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3.1 O DOSSIÊ

3.1.2 Sob os trilhos de uma montanha russa

Figura 20 - Albino sword swallower at a carnival, Md. 1970

Figura 21 - Albino sword swallower and her sister, Md. 1970

Entre o meu primeiro contato com Janaína e nossa conversa estabeleceu-se um intervalo de tempo. “Não é todo dia que consigo falar sobre a minha mãe”, ela me explica. Talvez Janaína precisasse dessa suspensão para se preparar para esse encontro.

Quando voltei a procurá-la, realizamos a entrevista no mesmo dia. Senti que a abertura que ela estava me dando era algo improrrogável. Não havia possibilidade para agendamentos ou esperas. Eu precisava ser ágil. Combinamos de nos encontrar no final do dia, no meu consultório. E, assim, a entrevista aconteceu.

Mal nos aconchegamos nas poltronas e Janaína já começou a falar. Ela é dona de uma voz firme e um espírito prático. Eu a interrompi para lhe pedir autorização para realizar a gravação de nossa conversa que durou cerca de uma hora, quase sem nenhuma intervenção da minha parte. Por outro lado, enquanto ouvia Janaina falar pude experimentar com ela o que é viver em uma montanha-russa bem grande. “A história da minha mãe é uma montanha russa muito grande... e eu e a minha irmã somos herança disso. Eu sou uma montanha russa muito grande, a minha irmã é uma montanha russa muito grande. Eu fiz cinco anos de terapia e eu precisava de duas horas de sessão para poder falar tudo o que tinha acontecido porque eu também vivo nessa montanha russa. Agora faz um ano que eu estou tomando medicação e isso deu uma melhorada. Mas, você não imagina como é terrível essa situação da minha mãe”.

Em muitos momentos, fui acometida por uma multiplicidade de afectos que possivelmente o leitor também sentirá ao ler essa história. E, no embaralho deles, acompanharemos um pouco a vida de Janaina e sua relação com a mãe, Ana Ferraz.

“Minha mãe sempre teve problemas, acho que desde a infância. Ela sempre foi uma pessoa compulsiva que criava vários cenários e tinha várias personalidades. Ela é uma pessoa diferente para cada um com quem ela convive. Ora ela esta bem, ora ela fica completamente insana”.

“Algumas pessoas entendem que essas coisas que ela fez tem a ver com a doença dela e que ela não fez por mal. Mas, muitas pessoas da família da minha mãe, por exemplo, acham que ela é uma desgraçada que fez tudo isso de propósito! Minha mãe também abusou, ela foi além do que a maioria das pessoas é capaz de suportar”.

“Eu sou muito convencida de que a droga fez minha mãe virar uma pessoa sem teto, sem relações e sem funções, mas ela não é o único problema dela. A droga só potencializou as coisas. Talvez se ela não usasse drogas, ela ainda estaria fazendo parte da sociedade, sendo nossa mãe, sendo filha dos pais dela, apesar dos problemas que ela tem. A droga tirou ela desse cenário e continua tirando”.

“Ela abandonou a minha irmã mais velha, filha do seu primeiro casamento, quando ela tinha dois anos e, segundo dizem, já era por conta de drogas. Ela recuperou o contato com a minha irmã depois que eu nasci”.

“Eu fiquei até os meus vinte anos sem falar com o meu pai, para mim ele só servia para pagar as minhas contas. Eu achava que ele era o responsável pela separação, porque minha mãe dizia que eles tinham se separado porque o meu pai tinha traído ela com a sua amiga. Só que essa não é a versão do meu pai. Segundo ele, foi a minha mãe que chegou com um namorado e pediu a separação. Só depois que eles estavam separados é que meu pai e a atual mulher dele, que era uma conhecida da minha mãe, ficaram juntos”.

“Mas eles já brigavam muito, todos os dias. Lembro-me de uma cena em que eu a presenciei jogando uma pilha de pratos no meu pai. Meu pai conta que os rolos da minha mãe ficaram mascarados por um bom tempo. Até que foi caindo a real do meu pai. Teve um episódio, pouco tempo antes deles se separarem, que a nossa casa foi assaltada, um dia depois de a minha mãe sair de uma internação nesse hospital privado em que a internávamos. Levaram tudo. Meu pai acha que foi a minha mãe quem organizou o assalto. A minha irmã conta uma história de que encontraram uma bolsa da minha mãe cheia de documentos e que ela fingia ser várias pessoas. Sei lá o porquê. Na fase entre a maconha e a cocaína, a gente ainda tinha, bem ou mal, algum contato com ela. Às vezes, ela sumia ou ficava internada. Mas ela mantinha o apartamento, o contato comigo e com a minha irmã, ela tinha um namorado. Agora, na fase do crack, ela virou uma mendiga, uma sem-teto, virou o caos do caos mesmo. Mas sempre teve a droga no meio, ou remédio ou droga”.

“Acho que eu e a minha irmã tivemos a melhor versão dela, que foi a mãe dedicada vinte e quatro horas para os filhos. Mas, com a separação, esse cenário mudou. Passamos a ser as filhas de pais separados que passavam um final de semana com o pai e o outro fim de semana com a mãe. Na minha lembrança parece que foi ali que as coisas começaram a desandar para a vida dela... nessa época, também começaram a ficar mais evidentes os episódios com as drogas”.

“Eu tinha doze anos quando meus pais se separaram e nós fomos morar com a minha mãe. Em pouco tempo, ela começou a mudar com a gente... às vezes ela sumia outras vezes ela ficava eufórica e fazia tudo, mas em outros momentos ela se irritava, brigava e batia na gente. Eu ficava muito triste com aquilo que estava acontecendo. Eu estava acostumada com aquela mãe maravilhosa que fazia meu jantar. Um dia nós brigamos e ela me chamou de burguesinha e me mandou ir morar com a minha avó. E eu fui. Minha irmã ainda continuou morando com a

minha mãe e só foi para casa da minha avó um ano depois... Ela era mais apegada a minha mãe. Quando a minha irmã foi morar com a minha avó, a minha mãe já tinha vendido metade das coisas que nós tínhamos no apartamento onde fomos morar. Ela deixava minha irmã sozinha e ficava desaparecida por vários dias. Aí, meu pai que decidiu tirar minha irmã de lá”. “Esse foi um período em que minha avó paterna cuidou da gente. Ela fazia de tudo para nós. Minha avó, até o último dia da vida dela, tentou nos poupar e fazer de tudo para que a gente não sofresse tanto com a situação. Um tempo depois minha avó faleceu, a empresa do meu pai faliu. O nosso padrão de vida mudou. Fomos despejados várias vezes das casas onde fomos morar”.

“Enquanto meu pai tentava manter a aparência de que ele ainda tinha a empresa e estava sempre ocupado, a minha mãe, nessa época, ficava entre as clínicas e a rua. Acho que todo mundo da família foi buscar ela na favela. Dos meus 12 aos meus 18 anos uma das minhas maiores lembranças entre esse vai pra lá e vai pra cá é a de internar a minha mãe. Quando eu fiz dezoito anos, meu presente de aniversário foi assinar um termo de responsabilidade para prender minha mãe em uma dessas clínicas de narcóticos anônimos. Foram mais de 20 internações. Mas, nessa época, ninguém da família se disponibilizava mais a fazer nada por ela e já não havia mais dinheiro para pagar pelas suas internações em clínicas particulares”. “Quando procurei o juiz, eu estava desesperada. Foi num mês de dezembro e estava chegando o Natal. Às vezes eu encontrava com a minha mãe vagando pelas ruas e não sabia mais o que fazer. Ela estava pele e osso e nunca escondeu de nós o que ela estava fazendo... nós sabíamos que ela estava usando crack e não mais cocaína. Foi então que uma amiga me falou da internação compulsória. Ela conhecia um advogado e se dispôs a me levar até ele para que ele me explicasse como eu teria que fazer para tentar a internação. Até então, eu não sabia que existia esse tipo de internação compulsória”.

“O advogado então nos orientou a procurar a Vara da Família. Quando eu cheguei até lá, fui recebida pela secretária do juiz que abriu uma pasta enorme e me disse: Eu tenho aqui mais de trinta casos iguais ao da sua mãe e não posso fazer nada por você! Eu fiquei lá mais de uma hora contando a história da minha mãe para ela. Foi quando o juiz entrou na sala e me viu chorando e disse que se eu conseguisse levar minha mãe até lá ele conseguiria uma internação para ela”.

“Depois disso, eu e a minha irmã ficamos caçando minha mãe pelas ruas por alguns dias. A minha irmã mais nova que a encontrou. Aí a levamos até o juiz e ela foi internada no mesmo

dia. Para nós foi um alívio... Parecia que a gente ia ter um fôlego, que nós íamos poder respirar um pouco porque sabíamos que ela estaria sendo cuidada”.

“Foram dois anos muito intensos para nós. Era como se estivéssemos andando de montanha- russa. Minha mãe ficava bem, depois ficava mal. Ela ligava muito para gente pedindo por coisas, mas nada do que levávamos para ela estava bom. A equipe nos obrigava a ir para umas reuniões de família que eu detestava... Tínhamos que ficar ouvindo aquele monte de famílias contando histórias terríveis”.

“Mas, com o tempo, ela foi melhorando... ela até engordou e começamos a fazer planos. Ela dizia que queria uma casinha pra ela morar e que ia ficar bem. Mas, um belo dia, eu recebo uma ligação da equipe dizendo que ela tinha cortado os pulsos com um caco de vidro da janela que ela escondeu. Eu fiquei surpresa porque tinha falado com ela no dia anterior e estava tudo bem. Aí mudaram a medicação dela. Teve momentos em que a gente não entendia nada do que ela estava falando porque ela estava sob efeito de algum remédio muito forte”.

“Mas se eu posso dizer, desde os meus doze anos, do período maior que ela ficou bem foi na internação compulsória, porque fora isso não dá três meses e ela está de novo na rua. A compulsória foi isso. Eu pensava... agora ela está presa aqui. Agora não é mais ela que responde se ela quer ou se ela não quer, agora é o juiz quem decide. E por um tempo isso deu certo”.

“Enquanto ela esteve internada compulsoriamente, havia um cuidado maior com ela, porque ela estava sob a responsabilidade do hospital. Hoje em dia, quando ela está internada e foge, por exemplo, não existe esse compromisso com a garantia da permanência dela no espaço”. “Outra coisa que eu acho que a internação compulsória significou para a minha mãe foi uma imagem de que eu e as minhas irmãs estávamos ali, estamos cuidando e dando a devida atenção que ela precisava. Minha mãe já perdeu tudo. Acho que toda vez que ela pensa que ninguém está nem aí para ela, ela desaparece”.

“Minha mãe ligava no meu celular umas quinze vezes por dia e se nós não fossemos na visita nos finais de semana, podia esperar que ela ia aprontar alguma coisa... ou ela tentava se cortar, ou arrumava confusão, ou fugia. Uma vez ela ficou com a cabeça presa na janela. Tiveram que tirar as maçanetas da porta de tanto que ela tentava fugir”.

“Na internação compulsória, eu consegui fazer minha avó e meu avô visitarem ela, as irmãs que não viam ela há anos. Eu arrumei encrenca com a família inteira quando eu fui pedir para eles a visitarem, porque a família dela enxerga ela como a causadora de todos os males. Acho

que isso ajudou muito na permanência dela. Eu fui com a maior paciência do mundo explicar para cada um que a presença da família podia fortalecer ela”.

“Acho que até para a própria equipe manter ela internada por tanto tempo foi uma coisa de doido! Mas, na minha opinião, todas as vezes que ela faz esse tipo de coisa, é mais para chamar a nossa atenção mesmo. Parece que ela não quer sair dessa situação de verdade. Parece que ela sempre volta para que a gente assista de camarote a destruição dela”.

“A nossa realidade, minha e das minhas irmãs, é estar sempre esperando o pior. Nós estamos calejadas. A sensação, às vezes, é de não acreditar que você está fazendo tudo àquilo de novo. Acho que algo parecido se passa também com a equipe que cuida dela. Às vezes, eu fico me perguntando se quando a equipe recebe a pessoa destruída daquele jeito e depois vê a pessoa saindo para usar novamente, se ela não está só postergando o inevitável? São poucos os pacientes que realmente saem dessa situação. O fato é que de certa forma a gente também mantém isso. A gente se sente culpado e dá dinheiro, cigarro, roupa, comida e repete tudo outra uma vez”.

“Para nós, quando anunciaram a alta dela da internação compulsória foi àquela constatação de que ela não tinha para onde ir. Ela falava que não queria sair da internação, que ela não estava pronta. A realidade da minha mãe é muito dura, ela ficou dois anos internada e, quando ela saiu, ela não tinha mesmo para onde ir, ninguém da família quis receber ela. Ela sabe disso e isso é cruel”!

“Para a família dela, é como se ela estivesse morta. Ninguém sequer liga para saber como ela ou como eu e minhas irmãs estamos. Há mais ou menos um ano minha avó faleceu, e foi no velório dela que eu fui reencontrar meus primos e meus tios que eu não via há muitos anos. Eu não vi minha avó ficar velhinha. Ninguém quer saber de nós”.

“No processo da alta, como houve uma pressão muito forte do juiz de que a gente tinha obrigação de responder por ela e da nossa total inabilidade de conseguir ter essa responsabilidade, nós ficamos com medo de ir atrás de outra internação compulsória para ela. Eles diziam: vocês têm responsabilidade e vão deixar sua mãe na rua? Aquilo me pegava de um jeito. Minha culpa era tamanha que eu não dormia. Eu e minha irmã conversamos muitas vezes sobre isso e chegamos à conclusão que não dava para nós, nós não tínhamos condições de fazer de conta que nós erámos aquela família bonitinha que um dia nós fomos”.

“A realidade é que a minha mãe não tem função nenhuma na família. Ela não tem papel no mundo mais. Ela teria que construir novos papéis. Mas ela não consegue manter uma relação mínima que for. Ela volta e pede ajuda, a gente ajuda, mas depois ela vira as costas. Eu não

sei onde entra a droga nisso tudo e onde entra a questão da personalidade e da doença. Eu me recuso a acreditar que tudo isso é por causa do crack. Tem gente que consegue sair dessa, até com muito menos ajuda do que a minha mãe já teve”.

“Depois que ela saiu da internação compulsória, ela ficou por volta de um ano sumida... Ninguém conseguiu entender como, no mesmo dia em que ela teve alta, ela jogou tudo para o alto e foi pro mundo. Ela largou tudo no hotel e sumiu. Eram duas malas enormes de roupas e três caixas de livros que ela leu durante esses dois anos em que ficou internada compulsoriamente. Desde então, a gente faz o mesmo caminho: CAPS-Hospital Azul, CAPS- Hospital Azul. Acho que depois da internação compulsória, nós já fizemos isso mais umas dez vezes. Só que nessas internações ela não fica por tanto tempo”.

“Mas cada vez que ela está bem e ela recai, ela desconstrói na nossa cabeça a vontade de ajudar, a fé, a esperança e na cabeça dela também. Dessa última vez em que ela foi internada, ela me disse assim: Toda vez eu falo para você que eu vou parar e eu não paro. Eu vou te falar a verdade filha, eu acho que eu não vou parar de usar drogas nunca mais”.

“A gente escuta histórias de pessoas que conseguem viver bem e usar sua pedra no dia, mas a minha mãe não tem isso, ela soca os dois pés na jaca e se joga. É cruel. Eu e a minha irmã, a gente oscila muito de sentimento. Uma hora a gente quer ajudar, mas em outras a gente tem vontade que ela morra para acabar com isso de uma vez. Nesse momento, a minha irmã tá mais distante, mas na compulsória foi ela quem deu mais conta de correr atrás das coisas para a minha mãe. Naquela época, eu estava em plena depressão”.

“A única coisa que eu não fiz até hoje foi colocar ela dentro de casa e trancar a porta e dizer: Mãe agora você vai ficar aqui comigo! Eu sei que se eu fizesse isso eu ia ter que parar de viver, porque teria que ficar 24h monitorando ela. Porque o resto a gente fez... internação... tudo... eu estou sempre disposta a ouvir e pensar em alguma coisa pra ela. Porque se existe alguma possibilidade a gente quer tentar. Mas são muitos anos... são mais de quinze anos que ela está nessa vida. Sai-volta, droga-rua... não sei... mas acho que ela precisava ficar pelo mais uns dois anos tranquila, sem usar droga para a gente cogitar a possibilidade de ela poder reconstruir minimamente a vida dela”.

“Eu e a referência dela no CAPS AD começamos mais recentemente a construir uma ideia de ela ir para a Unidade de Acolhimento Transitório14. Percebemos que agora ela esta mais velha,

14 A Unidade de Acolhimento oferece cuidados contínuos de saúde, com funcionamento de vinte e quatro horas,

em ambiente residencial, para pessoas com necessidade decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, de ambos os sexos, que apresentem acentuada vulnerabilidade social e/ou familiar e demandem acompanhamento terapêutico e protetivo de caráter transitório cujo tempo de permanência é de até seis meses (12, 26).

ela já não tem mais a disposição que ela tinha antes para fazer a correria que ela tem que fazer para sustentar o uso. Ela fala que quer cozinhar. Ela pode até tentar trabalhar”.

“Então, veja só, existem possibilidades, mas elas estão muito fora da realidade que a minha mãe quer. Ela está lá atrás. Ela quer uma coisa que nenhum de nós tem mais. Nós não temos mais aquela estrutura familiar, nem aquela estrutura financeira que um dia a gente teve. Ela não está na nossa realidade. Ela não tá na realidade de que as filhas dela cresceram que o ex- marido dela está há quase quinze anos com outra mulher. Na cabeça dela, ela ainda acha que o meu pai é o marido dela. Ela diz: o seu pai foi o amor da minha vida”.

“Eu acho que ela achou uma maneira de viver entre tudo isso. Ela vive em um mundo paralelo. Pelo que me explicaram, acho que isso tem a ver com a doença dela, “o borderline”15. Com o CAPS, ela fica entre o uso e o não uso. Mas, para mim, emocionalmente a minha mãe já esta morta e só tem o corpo dela aqui. Ela não tem mais o que perder além da própria vida dela”. “E por mais incrível que possa parecer, ela não tem nenhuma doença física. São mais de quinze anos se expondo a todo tipo de perigo e ela não tem absolutamente nada. Ela dá nó em pingo d´água”.

“Conversando um dia com a equipe do CAPS, eles me disseram que ela sabe a quantidade que ela pode usar e é por isso que ela sobreviveu até hoje. Ela não bebe e quando ela vai para os lugares usar droga minha mãe fica sempre sozinha... Ela não anda em bando como a maioria dos usuários de droga. Eles de certa forma a protegem das confusões e de agressões. No dia em que fizemos essa conversa, eu não dormi. Fiquei a noite toda pensando nessa cena. Em como ela é capaz de sair debaixo das cobertas dos CAPS e escolher ir para esse inferno. Eu não acho que ninguém deixou de fazer o que precisava não... tanto o CAPS como o Hospital