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Sobrevivência e saúde da criança Bases para a ação

No documento AS MULHERES E OS DIREITOS CIVIS (páginas 126-129)

PLANO DE AÇÃO DA CONFERÊNCIA MUNDIAL DE POPULAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

B. Sobrevivência e saúde da criança Bases para a ação

12. Progressos importantes têm sido alcançados em toda parte na redução da mortalidade neo-natal e infantil. As melhorias na sobrevivência das crianças foi, neste último século, o principal com-ponente do aumento geral da média de expectativa de vida, primei-ro nos países desenvolvidos e depois, nos últimos 50 anos, nos paí-ses em desenvolvimento. O número de óbitos neo-natais (isto é, de mortes de crianças abaixo de um ano de idade) por 1.000 nascimen-tos caiu, em todo o mundo, de 92 em 1970-1975, para cerca de 62 em 1990-1995. Nas regiões desenvolvidas, o declínio foi de 22 para 12 mortes de bebês por 1.000 nascimentos, e nos países em desen-volvimento, de 105 para 69 mortes de bebês a cada 1.000 nascimen-tos. Na África subsaariana e em alguns países asiáticos, o progresso tem sido mais lento. Ali, no período 1990-1995, mais de uma em cada 10 crianças nascidas morrerão antes de completar o primeiro ano. A mortalidade de crianças com menos de 5 anos apresenta va-riações significativas entre os países e as regiões. Os povos indíge-nas apresentam geralmente taxas de mortalidade de bebês e de cri-anças maiores do que a norma nacional. Pobreza, subnutrição, declínio na amamentação e inadequação ou falta de saneamento e de assistência à saúde são os fatores que se associam a taxas altas de mortalidade de crianças e de recém nascidos. Em alguns países, perturbações e guerras civis também têm tido impactos negativos importantes sobre a sobrevivência das crianças. Nascimentos

indesejados, abandono e abuso da criança são também fatores que contribuem para o aumento na mortalidade infantil. Além disso, a infecção pelo HIV pode ser transmitida de mãe para filho antes e durante nascimento, e as crianças cujas mães morrem correm alto risco de morrerem elas próprias muito cedo.

13. A Cúpula Mundial para a Criança, realizada em 1990, ado-tou uma série de objetivos para as crianças e para o desenvolvimen-to até o ano 2000, os quais incluem a redução de cerca de um terço nas taxas de mortalidade neo-natal e de crianças abaixo dos cinco anos de idade, isto é, para 50 ou 70 óbitos por 1000 nascimentos respectivamente, considerando-se o menor indicador. Esses objeti-vos se baseiam na execução de programas de sobrevivência infantil durante a década de 1980, os quais demonstram não só que há tecnologias eficientes de baixo custo, mas também sua disponibili-dade para grandes populações. Todavia, as reduções de morbidisponibili-dade e de mortalidade conseguidas através de medidas extraordinárias na década de 1980 correm o risco de se reverterem, se os sistemas gerais de prestação de serviços de saúde criados na década não forem institucionalizados e mantidos.

14. A sobrevivência infantil está intimamente ligada à oportuni-dade, ao espaçamento e à quantidade de nascimentos, à saúde re-produtiva das mães. Gestações precoces, tardias, numerosas e mui-to sucessivas são os principais famui-tores que contribuem para altas taxas de morbidade e de mortalidade de bebês e crianças, especial-mente onde são escassas as instalações de assistência à saúde. Onde a mortalidade infantil se mantém alta, os casais muitas vezes têm mais filhos do que teriam em outras circunstâncias, para assegurar a sobrevivência de uma quantidade desejada de filhos.

OBJETIVOS

15. Os objetivos são:

(a) Promover a saúde e a sobrevivência infantis e reduzir, tão rapidamente quanto possível, as disparidades nos países desenvol-vidos e em desenvolvimento e entre eles, com particular atenção para a eliminação do padrão de mortalidade excessiva e evitável de bebês e crianças do sexo feminino;

(b) Melhorar a situação de saúde e de nutrição de bebês e crianças;

(c) Promover o aleitamento como estratégia de sobrevivência infantil.

AÇÕES

16. As diferenças entre as taxas médias de mortalidade de bebês e de crianças nas regiões desenvolvidas e nas regiões em desenvol-vimento do mundo devem ser substancialmente reduzidas nos pró-ximos 20 anos, por meio da cooperação internacional e de progra-mas nacionais, assim como devem ser eliminadas as disparidades nos países, as disparidades entre regiões geográficas, entre grupos étnicos ou culturais e entre grupos sócio-econômicos. Países com populações indígenas devem fazer com que os níveis de mortalida-de mortalida-de bebês e mortalida-de crianças abaixo mortalida-de 5 anos mortalida-de idamortalida-de sejam os mes-mos que os da população em geral. Os países devem envidar esfor-ços para reduzir em um terço as taxas de mortalidade de bebês e de crianças abaixo de 5 anos de idade, ou a 50 e 70 óbitos por 1.000 nascimentos respectivamente, optando pelo menor indicador, por volta do ano 2000, com adequada adaptação à situação particular de cada país. Por volta de 2005, os países com níveis intermediários de mortalidade devem ter como alvo uma taxa de mortalidade in-fantil abaixo de 35 por 1.000 nascimentos, e uma taxa de mortalida-de mortalida-de crianças com menos mortalida-de 5 anos mortalida-de idamortalida-de abaixo mortalida-de 45 por 1.000. Os países que alcançarem antes esses níveis devem se esfor-çar para reduzi-los ainda mais.

17. Todos os governos devem avaliar as causas fundamentais da alta mortalidade infantil e, dentro da infra-estrutura de assistência primária de saúde, ampliar os serviços integrados de assistência à saúde reprodutiva e à saúde infantil, inclusive a maternidade segu-ra, os programas de sobrevivência infantil e os serviços de planeja-mento familiar para toda a população, particularmente para os gru-pos mais vulneráveis e desfavorecidos. Esses serviços devem in-cluir assistência pré-natal e orientação, com ênfase especial nas gestações de alto risco e na prevenção de doenças sexualmente trans-missíveis e na infecção pelo HIV; sobre a assistência adequada no parto e os cuidados neonatais, inclusive o aleitamento como única forma de alimentação; informação sobre o aleitamento ideal e sobre

as práticas apropriadas de desmame; suplementação de micronu-trientes e de anatoxina tetânica, quando necessário. As interven-ções para reduzir a incidência de deficiência de peso ao nascer e outras deficiências nutricionais, como a anemia, devem incluir a promoção da alimentação materna por meio de informação, educa-ção e orientaeduca-ção, bem como da promoeduca-ção de intervalos mais longos entre os partos. Todos os países devem priorizar esforços para redu-zir as principais doenças infantis, principalmente as infecciosas e parasitárias, para evitar a subnutrição entre as crianças, espe-cialmente as meninas, através de medidas que visem a erradicação da pobreza e assegurar que todas as crianças vivam num meio sau-dável, divulgando informações sobre higiene e nutrição. É também importante proporcionar aos responsáveis parentais informações e educação sobre cuidados infantis, inclusive o uso da estimulação mental e física.

18. Para que recém-nascidos e crianças recebam a melhor nutri-ção e para a protenutri-ção específica contra uma série de doenças, a amamentação deve ser protegida, promovida e apoiada. Com apoio legal, econômico, prático e emocional, as mães devem estar em con-dições de alimentar seus filhos exclusivamente com a amamenta-ção, por entre quatro e seis meses, sem alimento e bebida suple-mentar, e continuar a amamentá-los com alimentação complemen-tar apropriada e adequada até a idade de dois ou mais anos. Para alcançar esses objetivos, os governos devem promover informação pública sobre os benefícios do aleitamento; o pessoal de saúde deve receber treinamento sobre o manejo do aleitamento, e os países de-vem estudar métodos e meios de cumprir rigorosamente o Código Internacional, da OMS, de Comercialização de Substitutivos do Lei-te MaLei-terno.

C. Saúde da mulher e maternidade segura

No documento AS MULHERES E OS DIREITOS CIVIS (páginas 126-129)