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TOTAL 1652 100% A Tabela 6 mostra que, assim como Feliciano, Jean adotou mais a conduta de

Autopromoção, e mais uma vez o indicador “Referindo-se a realizações pessoais” obteve o maior número de tweets (27,79%). A conduta Bajulação aparece logo em seguida e só depois tem-se Intimidação. O indicador com maior quantidade de mensagens nessa conduta foi o “Responder ou concordar com outros usuários” (25,60%), onde foram classificadas as mensagens em que Jean interagia com outros perfis do Twitter – assim como na análise das mensagens de Feliciano, nesse indicador, foram agrupados as pespostas e retweets publicados por Jean Wyllys. Ao que parece Jean deu prioridade em responder os outros internautas e criar uma rede de comunicação via seu perfil no microblog. Vale ressaltar que, no caso de Jean, as interações feitas com o perfil de sua própria assessoria (@ascomjeanwyllys) não foram contabilizadas nesse indicador, pois não há apenas retweets de mensagens. O deputado se utiliza do discurso informativo da assessoria para informar seus próprios seguidores sobre realizações pessoais e qualificações ou posições detidas no campo político.

Em seguida, temos “Qualificações ou posicionamentos no campo político” (23,79%). Tal dado mostra a autopromoção adotada por Jean abordou tanto de aspectos de sua vida pessoal como de seu cotidiano parlamentar de forma não tão díspar como Feliciano.

“Intimidação” apareceu como terceira conduta mais utilizada, bem atrás na quantidade de tweets em comparação às condutas “Autopromoção” e “Bajulação”, com destaque para o indicador de “sugestão de ações punitivas” (13,50%). Tais mensagens eram dirigidas tanto a colegas da Câmara dos Deputados e outras figuras políticos como a indivíduos da sociedade que adotavam comportamentos condenados pelo deputado do PSOL.

Em quantidade bem inferior, a conduta “Exemplificação” veio em seguida com o destaque a valores morais defendidos por Jean Wyllys, principalmente com mensagens relacionadas à defesa de direitos humanos. Aspectos dignos de sua própria personalidade tiveram apenas 13 mensagens (0,79%).

“Informação” aparece depois com 2,48% do total de mensagens, com a divulgação de notícias que tinham temáticas próximas às que Jean estava transmitindo para seus seguidores.

“Suplicação” apareceu como a conduta menos recorrente, com apenas 1,82% do total de mensagens publicadas durante os três meses de análise. E conforme o perfil de Feliciano, mais uma vez o destaque para suas próprias falhas também não foi possível ser percebido no perfil de Jean.

Por fim, na categoria “Outros” foram separados os dois tweets que não se encaixavam em nenhuma das condutas adotadas nesta análise. Eles tratavam de uma mensagem em que a assessoria de Jean fala de um problema técnico com seu canal do YouTube40:

Exemplo: Por algum problema com nosso canal do Youtube, nossos vídeos estão fora do ar. Estamos correndo para resolver! (ASCOM)

Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) – 24 de setembro de 2013

Durante o período analisado, Jean Wyllys realizou 470 retweets, o que representa 28,45% do total de mensagens publicadas no perfil, porcentagem similar a encontrada no perfil de Feliciano. No próximo tópico serão discutidos os achados da pesquisa a partir da análise dos tweets de ambos os deputados no período de setembro a novembro de 2013. 3.6 Discussão dos achados

A análise das mensagens revelou uma composição de uma imagem pública de dois deputados bastante integrados com as novas tecnologias e que, pelo menos na aparência, estão dispostos a manter um diálogo direto com os cidadãos.

No caso de Marco Feliciano, há uma boa quantidade de mensagens religiosas, ligadas à sua atuação como pastor, mas também há tweets de agenda que mostram o cotidiano do parlamentar e suas ações dentro da Câmara dos Deputados.

Exemplo: Despachando na sala da CDHM com secretários. http://t.co/QLMuzFKv2c

Marco Feliciano (@marcofeliciano) – 27 de novembro de 2013

Há o predomínio da fala pessoal, em primeira pessoa, indicando que é o próprio Feliciano que publica a maioria dos tweets, o que pode ser interpretado como uma tentativa de aproximação com os usuários – sendo especialmente convergente com a aquitetura do Twitter. Quando é a assessoria do parlamentar que realiza a postagem, o tweet é sinalizado com a hashtag “#Assessoria”.

Exemplo: #Assessoria @marcofeliciano @robertofmarinho ministrando aqui no Glorifica Litoral São Sebastião - SP http://t.co/fizjq87evW

Marco Feliciano (@marcofeliciano) - 16 e setembro de 2013

Aspectos da vida privada de Feliciano também aparecem no microblog, principalmente quando o parlamentar conversa com sua filha Karen Feliciano (@KarenFeliciano) através do Twitter, destacando uma comunicação personalizada no perfil do deputado.

Exemplo: @KarenFeliciano_ saudade filhote... Lov u

Marco Feliciano (@marcofeliciano) – 10 de setembro de 2013

O Partido Social Cristão (PSC) aparece em 15 mensagens durante o período de análise, representando 2,05% dos tweets. Na maior parte das mensagens, o partido aparece quando Feliciano dá retweet no perfil nacional da agremiação (@pscnacional).

Exemplo: RT @pscnacional: Deputado @marcofeliciano colhe assinaturas para implantação da CPI do Exame da OAB. Leia mais: http://t.co/K1Uez0lAnw

Marco Feliciano (@marcofeliciano) – 13 de Setembro de 2013

O pouco aparecimento do partido nas mensagens de Feliciano mostra a rara influência, pelo menos aparente, da agremiação política sobre suas ações no Twitter, reforçando a ideia de enfraquecimento da figura partidária. O caso de o PSC ser citado apenas uma vez no período analisado também levanta o questionamento de como funciona a inflência do partido durante o período de mandato. Pois, conforme o funcionamento da Câmara dos Deputados, dividindo os parlamentares em mesas do partido e lideranças partidárias, pressupõe-se um controle da agremiação sobre a ação desses políticos dentro da Casa e na decisão política qua está sendo ali discutida. Porém, percebemos a exclusão do partido no discursso do parlamentar, dando a impressão de que a figura do político se sobressai nesse processo. Tal constatação reforça a ideia de enfraquecimento dos partidos.

As interações estabelecidas durante o período de análise, conforme foi afirmado anteriormente, limitaram-se, em sua maioria, a mensagens de apoio que outros usuários do Twitter publicavam para Feliciano, que retuitava e, em alguns casos, respondia outros perfis.

Quanto à respostas à críticas feitas por outros usuários, ambos os deputados tinham tendência a retornos com truculência para com seus opositores. Feliciano não deu espaço para discussão com aqueles que iam de encontro com seus pensamentos, preferiu adotar a estratégia de não responder às críticas. Houve somente um acaso em que o deputado respondia a uma crítica realizada por um usuário.

Disponível em: https://twitter.com/marcofeliciano/status/380025144657588224. Acesso em 24 de setembro de 2013

Como é possível perceber na imagem acima, a resposta foi mais no sentido de encerrar a conversa do que instigar um debate via Twitter. Vale ressaltar também não se trata de qualquer usuário. Feliciano responde a crítica do humorista e escritor Gregório Duvivier, conhecido por ser integrante do grupo de humor Porta dos Fundos. Logog, trata-se de uma resposta a um usuário famoso, com notoriedade entre o eleitorado. São, portanto, novamente baixos os números que representam interatividade e diálogo através do Twitter, apesar do grande potencial da ferramenta. Percebe-se uma preocupação maior em manter uma imagem pública favorável a estabelecer uma real conexão conversacional via online.

No caso de Jean Wyllys, o alto índice de postagens diárias mostra como está bastante integrado o deputado do PSOL com o Twitter. Na análise material coletado foi possível perceber diversas interações com outros usuários do microblog, incluindo menções à professores, jornalistas e celebridades do showbiz.

Exemplo: Ainda bem que @ClaudiaLeitte não me surpreendeu negativamente! Khrystal é uma grande artista e o Brasil merece ela! Eu já quero o disco!

Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) – 29 de novembro de 2013

Jean Wyllys chegou a ter debates acalorados com alguns de seus internautas opositores . Em alguns casos, o deputado publicou mais de um tweet para rebater críticas realizadas por outros perfis.

Exemplo: @legentinelson Tão jovem e já é um débil mental que sai ofendendo as pessoas por acreditar em mentiras sobre elas!

Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) – 17 de setembro de 2013

Exemplo: @legentinelson Você além de um imbecil homofóbico, é estúpido o suficiente (burro mesmo!) para acreditar em calúnias a meu respeito! :-)

Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) – 17 de setembro de 2013

O limite de 140 caracteres do Twitter não parece ser um empecilho para Jean publicar mensagens mais longas aos seus seguidores. O deputado costuma publicar vários tweets seguidos e, para orientador seus seguidores, enumera a ordem das mensagens. No período analisado, Jean chegou a publicar rodadas com vinte tweets numerados, com uma diferença de 4 minutos entre o primeiro e o último tweet. Em uma resposta a outro usuário, Jean chega a mencionar que “lançou a moda” desses tipos de mensagens.

Disponível em: https://twitter.com/jeanwyllys_real/status/392806135360946176. Acesso em 23 de setembro de 2014.

Jean Wyllys possui um perfil no Twitter apenas para sua assessoria de comunicação, (@ascomjeanwyllys). Nele, são atualizadas informações de agenda do deputado. Porém, também há atualizações da assessoria no perfil próprio do deputado, seja com informações sobre o parlamentar ou até mesmo respondendo outros usuários, sendo sinalizado com a palavra “ASCOM”. Há casos em que até o nome do assessor que realizou a postagem é publicado no tweet.

Exemplo: Olá @DouglasDuqueza, mande um e-mail para ascom@jeanwyllys.com.br, vamos ver a possibilidade de horário. Att. Kleber/@ascomjeanwyllys

Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) – 23 de setembro de 2013

O Twitter também serve para divulgação de outros trabalhos de Jean Wyllys em diferentes plataformas online, fazendo uma conexão entre os diferentes meios ao qual o deputado está inserido. A maioria dessas postagens, porém, é feita pela assessoria “(ASCOM)”.

Exemplo: Trans e negra - o que acontece quando duas discriminações se chocam: http://t.co/t1hTYNb0Kg. Nova coluna de @jeanwyllys_real no iG. (ASCOM)

Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) – 27 de novembro de 2013

As temáticas das postagens são bastante variadas, há postagens sobre religião, direitos humanos, campanha política, música e várias mensagens que comentam programas de televisão como a novela Amor à Vida e a competição musical The Voice, ambos transmitidos pela emissora Rede Globo.

Exemplo: Félix não vale nada (é um escroto), mas César é mais abaixo do que ele em canalhice e em sordidez! #AmorÀVida

Com relação à promoção do partido, o PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) aparece em 31 tweets durante o período analisado, representando apenas 0,018% do total de mensganes.

Exemplo:RT @PSolOficial: .@depChicoAlencar @jeanwyllys_real @Dep_IvanValente @randolfeap são destaques no prêmio @congemfoco. http://t.co/1rv7FKdfYm

Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) – 27 de setembro de 2013

Apesar da rixa existente entre os dois deputados, eles não chegaram a mencionar o nome um do outro durante o período analisado. Quando se referiam, utilizavam expressões como “o tal deputado” ou “o pastor que preside a CDHM”.

Exemplo: Minha assessoria de imprensa me informou q uma revista de circulação nacional, respeitada, queria um debate entre eu e o tal deputado...

Marco Feliciano (@marcofeliciano) – 22 de novembro de 2013

Exemplo: Parece mesmo não haver, por parte do pastor que preside a CDHM, limite para seu oportunismo descarado e ódio em relação aos homossexuais.

Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) – 25 de novembro de 2013

Tais menções se configuram mais como ataques pessoais do que reais divergências ideológicas. O fato de não mencionarem diretamente um ao outro já mostra que não há um interesse em um embate direto via Twitter. Talvez, porque a rede social não seja o melhor local para tais duscussões, se já por conta da limitação de caracteres por mensagens ou pela dificuldade de captação dos tweets de forma ordenada e cronológica. Porém, a exclusão de debates ideológicos,se já com aliados ou adversários, pode reduzir essas discussões à mera trocas de insultos.

Assim como Marco Feliciano, Jean Wyllys tem uma baixa taxa de menção ao partido em eu perfil. A atenção fixa-se primariamente na sua própria imagem. Até mesmo quando se fala da rotina na Câmara dos Deputados, pouco se fala da organização partidária. Nas vezes em que o partido é citado, é na forma de retweet do perfil do PSOL nacional e, normalmente, quando o próprio Jean é citado na mensagem.

A presença de tweets da assessoria em ambos os perfis reforça a característica estratégica de uso do Twitter. Mostra que os consultores políticos estão presentes nos

conteúdos publicados no perfil, pois, como foi possível perceber no caso de Jean Wyllys – em que a assessoria do deputado já possui um perfil próprio –, há casos em que o próprio assessor toma a palavra no perfil pessoal do parlamentar. Tal fato ressalta o cuidado com o que está sendo publicado na rede social, pois, ainda que só os seguidores do perfil do deputado recebam as mensagens primeiramente, o alcance dos tweets é difícil de ser mensurado. Uma “gafe” no Twitter pode trazer consequências graves para a imagem do agente político.

A partir da análise das condutas dos deputados, a falta de menção aos partidos pode ser configurada, segundo Gideon Rahat e Tamir Sheafer (2007), como a personalização do comportamento político dos parlamentares. Se tivermos apenas os perfis no Twitter como fonte de informação sobre o trabalho dos dois deputados, a atividade partidária fica em segundo plano. Não há informações sobre a relação com outros parlamentares do partido ou como funciona esse diálogo entre políticos e agremiação.

A análise dos tweets dos perfis dos dois deputados revela uma grande variedade de conteúdos ali postados. Porém, a apropriação da ferramenta pelos parlamentares se deu, majoritariamente, em características claramente relacionadas à solidificação de suas próprias imagens (o que reforça a hipótese da personalização da política), com ênfase na competência política individual. Ao gerenciar sua reputação e oferecendo uma imagem pública favorável, os deputados falam principalmente sobre as posições detidas, ligando por vezes a várias remodelações e compromissos em curso, portanto, é informação pessoal, mas de natureza profissional e não dar a seus seguidores um senso do real funcionamento interno da representação que os parlamentares estão exercendo.

Foi possível perceber interações com outros usuários, respostas a críticas e agradecimentos às mensagens de apoio por parte de Jean Wyllys. Marco Feliciano limitou-se a responder apenas as mensagens que lhe favoreciam. Como conclusão, em síntese, é possível afirmar que uma multiplicidade de fatores, que vão desde as transformações do campo político com o advento dos meios de massa, aliado ao perfil e à cultura política do eleitor (descrente no processo político) e ao enfraquecimento dos partidos políticos, contribui para o desenvolvimento de um discurso político cada vez mais centrado na figura dos agentes.

Quando se trata da vida privada dos deputados (privatização) (VAN AELST et al., 2012), eles expõem detalhes particulares de suas vidas privadas. No caso de Feliciano, como visto anteriormente, até familiares aparecem em seus tweets. Reforçando a ideia de Van Santen e Van Zoonen (2009) sobre o ênfase nas narrativas pessoais, onde antecedentes pessoais informações da vida privada são trazidos para o centro da discussão e amplamente utilizadas

no Twitter. Tal atitude, ao que parece, depende da definição pessoal que o político tem sobre a vida privada e sua relevância para a política (ou a ancoragem política das práticas privadas). Pois, a princípio, suas famílias não escolheram a vida pública, logo, tais informações não teriam nenhuma relevância (política), ou leva a situações incontroláveis e uma espiral descendente da privacidade do parlamentar. Jean Wyllys, por sua vez, se centra mais em detalhes de seu cotidiano e a mensagens que tratam de seus gostos pessoais como música e livros, mostrando também sua vida fora do parlamento.

Porém, a individualização (continuando com a nomenclatura de Van Aelst et al., 2012) mostrou-se mais presente no Twitter. Como foi possível perceber através do indicador de classificação dos tweets “Referindo-se a qualificações ou posições detidas no campo político”, Feliciano e Jean Wyllys tiveram uma quantidade considerável de tweets que tratavam de suas ações no parlamento – com 11,29% e 23,74% das mensagens publicadas no período, respectivamente. Mas o baixo aparecimento do partido reforça o argumento de que o foco muda da agremiação para o agente político, ambos os deputados parecem mostrar bastante autonomia quando se trata de falar de seu cotidiano parlamentar no Twitter e que as opiniões expressas condizem mais com pensamentos individuais do que com ideais partidários.

Os dois políticos analisados nessa pesquisa já possuíam um background midiático de outras carreiras. Tanto Feliciano como Jean já era conhecidos e apareciam nos meiso de comunicação de massa antes mesmo de se elegerem deputados federais. E isso também reflete nos seus tweets. Em ambos os perfis as atividades paralelas ganharam destaque:

Exemplo: E na falta de coerência, vergonha na cara e argumentos, o que resta à milícia governista é me “acusar” de ter participado do BBB ahahahaahah

Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) – 17 de outubro de 2013

Exemplo: #Assessoria Agora @marcofeliciano ja Ministrando aqui no CLAMA SUL Maringá - PR http://t.co/wqHtCypGD8

Marco Feliciano (@marcofeliciano) – 02 de novembro de 2013

A presença de tais conteúdos, dando ênfase à aspectos não-políticos das carreiras paralelas dos deputados, sejam elas favoráveis a imagem ou não, reforça o argumento de Wattenberg (1991) quanto à transferência de capital social dessas atuações parelas à atividade

política desses parlamentares para o campo político, favorecendo, segundo o autor, um traço personalista nas democracias contemporâneas.

CONCLUSÃO

Com o objetivo de discutir e personalização da política por partes dos representantes ao longo do mandato, esta dissertação buscou analisar como os deputados Marco Feliciado (PSC-SP) e Jean Wyllys (PSOL-RJ) se utilizam do Twitter como ferramenta para comunicação com o eleitorado. A partir dessa abordagem, o trabalho tem o intuito de verificar como, em ambientes interativos como o Twitter, ocorre um estreitamento de laços entre representantes e representados.

O estudo desenvolvido nesta dissertação permite elaborar algumas considerações sobre a utilização da rede social Twitter na comunicação política dos deputados Marco Feliciano e Jean Wyllys. Apesar de a comunicação política ser um instrumento utilizado por agentes para fornecer informações de interesse público, ela tem estado vinculada a discursos eleitorais e de mecanismos de maximização de visibilidade favorável através comunicação estratégica nas ferramentas digitais.

A internet vem se tornando um meio para os políticos criarem domínios oficiais de comunicação com a sociedade. O Twitter foi uma ferramenta com o potencial para propagar uma imagem pública favorável para a personalidade parlamentar. Verificou-se um planejamento de comunicação também para redes sociais como o Twitter, no intuito de impedir que esse “palanque virtual” tornem-se monólogos perdidos.

Ao gerenciar sua reputação e oferecer uma imagem, têm-se principalmente os deputados falando sobre as posições detidas e realizações pessoais, ligando, por vezes, a várias remodelações e compromissos que ocorrem no seu cotidiano. Portanto, é uma informação pessoal, mas de natureza profissional e não oferece a seus seguidores um senso do processo político interno para a tomada de certas decisões. A atuação política no Congresso fica em segundo plano, os agentes se aproximam dos eleitores, mas o processo de decisão política ainda parece distante.

Como acontece com qualquer outro ambiente online, há uma grande variedade de abordagens que um só indivíduo pode adotar no Twitter. Com diferentes agentes, essa apropriação fica ainda mais plural. Alguns promovem notícias gerais, outros direcionam o tráfego para suas outras presenças online, muitos usam essencialmente a dizer “olhe para mim, eu estou trabalhando muito duro”.

O potencial de disseminação das mensagens dos deputados através de seus perfis pessoais, certamente, dá um alcance maior aos seus mandatos, atingindo não apenas os seus eleitores, mas cidadãos de várias partes do país. A representação ganha outra dimensão, conforme argumentaram Coleman e Moss (2008). Pois, apesar de ser impossível para eleitores de outros estados votar em Feliciano ou em Jean para cargos no Legislativo, a rotina de trabalho e ideias pessoais de ambos os parlamentares tornam-se disponíveis para qualquer cidadão que adentre nos perfis dos deputados.

A internet é uma plataforma que possibilita diferenciadas formas de apropriação para a comunicação política, com ferramentas que oferecem inúmeras abordagens que podem ser inseridas por agentes políticos de diversas maneiras. Como foi aqui demonstrado, ainda que hajam semelhanças, os deputados dão diferentes ênfases quando vão publicar mensagens no Twitter.

Há evidências claras de que os deputados utilizaram o Twitter como uma ferramenta