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Sobre os gostos, as preferências musicais das professoras e o repertório na sala de aula.

No documento UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA 2007 (páginas 140-147)

3 SABERES E FAZERES MUSICAIS DE PROFESSORAS UNIDOCENTES DA EDUCAÇÃO INFANTIL

3.1 Saberes de professoras unidocentes sobre o ensino de música na Educação Infantil

3.1.2 Sobre os papéis ocupados pela música na Educação Infantil

3.1.2.4 Sobre os gostos, as preferências musicais das professoras e o repertório na sala de aula.

“Atrás de um gosto há sempre um sujeito, uma história, e práticas culturais

(OSTETTO, 2005, p.41)

Falar de gostos, preferências musicais e repertórios musicais implica tocar na formação artístico-cultural dos professores que atuam na Educação Infantil. Porém, sem a intenção de aprofundar sobre a temática62 apresentamos algumas falas das professoras que ilustram essa questão por entendermos ser pertinente conhecer como é feita a seleção do repertório musical pelas professoras no cotidiano escolar. Então, não se trata de discutir os gostos e o repertório com o intuito de tecer uma crítica a respeito de qual repertório deveria ser utilizado, mas conforme colocado por Ostetto (2004):

[...] não se trata de condenar o gosto do outro, não, nem de considerar que a boa música é só a que eu ouço, numa espécie de elitismo. É considerar que o gosto não é natural, que estamos falando de uma sociedade capitalista, uma

61 A esse respeito ver BUJES, Maria Isabel Edelweiss. Infância e Maquinarias. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

286p.

62 Sobre essa questão ver OSTETTO, Luciana Esmeralda.; “Mas a crianças gostam!” ou sobre gostos e

repertórios musicais. In: OSTETTO, Luciana E.; LEITE, Maria Isabel. Arte, infância e formação de

professores: autoria e transgressão. Campinas, SP: Papirus, 2004. Coleção Ágere. p. 41-60.; TRAVASSOS,

Elizabeth. Redesenhando as fronteiras do gosto: estudantes de música e diversidade musical. In: Horizontes

sociedade massificada, que produz cultura de massa (OSTETTO, 2004, p.48).

Todas as professoras colaboradoras foram unânimes em afirmar o gosto por música. Elas possuem gostos que variam desde o estilo sertanejo, MPB ao pop rock. Afirmaram ouvir vários tipos de música e, no trabalho em sala de aula dão preferência às cantigas de roda63 e canções folclóricas. Nesse sentido, defendem a importância de resgatar a infância por meio desse repertório, mas não conseguem justificar tal escolha. Assim, concordamos com Ostetto (2004) ao considerar sobre o fato de que por trás de um gosto musical há sempre um sujeito, uma história e práticas culturais e, tentando entender a escolha das professoras, acreditamos que ela poderá ser justificada por sua história de vida, suas relações com a música, as vivências musicais e práticas musicais construídas no cotidiano escolar.

A idéia comum entre as professoras unidocentes de que com as cantigas de roda e canções folclóricas resgatam a infância, nos remete a pensar que elas se referem à outras infâncias que não necessariamente dos seus alunos, mas, às suas próprias. As professoras trazem consigo mais do que lembranças musicais, gostos próprios. As falas transcritas abaixo permitem-nos entender como suas vivências musicais anteriores de infância refletem a formação do gosto e também da prática pedagógica das professoras.

[...] eu gosto mais de resgatar a infância, tudo aquilo que eu já vivenciei quando criança na escola e em casa. Então gosto de levar para sala de aula cantigas de roda, músicas do folclore, para trazer as crianças para a infância. [...]Eu gosto de trabalhar com meus alunos trazendo-os mais para o lado infantil, vivenciar as cantigas, brincar, cantar. (Prof. T., conversa informal em 26/06/06)

[...] Estávamos assentadas na grande mesa que ficava no salão do pavimento administrativo. Enquanto conversava com as professoras colaboradoras sobre suas experiências com música elas iam me contando sobre estas, exemplificando práticas que desenvolvem na sala de aula. As professoras falavam com entusiasmo sobre as atividades que desenvolvem com os alunos e também sobre algumas atividades aprendidas em cursos freqüentados. Como este era um dos primeiros contatos com as professoras e também na ocasião estávamos conhecendo a escola, conversamos sobre seus saberes e

63 Cantigas de roda, Cirandas ou Brincadeiras de roda são brincadeiras infantis, em que as crianças formam

uma roda de mãos dadas e cantam melodias folclóricas, podendo executar ou não coreografias acerca da letra da música. Estas possuem melodias simples, tonais, com âmbito geralmente de uma oitava e sem modulações. O compasso geralmente utilizado é o binário, outras vezes o quaternário. Entre as cantigas de roda mais conhecidas estão Escravos de Jó, Rosa juvenil, Sapo Jururu, O cravo e a rosa e Atirei o pau no gato. As letras das canções podem sofrer variações regionais, comuns em manifestações de transmissão oral.

práticas musicais e sobre a escola em geral. Então esclareci que estava ali para um bate-papo. Assim, dentre as diversas falas das professoras a Profa. R. comentou: – Eu me lembro que no pré-escolar que freqüentei cantava-se muito! Tinha as brincadeiras... Foi trabalhado muito a música! E eu, cresci assim com essa coisa de cantar e gostar de música! [...] (Profa. R. Nota de campo n.2, 23/05/06).

[...] eu gosto de música que tenha letra, que tenha um enredo, uma letra na música.[...] Então gosto de música que tenha uma história, ou, no nosso caso que trabalhamos com Educação Infantil, gosto de cantigas de roda. São músicas que nós resgatamos tanto a nossa infância, quanto tantas outras infâncias, dos nossos pais, nossos avós. Eu encaro como um bem supremo, é uma cultura que passamos de mãe para filho e vai perpetuando. E esse conhecimento segue geração afora, porque se não fosse assim, muita coisa já havia se perdido, então acho isso importante. (Profa. C. Entrevista em 04/12/06).

Também percebemos que quando falam em trazer as crianças para infância é como se estas estivessem em um outro tempo que não o da infância ou que estão perdendo a infância. As professoras referem-se à infância mais como um estado de pureza, inocência, uma condição de ser infantil do que a um período do desenvolvimento humano. Talvez o que quisessem dizer com o resgate da infância seria mais bem colocado (traduzido) como resgate do folclore, de modo geral, e mais especificamente nessa situação, o resgate da música folclórica e também de estar atento para a escuta das crianças, ou seja, para o cuidado que se deveria ter com o repertório musical destinado ao público infantil e que, via de regra, sabemos que não são respeitados o interesse e realidade das crianças. A cultura de massas produzida pela mídia tem se encarregado de produzir gostos e estes recaem, muitas vezes, no repertório dos produtos fabricados em série para o grande consumo padronizado.

A escolha do repertório utilizado em sala de aula além de ser justificado pela necessidade de resgate da música folclórica pelas professoras unidocentes, é também justificado por avaliarem que nem sempre o repertório que está na mídia têm sido de boa qualidade. A esse respeito a Profa. T. afirma levar para a sala de aula vários estilos musicais somente para apreciação, enquanto que, para desenvolver um trabalho efetivo com música opta por canções folclóricas como colocado anteriormente, apesar de saber que as crianças também gostam de músicas da moda. A Profa. T. ainda afirma não levar para a sala de aula músicas da mídia, apesar de reconhecer que as crianças gostam de cantar esse repertório.

Eu não trago [música da mídia], mas eles gostam de cantar. No

eclética. De um modo geral gosto de sertaneja, mpb, rock, não sou muito chegada em funk [...] Agora para trabalhar na sala de aula gosto de resgate de cantigas de roda, músicas voltadas para a Educação Infantil, trabalho com vários cantores e música de artistas como: Xuxa, Eliana.. .e trabalho com todas aquelas músicas da cdteca [...] (Profa. T. Entrevista em 17/10/06) (Acréscimo nosso) Já a Profa. C. afirma ser ela quem escolhe o repertório, o qual julga ser bom para trabalhar com as crianças considerando a letra. Com as observações do cotidiano da sala de aula dessa professora compreendemos que ela escolhe o repertório a ser trabalho a partir da letra da canção relacionando-a à temática que pretende trabalhar. O trecho abaixo retirado de uma das notas de campo ilustra esta questão:

[...] A Profa.C. contou para as crianças que esse trabalho sobre a Casa Torta faria parte de um projeto que iriam desenvolver no bimestre seguinte (3º bimestre). Esclareceu também que esse projeto participaria de uma exposição no CEMEPE (Centro Municipal de Estudos e Projetos Educacionais – Julieta Diniz) no mês de setembro, na “Mostra de trabalhos da Educação Infantil”64. As crianças ouviram atentamente sem entender muito bem do que se tratava. O sinal soou para o recreio e então a professora pediu para as crianças se organizarem a saída para o refeitório. Pediu para que guardassem o material debaixo das carteiras. As crianças ficaram agitadas e perguntavam se podiam sair. A professora respondeu que sim, mas com cuidado e devagar. Ela disse: – Não precisa correr! O aluno M. se aproxima de mim e me convidou pra sair para o recreio com ele. Me desculpei dizendo que precisava falar um pouquinho com a professora. Ele insistiu e ficou me aguardando. As crianças saíram para o refeitório sem a professora que ficou na sala fechando as janelas. Ofereci-me para ajudá-la e enquanto isso ela fez o seguinte comentário: – Olha Roberta, anteriormente havia planejado trabalhar com os meninos outro tema, que não teria música. Mas por causa de sua presença resolvi inverter a ordem do meu planejamento e começar pelo projeto que envolve música para que você possa acompanhar o trabalho. Me recordo que em um dia a caminho da escola a Profa. C. havia comentado a respeito de seu planejamento em desenvolver dois temas no 2º semestre letivo, porém só me lembro que um teria música e o outro não, pois segundo ela não havia achado uma música para o último tema, do qual também não me recordo do que se tratava.[...] Então prosseguiu dizendo: Esta é uma das maneiras na qual utilizo a música. Gosto de músicas que contenham letra. Igual a essa que é a história da casa torta. Vamos trabalhar a questão da

moradia. Acho que as crianças aprendem de forma prazerosa [...] (Profa. C. Nota de campo n.9, 28/06/06).

O trecho abaixo retirado da entrevista reforça o gosto da Profa C. por músicas que possuem letra:

[...] É mais prazeroso, é um texto que acaba se tornando mais prazeroso. O aluno gosta da música, de cantar, isso causa prazer, e quando você trabalha aquele texto que fala daquela música, nós sentimos um interesse maior em descobrir as palavras, nessa possibilidade de fazer a leitura, que ele acredita estar lendo, e ele esta lendo, da forma dele, ele está lendo, então isso dá uma certa satisfação para ele que está querendo adquirir esse conhecimento de ler[...] (Profa. C. Entrevista em 04/12/06)

De modo geral, as professoras dizem que na Educação Infantil as crianças são mais receptivas e abertas ao que é trazido por elas. Em uma das entrevistas realizadas com a Profa. R. questionamos sobre a receptividade das crianças em relação ao repertório trazido por ela que nos informou que as crianças aceitam bem o que é trazido. A Profa. R acredita que esse fato se deve à idade das crianças e também por serem da zona rural.

[...] as crianças tem uma inocência maior quanto às coisas dos meios de comunicação de massa, então elas são mais receptivas para o que nós traz. (Profa. R. Entrevista em 24/10/06)

Concordamos com a colocação referente à receptividade por causa da idade das crianças e, portanto, salientamos a importância em ampliar o repertório cultural das crianças da Educação Infantil (inclua-se aqui também os professores). É igualmente importante que se considerem as experiências, vivências e conhecimentos musicais construídos pelas crianças em relação com seu contexto. Vale ressaltar que percebemos que algumas professoras sentem dificuldades em lidar com o repertório da mídia, conforme exposto anteriormente pela Profa. T. e se preocupam em selecionar um repertório que acreditam ser de boa qualidade. Essa preocupação com a seleção do repertório é pertinente, porém, tão importante quanto o cuidado com a seleção para que se obtenha um valor musical e educacional, é a forma como ele irá ser trabalhado com os alunos.

Para Tourinho (1993):

Saber o que selecionamos e o que os alunos selecionam faz parte da nossa função de educar e aprender. Muito do que ignoramos nas escolas, seja por falta de qualidade, relevância ou desconhecimento, também poderia ser justificado. É claro que temos a consciência que jamais conhecemos tudo

que ignoramos, porém fixar os limites apenas sobre o que sabemos é ignorar nossa capacidade de aprender. (TOURINHO, 1993, p.20).

Assim, em regras gerais, o que presenciamos na escola é o não acolhimento dos saberes e experiências que cada criança traz consigo (Ostetto, 2005). Então, percebemos que as práticas musicais no interior das escolas de Educação Infantil estão relacionadas às vivências e aos repertórios culturais de professores mais que dos alunos. Nesse sentido, as iniciativas das professoras em tentar filtrar e delinear um repertório que consideram de melhor qualidade para as crianças é válida, porém, deixam de considerar as experiências musicais dos alunos e, nesse sentido, comungamos com Ostetto (2004) quando argumenta que:

[...] não se trata de negar a entrada na instituição educativa de qualquer tipo de música trazida pelas crianças, porque seria como negar a história dessas crianças. Porém, não é também seguir a moda, as determinações do mercado de bens simbólicos. É no mínimo, questionar tudo que aí chega, e questionar não significa proceder a uma análise, de forma racional, explicativa, didática, demonstrando por “a mais b” como se dá a dominação e a alienação. É possibilitar a coexistência dos mais variados tipos de música, de modo a provocar o encontro e o debate de significados – do estranhamento às entranhas do novo. ( OSTETTO, 2004, p.58).

Além do gosto e preferência por cantigas de roda e canções folclóricas as professoras disseram ter preferência também por músicas cantadas e que contenham letra em que possam ser explorados diversos conhecimentos, valores e que possam enriquecer o vocabulário das crianças. Desse modo, acreditam que a letra favorece o trabalho interdisciplinar com outras áreas de conhecimento quando utilizam-na no processo de alfabetização das crianças. Discutiremos a esse respeito nos tópicos seguintes.

Ainda com relação ao repertório trabalhado nas salas de Educação Infantil, as professoras colaboradoras defenderam suas preferências musicais e a importância da música no processo de desenvolvimento intelectual e emocional dos alunos e no desenvolvimento de sua consciência crítica. Nesse sentido, rejeitam o uso do funk em suas práticas com música na sala de aula e também de alguns “raps”. Na fala das professoras colaboradoras aos estilos musicais “funk” e “rap65” são atribuídas atitudes negativas carregadas de significados como

65 O rap- abreviação de rythm and poetry (ritmo e poesia) – é uma música que nasceu da rua e para a rua. Suas

temáticas estão intimamente ligadas às situações sociais contemporâneas. O rap fala do momento atual, relatando, criticando e propondo soluções para questões reais da sociedade. Talvez por isso esse estilo musical seja um dos mais consumidos pela juventude, principalmente as das periferias dos grandes centros, com sua maioria composta por negros. (SOUZA et al, 2005, 21)

música “pornográfica”, “violenta” e “barulhenta”. Os trechos retirados das falas das professoras ilustram a questão:

Só não gosto desses raps horrorosos que tem por aí e de funk! ( Profa. R. Entrevista em 24/10/06)

Não sou muito chegada em funk! Essas músicas deturpam as idéias, trazem um vocabulário cheio de “bundinha” e não sei mais o que.

(Profa. T. Entrevista em 17/10/06)

Não gosto, por exemplo, de música que é só barulho e que a gente não entende nada do que está sendo falado, é pornográfica. (Profa. C. Entrevista em 04/12/06)

Consideramos que as narrativas expostas acima pelas professoras unidocentes apesar de relevantes não trazem argumentos consistentes a respeito dos estilos musicais que desaprovam. Nesse sentido, acreditamos que a falta de conhecimento mais amplo sobre alguns estilos musicais tem levado muitos ouvintes, neste caso, as professoras, a formar opiniões muitas vezes preconceituosas. Conforme destacado por Tourinho (1993) no trecho citado anteriormente, não podemos fixar os limites apenas sobre o que sabemos e conhecemos, pois é igualmente importante que o professor se preocupe em formar uma sensibilidade auditiva de modo a favorecer a continuidade de acesso dos alunos como ouvintes críticos, seletivos e ouvintes por opção. O fato de considerarem o funk e o rap estilos musicais menos ricos é uma opinião compartilhada culturalmente em nossa sociedade e provém da formação artístico-cultural de professores. É sabido e, compartilhada a idéia do

funk, em especial, de que esteja associado à movimentos de protesto, apelação e violência. Porém, acreditamos que tal fato acontece muitas vezes por desconhecimento gerando, dessa forma, estereótipos.

Sobre o rap e o funk, Dayrell (2002) faz a seguinte colocação:

[...] o estilo rap estimula o jovem a refletir sobre si mesmo, sobre seu lugar social, contribuindo para a ressignificação das identidades do jovem como pobre e negro. Ao mesmo tempo, ele cria uma forma própria de o jovem intervir na sociedade, por meio de suas práticas culturais. Mas não significa necessariamente que se coloque como uma forma de resistência ou mesmo como uma expressão política de oposição de classe. Prefiro ressaltar seu sentido formativo, detectado numa pedagogia que parece gestar entre eles. Uma pedagogia da palavra emitida pelas letras, por meio da qual não pretendem impor uma compreensão da realidade, mas “fazer o cara pensar”, como nos disseram vários deles. [...] (DAYRELL, 2002, p. 133-134)

O rap e o funk se colocam como um dos poucos meios pelos quais os jovens puderam exercer o direito às escolhas, elaborando modos de vida distintos e ampliando o leque das experiências de vida. Essa dimensão se torna mais importante quando levamos em conta que é o exercício da escolha, junto com a responsabilidade das decisões tomadas, uma das condições da construção da autonomia. (DAYRELL, 2002, p. 117-136)

Ao nos comprometermos com um processo educativo que contemple o direito da criança à infância e à educação de qualidade precisamos entender que, respeitar é acima de tudo comprometer-se com as crianças, por inteiro. E nesse sentido, comungamos mais uma vez com Ostetto (2005) ao afirmar que:

A possibilidade de um cotidiano prazeroso, criativo, colorido, musical, dançante, repleto de movimento, aventura e trocas dependerá, em muito, das possibilidades do adulto, da relação que estabelece com as diferentes linguagens, do seu repertório cultural. Aos professores, o que lhes encanta? O que lhes mobiliza os sentidos? Que linguagens vivem, fazem, experimentam? No contexto de tantas indagações, delineia-se uma proposta com base comum para a prática educativa em creches e pré-escolas. É necessária uma formação que contemple experiências estéticas capazes de resolver o ser da poesia presente e esquecido no professor – adulto roubado em suas linguagens ao longo da vida. Pensar o gosto e o repertório das crianças é problematizar o gosto e o repertório dos adultos (OSTETTO, 2004, p. 57).

Desse modo, no sentido de compreender o pensamento e o trabalho construído pelas professoras unidocentes sobre o ensino de música na Educação Infantil discutiremos as práticas pedagógico-musicais construídas no exercício profissional. Este se constitui, então, o segundo eixo de análise dos dados o que, com as entrevistas e observações do trabalho das professoras colaboradoras nos levou a compreender os pensamentos que guiam suas práticas musicais.

3.2 Práticas pedagógico-musicais de professoras: o trabalho construído por

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