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Taxas de Câmbio do Euro

Valores médios mensais

J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D 2007 2008 2009 USD GBP 1,40 1,20 1,00 0,80 0,60 1,60

Fonte: Banco de Portugal. JPY 110 120 130 140 150 160 170 180 JPY USD  e  GBP

TAXAS DE CÂMBIO DO EURO

(Valores médios mensais em %)

USD GBP JPY

Dez. 07 1,457 0,726 163,55

Dez. 08 1,345 0,904 122,51

36 Enquadramento Macroeconómico Relatório do Conselho de Administração 200 9    MERCADO DE CAPITAIS

Os primeiros meses de 2009 foram ainda marcados por um ambiente sombrio dominado pelo fortalecimento da interacção entre a crise financeira e a actividade económica, com a divulgação de indicadores económicos mundiais negativos e o aumento da aversão ao risco por parte dos investidores.

Um sinal de que a crise financeira ainda não tinha terminado foi dado pela revisão em baixa dos ratings atribuídos a bancos e empresas não-financeiras. Também os bancos nacionais não escaparam a esta situação, tendo sido alvo de downgrade por parte das agências de rating. Paralelamente, foram ainda atribuídos outlooks negativos aos ratings de várias instituições financeiras, assim como ao da República Portuguesa.

A partir do segundo trimestre, contudo, os mercados financeiros apresentaram uma gradual normalização no seu funcionamento, num ambiente de menor volatilidade e de aumento da procura, por parte dos investidores, de activos com risco mais elevado, apoiados pela revisão em ligeira alta das projecções para a economia mundial e por medidas de politica monetária menos convencionais por parte dos Bancos Centrais, complementadas por incentivos de apoio à estabilidade financeira por parte dos governos.

Mediante um ambiente de optimismo moderado, os mercados accionistas, a reflectirem a divulgação de resultados mais positivos pelas empresas, registaram uma recuperação substancial generalizada. Também as dívidas, privada e pública, apresentaram um incremento nos volumes emitidos e uma redução dos respectivos spreads.

Estes factores tiveram impactos positivos nos balanços da maioria das instituições financeiras, incluindo as nacionais, permitindo, deste modo, uma recuperação do valor das respectivas carteiras de títulos, dos resultados relacionados com operações financeiras e, ainda, contribuindo para um reforço dos respectivos fundos próprios.

  Mercado accionista

Os primeiros meses de 2009 foram para o mercado accionista de continuação da tendência de queda forte observada em 2008, tendo as perdas registadas até aos mínimos do ano verificados na primeira metade de Março ascendido a cerca de 25% nos mercados desenvolvidos ocidentais.

Índices BoLsistas

2008 2009

Índice Variação Índice Variação

Dow Jones (Nova Iorque) 8 776 -33,9% 10 428 18,8%

Nasdaq (Nova Iorque) 1 577 -40,5% 2 269 43,9%

FTSE (Londres) 4 434 -31,3% 5 413 22,1% NIKKEI (Tóquio) 8 860 -42,1% 10 546 19,0% CAC (Paris) 3 218 -42,7% 3 936 22,3% DAX (Frankfurt) 4 810 -40,4% 5 957 23,8% IBEX (Madrid) 9 196 -39,4% 11 940 29,8% PSI-20 (Lisboa) 6 341 -51,3% 8 463 33,5%

As medidas de política monetária e fiscal implementadas pelas autoridades, e a consequente estabilização do sistema financeiro mundial, permitiram encetar, a partir daí, uma recuperação dos mercados accionistas numa magnitude sem paralelo em décadas, conduzindo a que se encerrasse o ano com os maiores ganhos dos últimos anos. As subidas ascenderam a 19% no Dow Jones e no Nikkei e 21% no EuroStoxx50, enquanto o PSI20 subiu 33%, o melhor registo desde 1997, sendo a segunda melhor prestação entre os mercados accionistas europeus, depois do AEX holandês com uma subida de 36%. Destaque, em 2009, para os mercados emergentes, onde o desempenho dos mercados accionistas superou largamente o verificado nos mercados desenvolvidos.

Esta inversão na tendência dos mercados foi sustentada, ao longo do ano, pela melhoria da conjuntura macroeconómica mundial, assim como pelas surpresas positivas ao nível dos resultados das empresas, fruto, em particular, das medidas de ajustamento implementadas na componente de custos, num quadro de partida em que as valorizações das empresas se encontravam a níveis muito deprimidos.

  Mercado oBrigacionista

Depois de, em 2008, o mercado de obrigações ter sido marcado por um violento alargamento dos spreads da dívida privada face à dívida pública e por uma não menos significativa redução nas taxas de rendibilidade desta última (em função da acentuada deterioração das economias e dos incisivos cortes de taxas pelos bancos centrais), o desempenho deste mercado no ano de 2009 foi caracterizado por uma expressiva recuperação ao nível da dívida privada por oposição ao aumento do prémio de risco na dívida pública.

O comportamento da dívida privada evidenciou dois períodos marcadamente diferentes. Até à primeira metade de Março, este mercado, à semelhança dos outros activos de risco, apresentava um registo negativo, com os spreads a alargarem, impulsionados, em particular pela dívida do sector financeiro (e dentro deste pelo segmento de dívida subordinada) que

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Enquadramento Macroeconómico

Relatório do Conselho de Administração 200

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atingiram novos máximos, um sinal de que era neste sector que a crise se manifestava de forma mais aguda. As medidas decididas e enérgicas anunciadas, então, pelos governos e bancos centrais, em particular os norte‑americanos, inverteram o rumo dos acontecimentos, permitindo ao mercado de dívida privada encetar um período de estreitamento de spreads, que, no final do ano, era já de cerca de 65% face aos máximos.

Na dívida pública, a principal dicotomia encontra‑se entre o registo obtido pelas maturidades mais curtas da curva de rendimentos, que, na maioria dos países, desceram ao longo do ano (vários registaram, inclusivamente, mínimos históricos em 2009), e os prazos mais longos, que subiram (embora de forma modesta na maioria dos casos), o que teve como consequência um aumento significativo da inclinação da curva de rendimentos. Enquanto as obrigações a curto e médio prazo beneficiaram dos cortes de taxas por parte dos bancos centrais e da expectativa de que estas permanecessem baixas por um período prolongado de tempo, as maturidades mais longas foram afectadas pela melhoria dos indicadores económicos e pelo avolumar das necessidades de financiamento dos governos, algo que nem mesmo a compra destes títulos em mercado por parte de alguns bancos centrais (FED e Banco de Inglaterra) conseguiu anular. A principal excepção ao comportamento ainda assim benigno das taxas de rendibilidade das obrigações de governo no ano de 2009 registou‑se nos EUA, onde, depois dos mínimos históricos observados no final de 2008, as taxas subiram, no caso dos prazos mais longos de forma já algo significativa (de 2,05% para 3,85% a 10 anos).

As obrigações da dívida pública portuguesa seguiram, de forma geral, a evolução das taxas da Área do Euro. Numa primeira fase, a dívida pública dos países europeus sofreu um alargamento de spreads face à dívida alemã, ao qual Portugal não ficou incólume, e que foi motivado pela preocupação dos investidores com a deterioração das contas públicas e aumento da dívida decorrente da crise económica e das intervenções no sistema financeiro que ocorreram em alguns países europeus. Porém, também aqui foi visível, a partir de Março, um expressivo retrocesso, tendo sido possível encerrar o ano com um estreitamento face aos níveis do final do ano anterior na maioria dos casos, incluindo Portugal.