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Capítulo I – Enquadramento teórico

4. O jogo na Educação

4.2. Tipos de jogos

Quando nos confrontamos com os tipos de jogos que podemos utilizar em contexto escolar há uma grande variedade que conhecemos desde a infância e dos concursos televisivos, através dos quais podemos nos inspirar e adaptá-los, de acordo com o nível de ensino, com a faixa etária e os objetivos de aprendizagem que pretendemos atingir.

Posto isto, é importante analisar o que dizem alguns autores sobre os tipos de jogos existentes, uma vez que, os autores têm diferentes classificações e são essenciais para o desenvolvimento infantil.

Kishimoto (2001) classificou os jogos em: jogo educativo, jogo tradicional infantil, jogo de faz de conta e jogo de construção.

Os jogos educativos são um recurso pedagógico que desenvolve e educa a criança através do prazer. Este tipo de jogos assumem uma função lúdica, uma função educativa e ao mesmo tempo desenvolve no ser humano o seu lado cognitivo, afetivo, físico e social. Os jogos tradicionais infantis integram a cultura popular e expressam-se

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principalmente através da oralidade. Estes adotam certas características, como o anonimato, o tradicionalismo, a transmissão oral, a conservação, a mudança e a universalidade. Tais jogos são transmitidos de geração em geração através dos conhecimentos do ser humano e da memória infantil. Desta forma, os jogos tradicionais infantis desenvolvem a cultura infantil, as interações sociais e dão prazer à criança quando os pratica. Os jogos faz-de-conta passam pela presença de uma situação imaginária a partir dos 3 anos de idade. Estes jogos propiciam a noção de regras e é importante salientar que o imaginário provém de situações já vivenciadas pelas crianças. Ao praticarem este tipo de jogos as crianças estão a aprender a criar símbolos. Os jogos de construção são importantes na medida em que aumentam a experiência sensorial, desenvolvem a criatividade e algumas habilidades nas crianças. Para desenvolver este tipo de jogos é importante existir uma coordenação entre a fala e a ação, uma vez que, ao jogar este tipo de jogos a criança está a expressar as suas capacidades mentais e a manipular objetos (Kishimoto, 2001).

Assim, para este autor são estes os tipos de jogos que estão presentes no desenvolvimento infantil e sem eles a criança não se desenvolvia. Quando a criança joga desenvolve as suas habilidades físicas e mentais.

Segundo Ferran, Mariet & Porcher (1979), existem doze tipos de jogos que são: os jogos observados; os jogos livres; os jogos dirigidos; os jogos desconhecidos; os jogos inventados; os jogos educativos; os jogos de motivação ou de síntese; os jogos individuais e coletivos; os meios do jogo; os jogos adaptativos; os jogos disciplinares e interdisciplinares e os jogos dos meios de comunicação.

Os jogos observados permitem ao docente estar atento às atividades lúdicas que as crianças desenvolvem sem a interferência dos adultos. Permitem conhecer o desenvolvimento intelectual, afetivo e social das crianças. Os jogos livres praticam-se maioritariamente na escola onde as crianças são livres para decidirem se querem participar no jogo ou não. Os jogos dirigidos são desenvolvidos sob a supervisão dos docentes com o intuito de orientar os alunos e não comandá-los nem perturbá-los. Aqui as crianças vão aperceber-se da relação que existe entre o trabalho escolar e o jogo habitual. Os jogos desconhecidos dão ao docente um controlo sobre o jogo e é ele que os seleciona tendo em conta que o caráter educativo deve ser oculto. Os jogos inventados são criados pelos alunos e permite-lhes conhecer a funcionalidade desses jogos, como também, a sua organização, as suas regras e as leis de construção. Os jogos educativos permitem que o jogador usufrua do prazer de jogar sem se aperceber do seu

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caráter educativo. Os jogos de motivação ou de síntese são utlizados para motivar os alunos para um determinado conteúdo que vai ser ensinado ou para sintetizar algum período de ensino. Assim, estes jogos ajudam também a perceber o que realmente o que os alunos aprenderam e compreenderam. Os jogos individuais e coletivos são distinguidos em quatro modalidades: os jogos propriamente individuais onde as crianças jogam cada uma por si; os jogos frente a frente onde são necessárias pelo menos duas crianças e estas jogam uma contra a outra, onde aparece a noção de parceiro, de competição e de socialização; os jogos de pequenos grupos desenvolvem-se quando os grupos competem uns com os outros e neste tipo de jogos surge o conceito de equipa, de solidariedade e de complementaridade; os jogos de grandes grupos desenvolvem a noção de parceiro complementar, por exemplo, quando não existem adversários diretos. Os meios do jogo distinguem-se através de duas categorias que são os lugares onde o jogo se desenrola e dos utensílios do jogo. Os jogos adaptativos pretendem adaptar o princípio do jogo à realidade, isto é, um jogo que não foi construído para ser jogo pode vir a ser utlizado como tal. Aqui, os alunos relacionam o trabalho com o jogo. Os jogos disciplinares e interdisciplinares devem incluir a divisão das matérias que vão ser aprendidas através do jogo e também deve ter lugar a interdisciplinaridade. Temos por ultimo os jogos dos meios de comunicação são aqueles que estão presentes na sociedade e estão muito interiorizados na criança pois dá-lhe prazer e satisfação. Estes devem ser primeiramente bem trabalhos pelos docentes de modo a irem de encontro aos objetivos pedagógicos que pretendem atingir.

Aqui foi possível ver a classificação de dois autores quanto ao tipo de jogos existentes que estão ligados à Educação e podemos verificar que há uma grande variedade de jogos que podemos utilizar em contexto escolar e que propiciam um ambiente de diversão e ao mesmo tempo de aprendizagem.

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