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Transmissão direta da radiação solar.

Um novo conceito de projeto de hotel

TABELA 9: TBS MÁXIMO E MÍNIMO NO DIA DE REFERÊNCIA DE PROJETO DE VERÃO PARA SÃO PAULO

5. Transmissão direta da radiação solar.

Ilustração 45:Recomendação de nova alternativa para aproveitamento da ventilação natural sem prejudicar o nível de ruído nem a qualidade do ar interna (cortes esquemáticos).

Outro fator importante que deve ser destacado aqui são as características dos vidros: cada fabricante, tipo de vidro (incolor, verde, reflexivo, entre outros), espessura, têm-se uma porcentagem de radiação solar visível (transmitida e refle- tida) e uma porcentagem da radiação solar total (transmitida direta, refletida externa, absorvida e o fator solar). Estas características interferem tanto do desempenho térmico, quanto no desempenho luminoso, e por isto devem ser ava- liadas adequadamente em cada projeto.

O fator solar (Str) é a característica que determina qual é a fração do calor que é irradiado para o interior do ambiente. Quanto maior a parcela de radiação inciden- te no interior do ambiente, maior será o ganho de calor no interior do mesmo. Este ganho de calor, para o clima de São Paulo, não é recomendável nos meses mais quentes. No entanto, nos meses mais frios, de acordo com as características de ocu- pação do ambiente, podem auxiliar na melhoria das condições de conforto.

Por isto uma avaliação da carta solar de acordo com a orientação das abertu- ras em conjunto com as condições de ocupação ao longo do ano é determinante.

Segundo Gonçalves e Vianna (2001), o brise-soleil pode ser de três tipos: – externos: fixos e reguláveis (manualmente ou com sistemas automatizados) – internos: essencialmente reguláveis manualmente (cortinas e persianas)

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4. Um novo conceito de projeto de hotel econômico

Ilustração 46:Variáveis na condutibilidade térmica dos elementos translúcidos

– incorporados dentro da própria envoltória da fachada: micro persianas fixas a reguláveis (manualmente e por sistemas automatizados) e películas internas ao vidro. Qualquer um dos três tipos, dimensionados adequadamente podem auxi- liar na redução da carga térmica tanto para ambientes condicionados natural quanto artificialmente, mas tendem a reduzir proporcionalmente a quantidade de luz natural disponível no interior do ambiente. Esta redução, no caso da arqui- tetura dos Hotéis econômicos, que por serem ocupados principalmente durante a noite (quando não há luz natural), pode ser interpretada como não prejudicial às condições de conforto e desempenho energético do ambiente.

4.7 Opção pelo condicionamento artificial

Para as condições climáticas de São Paulo, apresentadas anteriormente na seção 4.3, a opção pelo condicionamento artificial resume-se em três frentes distintas:

1ª. A escolha e o dimensionamento dos SAC, de forma mais adequada as necessidades do edifício;

2º. A redução do ganho de carga térmica, seja pela envoltória, seja pelo apri- moramento de equipamentos e adequação no uso de acordo com as necessidades e/ou exigências;

3º. A definição das características construtivas mais adequadas para o melhor desempenho do SAC, com menos taxa de infiltração.

4.7.1 Os SACs mais eficientes

O sistema de ar condicionado (SAC) deve estabelecer a melhor relação de custo benefício entre o consumo de energia e o conforto dos usuários. Nesse aspecto, a avaliação preliminar das necessidades, o diagnóstico climático e o per- fil de ocupação são determinantes para a integração entre o SAC mais adequado e o projeto de arquitetura.

É importante verificar que a operação deve ser eficiente ao máximo, aten- dendo às exigências de conforto e eficiência do sistema. Merecem destaque os seguintes itens:

– Uso de equipamentos mais eficientes, não apenas dos equipamentos de climatização de ar, mas também de lâmpadas e equipamentos que gerem menos carga térmica no ambiente;

– A manutenção deve ser programada e documentada, para que possa ser verificada alguma falha no funcionamento do sistema;

– O controle do ambiente deve ser efetivo, evitando que o sistema seja acio- nado quando alguma janela estiver aberta, dificuldade que pode ser sanada com a instalação de sensores de abertura nas janelas;

– O equipamento deve ter seu uso otimizado, trabalhando na sua capacida- de de maior aproveitamento, e atendendo as condições de conforto estipuladas em projeto.

Todos os fabricantes de ar condicionado incluem, no manual técnico do equipamento, a eficiência do sistema, conhecida como COP16 (do inglês:

Coeficiente of Performance). Para os sistemas indiretos, utiliza-se também um valor integrado de carga parcial (sigla do inglês, IPVL)17. Ele representa um valor médio do desempenho do Chiller ao longo de um ano em operação nas várias condições de carga parcial, com condições de temperatura de água (ou ar, depen- dendo do tipo de refrigeração do sistema) na entrada do condensador (CLETO e HERNADEZ NETO, 2006).

Na regulamentação energética de edifícios (atualmente voluntária) que deverá entrar em vigor em 4 ou 5 anos, o SAC é um dos três itens que, juntamen- te com a iluminação e a envoltória, foram contemplados no documento. Segundo essa regulamentação, são considerados os SAC com COP dos sistemas de janela e split, com selo de etiquetagem A e B do PROCEL, para o âmbito nacional. No caso dos sistemas indiretos, utilizam-se como valores de referência os valores da norma ASHRAE 90.1 de 2004, já que, no Brasil, ainda não há laboratórios equipa- dos para fazer a certificação desses equipamentos.

Dentre alguns itens relevantes para melhorar a eficiência do sistema, mere- ce destaque a possibilidade de escalonamento dos Chiller, que pode representar uma operação do equipamento em seu “ponto ótimo”, conforme indica a IL.47.

No caso dos sistemas de condensação a água, a temperatura da água de condensação, também deve ser devidamente analisada, para que o sistema opere de maneira mais eficiente, podendo representar uma redução no consumo global de 1 até 5,8% (verão e inverno, respectivamente).

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16. COP: segundo a ASHRAE 90.1 é a razão da taxa de calor removido pela taxa de energia consumida por um sistema completo de refrigeração, ou uma porção específica deste sistema completo de refrigeração. 17. IPVL: é uma média ponderada de eficiência energética do SAC, número de um dígito baseado em COP ou kW/ton.

É importante destacar que o posicionamento dos sensores pode determinar tanto o desconforto dos usuários quanto a ineficiência do sistema, caso estejam posicionados muito distantes das pessoas.

A variação da temperatura é estratificada devido à diferença de pressão e temperatura do ar. Em locais com pé direito alto, mais de 4 metros, recomenda-se que o sensor esteja localizado próximo do nível das pessoas, para evitar descon- forto aos usuários e ineficiência do sistema.

Com todos esses elementos, é fundamental que se defina uma hierarquia de valores, baseada em critérios que seguem as necessidades de cada projeto exige. Ilustração 47:Curva de eficiência de um chiller com várias combinações de condensadores pela carga parcial do chiller, considerando a temperatura externa de 30ºC

Fonte: YU, F.W., CHAN, K.T, 2006.

CTC controle de temperatura do condensador EC resfriadores evaporativos para pré-resfriamento

VSF velocidades variáveis dos ventiladores dos condensadores HPC controle de pressão18

18. Determina que um número dos estágios dos ventiladores dos condensadores seja mantido no mínino para manter a temperatura de condensação para variar perto do máximo valor determinado.

5 4 3 2 1 COP do Chiller 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

Carga parcial do Chiler

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HPC HPC+EC CTC CTC+EC HPC+VSF HPC+VSF+EC CTC+VSF CTC+VSF+EC

4.7.2 Critérios para a escolha do SAC

A escolha de um SAC a ser utilizado em um hotel deve ser bastante criterio- sa, devido às peculiaridades do seu uso, à interferência no conforto ambiental, além da complexidade de sua operação e manutenção. Dentre os principais ele- mentos a serem considerados na seleção do SAC, destacam-se os seguintes: