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Estamos todos em um avião indo para Paris. As cadeiras e poltronas da sala foram ajeitadas uma atrás das outras, imitando a disposição dos assentos em um avião. Os passageiros sentaram-se na parte traseira do avião e o piloto ajeitou-se na poltrona da frente. Uma aeromoça servia os passageiros, usando uma prancheta transformada em bandeja. Escondido dentro da mala, debaixo da mesa, um dos jovens diz que é um terrorista no bagageiro do avião. Eu virei uma passageira que estava viajando como turista.

O piloto avisa que vamos passar por turbulência, ele finge tensão ao pilotar, a turma toda se chacoalha, ouvem-se gritos apavorados, a aeromoça passa água com açúcar para acalmar os passageiros. O piloto fala em inglês para os passageiros apertarem seus cintos e explica que em caso de necessidade, máscaras de oxigênio cairão automaticamente à nossa frente... As máscaras de oxigênio caem, o clima é de tensão, a brincadeira é muito boa!...Todos fingem estar em pânico. E, Ufa!... Finalmente, o piloto consegue

estabilizar o avião. A aeromoça volta a oferecer água com açúcar. Digo que vou

ao toalete, levanto da minha poltrona e vou para o fundo do avião, em um canto da sala atrás da mesa já empurrada para o canto. Nesse meio tempo, o terrorista que saiu da mala, aproveita para ocupar o meu lugar. Volto e vejo

alguém no meu assento. Quando me aproximo com a aeromoça desse novo passageiro, ele, o terrorista, salta da poltrona e agarra o pescoço da aeromoça, ameaçando cortar-lhe a garganta com uma faca. Cria-se um clima de suspense, um impasse, começo a falar alguma coisa e o terrorista logo me mata com uma facada na barriga e volta a agarrar a aeromoça pelo pescoço. Ele a arrasta para a cabine do piloto enquanto eu caio morta no chão entre as poltronas do avião. Uma das passageiras, que tinha se apresentado como mágico, aproxima-se de mim, faz uma mágica e me ressuscita. Enquanto isso, o terrorista, segurando a aeromoça pelo pescoço, exige do piloto que mude a rota do avião para Bagdad, caso contrário, ele vai degolar a aeromoça. O Piloto prontamente desvia o avião de seu destino original e ruma para Bagdad. Mesmo assim, o terrorista degola a aeromoça que cai no chão ao lado do piloto. O clima é de surpresa. Por que ele matou a aeromoça? Afinal de contas, o piloto havia obedecido ao seu pedido! O mágico aproxima-se da aeromoça e também a ressuscita. O piloto, os passageiros e a tripulação se perguntam o quê fazer diante dessa situação. Decidem atacar o terrorista, é luta no avião, reação de todos contra o terrorista. Todo mundo se emprenha em trancá-lo no banheiro, o empurram para o banheiro detrás da mesa a pancadas. Mas, quem está pilotando o avião? Não tem ninguém pilotando o avião!... O avião cai desgovernado, com todo mundo em pânico, em algum lugar, em um mar, entre Paris e Bagdad.

Dizem que o terrorista morreu e o próprio terrorista reconhece que morreu. O resto do grupo conseguiu chegar em uma ilha (o Divã). Éramos quatro empoleirados no divã: o mágico, o piloto, a turista e a aeromoça. Mas, a

ilha é muito pequena, falta espaço, todos reconhecem que está muito apertado para os quatro... Estava mesmo meio apertado. Enquanto isso, o terrorista diz que voltou em forma de tubarão, ameaçando quem se atrevesse a sair da ilha. Estávamos presos, em uma ilha minúscula, apertados, e sem comida. O que íamos comer? O piloto sugere que um de nós tem que virar comida. Mas, quem? Dizem que nessas histórias a aeromoça sempre leva a pior, então o piloto corta o braço da aeromoça, repartindo pedaços do braço da moça com os demais na ilha. Confesso que fiquei meio impressionada com essa opção, meio sem fala até. Lembrei dos sobreviventes dos Andes, imaginei que talvez o mágico pudesse ter feito alguma mágica nesse instante... Não consegui participar do banquete, mas também não falei nada, pois senti que essa era a história que estava rolando. A aeromoça, com um braço para trás, fingindo estar sem este braço, se queixa de ter perdido o braço, de terem feito isso com ela, diz que vai se jogar no mar. O tubarão anima-se e se prepara para a refeição. O piloto continua dizendo que vão ter que cortar a perna dela para a próxima refeição. Que horror!... Também pensei que um dia a carne da aeromoça iria acabar, e aí? Quem será que vão comer depois? Eu? A aeromoça joga-se ao mar e o tubarão a devora. Os sobreviventes na ilha perguntam-se, novamente, o quê fazer e decidem fazer uma fogueira. Ufa! Pelo menos não era para almoçar mais um de nós mesmos! Eu fiquei com a impressão de que seria a próxima... Juntamos almofadas e objetos que encontramos por ali como os fones do piloto, lenço, prancheta, etc., para fazer a nossa fogueira.

Enquanto os sobreviventes na ilha fazem a fogueira, a aeromoça volta como uma bola Wilson, como no filme do Náufrago. Ela senta-se na cadeira ao lado do divã, fingindo-se de bola. Mas, depois de um tempo, ela resolve juntar- se ao tubarão e diz que o espírito da aeromoça voltou como tubarão para atacar os sobreviventes na ilha. É a vingança da aeromoça. Eles atacam a ilha, tem luta, eu sou morta pelo tubarão e viro um fantasma pairando ali em volta. A luta continua entre o piloto e o tubarão, mas o piloto tem uma faca e mata o tubarão.

Dizem que o tubarão e a aeromoça foram para as profundezas do mar. Discute-se sobre a coitada da aeromoça, que afinal de contas não era ruim,

tinha se juntado ao tubarão por ter sofrido a amputação de seu braço pelos outros sobreviventes na ilha. Fica combinado que a aeromoça retornaria ao mundo dos bons espíritos. Sobram na ilha o piloto e o mágico (uma moça). Eles constroem uma barca (o divã) e voltam remando para o continente. No final, o terrorista-tubarão diz que, como no final dos filmes, o casal sobrevivente tem que se beijar.