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5.4.1. Observações de caráter geral

(165) A avaliação da situação económica da indústria da União incluiu uma avaliação de todos os indicadores económicos que influenciaram a situação da indústria da União durante o período considerado.

(166) Tal como mencionado no considerando 17, recorreu-se à amostragem para avaliar a situação económica da indústria da União.

(167) Para efeitos da determinação do prejuízo, a Comissão distinguiu entre indicadores de prejuízo macroeconómicos e microeconómicos. A Comissão analisou os indicadores macroeconómicos com base nos dados facultados pela indústria da UE e noutros dados macroeconómicos setoriais, tais como os da OCDE-FAO, e analisou os indicadores microeconómicos com base nos dados constantes das respostas ao questionário dos produtores da União incluídos na amostra. Os dois conjuntos de dados foram considerados representativos da situação económica da indústria da União.

(168) Os indicadores macroeconómicos incluem: produção, capacidade de produção, utilização da capacidade, volume de vendas, parte de mercado, crescimento, emprego, produtividade, amplitude da margem de subvenção e recuperação de anteriores práticas de subvenção.

(169) Os indicadores microeconómicos incluem: preços unitários médios, custo unitário, custo da mão de obra, existências, rendibilidade, cash flow, investimentos, retorno dos investimentos e capacidade de obtenção de capital.

5.4.2. Indicadores macroeconómicos (45)

5.4.2.1. Pro du ção, ca pacidade de produção e ut iliza ção da capaci d ad e

(170) A produção total da União, a capacidade de produção e a utilização da capacidade evoluíram do seguinte modo no período considerado:

Quadro 5

Produção, capacidade de produção e utilização da capacidade

2017 2018 2019

Período de inquérito de

reexame

Volume de produção (toneladas) 12 639 715 13 166 083 13 931 438 13 984 220

Índice 100 104 110 111

Capacidade de produção (toneladas) 16 047 231 16 707 893 16 862 595 17 529 047

Índice 100 104 105 109

Utilização da capacidade 79% 79% 83% 80%

Índice 100 100 105 101

Fonte: informações fornecidas pelo requerente e pelos produtores da União incluídos na amostra.

(171) A produção da União passou de 12,6 milhões de toneladas, em 2017, para 14,0 milhões de toneladas, no PIR, o que representa um aumento de 11% no período considerado. Numa situação de subida do consumo de 22% no período considerado, a indústria da União reagiu positivamente aumentando a sua produção.

(172) Ao mesmo tempo, a capacidade de produção aumentou 9% no período considerado, tendo atingido 17,5 milhões de toneladas no PIR. A indústria da União desenvolveu a sua capacidade para responder à procura crescente. Segundo um relatório (46), esta expansão da capacidade diz sobretudo respeito à produção de óleo vegetal tratado com hidrogénio (HVO).

(173) Devido ao aumento simultâneo da produção e da capacidade de produção, a utilização da capacidade manteve-se estável durante o período considerado (cerca de 80%).

5.4.2.2. Vol ume de vendas e par te de mercado

(174) O volume de vendas e parte de mercado da indústria da União evoluíram do seguinte modo no período considerado: Quadro 6

Volume de vendas e parte de mercado

2017 2018 2019

Período de inquérito de

reexame

Volume de vendas no mercado da União (toneladas)

12 305 049 11 988 560 11 962 754 13 190 560

Índice 100 97 97 107

Parte de mercado 89% 78% 76% 78%

Índice 100 87 85 88

Fonte: informações fornecidas pelo requerente e pelos produtores da União incluídos na amostra.

(175) A indústria da União aumentou as suas vendas no mercado da União de 12,3 milhões de toneladas em 2017 para 13,2 milhões de toneladas durante o PIR (+7%).

(176) Como o consumo na União aumentou 22% devido ao menor aumento do volume de vendas efetivo, a parte de mercado da indústria da União diminuiu, passando de cerca de 89%, em 2017, para 78%, no PIR. Esta diminuição da parte de mercado está relacionada com o aumento das importações provenientes de países terceiros, sobretudo a partir de 2018 (considerando 161).

5.4.2.3. Cresci mento

(177) Diversos indicadores (produção, capacidade de produção, vendas, emprego) mostram o crescimento positivo da indústria da União durante o período. No entanto, trata-se de um crescimento moderado, quando comparado com a evolução do consumo de biodiesel no mesmo período. Na realidade, a parte de mercado da indústria da União diminuiu no período de referência.

5.4.2.4. E mprego e produtiv idade

(178) O emprego e a produtividade evoluíram do seguinte modo durante o período considerado: Quadro 7 Emprego e produtividade 2017 2018 2019 Período de inquérito de reexame Número de trabalhadores 2 643 3 126 3 527 3 909 Índice 100 118 133 148 Produtividade (toneladas/trabalhador) 4 782 4 211 3 950 3 577 Índice 100 88 83 75

Fonte: informações fornecidas pelo requerente e pelos produtores da União incluídos na amostra

(179) No período considerado, o número de trabalhadores passou de 2 643 para 3 909, o que representa um aumento do emprego de 48%.

(180) Ora, como o crescimento da produção foi menos significativo (+11%), esta situação resultou numa diminuição da produtividade (-25%).

5.4.2.5. Ampli tu de do m ont ant e de subvenção e recup er ação da s pr át ic as d e s ubv en ç ão

(181) Como explicado no considerando 155, as importações de biodiesel dos EUA quase desapareceram na sequência da instituição dos direitos de compensação e praticamente não se registaram quaisquer importações subvencionadas provenientes dos EUA durante o período de inquérito do reexame. Como tal, não foi possível avaliar a amplitude das subvenções com base em dados reais, estimando-se assim que continuem a ser significativas e superiores ao nível de minimis. Por conseguinte, o inquérito incidiu na probabilidade de reincidência das práticas de subvenção, caso as medidas de compensação viessem a ser revogadas.

(182) No reexame da caducidade anterior, a indústria da União dera sinais de estar a recuperar dos efeitos das anteriores práticas de subvenção. No período considerado do presente inquérito de reexame da caducidade, o processo de recuperação continuou, como se atesta pela tendência favorável verificada nos principais indicadores de prejuízo da indústria da União.

5.4.3. Indicadores microeconómicos (47)

5.4.3.1. Pre ço s e fa tores que inf luenciam os preços

(183) No período considerado, o preço de venda unitário médio ponderado cobrado pelos produtores da União incluídos na amostra a clientes independentes na União evoluiu do seguinte modo:

(47) Os indicadores microeconómicos baseiam-se nos dados da UE-28, incluindo o Reino Unido. Atendendo ao volume reduzido de vendas dos produtores da União incluídos na amostra no Reino Unido (cerca de 1,1 % da média das vendas na UE desses produtores durante o PIR), o impacto das transações relativas ao Reino Unido nas conclusões sobre o prejuízo parece ser mínimo, pelo que a utilização de dados relativos à UE-27 não teria alterado as conclusões sobre o prejuízo importante.

Quadro 8

Preços de venda na União

2017 2018 2019

Período de inquérito de

reexame

Preço de venda unitário médio na União no mercado total (EUR/tonelada)

834 801 771 771

Índice 100 96 92 92

Preço médio dos óleos vegetais (índice) 100 86 81 86

Custo unitário da produção (EUR/tonelada)

828 778 760 755

Índice 100 94 92 91

Fonte: empresas incluídas na amostra, FAO para o índice de preços do petróleo vegetal.

(184) No período considerado, o custo de produção diminuiu 9% (passando de 828 EUR/tonelada para 755 EUR/tonelada), devido, em parte, à redução do preço dos óleos vegetais, que registou uma tendência descendente neste período. Embora nem todo o biocombustível seja produzido a partir de óleos vegetais, o preço destes óleos é um bom indicador do preço do principal input utilizado na produção de biodiesel.

(185) Os preços de venda médios diminuíram 8%, passando de 834 EUR/tonelada em 2017 para 771 EUR/tonelada no PIR, o que pode estar relacionado com a tendência descendente observada no preço de produção (ver considerandos 183 e 184).

5.4.3.2. Cu sto da m ão de obr a

(186) Os custos médios da mão de obra dos produtores da União incluídos na amostra evoluíram do seguinte modo no período considerado:

Quadro 9

Custos médios da mão de obra por trabalhador

2017 2018 2019

Período de inquérito de

reexame

Custos médios da mão de obra por trabalhador (EUR)

63 785 70 533 72 306 72 533

Índice 100 111 113 114

Fonte: empresas incluídas na amostra

(187) O custo médio da mão de obra das empresas incluídas na amostra aumentou 14% durante o PIR. As repercussões desta variação são bastante limitadas, pois o custo da mão de obra representa apenas cerca de 3% do custo total de produção.

5.4.3.3. Ex istê ncia s

(188) Os níveis das existências dos produtores da União incluídos na amostra evoluíram do seguinte modo no período considerado:

Quadro 10 Existências 2017 2018 2019 Período de inquérito de reexame

Existências finais (toneladas) 99 868 126 345 124 567 114 216

Índice 100 127 125 114

Existências finais em percentagem da produção (%)

0,8 1,0 0,9 0,8

Índice 100 121 113 103

Fonte: empresas incluídas na amostra

(189) O nível das existências manteve-se estável, correspondendo a cerca de 1% da produção. Trata-se de um rácio muito baixo que indica que o setor está em condições de produzir por encomenda, no momento certo e na quantidade requerida, e de limitar as existências. Este sistema é necessário para evitar que o biodiesel se degrade.

5.4.3.4. Rend i bi l ida de, cash f lo w, investim entos, retorn o d os i n ve s ti me n to s e c apac i dad e d e o btenção de ca pita l

(190) A rendibilidade, o cash flow, os investimentos e o retorno dos investimentos dos produtores da União incluídos na amostra evoluíram do seguinte modo no período considerado:

Quadro 11

Rendibilidade, cash flow, investimentos e retorno dos investimentos

2017 2018 2019

Período de inquérito de

reexame

Rendibilidade das vendas na União a clientes independentes (% do volume de negócios das vendas)

0,96 2,13 1,78 2,84

Índice 100 223 186 297

Cash flow (EUR) 45 139 254 10 723 312 54 431 877 58 021 678

Índice 100 24 121 129

Investimentos (EUR) 40 430 425 20 634 073 34 169 705 17 028 015

Índice 100 51 85 42

Retorno dos investimentos (%) 22 29 25 44

Índice 100 128 112 198

Fonte: empresas incluídas na amostra.

(191) A Comissão determinou a rendibilidade dos produtores da União incluídos na amostra através do lucro líquido, antes de impostos, das vendas do produto similar a clientes independentes na União, em percentagem do volume de negócios dessas vendas. A rendibilidade manteve-se a um nível baixo, tendo, no entanto, evidenciado uma tendência ligeiramente positiva no período considerado, quando aumentou de 1% para 3%, o que pode estar relacionado com a redução do custo de produção das empresas incluídas na amostra (-9%). No entanto, esta média dissimula grandes disparidades entre os produtores da União incluídos na amostra; algumas empresas não registaram quaisquer lucros.

(192) O cash flow líquido é a capacidade de os produtores da União autofinanciarem as suas atividades. A tendência do cash flow líquido evoluiu positivamente no final do período considerado (em 2019 e no primeiro semestre de 2020), mas, em 2018, o cash flow diminuiu de forma acentuada. A queda de 2018 reflete sobretudo a situação específica de uma das empresas incluídas na amostra, que tem um modelo de negócios especial, sendo a tendência bastante estável no que se refere às outras duas empresas incluídas na amostra.

(193) No que diz respeito aos investimentos nas empresas incluídas na amostra, não se observou uma tendência clara no período considerado. Os investimentos de uma ou de outra empresa incluída na amostra, ou a sua ausência, levam a que o nível de investimento aumente ou desça de um ano para o outro. Os investimentos foram limitados, representando cerca de 1 a 2% do volume de negócios durante o período considerado.

(194) O retorno dos investimentos, que corresponde ao lucro expresso em percentagem do valor contabilístico líquido dos investimentos, evoluiu positivamente no período considerado, mantendo-se elevado durante o PIR. No entanto, este retorno dos investimentos elevado está relacionado sobretudo com o baixo valor contabilístico líquido dos investimentos e não com lucros elevados.

5.4.4. Conclusão sobre o prejuízo

(195) No período considerado, num contexto em que as importações provenientes dos EUA foram praticamente inexistentes, os volumes das importações provenientes de países terceiros aumentaram de forma assinalável (145%), mas o seu nível de preços também aumentou (11%). Ao mesmo tempo, os preços da indústria da União diminuíram (8%), em consonância com a diminuição dos custos de produção (9%), o que veio reduzir a diferença entre os preços dos exportadores de países terceiros e dos produtores da União incluídos na amostra, aumentando assim a competitividade da indústria da União.

(196) Em termos gerais, os indicadores de prejuízo revelam uma tendência positiva no período considerado, em especial no que diz respeito à produção (+11%), à capacidade de produção (+9%) e às vendas (+7%), e mostram que a indústria de biodiesel da União está a recuperar lentamente do prejuízo causado no passado. A análise dos indicadores de prejuízo permite concluir que a indústria da União não está atualmente a sofrer um prejuízo importante. No entanto, alguns indicadores, em especial a reduzida rendibilidade (≤3%) mostram que ainda se encontra numa situação económica frágil.

(197) Tendo em conta o que precede, a Comissão concluiu que a indústria da União não sofreu um prejuízo importante na aceção do artigo 8.o, n.o 4, do regulamento de base durante o período de inquérito de reexame.

6. PROBABILIDADE DE REINCIDÊNCIA DO PREJUÍZO

(198) A Comissão avaliou, em conformidade com o artigo 18.o, n.o 2, do regulamento de base, se haveria probabilidade de reincidência do prejuízo inicialmente causado pelas importações subvencionadas provenientes dos EUA, se as medidas viessem a caducar.

(199) Neste contexto, a Comissão examinou a capacidade de produção e a capacidade não utilizada nos EUA, os níveis prováveis dos preços das importações provenientes dos EUA na ausência de medidas de compensação e o seu impacto na indústria da União, incluindo a subcotação dos preços sem as medidas de compensação.

6.1. Capacidade de produção e capacidade não utilizada nos EUA

(200) Tal como descrito na secção 4.5.1, as quantidades que os produtores de biodiesel dos EUA podem exportar são significativas quando comparadas com a dimensão do mercado da União. Com efeito, as capacidades não utilizadas representam 18% do consumo da União durante o PIR. A Comissão concluiu, assim, que as capacidades não utilizadas disponíveis são significativas.