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Apelação Cível nº 5001914‑12.2017.4.04.7100/RS

Relator: Desembargador Federal Vivian Josete Pantaleão Caminha Apelante: Leticia Valer (Autor)

Advogado: Daniel Mourgues Cogoy (DPU)

Apelado: Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS (Réu)

ementa

ENSINO SUPERIOR – VESTIBULAR – SISTEMA DE COTAS – LEI Nº 2.711/2012 – RENDA FAMI- LIAR – PER CAPITA SUPERIOR AO LIMITE – REQUISITO FINANCEIRO – NÃO PREENCHIMENTO

Os documentos apresentados pela parte autora não foram suficientes para demonstrar o atendimento ao requisito social para preenchimen- to das vagas reservadas para alunos de baixa renda (cotas sociais). A modificação de critério objetivo de apuração de renda, estabeleci- do no regramento legal e aplicado a todos os candidatos indistinta- mente, implica a criação “casuística” de uma exceção à norma geral, com o favorecimento da parte autora em detrimento dos demais con- correntes do certame que se encontram em idênticas condições (e muito possivelmente em prejuízo também de um grande número de pessoas que sequer se inscreveram, porque não atendiam ao critério de renda legalmente previsto), com violação aos princípios da isono- mia e da impessoalidade.

aCórdão

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, a Egrégia 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por una- nimidade, decidiu negar provimento à apelação, nos termos do relatório, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

Porto Alegre, 31 de janeiro de 2018.

relatório

Trata-se de apelação interposta em face de sentença que julgou im- procedente o pedido de homologação de sua inscrição no curso de Ciências

Jurídicas e Sociais, para o qual foi aprovada no vestibular UFRGS 2016, para preenchimento de uma das vagas destinadas a ingresso pelo sistema de co- tas. O dispositivo da sentença foi exarado nos seguintes termos:

“[...] III – dispositivo

Ante o exposto, julgo improcedente o pedido.

Condeno a parte autora ao pagamento de honorários advocatícios, que fixo no valor de R$ 800,00 (oitocentos reais), com base no art. 85, § 8º do CPC, atualizáveis monetariamente pelo IPCA-E/IBGE a contar da data da sentença, com a incidência de juros moratórios de 6% ao ano a partir do trânsito em julgado da sentença, restando, todavia, suspensa a exigibilidade da verba em razão da gratuidade da justiça deferida.

Havendo recurso(s) voluntário(s), intime(m)-se a(s) parte(s) contrária(s) para apresentação de contrarrazões, no prazo legal. Após, remetam-se ao Egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Após o trânsito em julgado, nada mais sendo requerido, dê-se baixa e arqui- vem-se os autos.”

Em suas razões recursais a parte autora sustentou, em síntese, que a concessão da bolsa integral à autora corrobora com as informações de renda apresentadas pela família da demandante, uma vez que são exigidos os mesmos critérios – renda familiar mensal per capita inferior a 1,5 salários mínimos – para a homologação da renda da UFRGS e pelo Prouni. Aduziu que a Comissão responsável pela análise de renda da UFRGS deveria ter re- alizado seu parecer com base na DIRPF do exercício 2015, ano-calendário 2014, e não com base na DIRPF do exercício 2016, ano-calendário 2015. Nesses termos postulou a reforma da sentença.

Com contrarrazões. É o relatório.

voto

A r. sentença foi exarada nos seguintes termos: “I – Relatório

Trata-se de ação de Procedimento Comum ajuizada por Leticia Valer, contra a Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, por meio do qual pretende, liminarmente, seja homologada sua inscrição no curso de Ciências

Jurídicas e Sociais, para o qual foi aprovada no vestibular UFRGS 2016, para preenchimento de uma das vagas destinadas a ingresso pelo sistema de cotas. Narra a impetrante ter sido aprovada no vestibular da UFRGS para o curso de Ciências Jurídicas e Sociais para as vagas destinadas a ingresso pelo sistema de cotas pela renda familiar. Contudo, não foi homologada sua condição de renda informada na inscrição, com opção pelo regime de cotas “candidato egresso do Sistema Público de Ensino Médio Brasileiro com renda familiar bruta mensal igual ou inferior a 1,5 salário-mínimo nacional per capita”. Sustenta que o parecer pela não-homologação levou em consideração a Declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física do exercício 2016, ano- -calendário 2015, apresentada à UFRGS em 14.04.2016. Contudo, a forma de cálculo para fins de ingresso deveria ter considerado o período de nove meses anteriores à inscrição no Concurso Vestibular e, assim, ter conside- rado para fins de cálculo, apenas os documentos entregues no período de 25.01.2016 a 04.02.2016, isto é, a DIRPF exercício 2015, ano-calendário 2014, que resulta em renda per capita no valor de 1.049,42, ou seja, dentro do limite de 1,5 salários-mínimos. Sustentou, ainda, que, na análise, houve confusão do patrimônio da pessoa física com a pessoa jurídica da qual seus pais são sócios. Salientou, ainda, que, no mesmo ano, foi selecionada pelo PROUNI para receber o benefício de bolsa integral na Faculdade Porto-Ale- grense – Fapa, cujo critério também era de 1,5 salários-mínimos per capita. Pediu AJG.

A AJG foi deferida (evento 03).

A UFRGS se manifestou quanto ao pedido de tutela antecipada (evento 06). A liminar foi indeferida (evento 08).

A parte ré apresentou contestação (evento 18). A autora apresentou réplica (evento 21).

Intimadas para se manifestarem acerca da produção de provas, as partes não as requereram (eventos 25 e 27).

Vieram os autos conclusos para sentença.

Verificada a necessidade de mais informações, foi intimada a UFRGS para que prestasse esclarecimentos quanto aos critérios utilizados para o cálculo da renda mensal do grupo familiar e juntasse aos autos cópia do respectivo processo administrativo.

Cumprido, foi intimada a parte autora. Retornaram os autos para sentença. É o relatório.

II – Fundamentação

Através da presente ação, postula a parte autora a procedência da demanda para ver homologada sua aprovação pelo sistema de cotas/renda no curso de Ciências Jurídicas e Sociais, para o qual foi aprovada no vestibular UFRGS 2017.

Ao analisar o pedido liminar, assim se manifestou este Juízo: Com razão a UFRGS, no que tange ao rito a ser adotado. Assim, retifique-se a presente ação para procedimento comum.

Para a concessão de tutela de urgência, exige o art. 300 do CPC a presença de elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

Evidentemente, tal expressão não pode ser compreendida como uma de- monstração definitiva dos fatos – somente atingível após uma cognição exauriente –, mas sim como uma prova robusta, suficiente para evidenciar a matéria fática posta em causa e provocar a formação de um juízo de proba- bilidade da pretensão esboçada na inicial.

Conforme desponta dos autos, a parte autora concorreu às vagas destinadas para candidatos com renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo que tenham cursado integralmente o ensino médio em esco- las públicas.

Entretanto, quando do levantamento socioeconômico realizado pelo setor competente da Universidade, constatou-se, devido a existência de provas em contrário, que há indícios de que a renda familiar da autora supera o limite estabelecido como parâmetro para ingresso por cotas sociais.

Veja-se que não há dúvida de que o período a ser avaliado para constatação da situação socioeconômica familiar, é o período de 9 meses anteriores à inscrição (Edital, item 1.5.7, IV (a) – Ev. 1 – EDITAL5), conforme reconhecido pela própria autora. Assim, tendo as inscrições ocorrido entre 18.09.2015 e 13.10.2015, os rendimentos a serem considerados têm início em janei- ro/2015.

Dessa forma, considerando que o requisito da renda mensal constitui-se em critério objetivo fixado em lei para o ingresso por cotas, o seu descumpri- mento autoriza, em princípio, o indeferimento da matrícula pela instituição de ensino superior.

Ainda, não se pode alegar que o valor da renda per capita foi ultrapassado em valor mínimo, na medida em que existe um limite objetivo a ser respeita- do e observado por todos os candidatos, sem exceções, sob pena de violação do princípio da igualdade.

Ademais, os atos administrativos gozam de presunção de legalidade, a qual não deve ser afastada, sem prova robusta demonstrando a probabilidade do direito no qual se funda a pretensão do autor.

Ausente, portanto, o requisito da probabilidade de direito, despicienda torna- -se a análise da presença do perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, eis que ambos são requisitos cumulativos para o deferimento de tutela de urgência, nos termos do art. 300 do CPC.

Ante o exposto, na ausência de verossimilhança das alegações, indefiro o pedido de tutela de urgência.

Em sede de agravo de instrumento, a decisão restou mantida, nos seguintes termos:

Como bem salientado pelo juízo a quo, o período a ser avaliado para cons- tatação da situação socioeconômica familiar, é o período de 9 meses an- teriores à inscrição (Edital, item 1.5.7, IV (a) – Ev. 1 – EDITAL5), conforme reconhecido pela própria autora. Assim, tendo as inscrições ocorrido entre 18.09.2015 e 13.10.2015, os rendimentos a serem considerados têm início em janeiro/2015.

O argumento de que deve ser considerada, em tal análise, a DIRPF de 2015, ano base 2014, e não a DIRPF de 2016, ano base 2015, ou, caso não tivesse ocorrido o erro sistêmico no Portal do Candidato, que impediu o exame de sua documentação no período correto, a DIRPF analisada pela Universidade seria a do exercício 2015, ano base 2014, a única disponível no período de entrega da documentação (25.01.2016 a 04.02.2016), não lhe aproveitam, porque – repita-se – o período a ser avaliado tem início em janeiro de 2015 e a DIRPF não é o único documento hábil à comprovação da situação socio- econômica familiar.

Outrossim, as alegações de que o excesso apontado (R$ 7,71) não justifica o indeferimento da matrícula, em atenção ao princípio da proporcionalidade e não esperava que o resultado da análise da renda de sua família seria distinto daquele apresentado a Comissão do Prouni não são suficientes para afastar o entendimento adotado pelo juízo a quo. Não há dúvida de que, ao estabe- lecer parâmetros objetivos (e não casuísticos) para a implementação de uma política pública, o legislador exclui inúmeras pessoas de sua abrangência, que, idealmente, deveriam ser contemplados. Todavia, não há como o Judi- ciário intervir nessa seara, preterindo o critério eleito pelo órgão competente, quando inexistente ilegalidade ou abuso, porquanto estabelecido de modo prévio e impessoal e pelo órgão estatal legitimado para tanto.

Além disso, o critério objetivamente estabelecido foi aplicado a todos os candidatos (princípio da isonomia).

Com efeito, deve prevalecer, em um juízo de cognição sumária, a presunção de legitimidade do indeferimento administrativo de homologação da ma- trícula, até porque dois aspectos aventados no parecer técnico não foram devidamente elucidados pela parte interessada: (1) a mistura da renda da família com a da empresa e (2) a não consideração dos valores relativos aos depósitos em contas pessoais dos genitores da demandante, que deveriam ser justificados, quanto a sua procedência, para a elisão de dúvidas quanto à distribuição de renda da empresa.

Nessa linha:

MANDADO DE SEGURANÇA – VESTIBULAR – SISTEMA DE COTAS – LEI Nº 2.711/2012 – RENDA FAMILIAR BRUTA – PORTARIA Nº 18/2012 DO MEC – MODIFICAÇÃO DE CRITÉRIO OBJETIVO DE APURAÇÃO DA RENDA – IMPOSSIBILIDADE – A modificação de critério objetivo de apuração de renda, estabelecido no regramento legal e aplicado a todos os candidatos indistintamente, implica a criação ‘casuística’ de uma ex- ceção à norma geral, com o favorecimento da impetrante em detrimen- to dos demais concorrentes do certame que se encontram em idênticas condições (e muito possivelmente em prejuízo também de um grande número de pessoas que sequer se inscreveram, porque não atendiam ao critério de renda legalmente previsto). Em outros termos, autorizar fosse criado pontualmente um marco temporal distinto para apuração e cál- culo da renda familiar seria estabelecer um injusto desequilíbrio entre os participantes do certame, malferindo os princípios constitucionais da igualdade perante a lei e da impessoalidade. (TRF 4ª R., Apelação Cível nº 5003197-84.2014.404.7000, 4ª T., Desª Fed. Vivian Josete Pantaleão Caminha, por Unanimidade, juntado aos autos em 26.02.2015)

ADMINISTRATIVO – ENSINO SUPERIOR – MATRÍCULA VIA SISU – RENDA FAMILIAR PER CAPITA NÃO DEFINIDA – Hipótese em que não restou plenamente demonstrado o atendimento pelo estudante dos requisitos ao benefício pretendido, qual seja, reserva de vaga para es- tudantes oriundos de famílias com renda igual ou inferior a 1,5 salário- -mínimo, nos termos da Lei nº 12.711/2012. (TRF 4ª R., Apelação Cível nº 5014950-92.2015.404.7100, 4ª T., Des. Fed. Cândido Alfredo Silva Leal Júnior, por unanimidade, juntado aos autos em 04.12.2015 – grifei) AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO ORDINÁRIA – ANTECIPAÇÃO DE TUTELA – MATRÍCULA EM VAGA PARA COTISTA – CRITÉRIOS DE CÁLCULO DA RENDA PER CAPITA – A Lei nº 12.711/2012 visa assegu- rar vagas para ingresso nos cursos de graduação aos estudantes oriundos de famílias com renda igual ou inferior a 1,5 salário-mínimo per capita, egressos da escola pública (art. 1º, parágrafo único). A exigência editalí- cia, quanto à apresentação de documentação da renda do grupo familiar

de origem do candidato menor de 24 anos ou desempregado, não parece destoar da finalidade dessa Lei, pois visa, justamente, verificar a condi- ção econômica da família desses candidatos. O art. 8º da Portaria MEC nº 18/2012 transfere à Instituição Federal de Ensino a responsabilidade de disciplinar em edital os procedimentos de avaliação a serem aplicados para a apuração da condição de renda familiar do candidato. Hipóte- se em que não estão presentes os requisitos para concessão da anteci- pação de tutela. Agravo improvido. (TRF 4ª R., Agravo de Instrumento nº 5028554-80.2015.404.0000, 4ª T., Des. Fed. Cândido Alfredo Silva Leal Júnior, por unanimidade, juntado aos autos em 18.09.2015 – grifei) ADMINISTRATIVO – ENSINO SUPERIOR – INDEFERIMENTO DE VAGA – RENDA FAMILIAR PER CAPITA SUPERIOR AO LIMITE – REQUISITO FINANCEIRO – NÃO PREENCHIMENTO – É de responsabilidade do can- didato observar a exigência editalícia para o procedimento de confirma- ção de vaga e matrícula, além das exigências para cada documento. O Edital que regeu o Concurso Vestibular é claro em estabelecer nos itens 1.5.7 os critérios de aferição da renda mensal per capita para os candi- datos oriundos de famílias com renda igual ou inferior a 1,5 salários mí- nimos. Para a aferição da renda bruta mensal per capita considerar-se-á a soma dos rendimentos brutos auferidos por todas as pessoas da família, levando-se em conta o período de janeiro a setembro de 2013. Prevê, ainda, o edital, a perda da vaga pelo candidato que não comprovar a condição exigida para a ocupação da vaga reservada. No caso, não pare- ce razoável ampliar-se o prazo previsto expressamente no Edital, a fim de permitir que a Impetrante possa adequar-se às regras para o ingresso na Universidade Pública através das cotas sociais. (TRF 4ª R., Apelação Cível nº 5041481-55.2014.404.7100, 4ª T., Desª Fed. Vivian Josete Pantaleão Caminha, por unanimidade, juntado aos autos em 23.07.2015 – grifei) Ante o exposto, indefiro o pedido de antecipação de tutela recursal.

O direito à reserva de vaga no sistema de cotas de universidade federal exi- ge a comprovação pelo estudante de preenchimento dos critérios legais e daqueles estipulados pelo edital do concurso vestibular para a obtenção do benefício, sob pena de se criar distinção sem justo motivo, violando princí- pios da Constituição Federal.

No caso em tela, a candidata inscreveu-se como enquadrada na modalidade candidato egresso do Sistema Público de Ensino Médio Brasileiro com renda familiar mensal igual ou inferior a 1,5 salário-mínimo nacional per capita. O edital do vestibular assim previu:

1.5.2 O candidato que desejar concorrer também às vagas destinadas ao sistema de ingresso por Reserva de Vagas deverá assinalar sua opção no ato

da inscrição no CV 2016. Neste caso, o candidato deverá assinalar uma das quatro modalidades a seguir: a) modalidade L1 – candidato egresso do Siste- ma Público de Ensino Médio Brasileiro com renda familiar bruta mensal igual ou inferior a 1,5 salário-mínimo nacional per capita;

[...]

1.5.5 A comprovação da condição de egresso do Sistema Público de Ensino Médio Brasileiro pelo candidato que for classificado em vaga de reserva para egressos do Sistema Público de Ensino Médio Brasileiro dar-se-á mediante apresentação, através do Portal do Candidato, na forma de arquivo digitaliza- do de boa qualidade a partir de documento original ou cópia autenticada em cartório que será apresentado posteriormente, de certificado de conclusão e histórico escolar de todo o ensino médio, seja na modalidade de Ensino Regular, seja na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, reconhecidos pelo órgão público competente e que comprovem as condições expressas no item 1.5.3 deste Edital.

1.5.6 DA COMPROVAÇÃO DA CONDIÇÃO DE RENDA: o candidato que for classificado em vaga destinada a candidatos egressos do Sistema Público de Ensino Médio Brasileiro com renda familiar bruta mensal igual ou inferior a 1,5 salário-mínimo nacional per capita deverá entregar, os documentos abaixo relacionados, conforme o grupo ao qual pertence, através do Portal do Candidato, na forma de arquivo digitalizado de boa qualidade a partir de documento original ou cópia autenticada em cartório que será apresentado posteriormente. Esta documentação mínima arrolada é de apresentação obri- gatória.

I – DE TODOS OS INTEGRANTES DO GRUPO FAMILIAR, INCLUSIVE O CANDIDATO:

a. Formulário Socioeconômico (apenas um para toda a família), preenchido e assinado pelo candidato, conforme modelo disponível em www.ufrgs.br/ prae/analise;

b. Comprovantes de gastos solicitados no Formulário Socioeconômico (basta um comprovante para cada item);

c. Declaração de Bens e Direitos: apenas, assinada por todos os integrantes do grupo familiar, conforme modelo disponível em www.ufrgs.br/prae/ana- lise;

d. Carteira de Trabalho e Previdência Social: páginas de identificação (foto, assinatura, RG, CPF, etc.), página do último contrato de trabalho registrado (se houver) e a página seguinte à do último registro. Somente nos casos em que a página de identificação tem inscrição manual (modelo antigo), ou o familiar for menor até 14 anos, juntar cópia do documento de Identidade e CPF.

e. Extratos de todas as contas bancárias que as pessoas da família possuírem (corrente, poupança, aplicação financeira, etc.) do período de janeiro a se- tembro de 2015;

f. Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física mais atual, acompanhada de recibo de entrega e de todas as declarações retificadoras que houver. So- mente para quem não apresentou Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física no último exercício: preencher formulário de Isento, conforme modelo disponível em www.ufrgs.br/prae/analise;

g. Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS – vínculos, remunerações e pagamento de benefícios) ou Formulário de Autorização para Extração do CNIS, preenchido e assinado por todos os integrantes do grupo familiar, con- forme modelo disponível em www.ufrgs.br/prae/analise;

h. Certidão de Casamento ou Declaração de União Estável dos integrantes do grupo familiar que estiverem na respectiva situação – casamento ou união estável, inclusive homoafetiva, se for o caso; i. Certidão de Óbito, Separação ou Divórcio (conforme o caso) sempre que o pai ou a mãe de algum integran- te do grupo familiar não for informado;

Conforme já referido na decisão que indeferiu o pedido liminar, o Edital do concurso vestibular previu que a constatação da situação socioeconômica familiar seria verificada nos nove meses anteriores à inscrição. (Edital, item 1.5.7, IV (a) – Ev. 1 – EDITAL5)

O processo administrativo foi juntado aos autos pela UFRGS no evento 35. Da análise do extrato bancário da empresa da família, verifica-se de fato confusão entre as despesas da pessoa jurídica e das pessoas físicas, com o pagamento de despesas domésticas, situação que dificultou à comissão que analisou os documentos a tomada da decisão pela não homologação da ins- crição na modalidade desejada.

A utilização das declarações de imposto de renda do exercício 2016, ano calendário 2015 é a forma adequada de verificação da renda familiar, consi- derando a disposição editalícia quanto ao período a ser verificado.

Conforme critérios administrativos, se fez necessária a verificação não ape- nas das informações prestadas à Receita Federal, mas sim de toda a movi- mentação bancária no período – a qual foi reputada inconsistente ante a inexistência de comprovação da origem dos depósitos. Assim, da análise conjunta dos elementos, incompatíveis os ganhos do núcleo familiar com o rendimento máximo para o ingresso na modalidade escolhida.

Nos termos já referidos nos autos, ainda que a média de rendimentos seja muito próxima ao estabelecido no edital do concurso vestibular, tal critério é objetivo, não podendo ser relativizado, sob pena de quebra da isonomia e consequente prejuízo aos demais candidatos.

Logo, ainda que o núcleo familiar a que pertence a autora tenha comprovado possuir módica renda mensal, tenho que a UFRGS procedeu de forma corre-