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5.2.4 Quanto ao local

5.3 Técnicas de treinamento

Para que o treinamento e desenvolvimento tenham êxito e retorno para a empresa, o instrutor deverá utilizar as técnicas de acordo com o tipo de aprendizagem, assim terá seu funcionário melhor qualificado e com isso refletirá imediatamente na qualidade de seus produtos e serviços, aumentando seus lucros e satisfação dos clientes. O mesmo ocorre com o empregado, que terá muito aproveitamento e certamente verá sua capacidade de trabalho aumentar após as aprendizagens, elevando seu desempenho, podendo alcançar promoções tanto de cargo como salariais.

A transmissão dos conteúdos pelo(a) instrutor(a) deverá ser feita utilizando várias técnicas, como complemento dos procedimentos didáticos que contribuirão e servirão de apoio para realizar a capacitação dos treinandos. Porém, dependendo do tipo de treinamento, deverá ser utilizada uma ou mais técnicas para cada tipo de ensino.

Segundo Marras (2001, p. 158), “as técnicas de treinamento utilizadas pelos instrutores na aplicação de módulos de treinamento variam conforme a situação, o objetivo do treinamento, o grupo de treinandos”.

A seguir comentaremos as principais técnicas de treinamento utilizadas atualmente:

1ª) Aula expositiva: Técnica utilizada pelo(a) instrutor(a) para

repassar os conteúdos verbalmente. Utilizada em quase todo tipo de treinamento, é normal estar associada a outras técnicas para auxiliar na exposição dos conteúdos – como datashow, slides, filmes.

• Exemplo: Treinamento para toda a empresa de como utilizar os vales supermercado. São explicados os procedimentos oralmente e depois realizada projeção em formato de slides. Também são repassados pelo sistema de intranet os modelos e o formato dos vales assim como as informações de como usar.

2ª) Demonstração: Tanto pode ser utilizada no treinamento

individual como no coletivo. É a comprovação da teoria na prática. • Exemplo: A explicação do funcionamento de um telefone

celular seguida do manuseio para comprovar as informações na prática.

3ª) Estudo de caso: Essa técnica geralmente parte de situações

ocorridas na prática em organizações.

É solicitado aos treinandos que façam uma análise por escrito dos problemas apresentados pelo instrutor. Após a conclusão, individualmente ou em grupos, deverão encontrar a melhor solução para resolver o problema apresentado.

• Exemplo: O gestor do departamento de RH foi incumbido, pela Direção Geral, de realizar o corte de funcionários em seu departamento, que hoje conta com 50 funcionários. A orientação é passar para, no máximo, 35, ou seja, terá que demitir 15 pessoas. Você, como gestor de recursos humanos, quais critérios utilizará para cumprir essa determinação?

4ª) Dramatização: É utilizada para fazer análise comportamental,

isto é, buscar a reação de terceiros, no caso, os treinandos, mediante determinada situação.

Também conhecida como role-playing, é uma técnica grupal em que se procura representar dramática ou teatralmente algumas situações reais de trabalho. Em determinado momento do treinamento ocorre uma troca de lugares entre o empregado e seu chefe, para que ambos tenham a percepção do trabalho de cada um, e se coloque no lugar do outro para tomar determinadas decisões.

O foco dessa técnica está em trabalhar mais o lado emocional do que o racional dos participantes.

• Exemplo: O instrutor coloca o treinando na condição de cliente que vai a determinada loja para fazer uma troca de mercadorias, sendo que o vendedor não quer atender ao

pedido, porque venceu o prazo para troca (apenas 1 dia). Começa então uma discussão, que poderá resultar em agressões verbais interferindo no comportamento de ambos – cliente e vendedor.

5ª) Brainstorming (tempestade de ideias): O objetivo dessa

técnica é provocar a criatividade e rapidez de raciocínio dos treinandos. Para sua utilização, não é obrigatório estipular o número de participantes, mas geralmente o instrutor selecionará no máximo dez para que consiga controlá-los, e assim evitar dispersão.

Inicia-se com a exposição de um problema relativamente simples e que seja claro para todos os integrantes do grupo. Cada treinando deverá então colocar sua opinião sobre o assunto que está sendo debatido. A informalidade é a base dessa técnica, não havendo quantidade limite de colocações feitas pelos participantes.

• Exemplo: Em uma indústria farmacêutica, o departamento de Marketing precisa encontrar o nome de um novo medicamento para regular a pressão arterial.

Durante o treinamento, para o conhecimento e utilização da medicação pelo departamento de Marketing, foram solicitadas, a 10 funcionários, sugestões para o nome da nova medicação.

6ª) Painel: Nessa técnica, reúnem-se especialistas para discussão

e apresentação de determinado assunto para uma plateia, no caso, os treinandos.

Trata-se de uma reunião informal e descontraída, coordenada por um mediador, que conduz a atividade fazendo perguntas aos especialistas.

Interrogadores são convidados a participar para fazer questionamentos sobre os assuntos abordados.

• Exemplo: Um painel realizado em debate sobre o meio ambiente. Foram convidados especialistas no assunto e

contou com a participação dos treinandos, que questionaram alguns pontos com os debatedores.

7ª) Simpósio: Da mesma maneira que acontece com o painel,

essa técnica reúne dois ou mais especialistas no assunto com a orientação de um coordenador, mas de maneira formal.

Os assuntos, geralmente de caráter científico, deverão ser complementados por cada especialista, ou seja, um começa a expor e o outro finaliza. Poderão utilizar, se for o caso, material ilustrativo para complementar as informações.

O auditório participa, no caso os treinandos, diretamente, encaminhando questionamentos aos especialistas, orientados pelo coordenador.

• Exemplo: Discussão sobre a vacina contra sarampo. O debate no simpósio será sobre a eficiência da vacina e sua duração com relação à proteção das pessoas.

8ª) Simulação: Essa técnica permite medir as habilidades

motora e visual do treinando, assim como suas reações imediatas a certas situações propostas.

É muito utilizada para o treinamento de operações técnicas como o caso de máquinas, equipamentos, veículos, navios, trens, aviões, carros etc.

• Exemplo: Treinamento da companhia de aviação Voe Lindo. O participante passa mais de 100 horas e no mínimo 90 dias praticando em simuladores de avião, antes de ser escalado para pilotar uma aeronave.

9ª) Workshop: Essa técnica é utilizada para que os treinandos

sejam capazes de explorar soluções grupais de problemas práticos do dia a dia, estimulando a criatividade e a participação, promovendo o comprometimento do treinando nas decisões.

• Exemplo: Um grupo de treinandos da indústria de biscoitos Sabor Agradável está com problemas de rodízio em seus turnos

de trabalho. Programou-se um treinamento e solicitou-se aos treinandos a solução do problema.

10ª) Palestra/conferência: Técnica utilizada quando se deseja

apresentar aos treinandos opiniões e considerações de uma pessoa em especial sobre determinado assunto.

O palestrante deve dominar o assunto para o qual foi convidado a falar aos treinandos. Ao final deve debater o assunto com eles.

A conferência, por sua vez, difere da palestra somente na formalidade da apresentação.

• Exemplo: A empresa de táxi Andando Bem contratou um especialista para ministrar um treinamento e apresentar palestra sobre direção perigosa. O objetivo é que os motoristas da empresa tenham consciência da importância de dirigir com cuidado e, principalmente, atenção. Um dos tópicos da palestra aborda o uso do telefone celular enquanto se dirige.

5.3.1 Técnicas para desenvolver habilidades

As habilidades estão presentes em todas as pessoas e muitas delas nem sabem disso.

Observando pelo lado pessoal, possuímos habilidades que diariamente utilizamos, como cozinhar, cuidar dos afazeres domésticos e até algumas que podemos melhorar. Se tocamos algum instrumento musical, por exemplo, buscaremos nos aperfeiçoar para melhor executar as músicas. E se possuímos habilidades para ensinar, buscaremos qualificação para que possamos intermediar o conhecimento.

Não podemos deixar de comentar sobre nossas habilidades profissionais. Muitas delas estão em melhoria contínua, porque as empresas estão qualificando mais e mais seus empregados para o desempenho de suas atividades.

Fique certo de que quando você participou do processo seletivo para ocupar sua atual vaga de trabalho, seu currículo passou por análise do departamento de Recursos Humanos (RH). Foram relacionadas as habilidades e competências para o candidato ser aprovado, e certamente você possuía.

Para Robbins (2011, p. 538), “os funcionários competentes não permanecem competentes para sempre. As habilidades se deterioram e podem se tornar obsoletas. Novas habilidades precisam ser aprendidas. É por isso que as organizações investem bilhões em treinamentos formais”.

Podemos dizer, então, conforme a afirmativa do autor, que as

empresas estão cada vez mais investindo na educação corporativa para melhor qualificar seus empregados.

Muitas vezes as organizações precisam elaborar programas de treinamentos para que seus empregados possam suprir suas deficiências, muitas vezes trazidas de sua formação acadêmica e bagagem cognitiva.

Os programas de treinamento para desenvolvimento das habilidades básicas que a maioria das organizações implantam requerem a abordagem de alguns pontos. Entre eles, a explicação por parte do gestor informando ao empregado que a qualificação lhe trará muito retorno positivo, no que diz respeito à execução de suas tarefas, e que lhe ajudarão a atingir as metas e objetivos determinados pela empresa.

É importante colocar o treinando em situação de solucionar algum tipo de problema que ele poderá encontrar no dia a dia, e sempre lembrar, você como gestor, em dar devolutiva ao empregado sobre o treinamento. Se ele foi bem ou mal no desempenho de suas atividades.

Na Figura 1, conforme Robbins (2011, p. 539), há quatro categorias genéricas de habilidades:

Figura 1 – Categorias genéricas de habilidades Categorias genéricas de habilidades Habilidades básicas de leitura e compreensão Habilidades técnicas Habilidades interpessoais Habilidades para a solução de problemas

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