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4. Apresentação, análise e discussão dos resultados

4.1. Categoria A Perspetivas de avaliação na educação pré-escolar

4.1.2. Subcategoria A2

No quadro 8, apresentamos as unidades de registo relativas ao interesse pela avaliação e à formação contínua e inicial das entrevistadas.

SUBCATEGORIA UNIDADES DE REGISTO

A2

Interesse/Formação

“considero muito importante na minha atividade.”(E1)

“é importante a avaliação nesta faixa etária, consegue-se ver o processo educativo. A sua evolução.”(E1)

“sou interessada, eu acho. Até porque as coisas estão sempre a mudar e gosto de estar informada e atualizada.”(E5)

“sinto muito interesse por esta área. A avaliação sempre me apaixonou. Sempre quis saber mais.”(E4)

“sinto interesse, sim. Sempre li muito e sendo a avaliação um tema que me interessa, leio tudo que me aparece.”(E3)

“sinto necessidade de formação pois acho que na minha formação inicial, não foi uma temática abordada e as mudanças dos últimos tempos tem-nos obrigado a atualizar conhecimentos e conceitos.”(E1)

“a minha formação não me deu muito conhecimento sobre a avaliação. Daí foi um passo para procurar eu a formação necessária.”(E4)

“quando iniciamos esta forma de avaliar, formação não havia nenhuma. Nem a pagar! nós devemos por isso procurar as formações.”(E5)

“também no curso inicial, não dão grande coisa. Mas olha que mesmo agora que tem formação nessa área, julgo eu, só isso não lhes vale de nada. É preciso praticar.”(E2)

“eu fiz formação académica na área da avaliação sempre fiz formações pequenas ligadas à avaliação das crianças o gosto vai aumentando e quanto mais se sabe, mais se quer saber, é viciante mas para o fazeres tens que ter iniciativa, se esperas pelos centros de formação ou ministério e os colegas também não puxam muito estão à espera das fáceis e rápidas e pouco investem.”(E4)

“eu tive aprendizagens em avaliação no meu curso. E depois praticávamos, e muito! Procuro formação mas não tenho paciência para formações sem sentido. Procuro formação em livros, leio muito, e temos muita coisa sobre avaliação na educação pré- escolar, e boa. Agora formação sobre avaliação, se tivesse feito alguma, lembrava-me, e não me lembro.”(E3)

“eu não tenho formação nenhuma em avaliação. Faço alguma coisa pontual que aparece e é muito pouca, leio e converso com as colegas com quem partilho coisas, sempre que possível leio aquilo que sai.”(E2)

“nunca fiz formação nesta área, e chegamos a pedir o centro nunca fez uma para o que pedimos, nem tenho visto nada nessa área. Muita coisa para os outros níveis de ensino e sobre avaliação mesmo, mas para o pré-escolar, nada. Isto que eu saiba, só se fazem e não divulgam como deveria ser.”(E5)

“chegou a fazer-se alguma coisa sobre as orientações, mas sobre as metas por exemplo ainda não vi nada. Agora vai mais lá para o Porto, Coimbra ou Lisboa e tu vês as formações a multiplicarem-se. Somos portugueses de segunda!”(E2)

“não é verdade que fazem formações sobre o que pedimos, já o fizemos e nada.”(E1) “era bem preciso fazer formação sobre os instrumentos com que trabalhamos. É muito urgente isso.”(E2)

“também no curso inicial, não dão grande coisa. Mas olha que mesmo agora que tem formação nessa área, julgo eu, só isso não lhes vale de nada. É preciso praticar.”(E2)

“faz falta avaliação sobre as orientações e metas. Se calhar já teriam sido reformuladas um bocadinho.”(E5)

Quadro 8 - Categoria A - Subcategoria A2

Relativamente ao Interesse e à formação da avaliação na educação pré-escolar ((quadro 8, categoria A2), todas as educadoras assumem o seu interesse pela avaliação “sou interessada por ela” (E1), “sinto interesse por esta área a avaliação sempre me apaixonou” (E4),

“nós devemos por isso procurar as formações” (E5).

Quanto à formação, percebemos pelas entrevistas que a formação em avaliação depende muito da disponibilidade e da vontade de cada uma de a procurar: “para a fazeres tens que ter iniciativa” (E4), “os colegas estão à espera das fáceis e rápidas e pouco investem”(E4), “sinto necessidade de formação pois acho que na minha formação inicial, não foi uma temática abordada” (E1).

Três educadoras dizem necessitar de formação, mas nunca a terem feito.Outra afirma “ter procurado, e até pedido” (E3) mas não ter conseguido encontrar. Sentem que as Universidades estão mais interessadas, mas que os cursos não estão ao alcance financeiro de todas “eu fiz formação académica na área da avaliação” (E4).

Uma educadora diz haver pouca oferta de formação em avaliação na educação pré-escolar, mas que sempre a procurou e já fez algumas ao longo da carreira.

Duas educadoras afirmam diferenças regionais na oferta formativa ao pré-escolar. “Agora vai mais lá para o Porto, Coimbra ou Lisboa e tu vês as formações a multiplicarem-se. Somos portugueses de segunda!” (E2)

Quase todas admitiram que a sua formação inicial não contemplava formação na área da avaliação, “na minha formação inicial, não foi uma temática abordada” (E1). Contudo, as educadoras reconhecem a sua competência de avaliação das aprendizagens na educação pré- escolar: “consigo avaliar as crianças” (E1). Não reconhecem dificuldades práticas, mas sentem necessidade de procurar formação para completar a parte teórica que suporta essa prática: “era bem preciso fazer formação sobre os instrumentos com que trabalhamos. É muito urgente isso” (E2).

Pelos discursos das entrevistadas, verifica-se que há pouca formação em avaliação na educação pré-escolar, salvaguardando a que se faz nas Universidades, mas onde o custo não está acessível a todas.

Também se evidencia algum desânimo e frustração por não terem recursos humanos para trabalhar com a qualidade que gostariam: “faltam-me é recursos.” (E4). “É desmotivador. Exigem-nos uma avaliação em consciência, com que concordo, mas tiram-nos o tapete dos pés” (E5) e “por vezes, é muito frustrante” (E3).

Todas assumem conhecimento das orientações ministeriais relativas à avaliação e associam-nas às Orientações Curriculares e às Metas de aprendizagem. Referem ser as mais trabalhadas, evidenciando uma preparação e apropriação dos seus conteúdos e a sua utilização como ferramenta de trabalho: “sei bastante sobre as metas e orientações” (E4).

Ressaltamos que as entrevistadas têm, em média, trinta anos de serviço, o que poderá traduzir alguma rotinização das práticas, ao mesmo tempo que a prescrição normativa lhes dá alguma segurança, pois as metas de aprendizagem guiam as práticas.