do Paraná), foi realizado durante o segundo semestre de 2001 e o primeiro de 2002, tendo como universo de pesquisa 9 incubadoras e 101 empresas

1 4 % 1 8 % 1 4 % 1 4 % 2 2 % 2 3 % 3 1 % 2 9% 6 4 % 5 9 % 5 5 % 5 7 % 0% 1 0% 20 % 3 0 % 40 % 5 0 % 60 % 7 0 % M is ta T r a diciona l T ec no ló gic a 2 00 2 2 00 1 2 00 0 1 99 9

residentes e graduadas (81% do total) existentes em dezembro de 2000 (data base da pesquisa).

A pesquisa apontou que 87% das empresas consideram importante o programa de incubação para o sucesso dos seus empreendimentos, avaliando positivamente os serviços prestados pelas incubadoras. As principais reivindicações dos empresários são por um maior apoio para a capitalização e gerenciamento contábil e financeiro de suas empresas. A pesquisa mostrou também que a principal fonte de financiamento das empresas, na data base da pesquisa, são os recursos pessoais dos empresários. No entanto, cabe ressaltar que, de acordo com essa mesma pesquisa, essa situação tem se alterado nos últimos dois anos.

Com relação especificamente as incubadoras, a pesquisa revelou ainda que: •= Para cada R$ 1,00 gasto nas incubadoras até o ano de 2000, as empresas

incubadas geraram R$ 4,60 em impostos sobre a produção e circulação;

•= Para cada emprego gerado na incubadora, as empresas incubadas criaram 6,5 empregos diretos;

•= Para cada emprego gerado pelas empresas, pode-se estimar que outros 3,7 empregos indiretos estão sendo criados na economia brasileira.

(OSORIO, 2001, p. 12)