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Estruturaorganizaçãoegestãodeincubadorastecnológicas

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Academic year: 2021

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(1)MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO PARANÁ DEPARTAMENTO DE ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA - PPGTE. DISSERTAÇÃO ESTRUTURAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE INCUBADORAS TECNOLÓGICAS. CRISTIANE STAINSACK. CURITIBA MARÇO DE 2003.

(2) CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA - PPGTE. ESTRUTURAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE INCUBADORAS TECNOLÓGICAS. Cristiane Stainsack. Dissertação apresentada como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Tecnologia, área de concentração: Inovação Tecnológica. Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná. Orientador: Prof. Dr. Alfredo Iarozinski Neto.. CURITIBA 2003.

(3) S782e. Stainsack, Cristiane Estruturação, organização e gestão de incubadoras tecnológicas / Cristiane Stainsack. – Curitiba : CEFET-PR, 2003. 113 f. : il. ; 30 cm Orientador : Prof. Dr. Alfredo Iarozinski Neto Dissertação (Mestrado) – CEFET-PR. Curso de Pós-Graduação em Tecnologia. Curitiba, 2003. Bibliografia : f. 109-13 1. Incubadoras de empresas. 2. Inovações tecnológicas. 3. Planejamento Regional. 4. Entrepreneurship. I. Iarozinski Neto, Alfredo, orient. II. Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná. Curso de Pós-Graduação em Tecnologia. III. Título. CDD : 658.04 CDU : 658.

(4) CRISTIANE STAINSACK. ESTRUTURAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE INCUBADORAS TECNOLÓGICAS. Dissertação apresentada como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Tecnologia, área de concentração: Inovação Tecnológica. Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná. Orientador: Prof. Dr. Alfredo Iarozinski Neto.. CURITIBA 2003.

(5) DEDICATÓRIA. Dedico este trabalho a comunidade tecnológica, em especial, aos gerentes de incubadoras que lutam pelo sucesso das pequenas empresas de base tecnológica brasileiras. Aos profissionais e amigos, Gina Paladino, Rubens Eduardo Novicki e Domingos Portilho Filho que me apoiaram no início da minha vida profissional e me conduziram ao tema de incubadoras de empresas que hoje é a minha grande especialidade e minha paixão.. ii.

(6) AGRADECIMENTOS. Ao orientador Prof. Alfredo Iarozinski Neto pelo apoio e dedicação; A INTEC, especialmente a Paulo Ferrazza pelo incentivo, Kelly Tamura e Rosi Mouro pela ajuda no trabalho; Aos professores Maria Wilma Nadal, Carlos Artur Passos e Herivelto Moreira; A. Ubiratan. de. Lara. do. IEL/PR. pelo. apoio. incondicional; A minha amiga Ana Paula Ehlert e Claudia Schittini pela ajuda na revisão do trabalho; Aos amigos, pelas palavras de incentivo.. iii.

(7) SUMÁRIO. LISTA DE FIGURAS ............................................................................................. vi LISTA DE QUADROS .......................................................................................... vii LISTA DE ABREVIATURAS E LISTA DE SIGLAS ............................................ viii RESUMO................................................................................................................ x ABSTRACT........................................................................................................... xi 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1 1.1 A IMPORTÂNCIA DAS INCUBADORAS.......................................................... 1 1.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA .................................................................... 3 1.3 OBJETIVOS ..................................................................................................... 5 1.3.1 Objetivo Geral................................................................................................ 5 1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 5 1.4 JUSTIFICATIVA................................................................................................ 6 1.5 METODOLOGIA ............................................................................................... 7 1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ......................................................................... 7 2 INCUBADORAS E EMPREENDEDORISMO...................................................... 9 2.1 INCUBADORAS TECNOLÓGICAS .................................................................. 9 2.1.1 SITUAÇÃO ATUAL DAS INCUBADORAS DE EMPRESAS ....................... 17 2.2 ABORDAGEM CONCEITUAL ........................................................................ 21 2.3 GESTÃO DE INCUBADORAS ....................................................................... 25 2.4 INCUBADORAS E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E ECONÔMICO 26 2.5 EMPREENDEDORISMO ............................................................................... 29 3 MODELOS DE REFERÊNCIA PARA ORGANIZAÇÃO DE INCUBADORAS . 37 3.1 MODELO DE REFERÊNCIA BASEADO EM BOLTON.................................. 38 3.2. MODELO DE REFERÊNCIA BASEADO EM SMILOR/GILL ........................ 46 3.3. MODELO DE REFERÊNCIA BASEADO EM RICE/MATTEWS ................... 59 3.4.MODELO. GERAL:. PRINCIPAIS. FATORES. DE. ORGANIZAÇÃO. DE. INCUBADORAS ................................................................................................. 70. iv.

(8) 4 ANÁLISE DOS MODELOS DE ORGANIZAÇÃO DE INCUBADORAS DE EMPRESAS EM ALGUNS PAÍSES ..................................................................... 75 4.1 A EXPERIÊNCIA DE INCUBADORAS DE EMPRESAS ............................... 76 4.2 A EXPERIÊNCIA DAS INCUBADORAS DE EMPRESAS NOS ESTADOS UNIDOS ............................................................................................................... 79 4.2.1 O CASO DE AUSTIN: AUSTIN TECHNOLOGY INCUBATOR (ATI)........... 81 4.3 A EXPERIÊNCIA DAS INCUBADORAS DE EMPRESAS NA FRANÇA ....... 84 4.3.1 O CASO DE MONTPELLIER: CENTRE EUROPÉEN D’ENTREPRISES ET D’INOVATION (CAP ALPHA) ............................................................................... 86 4.4 A EXPERIÊNCIA DAS INCUBADORAS DE EMPRESAS NO BRASIL ......... 89 4.4.1 O CASO DE CURITIBA: INCUBADORA TECNOLÓGICA DE CURITIBA (INTEC) ............................................................................................................... 92 4.5. ANÁLISE DAS INCUBADORAS APRESENTADAS EM RELAÇÃO AOS FATORES CRÍTICOS PARA O SUCESSO ........................................................ 98 5 CONCLUSÕES ............................................................................................... 104 5.1 QUANTO AS CONTRIBUIÇÕES.................................................................. 107 5.2 QUANTO AS LIMITAÇÕES.......................................................................... 108 5.3 QUANTO AS RECOMENDAÇÕES PARA FUTUROS TRABALHOS........... 108 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 109. v.

(9) LISTA DE FIGURAS. FIGURA 1 - PANORAMA 2002: INCUBADORAS EM OPERAÇÃO..................... 16 FIGURA 2 - PANORAMA 2002: ANÁLISE DE EVOLUÇÃO DAS INCUBADORAS CLASSIFICAÇÃO DAS INCUBADORAS ............................................................. 19 FIGURA 3 - O SUPORTE DE INFRA-ESTRUTURA ............................................ 39 FIGURA 4 - O AMBIENTE OPERACIONAL ......................................................... 42 FIGURA 5 - ENTRADAS E SAÍDAS DA INCUBADORA DE EMPRESAS ........... 47 FIGURA 6 - FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO PARA O DESENVOLVIMENTO DE INCUBADORAS DE EMPRESAS .................................................................. 48 FIGURA 7 - O PROCESSO DE INCUBAÇÃO...................................................... 62 FIGURA 8 – DEZ FATORES RECOMENDÁVEIS PARA O SUCESSO DE UMA INCUBADORA TECNOLÓGICA........................................................................... 71. vi.

(10) LISTA DE QUADROS. QUADRO 1 - MODELO GERAL: PRINCIPAIS FATORES DE ORGANIZAÇÃO DE INCUBADORAS ................................................................................................... 70 QUADRO 2 - ANÁLISE DAS INCUBADORAS APRESENTADAS EM RELAÇÃO AOS FATORES CRÍTICOS PARA O SUCESSO ............................................... 100. vii.

(11) LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS ANPROTEC. - Associação Nacional de Entidades Pomotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas. ANVAR ATI BID CAP ALPHA CEI CEEI CEFET/PR CITPAR CNI CNPq. -. COMINT CT-ENERG CT-PETRO ELAN FFBI FIEP FIESC FTEI GAMENET GE GEM HP IASP IBQP/PR IBM IC2 IEL INTEC MCT MIT MRT. -. NBIA NCIAA OECD PARQTEC PATME. -. Agence Nationale pour la Valorisation de la Recherche Austin Technology Incubator Banco Interamericano de Desenvolvimento Centre Européen d’Entreprise et Inovation Centres d’Entreprises et d’Inovations Centre Européen d’Entrepises et d’Innovation Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná Centro de Integração de Tecnologia do Paraná Confederação Nacional da Indústria Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Comissão de Integração Universidade/Indústria Fundo Nacional de Energia Fundo Nacional de Petróleo e Gás Natural Associação de Diretores de Pépinières Fédération Française des Bio Incubateurs Federação das Indústrias do Estado do Paraná Federação das Indústrias de Santa Catarina France Technopole Entreprise Innovation Rede Paranaense de Jogos de Entretenimento General Electric Global Entrepreneurship Monitor Hewlett Packard International Association of Sciense Parks Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Paraná Internacional Business Machine Innovation, Crativity, Capital Instituto Euvaldo Lodi Incubadora Tecnológica de Curitiba Ministério da Ciência e Tecnologia Massachutes Institute of Technology Ministère de L’Education Nationale, de la Recherche et de la Technologie National Business Incubation Association National College Inventors and Innovators Alliance Organization for Economic Cooperation and Development Fundação Parque de Alta Tecnologia de São Carlos Programa de Apoio Tecnológico às Micro e Pequenas Empresas viii.

(12) PUC/PR REPARTE SEBRAE SETI. -. Pontifícia Universidade Católica do Paraná Rede Paranaense de Incubadoras e Parques Tecnológicos Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas Empresas Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná - Programa Brasileiro de Software para Exportação. SOFTEX 2000 TECPAR. - Instituto de Tecnologia do Paraná. ix.

(13) RESUMO. Este trabalho parte da análise dos modelos de organização e funcionamento de incubadoras tecnológicas, das proposições teóricas existentes na literatura e experiências de três países: Estados Unidos, França e Brasil. O propósito deste estudo foi destacar os fatores necessários para estruturação, organização e gestão de incubadoras, identificar as características distintas no processo de incubação e sua interação ao ambiente. A partir de modelos de referência encontrados na literatura e o estudo de incubadoras em diferentes países, procurou-se mostrar a importância de adotar estes fatores, considerados críticos para o sucesso, afim de servir como referência à novas iniciativas ou melhorar as já existentes.. Palavras chaves: desenvolvimento regional, empreendedorismo, incubadoras tecnológicas, melhores práticas de incubação de empresas.. x.

(14) ABSTRACT. This work is based upon the analysis of the organization and operation of technology based incubators, as well as on theoretical proposals available in the specialized literature on this subject, and on the experience gained by the author in three countries: USA, France and Brazil. The objective of this study is to put into perspective, the main factors influencing the structure, organization and management of the incubation process and its interaction with the external environment. Starting from the benchmark models available in the literature and taking into account the studies made at incubators in several countries, the author intends to demonstrate the importance of adopting these factors, as critical factors for the success of these initiatives, as well as reference for improving the current and future initiatives. Keywords: regional development, entrepreneurship, technology based incubators, best practices for company incubation.. xi.

(15) 1. CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO. 1.1 A IMPORTÂNCIA DAS INCUBADORAS. O movimento de incubadoras no Brasil, iniciado na década de 80, tem sido crescente e, em 2002 atingiu a marca de 183 incubadoras de empresas em operação no Brasil. A evolução registrada entre 2000 e 2001, mostra uma taxa média anual de crescimento na ordem de 11% em relação aos anos anteriores, segundo a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas ANPROTEC. É necessário diante deste quadro que as incubadoras, sejam planejadas e estruturadas adequadamente para garantir condições favoráveis a consolidação dos empreendimentos atendidos. Como ressalta DORNELAS (2001, p.1):. Quando um movimento como este cresce tão rapidamente, faz-se necessário adotar medidas de controle, acompanhamento e avaliação das ações empreendidas, com o intuito de se nortear as atividades de cada incubadora em particular, rumo a um objetivo comum de criação de empresas competitivas. Não se pode correr o risco de apenas promover a criação de um grande número de incubadoras de empresas sem a indução de ações que efetivamente garantam o sucesso dessas incubadoras e das empresas incubadas.. As incubadoras de empresas no Brasil e outros países vem conquistando anualmente uma elevada taxa de crescimento e uma grande importância no contexto do desenvolvimento econômico e regional onde estão inseridas. Hoje existem incubadoras espalhadas pelo mundo todo com diferentes particularidades e objetivos. Segundo o Professor Rustam Lalkaka, em apresentação na Conferência Mundial de Incubadoras realizada no Rio de Janeiro em 2001, existem hoje mais de 3.000 incubadoras de empresas, sendo que 900 destas estão em operação nos Estados Unidos. A experiência acumulada das incubadoras espalhadas pelo mundo pode ser útil para a gestão das incubadoras brasileiras. Deste modo, é recomendável conhecer e analisar algumas experiências internacionais, algumas pioneiras e bem sucedidas, que.

(16) 2. utilizam as incubadoras, pólos e parques tecnológicos como importante instrumento de desenvolvimento tecnológico, social e econômico. No ano de 2000 na reunião de trabalho para definição de propostas ao fomento dos processos de incubação de empresas de base tecnológica realizada pela Diretoria de Programas Temáticos e Setoriais do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, em Brasília, vários pontos foram apontados, entre eles (CNPq 2000, p. 7-8): •=. Para o desenvolvimento científico e tecnológico do país, o apoio a projetos relacionados a ciências exatas, a ciências sociais ou a outros campos devem ser considerados como parte de cadeias produtivas, integrando desde a pesquisa básica até o fornecimento de bens e serviços ao mercado.. •=. As. incubadoras. de. empresas. de. base. tecnológica. tendem. a. ser. multidisciplinares. Essa situação favorece uma intensa sinergia das empresas incubadas,. propiciada. pela. complementaridade. das. diversas. disciplinas. presentes, além de contribuir para a viabilidade econômica da incubadora. •=. As incubadoras induzem ações positivas para as suas gestoras ou instituições em que se encontram, como nas universidades que passam a ofertar disciplinas de empreendedorismo nos seus cursos a partir da motivação trazida por suas incubadoras.. •=. As. incubadoras. tendem. a. contribuir. de. forma. significativa. para. o. desenvolvimento regional inovador, como “parques tecnológicos”, “pólos de desenvolvimento integrado” e “transformações tecnopolitanas”. •=. O processo de incubação de empresas passa a ser cada vez mais profissional criando-se mecanismos de gestão, controle e avaliação. Tende a agregar e articular. os. diversos. aspectos. e. atividades. subjacentes. à. criação. e. desenvolvimento de empresas e aos desdobramentos dos processo de incubação, considerando instituições e sistemas regionais de inovação em que se situam..

(17) 3. •=. O êxito do movimento de incubadoras de empresas de base tecnológica inspirou a estruturação de mecanismos ou ambientes semelhantes, como “incubadoras de empresas de base tradicional” e ”condomínios de empresas”. Porém, o uso indiscriminado do termo “incubadora de empresas” pode enfraquecer a visibilidade dos objetivos maiores da incubadora de empresas de base tecnológica, em especial a busca de inovação com alto potencial de crescimento. O enfraquecimento do conceito da incubação de empresas de base tecnológica pode prejudicar significativamente o movimento como um todo. Sendo assim, a proposição de modelos que facilitem e orientem a estruturação,. organização e gestão de uma incubadora tecnológica, tendo como base modelos teóricos e práticas de sucesso, podem favorecer de maneira considerável no sucesso da incubadora e de suas empresas.. 1.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA. No final de 1999 e início de 2000, o CNPq realizou um estudo visando avaliar o desempenho das 23 incubadoras beneficiadas por editais e identificar e equacionar os problemas enfrentados por essas incubadoras. Foi observando que a maioria dos problemas ocorrem, em especial pelos seguintes motivos: •= dificuldade de inserção das incubadoras na estrutura e na cultura das instituições de ensino e pesquisa às quais estão vinculadas; •= falta de uma articulação adequada das agências de fomento no país; •= gerências mais orientadas para aspectos administrativos que para a prospecção de oportunidades e sua transformação em empreendimentos na incubadora. Em sua conclusão, o estudo recomendou o aperfeiçoamento dos processos de incubação de empresas de base tecnológica no país no âmbito dos sistemas regionais de inovação em que se inserem tais processos. A inexistência de um conjunto de elementos favoráveis a sustentação de uma incubadora de empresa dentro de uma visão sistêmica, que garante o desenvolvimento.

(18) 4. e a consolidação empresarial dos empreendimentos atendidos, mostra que algumas incubadoras ainda trabalham com uma estrutura ineficiente e adotam estratégias que não valorizam seu papel de agente indutor de desenvolvimento econômico. Algumas destas iniciativas ainda se baseiam em imediatismo político ou pelas influências de incubadoras existentes. A pesquisa voltada às incubadoras, pólos e parques ainda é restrita pela ausência de publicações científicas nesta área, principalmente às nacionais. Muitas instituições de ensino, pesquisa, órgãos governamentais e iniciativa privada desconhecem a relação que a incubadora tem com outros agentes que promovem o desenvolvimento local. A partir de sua implementação, muitas incubadoras enfrentam problemas que podem ser resolvidos através de um planejamento adequado, do apoio político, financeiro e articulação com outros agentes de inovação. Dificuldades como a inexistência de investimento baseado em capital de risco, baixa demanda qualificada de projetos nas incubadoras brasileiras e a falha na formação gerencial dos empreendedores refletem a pouca sinergia no ambiente no qual as incubadoras estão inseridas. A partir da revisão bibliográfica e uma análise da experiência brasileira e de outros dois países, foi realizado um estudo exploratório visando colocar em evidência os principais fatores que contribuem para o sucesso de uma incubadora.. Perguntas de Pesquisa •= Considerando os modelos teóricos de organização e gestão de incubadoras de empresas, quais os fatores que têm maior relevância? •= Como estes fatores influenciam na organização e gestão de incubadoras tecnológicas? •= A experiência prática de funcionamento das incubadoras pode contribuir ao processo de proposição de um modelo de organização de incubadoras?. 1.3 OBJETIVOS.

(19) 5. Analisando a experiência norte-americana, francesa e brasileira, foram apontados os principais fatores de sucesso destes empreendimentos, com base em um modelo de referência. Foram destacados os pontos fortes de cada incubadora considerando as características sociais, políticas e culturais do ambiente em que estão inseridas. A partir da descrição e análise dos modelos de referência existentes, são estudados. fatores. organização. como. gerencial,. localização. perfil,. da. demanda. incubadora, dos. infra-estrutura. empreendimentos. oferecida,. atendidos. e. financiamento para as incubadoras e para as empresas de base tecnológica beneficiadas neste processo.. 1.3.1 Objetivo geral. O objetivo geral desta pesquisa é estudar modelos teóricos de organização e gestão de incubadoras tecnológicas analisando os fatores críticos de sucesso a partir do estudo de três casos.. 1.3.2 Objetivos específicos •= Apresentar os principais elementos para a estruturação e gestão de incubadoras tecnológicas a partir de modelos de referência encontrados na literatura; •= Apresentar as diferenças de modelos de funcionamento das incubadoras estudadas; •= Verificar o grau de importância dos fatores levantados no funcionamento prático das incubadoras; •= Descrever e analisar incubadoras tecnológicas apontadas no trabalho. 1.4 JUSTIFICATIVA.

(20) 6. Com o crescente movimento de incubadoras de empresas no Brasil, é necessário conhecer e utilizar diversos mecanismos de fomento, financiamento e de infra-estrutura para viabilizar condições necessárias e favoráveis ao suporte de empresas de base tecnológica inseridas em mecanismos como incubadoras, parques e pólos tecnológicos. No presente trabalho, o estudo de casos internacionais e a apresentação de fatores críticos para o sucesso de uma incubadora, bem como a sua contextualização num ambiente sistêmico e integrado, confirmam que as incubadoras contribuem para o desenvolvimento econômico e tecnológico de uma região. A restrição de referências bibliográficas nacionais sobre modelos de estruturação e funcionamento de incubadoras de empresas de base tecnológica, sinaliza que é necessário buscar modelos a partir de experiências bem sucedidas considerando as melhores práticas e elementos nos quais fundamentam o processo de incubação de empresas. Segundo DORNELAS (2001, p.2), analisando o rápido crescimento das incubadoras de empresas no Brasil, percebe-se que a maioria das incubadoras estão sendo criadas sem alguns critérios básicos. Predomina-se em alguns casos, fatores políticos, na qual julga-se que o principal objetivo da incubadora é de promover a criação de empregos. Isto pode levar ao fracasso, pois a incubadora deve gerar empresas competitivas que consequentemente criam empregos.. ...Na verdade, grande parte dessas incubadoras são condomínios de empresas convencionais, onde as despesas comuns são divididas entre as empresas participantes, o que diverge do conceito de incubadora de empresas, que é mais amplo. Isso pode, a médio ou longo prazo, trazer graves conseqüências para o desenvolvimento econômico regional, provocando um certo descrédito ao movimento de criação de incubadoras de empresas e, em conseqüência disso, trazer prejuízos às empresas nascentes e seus empreendedores, que não encontrarão as facilidades e incentivos necessários para impulsionar seu negócio. (DORNELAS, 2001, p. 2).. Com esta preocupação, o presente trabalho apresentará diversos fatores nos quais uma incubadora de empresas deve ter para evitar amadorismo e despreparo gerencial e organizacional. Tendo como base modelos teóricos existentes e exemplos.

(21) 7. bem sucedidos de incubadoras tecnológicas, procura-se mostrar que a estrutura operacional e de gestão da incubadora é importante, porém, não podemos deixar de mencionar elementos externos que também interferem no desempenho da mesma.. 1.5 METODOLOGIA. A metodologia baseia-se em uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório a partir de estudos de casos. Esta dissertação é argumentativa pelo fato de buscar vários modelos de referência para analisar e apresentar contribuições ao sistema encontrado nas incubadoras brasileiras. A pesquisa fundamenta-se em observação individual e assistemática (sem planejamento e controle previamente elaborados). A pesquisa se orienta também na sistemografia que é uma modelização dos sistemas complexos ou seja, o objeto de estudo é observado a partir de experiências reais e práticas na qual extrai-se modelos de referência a partir da análise do observador. Diante disso, são assimilados fatores e elementos que podem contribuir para um processo de construção de um modelo, neste caso passar a agregar melhorias ou orientações dirigidas ao objeto de estudo. Como uma fotografia, os fenômenos são observados pelo pesquisador e a partir da captura de conhecimento estes são interpretados conforme a ótica do observador. (LE MOIGNE, 1990).. 1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO. A partir da fundamentação teórica, no segundo capítulo, procura-se dar uma visão conceitual sobre incubadoras, sua origem e seu posicionamento em relação aos parques e pólos tecnológicos, bem como, uma rápida visão da evolução do processo de incubação. O tema gestão de incubadoras é abordado neste capítulo, bem como as incubadoras e a relação com o desenvolvimento regional. Será apresentado o cenário do empreendedorismo no Brasil e no mundo e sua importância no processo de formação de empresas..

(22) 8. No terceiro capítulo foi feito um estudo da bibliografia existente com o objetivo de levantar modelos de organização e gestão que sirvam de referência para análise dos casos. A partir do estudo de três autores, os quais apontam os principais fatores utilizados na estruturação, organização e gestão de algumas incubadoras, será proposto fatores para organização de incubadoras tecnológicas. No quarto capítulo, foi feito um relato de visitas realizadas no período de 1999 e 2002. e observações “in loco” das experiências estrangeiras de incubadoras nas. cidades de Austin - ATI (Estados Unidos), Montpellier - CAP ALPHA (França) e a experiência de Curitiba - INTEC (Brasil). No mesmo capítulo será apresentado um quadro de análise das incubadoras apresentadas em relação aos fatores críticos de sucesso levantados no capítulo anterior. No último capítulo serão apontadas as conclusões quanto aos seus objetivos, contribuições, limitações e recomendações para futuros trabalhos. No final deste trabalho serão citadas as referências bibliográficas.. CAPÍTULO 2 INCUBADORAS E EMPREENDEDORISMO. Neste capítulo serão apresentadas algumas referências históricas, conceituais, terminologias utilizadas e a situação atual das incubadoras de empresas de base.

(23) 9. tecnológica no Brasil e no mundo. Serão abordadas as características do seu gestor e a contribuição das incubadoras para o desenvolvimento tecnológico e econômico. Pela forte relação e influência neste processo será abordado neste capítulo o tema empreendedorismo, as características de um ambiente empreendedor e as suas relações.. 2.1 INCUBADORAS TECNOLÓGICAS. As incubadoras tecnológicas constituem parte integrante dos pólos e parques tecnológicos e geralmente apresentam como objetivo prestar apoio a novos empreendedores,. normalmente. de. maneira. subsidiada,. instalações. físicas,. fornecimento de serviços técnicos e administrativos às empresas nascentes, por determinado período de tempo. O modelo institucional básico dos pólos e parques tecnológicos, mundialmente difundidos, teve sua origem na experiência americana da região hoje conhecida como “Vale do Silício” na Califórnia e “Route 128” em Massachusetts, e estão estreitamente vinculados ao desenvolvimento da microeletrônica e informática, no período pós-guerra. Estes aglomerados de empresas de base tecnológica surgiram próximas às Universidades de Harvard e Standford e do Massachutes Institute of Technology (MIT) como resultado de uma série de ações conjuntas empreendidas pelo governo americano, instituições acadêmicas e a indústria local que, durante o período da guerra fria, propiciou o desenvolvimento de produtos e processos inovadores nas áreas de microeletrônica e informática e, consequentemente, a consolidação de empresas de relevância mundial, como Internacional Business Machine (IBM), Hewlett Packard (HP), General Electric (GE), entre outras. Esta. experiência,. considerada. paradigmática,. difundiu-se. amplamente,. primeiramente na Europa e posteriormente para os demais continentes, dada a crença de que tais arranjos institucionais e locacionais poderiam alavancar o desenvolvimento econômico de países ou regiões em desenvolvimento, ou mesmo, reverter o quadro declinante de alguns setores industriais..

(24) 10. Para DIAS e CARVALHO (2002, p.13), os programas de incubação de empresas nasceram nos Estados Unidos, da expansão de três movimentos, que se desenvolveram simultaneamente – o de condomínios de empresas, o de programas de empreendedorismo e o de investimentos em novas empresas de tecnologia. No final da década de 1950, uma das maiores indústrias do estado de Nova Iorque fechou as portas, deixando um galpão de 80 mil metros quadrados e uma taxa de 20% de desemprego na região. Com o intuito de reverter o quadro negativo que se formava, uma importante família da região, a família Mancuso, resolveu adquirir a área deixada pela empresa para arrendá-la a uma outra empresa que pudesse empregar a população e reacender o mercado regional. Entretanto, em 1959, a família desistiu da idéia de arrendar o prédio para uma grande empresa e decidiu, ao invés, dividi-lo para que várias empresas de menor porte pudessem ali residir. Josefh Mancuso, o líder do projeto, adicionou ao “condomínio”. um pequeno rol de serviços que poderiam ser. acessados de forma compartilhada pelas empresas ocupantes do prédio. Dentre as primeiras empresas que Mancuso hospedou estava um aviário, que acabou conferindo ao prédio o apelido de incubadora. No MANUAL para implantação...(2002, p.15), diz que o êxito da região hoje conhecida como Vale do Silício, na Califórnia, foi significativo para a concepção de incubadoras de empresas. Isto se deve à iniciativa como da Universidade de Standford, que na década de 50 já criava um Parque Industrial e, posteriormente, um Parque Tecnológico (Standford Research Park). Estes tinham como objetivo promover a transferência da tecnologia desenvolvida na universidade às empresas e a criação de novas empresas intensivas em tecnologia, sobretudo do setor eletrônico. O grande sucesso obtido com essa experiência estimulou a reprodução de iniciativas semelhantes em outras localidades, dentro e fora dos Estados Unidos. É interessante saber que, em 1937, mesmo antes da instalação do Parque, a Universidade apoiou os fundadores da Hewlett Packard, que eram alunos recém-graduados. Receberam auxílio para abrir uma empresa de equipamento eletrônico, receberam bolsas e tiveram acesso ao laboratório de Radiocomunicações da Universidade..

(25) 11. Segundo a associação norte-americana de incubadoras (National Business Incubation Association - NBIA) as incubadoras empresariais tornaram-se conhecidas na década de 70, mas a iniciativa mais antiga de processo de incubação começou na Batavia, Nova York, em 1959 devido a três acontecimentos simultâneos. O primeiro deles foi a ocupação de prédios abandonados por pequenas empresas em distritos industriais. O segundo motivo foi o surgimento da Fundação Nacional de Ciência que promovia o empreendedorismo e a inovação da maioria das universidades americanas. E o terceiro fator por diversas iniciativas de empreendedores de sucesso ou grupo de investidores que procuravam investir em novas empresas num ambiente promissor de inovação tecnológica e de comercialização (NBIA, 2001, p.2). Os dados sobre incubadoras nos Estados Unidos, onde existem há muito mais tempo, indicam mais de 800 incubadoras que abrigam aproximadamente 11.500 empresas. De acordo com o MANUAL para implantação...(2002, p.15), a estrutura que as incubadoras apresentam atualmente, no entanto, configurou-se na década de 70 nos Estados Unidos. No início dos anos 80, nos Estados Unidos e na Europa Ocidental, governos locais, universidades e instituições financeiras se reuniram para promover o processo de industrialização de regiões pouco desenvolvidas ou em fase de declínio, decorrente da recessão dos anos 70 e 80. A motivação era de natureza econômica e social, visando a criação de postos de trabalho, geração de renda e de desenvolvimento econômico. Foram concebidas, portanto, dentro de um contexto de políticas governamentais que tinham o objetivo de promover o desenvolvimento regional. Assim, além de focalizarem setores de alta tecnologia, privilegiaram também setores tradicionais da economia, não intensivos em conhecimento, com o objetivo de aprimorar processos de produção e de inovar produtos. A criação de incubadoras vinculadas a universidades e/ou dentro de parques tecnológicos foi, assim, acompanhada do surgimento de incubadoras sem ligações formais com instituições de ensino e pesquisa. No mundo inteiro incubadoras de empresas foram surgindo principalmente em países em desenvolvimento, a exemplo da China, Índia, México, Argentina, Turquia e Polônia, entre outros. “Na Europa, as incubadoras surgiram inicialmente na Inglaterra, a partir do fechamento de uma subsidiária da British Steel.

(26) 12. Corporation, que estimulou a criação de pequenas empresas em áreas relacionadas com a produção do aço, preconizando uma terceirização, e também em decorrência do reaproveitamento de prédios subtilizados”. (MANUAL para a implantação..., 2002 p.1516).. Segundo a OECD (Organization for Economic Cooperation and Development) em pesquisa realizada em 1997, existem mais de 50 incubadoras na Austrália e aproximadamente 200 incubadoras na França e 200 incubadoras na Alemanha. De acordo com LEMOS (1988, p.3-4), o Estado foi o principal agente indutor na criação de pequenas empresas na França. O motivo relevante foi a existência de uma série de barreiras que dificultava a criação de novos empreendimentos. A partir da segunda metade dos anos 70, estabeleceu-se uma política que foi executada por meio de diversas ações, destacando-se: a proliferação de cursos para a criação de empresas nas universidades, agilização do processo para criação da empresa, concessão de incentivos fiscais para empresas que se implantassem em regiões debilitadas, implantação da licença reversível para funcionários de estatais e instituições acadêmicas que desejassem criar suas empresas, criação de uma agência nacional para fomentar a criação de empresas. Nesta mesma época, também com o apoio do governo francês, foram criadas “tecnópoles” para viabilizar o aumento no número de empresas de base tecnológica, dos quais destaca-se “Sophia-Antipolis”. Na França o termo “Incubateur” é aplicado às estruturas que apoiam empreendedores antes da criação de uma empresa, como as chamadas préincubadoras no Brasil. O termo “pépinière” também é muito empregado neste país, mas para estruturas de apoio a empresas depois de sua criação (representa as chamadas incubadoras de empresas). Para os franceses nos Estados Unidos o termo “Incubator” que designa pépinières pode ser traduzido por “Innovation Center”, porém de um modo geral o termo “Incubator” corresponde a uma estrutura de apoio às empresas já constituídas ou não. (ALBERT et al., 2002, p.8). A primeira incubadora foi criada na “Ecoles des Mines” é uma das primeiras experiências de “pépinières d’entreprises” no país ocorreu em 1995 em Evry. Foi criado.

(27) 13. em 1989 a ELAN (Associação de Diretores de Incubadoras) e a FRANCE CEEI em 1995 que é a rede das CEEI (Centre Européen d’Entrepises et d’Innovation), um braço da rede européia EBN (European Business Centres Network), a qual contribuiu para a profissionalização e padronização das incubadoras. Existe ainda, a France Incubation que é a rede das incubadoras públicas mantidas pelo M.R.T. (Ministère de L’Education Nationale, de la Recherche et de la Technologie) Ministério Francês da Pesquisa e Tecnologia, a FFBI (Fédération Française des Bio Incubateurs) que é a rede que congrega as incubadoras de biotecnologia, a FTEI (France Technopole Entreprise Innovation) que abrange a Rede das CEI (Centres d’Entreprises et d’Inovations) e a rede das tecnópoles francesas e finalmente, as redes regionais de “pépinières”. Como afirma PALUDO e ALMEIDA (2001), a descentralização administrativa e econômica (em Paris) a partir dos anos 60 contribuiu para o processo de desenvolvimento tecnológico na França que tiveram origem ou foram acelerados pela crise econômica dos anos 80. Neste sentido, existe forte comprometimento da comunidade local e regional, traduzido na participação dos diversos níveis de governo regional (província, região, distrito e cidade), da academia e da iniciativa privada (empresas produtivas e financeiras) com o processo. Geralmente, as ações e atividades em prol do desenvolvimento são conduzidas por uma entidade sem fins lucrativos, de pequeno porte (até 10 pessoas), representativa dos interesses dos atores acima, e custeada pela região metropolitana (distrito). O principal papel dessa entidade é de “animador”, da propagação do espírito de tecnópole, do estímulo à inovação e ao empreendedorismo,. do. relacionamento. e. da. colaboração,. da. oferta. de. treinamento/consultoria e informação, da viabilização de recursos para novas empresas, da realização de projetos estratégicos e de viabilização de infra-estrutura. Também observa-se que nas comunidades locais, com maior ou menor importância, sempre existe um líder, em geral político, que inicia o processo.. Na Alemanha os parques surgiram somente na década de 80 e a primeira incubadora foi a Berliner Innovation – und Grunderzentrum-BIG em Berlim, promovida principalmente pela Technische Universitat de Berlim e governo local. Através de.

(28) 14. registros no final de 1988 identificou-se na Alemanha 68 parques com 1.270 empresas e 9.100 oportunidades de trabalho. Na Espanha e Itália somente na década de 80 começaram a criação de pólos nos principais centros econômicos. Na Itália o processo de incubação de empresas teve início com os centros de inovação em Trieste em 1989. Na Holanda não houve apoio do governo no desenvolvimento de parques, mas devido à competitividade de mercado procurou mudar esta consciência com o parque da Universidade de Twente. O Reino Unido começou com o desenvolvimento dos parques nos anos de 1971 com a Universidade Heriot Watt em Edimburgo (Escócia), sendo a primeira cidade européia a ter implantado um parque científico/tecnológico, denominado Heriot-Watt Science Park e logo em seguida, na Universidade de Cambridge. Em 1999 foram levantados 39 parques em operação, e mais de 100 incubadoras de empresas. Para LEMOS (1988, p.4), o governo inglês instituiu mecanismos com vistas a fomentar a criação de pequenas empresas em geral, implantando em diversas universidades programas de formação de novos empreendedores. Também criou os “Small Firms Centers”, destinados a dar apoio e consultoria às pessoas interessadas em criar um negócio e estimulou as “Enterprises Agencies” (vinculadas à iniciativa privada) a apoiar novas iniciativas empresariais. Para estimular as empresas de base tecnológica, o governo inglês apoiou a instalação e consolidação dos parques científicos (“Science Parks”). junto aos campi das universidades, dotados de. instalações planejadas para abrigar. essas empresas. Os parques científicos são. construídos com recursos do governo municipal e de grandes empresas privadas, contando com o apoio da universidade. No Japão as incubadoras de empresas surgiram na década dos anos 80 por iniciativa do Ministério de Assuntos Internacionais e da Indústria (MITI) que resolveu desenvolver formas de aplicação das chamadas “tecnópoles” criando centros de pesquisa e instituições de apoio às incubadoras. (NEERMANN, 2001, p.18). Existe um crescimento significativo no número de incubadoras neste país, atualmente em torno de 203 incubadoras. Há um plano de expansão de mais 300.

(29) 15. incubadoras até 2010 e a formação de 500 gerentes especializados na área. (ALBERT, 2002, p. 11). Na China, o governo teve um papel fundamental na criação de zonas de desenvolvimento de novas ou altas tecnologias. Em 1985 foi criado o Parque Científico e Industrial de Shenzhen e de Shanghai Caohejing Hi-Tech Park que serviram de modelo para o programa nacional. A primeira incubadora instituída na China ocorreu em 1987 e atualmente mais de 100 incubadoras estão em operação. Nas incubadoras asiáticas encontramos uma concentração muito grande de empresas que, na maioria das vezes, estão instaladas em áreas destinadas aos parques tecnológicos. As incubadoras recebem empresas com uma linha de produção relativamente grande, portanto, os espaços oferecidos às empresas são maiores que habitualmente encontramos nas incubadoras espalhadas pelos Estados Unidos ou no Brasil. Ao mesmo tempo, é menor a concentração de empresas de base tecnológica e que por sua vez, apresentam um número grande de empregados. No Brasil, a primeira incubadora foi instalada em 1985, na cidade de São Carlos, com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq. A seguir Florianópolis, Curitiba, Campina Grande e Distrito Federal também estabeleceram incubadoras. Em 1987, foi criada a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas - ANPROTEC que iniciou a articulação do movimento de criação de incubadoras de empresas no Brasil, afiliando incubadoras de empresas ou suas instituições gestoras. Há, atualmente, segundo essa Associação cerca de 183 incubadoras, como mostra figura 1; aproximadamente 1.300 empresas incubadas; cerca de 7.300 pessoas trabalhando em empresas dentro das incubadoras do país, entre sócios e empregados. No Brasil, a exemplo do que ocorre na Europa e nos Estados Unidos, coexistem incubadoras. exclusivamente. de. base. tecnológica,. incubadoras. incubadoras mistas.. 200. 183. 180 150. 160 135. 140. tradicionais. e.

(30) 16. Figura 1 - Panorama 2002: Incubadoras em operação Fonte: ANPROTEC. Pesquisa 2002.ppt. Panorama das Incubadoras/Pesquisa 2002. Power Point. Disponível em: <http://www.anprotec.org.br> Acesso em outubro de 2002.. 2.1.1 SITUAÇÃO ATUAL DAS INCUBADORAS DE EMPRESAS. Segundo o Presidente da IASP (International Association of Science Parks), Luis Sanz, na apresentação do Levantamento da IASP Jan-July 2000, existem 200 parques científicos/tecnológicos e incubadoras, membros desta associação abrangendo 42 países e totalizando em torno de 30.000 empresas. Do panorama apresentado 68% dos parques estão localizados dentro de um campus universitário, 32% fora desta.

(31) 17. condição e 83% dos parques possuem incubadoras. Das empresas que residem nos parques científicos e tecnológicos 47% são de serviços avançados, 19% são instituições de pesquisa, 13% são indústrias e 21% de outros ramos de atividade. Na Europa, América Latina e Ásia prevalece em 44%, 79% e 44% respectivamente do universo pesquisado os serviços avançados, e na América do Norte 52% dos parques apresentam na sua maioria institutos de pesquisa ou seja 52% do universo pesquisado. A Ásia lidera no número de postos de trabalho gerado dentro dos parques e incubadoras. Na média anual os parques e incubadoras que apresentam maior orçamento para a administração destes empreendimentos são a Europa, seguida da América do Norte, América Latina e Ásia. Uma das fortes características da economia norte-americana é o mecanismo de capital de risco. Muitas incubadoras americanas recebem demanda de investidores atraídos pela presença de empresas inovadoras que desenvolvem produtos, processos e serviços de alta tecnologia. No relatório anual da associação norte-americana – NBIA (2001, p. 1), realizado em 1998 que trabalhou com um universo de 587 incubadoras associadas, levantou-se que as incubadoras americanas criaram em torno de 19.000 empresas que ainda estão no mercado, e geraram mais de 245.000 empregos naquele ano. No levantamento de 1997 foi constatado também, que nas incubadoras a média de empreendimentos é de 20 empreendimentos. As incubadoras norte-americanas tem apresentado um impacto positivo na economia americana. De acordo com um estudo apresentado em 1997 pela NBIA, 87% das empresas graduadas nos EUA ainda estão no mercado demonstrando que as incubadoras reduzem o risco de pequenas empresas falirem. Segundo a NBIA (2001, p.2) de cada US$1 aplicado em uma incubadora com recursos públicos anualmente, há um retorno de aproximadamente de US$45.00 das empresas graduadas por meio de impostos locais. Das empresas graduadas nos EUA, 84% continuam investindo na comunidade e provendo retorno para seus investidores. O suporte público nas incubadoras gera empregos que custam US$1.100,00 para o governo e em outras áreas públicas de suporte, os custos por emprego gerado.

(32) 18. pode alcançar em média US$10.000,00 por emprego criado. A NBIA estima que as incubadoras norte-americanas criaram por meio de suas empresas em torno de 500.000 empregos desde 1980. De cada 50 empregos criados nas incubadoras mais 25 são absorvidos na própria comunidade. Estima-se que 75% das incubadoras americanas são sem fins lucrativos e 25% almejam lucro. Quanto aos promotores das incubadoras americanas, 51% das incubadoras são promovidas pelo governo e não visam lucro e 27% são vinculadas ou tem uma forte relação com universidades e escolas, nas quais muitas vezes, viabilizam as pesquisas realizadas em negócios e promovem a geração de empreendimentos. Outro dado aponta que 16% das incubadoras são híbridas, ou seja, são constituídas por iniciativas conjuntas do governo, instituições sem fins lucrativos e organizações privadas. Estes parceiros promovem as incubadoras no acesso a recursos e fundos do governo, especialistas e financiamento do setor privado. As incubadoras mantidas por grupo de investimentos, 8 % são privadas e visam lucro. O principal interesse é econômico, pois é esperado das empresas incubadas retorno do investimento, aplicação de novas tecnologias, transferência de tecnologia e valor agregado no desenvolvimento comercial e industrial do estado da arte. Também há uma parcela de 5% de incubadoras mantidas por promotores não convencionais como igrejas, câmaras de comércio, distritos portuários e outros. (NBIA, 2001, p.1) Alguns países da América Latina têm demonstrado grandes avanços econômicos e tecnológicos principalmente o Brasil, que tem atraído investimentos estrangeiros. Na área de incubadoras de empresas o Brasil tem se destacado pelo crescimento contínuo do número de incubadoras. Segundo a Anprotec (2002), o número de incubadoras chega a 183 sendo que 57% são de base tecnológica, conforme figura 2. Estes dados refletem resultados significativos na economia brasileira como mais de 10.000 empregos gerados pelo movimento de incubadoras de empresas no Brasil..

(33) 19. 57% 55% 59%. T ec no ló gic a. 64%. 2 9% 31%. Tra diciona l. 23% 22%. 2 00 2. 14%. 2 00 1. 14%. M is ta. 2 00 0. 18%. 1 99 9. 14%. 0%. 1 0%. 20 %. 30%. 40 %. 50%. 60 %. 70%. Figura 2 - Análise de evolução das incubadoras: Classificação das incubadoras Fonte: ANPROTEC. Pesquisa 2002.ppt. Panorama das Incubadoras/Pesquisa 2002. Power Point. Disponível em: <http://www.anprotec.org.br> Acesso em outubro de 2002.. Este panorama confirma que as incubadoras são um importante instrumento de desenvolvimento regional. Analisando o caso do Estado do Paraná, particularmente as incubadoras da sua capital é evidente que sob alguns parâmetros, elas têm trazido resultados satisfatórios que contribuem para a economia e, são consideradas empreendimentos indutores para o desenvolvimento tecnológico e social. Como mostra a pesquisa do Instituto PROINTER, sociedade civil que busca facilitar a interação entre universidades, governo e a iniciativa privada, divulgou os resultados da pesquisa “Avaliação dos investimentos em incubadoras de empresas no estado do Paraná”. O estudo, feito com apoio técnico do IBQP-PR (Instituto Brasileiro da Qualidade e da Produtividade no Paraná) e financiado pelo IEL-PR (Instituto Euvaldo Lodi do Paraná), foi realizado durante o segundo semestre de 2001 e o primeiro de 2002, tendo como universo de pesquisa 9 incubadoras e 101 empresas.

(34) 20. residentes e graduadas (81% do total) existentes em dezembro de 2000 (data base da pesquisa). A pesquisa apontou que 87% das empresas consideram importante o programa de incubação para o sucesso dos seus empreendimentos, avaliando positivamente os serviços prestados pelas incubadoras. As principais reivindicações dos empresários são por um maior apoio para a capitalização e gerenciamento contábil e financeiro de suas empresas. A pesquisa mostrou também que a principal fonte de financiamento das empresas, na data base da pesquisa, são os recursos pessoais dos empresários. No entanto, cabe ressaltar que, de acordo com essa mesma pesquisa, essa situação tem se alterado nos últimos dois anos. Com relação especificamente as incubadoras, a pesquisa revelou ainda que: •= Para cada R$ 1,00 gasto nas incubadoras até o ano de 2000, as empresas incubadas geraram R$ 4,60 em impostos sobre a produção e circulação; •= Para cada emprego gerado na incubadora, as empresas incubadas criaram 6,5 empregos diretos; •= Para cada emprego gerado pelas empresas, pode-se estimar que outros 3,7 empregos indiretos estão sendo criados na economia brasileira. (OSORIO, 2001, p. 12). 2.2 ABORDAGEM CONCEITUAL. Segundo a Anprotec (2001), uma incubadora de empresas é um ambiente flexível e encorajador onde é oferecida uma série de facilidades para o surgimento e crescimento de novos empreendimentos. Além da assessoria na gestão técnica e empresarial, a incubadora oferece infra-estrutura como espaço físico, salas de reunião,.

(35) 21. telefone, fax, acesso à Internet, suporte em informática, entre outros. E, serviços compartilhados necessários para o desenvolvimento do novo negócio.. Segundo Medeiros (1992, p.41): Identificados os espaços físicos apropriados – de preferência prédios já existentes ou galpões adaptados – a entidade gestora da incubadora deve facilitar o acesso aos recursos humanos, aos laboratórios e às tecnologias modernas disponíveis nas instituições de ensino e pesquisa. Essa infra-estrutura vai ser utilizada pelas empresas tanto em seu processo produtivo, como nas áreas administrativa, financeira, de marketing, de comercialização e de divulgação.. Para a NBIA (2001) incubadora de empresas é uma ferramenta para o desenvolvimento econômico criada para acelerar o crescimento e o sucesso de empresas empreendedoras por meio de suporte empresarial e serviços. Uma incubadora de empresas tem como objetivo principal produzir empresas de sucesso na qual deixem o programa financeiramente viável e consolidado. Desta forma, as incubadoras de empresas geridas por órgãos governamentais, universidades, associações empresariais e fundações, são catalizadoras do processo de desenvolvimento e consolidação de empreendimentos inovadores no mercado competitivo. Com base na utilização do conhecimento profissional e prático, os principais objetivos de uma incubadora de empresas estão na produção de empresas de sucesso e na criação de uma cultura empreendedora. Vale destacar que o papel do Estado exerce uma forte influência no processo de criação e implantação de incubadoras de empresas que vai desde a infra-estrutura básica até construção de parques tecnológicos. É importante ressaltar que o Estado pode incentivar a criação de um ambiente facilitador e de apoio à promoção de instituições baseadas em tecnologia, como um alicerce do crescimento econômico. Hoje existem incubadoras de diversas naturezas, atuando em setores específicos e atendendo a diferentes demandas. Há tipos de incubadoras já consagradas, como as de base tecnológica, as tradicionais e as mistas. Podemos encontrar também, as incubadoras especializadas ou com nomenclaturas, como é o caso de incubadora setorial, agro-industrial, de biotecnologia, social, cultural, de.

(36) 22. cooperativa, de artes, Internet e incubação à distância. Existem ainda, as chamadas “pré-incubadoras” as quais apresentam um conjunto de atividades que visa estimular o empreendedorismo e preparar os projetos que tenham potencial de negócios, que recebem incentivos durante um curto período. Estas são denominadas hotel de projetos, hotel de idéias, hotel tecnológico entre outras. Segundo ALBERT et al. (2002, p.16), as incubadoras se classificam conforme seus promotores em: incubadoras de desenvolvimento local, incubadoras ligadas a instituições acadêmicas e científicas, incubadoras vinculadas a empresas e incubadoras criadas por investidores privados ou empreendedores. Para LALKAKA e BISHOP JR (1997, p.63), os parques tecnológicos e as incubadoras, assim como outros mecanismos de apoio ao desenvolvimento de novas empresas estão, geralmente, baseados no desejo de utilizar recursos da comunidade, os sistemas educacionais e de pesquisa para o crescimento econômico crescente e a vitalidade da área. Enquanto que um empreendedor de um parque tecnológico pode usar a proximidade da universidade e a capacidade para comercializar os avanços científicos lá existentes, o patrocinador da incubadora pode encontrar um atrativo similar nos estudantes, no corpo docente e nas instalações em si, ao invés de se basear no conhecimento que eles desenvolveram em forma de patentes e de arte tecnológica.. O parque tecnológico fornece a justificativa para o investimento público. A incubadora é vista como uma atração para a indústria e uma fonte de crescimento de empresas que serão capazes, no futuro, de se desenvolverem e crescerem fora da incubadora e dentro do parque. O parque também fornece acesso à instituições afiliadas, dentre elas um grupo de grandes instituições de pesquisa médica, serviços e ensino, instalações terciárias relacionadas, grupos de pesquisa, laboratórios, bibliotecas e técnicos que não estariam de outra forma disponíveis. (LALKAKA, 1997, p. 82-83). Para compreender o processo de apoio a uma empresa de base tecnológica ou tradicional e a inserção deste mecanismo num ambiente inovador de cooperação é.

(37) 23. necessário conhecer outros instrumentos que são os pólos, tecnópoles e os parques científicos ou tecnológicos. Segundo LUNARDI (1997, p.15), do ponto de vista teórico, percebe-se claramente uma hierarquia composta por quatro níveis em ordem decrescente que são tecnópoles que podem conter um ou mais pólos, que por sua vez abrigam um ou mais parques que possuem, cada qual, uma incubadora de empresas. Entretanto, esta hierarquia não constitui uma regra ou condição necessária para os planejadores pois, dependendo da área de atuação, da região, das disponibilidades locacionais, físicas e financeiras e da vontade política local, estes “habitats de inovação”, assim definidos por SPOLIDORO (1998), podem ser concebidos, planejados, e desenhados de diferentes formas. O termo Technopolis vem de “techno” que refere-se a tecnologia e “polis” de origem grega e que signigica estado ou cidade, na qual reflete o equilíbrio entre o setor público e privado. “A tecnópolis moderna é uma interação entre a comercialização da tecnologia com os setores públicos e privados para promover o desenvolvimento da economia e a diversificação da tecnologia. A ligação entre a tecnologia e o desenvolvimento econômico num novo tipo de cidade-estado é um fenômeno emergente mundial.” (SMILOR et al.,1988, p. 50. Trad. pela autora do trabalho). Os parques tecnológicos, por definição, enfocam, o desenvolvimento intensivo em tecnologia. Como tal, o relacionamento com uma universidade é um aspecto primordial de seus negócios e operações. Uma universidade local fornece acesso potencial ao corpo docente, funcionários, estudantes, bibliotecas, laboratórios, assim como à infra-estrutura tecnológica e a reputação da universidade. Tais operações são caracterizadas por arrendatários grandes e amadurecidos que podem assumir os compromissos substanciais necessários para tirar vantagem do potencial. (LALKAKA, 1997, p.66) De acordo com LUNARDI (1997, p.17), parque tecnológico está localizado num loteamento apropriadamente urbanizado e possui três características básicas: •= Estar vinculada a instituições de ensino e pesquisa;.

(38) 24. •= Favorecer a formação e crescimento de empresas de base tecnológica e outras organizações que também se situam no mesmo ambiente; •= Ser coordenada por uma entidade que desempenha as funções de gestor do Parque e que estimule a transferência de tecnologia voltadas. ao. aumento. da. capacitação. das. e a promoção de ações. empresas. e. dos. demais. empreendimentos que residem no local. É recomendável que as empresas estejam reunidas num mesmo local, dentro da propriedade de um campus universitário, ao lado deste ou em área próxima num raio inferior a 5 Km. Segundo LALKAKA (1997, p.71) um parque tecnológico enfoca os aspectos imobiliários, realçados pelo apoio técnico, uma incubadora se concentra no processo de desenvolvimento de pequenas empresas. Para as empresas em estágio preliminar o fornecimento de espaço físico e diversos tradicionais de escritório, como recepção, secretaria, fotocópia, instalações para conferências, entre outros são básicos para a estruturação da incubada. No limite do pacote de serviços estão os financiamentos a novas empresas e uma ampla gama de apoio profissional ao desenvolvimento empresarial.. 2.3 GESTÃO DE INCUBADORAS. Para alcançar seus objetivos o processo de gestão das incubadoras envolve a utilização de pessoas, recursos físicos e financeiros. A estrutura administrativa de uma incubadora consiste, geralmente, de uma gerência, pessoal administrativo e operacional. A função da gerência não se limita em executar atividades de apoio, mas em coordenar a instituição no sentido de alcançar uma eficaz integração com as empresas incubadas e demais parceiros..

(39) 25. Segundo ALBERT et al. (2002, p.32-33), as melhores incubadoras são aquelas que mantém forte ligação com o ambiente que o cerca, apresenta uma equipe gerencial experiente e uma política de propriedade intelectual bem definida e independente. Como exemplo, um diretor de uma incubadora ligada ao meio científico exige um profissional com competência científica, um bom conhecimento da cultura acadêmica, um perfil empreendedor e ter capacidade de gerenciar redes múltiplas e de relações complexas. De acordo com STAINSACK (1998, p.62-63) a relação entre o gerente da incubadora com o empreendedor envolve principalmente confiança entre ambas as partes. O gerente deve demostrar comprometimento com seu trabalho. Neste caso, ele se torna cúmplice frente ao sucesso dos empreendimentos que acompanha. No perfil do gerente para uma Incubadora, a postura de liderança é fundamental, frente todas as atividades que está disposto a coordenar. Além de favorecer uma relação de amizade e cumplicidade, o gerente deve ter voz ativa frente aos problemas e reivindicações que surgirem. Em um ambiente em que se tem diferentes empreendimentos deve-se criar normas e procedimentos claros, para que a postura de autoridade, deste gerente, seja calcada por regras claras e que já foram aprovadas antecipadamente pela diretoria ou conselho da incubadora. Para LALKAKA (1997, p.71), do ponto de vista operacional, os desafios enfrentados pela gerência de incubadoras são substanciais. Uma incubadora disponibiliza um espaço determinado para uma infinidade de pequenas empresas com pequena ou nenhuma condição para atender as suas obrigações financeiras. Ao mesmo tempo esforça-se para otimizar ao máximo seus recursos visando o desenvolvimento das empresas atendidas. Enquanto que em desenvolvimento imobiliário tradicional, os arrendatários dão prioridade aos seus objetivos financeiros, minimizando os serviços oferecidos e estabelecendo contratos a longo prazo. Desta forma, a incubadora caracteriza-se como um hotel para empresas pelo fato de oferecer amplos serviços à comunidade e flexibilidade no contrato relacionado ao uso da propriedade física e do tempo de “locação”..

(40) 26. Do ponto de vista do gerente da incubadora, este deve proporcionar em sua operação uma posição de equilíbrio em menos de cinco anos. Ele deve ser ativo e entusiasmado pelo seu trabalho, aconselhando e orientando os empresários. Portanto, o gerente não deve restringir-se somente aos aspectos operacionais e administrativos da instituição. Este deve atuar no sentido de buscar os recursos que as empresas necessitam junto as suas fontes, deve promover à integração das empresas e dos parceiros e promotores da incubadora. Deve ser capaz de identificar as dificuldades empresarias das empresas incubadas e buscar as fontes de assessoria. Para finalizar o gerente tem uma importante tarefa de atuar na divulgação da incubadora, seus objetivos e projetos desenvolvidos afim de promover às suas empresas.. 2.4 INCUBADORAS E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E ECONÔMICO. No contexto do desenvolvimento tecnológico e econômico, as incubadoras existem para apoiar a transformação de empresários potenciais em empresas crescentes e lucrativas. Ao reduzir os riscos durante o período inicial de formação da empresa, as incubadoras tecnológicas podem contribuir para a revitalização regional e o crescimento econômico por meio de novas empresas e da criação de empregos associada. Podemos verificar exemplos sucedidos como na região do Vale do Silício nos Estados Unidos ou em regiões onde as incubadoras aproveitaram espaços abandonados e criaram mecanismos e apoios aos empreendedores oriundos de universidades ou centros de pesquisa. Para MALECKI (1997, p. 166) a condição mais importante para o desenvolvimento tecnológico é apresentar uma infra-estrutura tecnológica e uma rede de empreendedores que são incentivados a criarem novas, recebendo suporte para a sua sobrevivência inicial. De acordo com LALKAKA (1997, p. 71), a incubadora oferece promessa de apoio substancial, com taxas de sobrevivência de 80 % para suas empresas, enquanto que essa taxa varia 20 a 30% para pequenas empresas em geral. Essa promessa é comprovada não somente pelas empresas que sobrevivem, mas por aqueles que.

(41) 27. florescem. Tais empresas estimulam o crescimento tanto de fornecedores quanto de clientes. Efeitos terciários significativos podem resultar da ação da incubadora como um agente catalisador no lançamento de uma onda de crescimento econômico puxado pelo empresariado. Pelos resultados positivos que são conhecidos, existe certeza nas evidências de que incubadoras contribuem para o desenvolvimento econômico local. Elas podem gerar talentos e empregos para a comunidade. A partir da concepção de incubadoras, que é relativamente nova, muitas empresas bem sucedidas graduaram-se em incubadoras. De 30 empresas que passaram pelo processo de incubação nos Estados Unidos, 20% se instalaram nas proximidades da incubadora, 60% na mesma cidade e 20% no mesmo Estado. (NBIA, 2001). Com o crescente movimento de incubadoras tecnológicas no país e no mundo percebe-se que a incubadora contribui diretamente no desenvolvimento tecnológico e econômico da região na qual está inserida. As incubadoras têm penetração em várias camadas da sociedade e participam ativamente do sistema de desenvolvimento econômico. O resultado positivo de uma incubadora é o nível e intensidade de relacionamento com outros atores do sistema. Quanto mais a incubadora estabelece vínculos e trabalhos conjuntos, mais forte e atrativa é a sua imagem perante à comunidade. Para a OECD (Organization for Economic and Development) que reúne os países economicamente mais dinâmicos, a criação, o papel e o desempenho das pequenas empresas é uma questão que requer atenção dos governos, onde as pequenas e médias empresas (PMEs) correspondem cerca de 95% do total de empresas e são responsáveis por 60 a 70% dos empregos. (EMPRESAS graduadas...2001, p. 8). Grande parte destas empresas estão em ambientes como as incubadoras e parques tecnológicos. Elas assumem um papel importante no desenvolvimento e na difusão das inovações, na criação de empregos que requerem competências e qualificações novas. A capacidade de inovação das PMEs depende das interações que elas mantêm com outras empresas. As redes de parceria e cooperação são estruturas.

Referências

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