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4. Apresentação, análise e discussão dos resultados

4.3. Categoria C Formalização/informalização da avaliação da educação pré-escolar

4.3.1. Subcategoria C1 Planificações

No quadro 18 apresentam-se unidades de registo sobre a forma e frequência como cada uma planifica as suas atividades.

SUBCATEGORIAS UNIDADES DE REGISTO

C1

Planificação

“As atividades gerais do plano anual, assim como os objetivos e metas a atingir, são trabalhadas e discutidas em conselho de docentes no início do ano, partindo da reflexão da avaliação do ano anterior.

Fazemos um levantamento das necessidades e interesses das crianças das três idades e em conjunto formulamos o PAA, completado depois em cada escola com as necessidades e interesses de cada grupo em partícula, temos metas para atingir e principalmente o planificação dos cinco anos tem em conta os objetivos de transição para 1ºciclo.”(E5)

“Para além disso eu faço todos os meses um plano de trabalho que reflete as prioridades e interesses do meu grupo. É um plano mais intencional e diferente para cada idade […] aos cinco anos tem um peso muito maior e é claro que tenho em conta as metas que me orientam e nos dão as competências que as criança devem ter na entrada para a o 1º ano.” (E4)

“Fazemos na primeira reunião um levantamento das necessidades do departamento que na opinião de cada educadora é emergente trabalhar. Refletimos o que não resultou no ano anterior e reformulamos essa parte Depois cada uma faz o resto do plano anual como achar melhor. Para além disso eu faço todos os meses um plano de trabalho que reflete as prioridades e interesses do meu grupo. É um plano mais intencional.”(E4)

“começo por fazer um plano anual com as sugestões de prioridades ou necessidades do departamento pré-escolar. Depois faço planos mensais ou semanais, dependendo da necessidade do grupo e das avaliações que vou fazendo. Vou ajustando (…) eu é que pergunto na reunião de apresentação do plano se há alguém que possa articular connosco e incluo. Ou então se a qualquer momento tiver alguém que me seja útil e que colabore connosco, é planificado de imediato. Nunca recuso uma oferta dos pais.”(E3)

“Sim, sem ser inflexível. Mas faço sempre a planificação mensal. Para me organizar, orientar os recursos sem ser muito minuciosa(…)Comtemplam todas as áreas de conteúdo, planifico em função dos objetivos que tenho.”(E4)

“planifico atividades sugeridas, as mais formais respeitantes aos cinco anos mas é mais no último período onde as atividades tem que ser mais parecidas com as do 1º ano […]As atividades que temos de articulação com outros níveis de ensino são muito importantes para todos. Eu sou uma apaixonada pela articulação.”(E4) “planifico com mais rigor as atividades dos cinco anos, principalmente do terceiro período. Tem que fazer a ponte entre um nível e o outro. Por isso tenho o cuidado de as fazer e fazer bem.” (E2)

“as atividades planificadas referem um conjunto de atividades que pretendia desenvolver e que tem sempre um objetivo. Se proponho uma atividade de

linguagem, naturalmente que o que quero desenvolver, são competências linguísticas. Há sempre uma intenção ao planifica, mais ou menos formal depende da idade. As dos cinco anos, são um bocadinho intencionais, quer a gente queira ou não” (E1)

“Não peço opinião aos pais nas planificações. Agora se me surge uma oportunidade até de autoria de algum pai, e se for pertinente, incluo-a nas minhas planificações.” (E2)

Quadro 18 –Categoria C - Subcategoria C1

Relativamente à planificação (quadro18), verificamos que todas planificam as suas atividades de forma muito semelhante e com periodicidades pouco diferentes também.

Duas referem que as atividades gerais do PAA são combinadas e escolhidas em conselho de docentes. Depois, há as atividades referentes aos projetos de sala e de escola planificados mais tarde com as colegas ou só nas respeitantes aos projetos de sala.

É interessante verificar que em nenhum momento alguma refere o envolvimento dos pais na construção desse plano de atividades. Uma educadora refere que utiliza e aproveita a articulação dos pais nas suas atividades, mas não os refere nas planificações. Planifica a seguir à oferta e disponibilidade deles.

“Não peço opinião aos pais nas planificações. Agora se me surge uma oportunidade até de autoria de algum pai, e se for pertinente, incluo-a nas minhas planificações.” (E2); “eu é que pergunto na reunião de apresentação do plano se há alguém que possa articular connosco e incluo. Ou então se a qualquer momento tiver alguém que me seja útil e que colabore connosco, é planificado de imediato. Nunca recuso uma oferta dos pais” (E3).

Na sua maioria, planificam periodicamente pois, depois de uma avaliação, as planificações menos formais podem ser alteradas no seu conteúdo mesmo mantendo a organização e estrutura da atividade: “eu faço todos os meses um plano de trabalho que reflete as prioridades e interesses do meu grupo. É um plano mais intencional” (E4); “Depois faço planos mensais ou semanais, dependendo da necessidade do grupo e das avaliações que vou fazendo. Vou ajustando”(E3).

Relativamente à planificação, verificamos que, qualquer que seja o plano, inclui atividades mais ou menos formais, dependendo da idade das crianças. Quanto mais velhas forem, mais formais se tornam as planificações e mais intencionais de encontro ao currículo do 1º ano e das orientações e metas para essas idades.

Uma educadora faz “um plano mais intencional e diferente para cada idade” (…) mas ao mesmo tempo refere

planifico atividades sugeridas, as mais formais respeitantes aos cinco anos mas é mais no último período onde as atividades tem que ser mais parecidas com as do 1º ano, aos cinco anos tem um peso muito maior, e é claro que tenho em conta as metas que me orientam e nos dão as competências que as crianças devem ter na entrada para o 1º ano. (E4).

Uma educadora refere que planifica por objetivos: “Há sempre uma intenção ao planificar, mais ou menos formal depende da idade. As dos cinco anos são um bocadinho intencionais, quer a gente queira ou não” (E1).

A formalidade e intencionalidade curricular de se aproximarem do 1º ciclo é evidente nas suas declarações: “temos metas para atingir e principalmente a planificação dos cinco anos tem em conta os objetivos de transição para 1ºciclo.” (E5); planifico com mais rigor, as dos cinco anos, principalmente do terceiro período. Tem que fazer a ponte entre um nível e o outro. Por isso tenho o cuidado de as fazer e fazer bem” (E2).

Verificámos, também, algumas contradições quando afirmam que avaliam por objetivos mas que não são inflexíveis: “planifico sem ser inflexível. Mas faço sempre a planificação mensal. Para me organizar, orientar os recursos sem ser muito minuciosa planifico em função dos objetivos que tenho” (E4).

Reconhece-se uma consciencialização no processo de planeamento, em função de objetivos específicos sendo eles mais ou menos formalizados e a diferença poderá estar apenas na forma como são executadas essas atividades.

A planificação ao longo do ano é anexada à avaliação e a sua reformulação depende dos resultados obtidos e da reflexão que o educador faz sobre ela.

No Despacho n.º 522/97 de 4 de Agosto – Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar, é definida a avaliação como parte integrante do planeamento:

Avaliar o processo e os seus efeitos implica tomar consciência da acção para adequar o processo educativo às necessidades das crianças e do grupo e à sua evolução. A avaliação realizada com as crianças é uma actividade educativa, constituindo também uma base de avaliação para o educador. A sua reflexão a partir dos efeitos que vai observando, possibilita-lhe estabelecer a progressão das aprendizagens a desenvolver

em cada criança. Neste sentido a avaliação é suporte do planeamento (p.27).

As educadoras seguem os documentos legislativos, que desempenham um papel fundamental na orientação das suas planificações e práticas letivas.

As metas de aprendizagem emanadas pelo Ministério da Educação:

facultam um referencial comum que será útil aos educadores de infância, para planearem processos, estratégias e modos de progressão para que, ao entrarem para o 1.º ciclo, todas as crianças possam ter realizado as aprendizagens, que são fundamentais para a continuidade do seu percurso educativo.

Sendo essas aprendizagens definidas para cada área de conteúdo, sublinha-se que, na prática dos jardins-de-infância, se deve procurar sempre privilegiar o desenvolvimento da criança e a construção articulada do saber, numa abordagem integrada e globalizante das diferentes áreas.

Como pudemos verificar pelos discursos das entrevistadas, há um alinhamento entre as orientações normativas e as práticas curriculares.