• Nenhum resultado encontrado

Nos jogos de RPG, as plataformas (analógicas e digitais), bem como as modalidades, definem a jogabilidade. Desta forma, é necessário apresentar quais as diferenças (Figura 11) entre os jogos de RPG, no que se refere às suas características de jogabilidade, de plataforma e suas subdivisões.Estas diferenças também demonstram uma adaptabilidade importante no contexto educacional, sendo possível muitas estruturas diferentes.

Figura 11: Algumas diferenças entre os tipos de jogos.

Sendo assim, os jogos de RPG podem principalmente ser do tipo:

Live-action: nos jogos de RPG do tipo Live Action Role Play, ou apenas LARP, os participantes optam

por caracterizar-se como os personagens (Figura 12) de uma história, aproximando-se muito de um teatro, interpretando seus personagens a partir de improvisações, sem a participação, ou com uma participação menor, de um mestre. Estes tipos de jogos são comuns em feiras medievais como as que acontecem em Porto Alegre, onde ocorrem “[...] atuações de carne e osso, com um pé na verossimilhança da Idade Média e outro na fantasia de universos análogos aos de obras como O Senhor dos Anéis e Game of Thrones” (FONSECA, C., 2019, s/p).

Figura 12: Jogadores de LARP em uma aventura.

Eletrônico: os jogos de RPG eletrônicos (Figura 13) podem ser do tipo online ou histórias

pré-definidas, como por exemplo os jogos The Elder Scrolls V: Skyrim, The Witcher e Fallout 74, desenvolvidos pela empresa Bethesda (2019). Nesses jogos, o jogador é livre para explorar o cenário do mundo, completando missões de acordo com seus objetivos, desenvolvendo, então, a história de seu personagem. Outra interessante atualização do gênero é a expansão dos RPG para dispositivos móveis como smartphones e videogames portáteis, diversificando as plataformas e atingindo ainda mais públicos (COUTO, 2015; KINAST, 2019). Uma das variações do gênero é o Massively Multiplayer Online Game (MMORPG), que ocorrem em plataformas online para jogadores em massa, como Ragnarok Online (WARPPORTALl, 2019) e World of Warcraft (BLIZZARD, 2019). Nesses jogos é possível completar tarefas, enfrentar outros jogadores em combate e também formar grupos, sendo que, mesmo que o jogador esteja off-line, o mundo continua a existir e a evoluir (FONSECA, W., 2019).

Livro-Jogo e Aventura solo: estas modalidades se tratam de um texto que possui eventos com

consequências definidas, que devem ser optados pelo jogador e que levam a outros eventos, resultando em um final definido pelas suas escolhas. De acordo com Silva (2010), um livro-jogo pode oferecer 400 referências enquanto que uma aventura solo apresenta 40 e, mesmo que seja reduzida, ainda apresenta interação e decisão. Apesar dos debates sobre livro-jogo e aventura solo serem ou não RPG, nesta pesquisa sustentamos o posicionamento de Silva (2010) embasado nas teorias de Schick (1991), designer de games de RPG, de que livro-jogo e aventura solo se tratam de RPG. Geralmente se apresentam em formato de um livro (Figura 14) ou de um software com um livro-digital, podendo apresentar instruções, regras, ilustrações e que podem ou não necessitar do uso de um dado ou de fichas de jogo. Como exemplo, temos a aventura solo “As cavernas da Bruxa da Neve” de Ian Livingstone (2012), “Car Wars’ de Steve Jackson (2000), “Conspiração Dumont” de Silvestrini e Ferreira (2007) e a série de livro-jogos “Lone Wolf” de Joe Dever (1993).

Figura 14: As cavernas da Bruxa da Neve

RPG de mesa: esse tipo de jogo é cooperativo e geralmente ocorre de forma presencial com livros,

dados ou outros marcadores ou, ainda, por meio de softwares de conversação, como o Discord6, entre outros. Alguns jogadores também utilizam plataformas online como o Roll207e Fantasy Grounds8, que possibilitam não apenas conversar por meio do áudio, mas também utilizar miniaturas, mapas, fichas, dados e outros recursos em tempo real (ROLL20, 2019). O RPG de mesa, eventualmente, também é citado em séries, filmes e animações, como por exemplo na recente série “Stranger Things”, onde os protagonistas são apresentados jogando D&D ao redor de uma mesa (UOL, 2016) (Figura 15).

Figura 15: Uma das cenas em que os personagens jogam D&D na série Stranger Things, Netflix.

Fonte: Netflix/Uol https://www.uol.com.br/start/ultimas-noticias/2016/07/29/conheca-dungeons--dragons-o-rpg-jogado-na-serie-stranger-things.htm

6https://www.discord.com

Assim como nas modalidades anteriores, os RPG de mesa também possuem subdivisões quanto às regras ou modos de jogar, como o tipo Storytelling, onde a ênfase é na interpretação dos personagens, minimizando o uso de dados e mecânicas que dificultem, por exemplo, o desenvolvimento da narrativa por parte dos jogadores e do mestre (EWALT, 2016; RPGNEXTT, 2018).

Atualmente, também existem jogadores que produzem vídeos em plataformas como Youtube9

a fim de debater regras e sugerir sistemas, como o canal Formação Fireball (2020) e outros, que transmitem via streaming suas mesas de RPG, em sites como Twitch10, Youtube ou em modelo de podcasts, como é o caso do site Jovem Nerd (2020) e do Formação Fireball (2020), já mencionado anteriormente.

Existem alguns outros tipos de RPG, como os jogos de tabuleiro e de cartas. Um exemplo deste último é o jogo Munchkin, distribuído pela Galápagos Jogos, criado por Steve Jackson, o mesmo autor de GURPS (JOVEMNERD, 2013). Neste jogo, o jogador desenvolve seu personagem por meio de combates contra monstros, coleta de tesouros e de estratégias de cooperação ou não com outros jogadores. Outra modalidade são os jogos de RPG em fóruns ou comunidades, também chamados de Play-by-fórum forum (PBF) e play-by-mail (PBM) onde a interação entre os jogadores acontecem por meio de mensagens textuais e e-mails (BITTENCOURT E GIRAFFA, 2003).

Os jogos de RPG podem também ser diferenciados pelo modo de distribuição. Podem estes ser comerciais, feitos pelas empresas de jogos ou independentes (indie) que são produzidos e distribuídos por uma ou poucas pessoas, geralmente os próprios desenvolvedores.