• Nenhum resultado encontrado

um estudo de caso em educação Programa de Pós-Graduação em

Educação. (Dissertação de Mestrado). 2013.

SILVA, Laudiélcio Ferreira Maciel da. A Educação Ambiental de Pernambuco

(1979-1988). Universidade Federal de Pernambuco. Programa de Pós-Graduação

em Educação. (Dissertação de Mestrado). 2013.

Webgrafia

http://www.limoeiro.pe.gov.br>. Acesso em: 4 nov. 2012 http://www.capes.gov.br/servicos/banco-de-teses

Lei de 15 de outubro de 1827. Disponível em: http:< www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/fontes _escritas/3_imperio/lei%2015-10- 1827%20lei%20do> acesso em: 28 de abril 2013.

http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=arti cle&id=565&Itemid=182. Acesso em: 30 de jan. 2014

ANEXOS

ENTREVISTA: PROFESSORA JOSEFA DE LIMA OLIVEIRA.

Entrevistadora: Dona Josefa, por que a escola tinha o nome de Otaviano Basílio Heráclio do Rêgo ?

Dona Josefa: Em homenagem ao avô do prefeito. Entrevistadora: Quem era Otaviano?

Dona Josefa: Não, era avô do prefeito daquele tempo daquela época. Entrevistadora: Como era a estrutura de funcionamento da escola?

Dona Josefa: Minha filha, do jeito que eu entrei eu deixei quando saí. Não teve nenhuma modificação no prédio. Se houve alguma modificação, foi depois da minha saída, eu não voltei mais lá, nem sei eu nem conheço mais aquele prédio. Tinha quatro salas, funcionava em três expedientes.

Entrevistadora: Tinha três ou quatro salas?

Dona Josefa: Tinha as quatro, secretaria e tinha cantina banheiro essas coisas. No mais, tudo normal, permanece tudo hoje.

Entrevistadora: A senhora ficou até mil...?

Dona Josefa: Eu fiquei até sessenta... peraí foi, calma! Foi de sessenta e um a oitenta e seis, foi vinte e cinco anos.

Ismael (filho de Dona Josefa): A senhora se aposentou lá, não foi?

Dona Josefa: Foi. Eu entrei em sessenta e um; com vinte e cinco anos; eu me aposentei.

Entrevistadora: Aquela época era a época do regime militar. Tinha alguma interferência de militares na escola?

Dona Josefa: Ah! Não me pergunte essas coisas que eu não sei. Não sei não. Ismael: Quem era a diretora, mãe, da época?

Ismael: Da época da gente?

Entrevistadora: Era Dona Consinha e a outra?

Dona Josefa: Dona Consinha foi a primeira diretora, quer dizer não tinha uma coisa oficial, não sabe, porque quem primeiro disse que ia ser diretora era uma Benedita, mas ela nem chegou a assumir, saíu logo, e chegou Dona Consinha, que era mulher de Chico Heráclio.

Entrevistadora: Mulher do coronel?

Dona Josefa: Olha, eu já dei a informação toda errada. No tempo que ele foi inaugurado, o prefeito era José Barbosa do Rêgo; agora, depois de José Barbosa foi seu Adauto.

Dona Josefa: Minha cabeça está oscilando muito. Não dou mais para dar entrevista.

Entrevistadora: Não. Pense com calma. Dona Josefa: Porque eu vario muito. Ismael: Em 1961, quem era o prefeito?

Dona Josefa: Foi a época que eu entrei na escola. Era Serápio de Caprio. Eu fui nomeada em 69 e aposentada em 86.

Ismael: Tá batendo as Informações não.

Entrevistadora: O grupo escola, segundo Dona Rita, foi inaugurado em 1969. Dona Josefa: Inaugurado, mas não começou a funcionar.

Entrevistadora: Começou a funcionou em 1969, segundo Dona Rita. Dona Josefa: E foi.

Ismael: E o que tem a ver 61?

Dona Josefa: Olhe, porque 61 eu fui nomeada... Ismael: A senhora veio pra cá em 67.

Dona Josefa: Eu vim pra cá em 68.

Ismael: Em 68 a senhora já ensinava no grupo antes de vir? Dona Josefa: Não. Eu ensinava em Gameleira.

Ismael: Então, não tá batendo as informações.

Dona Josefa: Tá não. Porque a minha primeira escola não foi aqui. Entrevistadora: O período em que a senhora ensinou no grupo? Dona Josefa: O período em que eu ensinei foi em 69.

Ismael: A senhora começou em meia nove?

Dona Josefa: Comeceu em meia nove 69, que você era novinho, completou um ano aqui em 68, em 69 eu comecei a trabalhar. Em 69 comeceu a trabalhar.

Ismael: Já tinha um ano de existência?

Dona Josefa: Não. Foi a inauguração. Mas foi depois, ele começou a funcionar antes da inauguração. A vila é que foi inaugurada antes, a vila.

Ismael: Mas o grupo já funcionava?

Dona Josefa: Não. A vila é uma coisa, meu filho, o grupo escolar é outra coisa.

Ismael: Ela que saber do grupo. Ele começou a funcionar quando, a senhora lembrar?

Dona Josefa: Eu comecei em 69, mas ele foi inaugurado depois.

Ismael: Mas o primeiro ano de funcionamento dele foi quando a senhora chegou?

Dona Josefa: Foi. Eu fui a primeira professora, e a primeira matrícula foi feita por mim. Eu saí de casa em casa, porque ele não funcionava ainda. Então, eu saí de casa pra fazer a matrícula, em 69.

Dona Josefa: Tenho não. Isso aí fica na secretaria do colégio. Se na secretaria do colégio não tiver, que eu creio que não tenha aquilo era tudo desorganizado, pode ser que teja organizado agora.

Entrevistadora: Por que a senhora foi dar aula lá?

Dona Josefa: Porque eu vim morar aqui, eu morava em Gameleira. Eu fui nomeada lá. Lá eu trabalhei sete anos, de lá vim pra cá.

Entrevistadora: Qual a série, ou quais, a senhora dava aula?

Dona Josefa: Minha filha, eram todas. A minha sala era misturada. Quando eu comecei a ensinar, mas quando eu vim pra cá...

Entrevistadora: Não, no grupo?

Dona Josefa: Era segunda um ano, outro terceira, outro ano era segunda e terceira, era sim porque eu ensinava assim...

Entrevistadora: Eram dois horários?

Dona Josefa: Não, porque juntavam as classes segunda e terceira. Entrevistadora: Por falta de professores?

Dona Josefa: Porque à noite não tinha professor.

Entrevistadora: Mas o pessoal que estudava lá na faixa etária normal, à noite!?

Dona Josefa: Era tudo adulto, era a maior parte adulto. Não tinha criança não, o mais novo era 12 anos.

Entrevistadora: A senhora lembra por que a escola foi criada?

Dona Josefa: Por quê? Porque essa vila foi inaugurada não tinha outra escola então foi criada. Quando ele foi construído foi construído logo, logo construído o grupo. Quando eu vim prá cá foi que a vila foi inaugurada, já o grupo estava construído.

Dona Josefa: Estava.

Entrevistadora: Mas sem funcionar? Dona Josefa: Mas sem funcionar.

Entrevistadora: Por quando tempo a senhora ensinou? Dona Josefa: Minha filha, eu comecei de 69 até 86.

Entrevistadora: A senhora lembra de alguma atividade artística?

Dona Josefa: Tinha uma escola profissional; bordado, pintura,mas tudo por uma professora só.

Entrevistadora: Tinha algum evento cultural na escola? Apresentação de dança, algo regional?

Dona Josefa: Não. Dando aula? Entrevistadora: Não. Eventos.

Dona Josefa: Os eventos quando começava São João... Entrevistadora: Festas comemorativas?

Dona Josefa: É, festas comemorativas dia sete de setembro, final de ano , na conclusão do ano letivo. Era isso que fazia aquelas animações.

Entrevistadora: Tinha formatura?

Dona Josefa:Tinha; quando o menino gritava, final, primário, aí tinha o seu diplomazinho né?

Entrevistadora: Tinha festa de formatura?

Dona Josefa: Sempre fazia, sempre comemorava. Mas todo o colégio junto. Entrevistadora: Como era a vestimenta dos alunos?

Dona Josefa: Era farda.

Dona Josefa: Minha filha, farda municipal era azul e branco. Entrevistadora: Mas era saia para as meninas?

Dona Josefa: Era, e calça para os meninos.

Entrevistadora: A senhora tem alguma foto da época da escola, de sala de aula?

Dona Josefa: Não.

Entrevistadora: Nem a cartilha? Lembra que tinha uma cartilha?

Dona Josefa: Lembro, mas não sei dizer o nome. Mas essa cartilha era da alfabetização, nera? A professora da alfabetização é quem sabe dessa cartilha.

Entrevistadora: A senhora sabe como era essa cartilha?

Dona Josefa: Minha filha, eu sei, e não sei porque meus meninos estudaram nessa cartilha; porque já tinham sido alfabetizados, eles já estavam na primeira série, já tavam lendo agora eu saber como era o nome da cartilha, não.

Entrevistadora: Nem o que continha na cartilha?

Dona Josefa: Não. Tinha uns desenhozinhos, essas coisas, todinhas as palavras ilustradas, não era?

Entrevistadora: A escola oferecia que tipo de ensino? Dona Josefa: Só o primário e arte, né?

Entrevistadora: Essa de arte era uma disciplina?

Dona Josefa: Era uma disciplina, mas não era...o prefeito nomeou essa professora de arte.

Entrevistadora: Tinha educação física? Dona Josefa: Tinha não.

Dona Josefa: Bem, era quatro de manhã, quatro à tarde, começou com uma à noite, depois variava, tinha duas tinha três.

Entrevistadora: À noite, tinha quantas? Era a que a senhora dava aula?

Dona Josefa: Variava, eu dava aula e sempre tinha uma professora duas. Já dois ou três anos depois.

Entrevistadora: Duas turmas, então? Dona Josefa: Era mais de duas turmas.

Entrevistadora: A senhora ficava com as duas turmas juntas à noite?

Dona Josefa: Era, eu ficava, porque aí eu passei a terceira série para outra professora, porque ela era formada eu era leiga, nera? Eu fiquei com a segunda série e a primeira.

Entrevistadora: Quais eram as séries que tinham na escola?

Dona Josefa: De primeira a quarta e a alfabetização. Pera lá, não tinha a quarta.

Entrevistadora: Quando iniciou, não tinha a quarta? Dona Josefa: Só tinha a terceira.

Entrevistadora: Até quando?

Dona Josefa : Minha filha, eu só sei até 68, agora depois que mudou eu não sei se tem primeiro grau.

Entrevistadora: Quantos turnos havia? Dona Josefa: Três turnos.

Entrevistadora: Como eram distribuídas as séries em relação ao horário? Dona Josefa: Como a minha classe era de adulto, tinha primeira série, tinha segunda. Até terceira, porque eu ensinava uma parte, e outra professora ensinava a outra. Agora, de manhã tinha do pré- primário, sei lá como é o nome.

Entrevistadora: Pela manhã, tinha que série?

Dona Josefa: Tinha alfabetização, tinha primeira, segunda, parece que era à tarde, não tô mais lembrada, era uma mistura, só lá mesmo é quem sabe, eu só sei da minha.

Entrevistadora: Qual a importância do grupo para a comunidade local?

Dona Josefa: Era porque só tinha ele, só tinha mesmo o grupo. Não tinha outra escola, só na cidade.

Entrevistadora: E quantos alunos?

Dona Josefa: Ah, minha filha, isso não posso lhe dizer; naquele tempo, o que aparecia tinha que matricular.

Entrevistadora: Havia alguma atividade esportiva? Dona Josefa: Não.

Entrevistadora: E o comportamento dos alunos? Dona Josefa: variava.

Entrevistadora: Variava, como?

Dona Josefa: Bons e maus. Como ainda hoje tem.

Entrevistadora: Quais as comunidades que a escola atendia?

Dona Josefa: Minha filha, eu não, sei te dizer não porque essa localidade todinha vinha gente de criança e adulto, vinha tudo dessa comunidade; essa comunidade vem por aí afora, não sei nem de onde de Ribeiro Fundo prá cá....

Entrevistadora: O bairro da escola e o bairro do Juá? Dona Josefa: É.

Dona Josefa: Esses sítios todo isso aí tudinho vinha gente de lá de Otaviano Heráclio pra cá eu não sei não eu não conhecia nenhum local eu só conhecia até a casa de Inacinha.

Entrevistadora: Inacinha era quem? Dona Josefa: Era uma conhecida. Entrevistadora: Daqui da Cohab? Dona Josefa: Não. Da Cohab pra lá.

Marido da entrevistadora: A senhora ensinou à noite, era no Mobral? Dona Josefa: Não era Mobral. Tinha esse Mobral também.

Entrevistadora:Tinha Mobral nessa época no grupo?

Dona Josefa:Tinha. Mas quando eu saí parece que já tinha se acabado, porque o Mobral durou pouco, eu até esqueci de dizer isso.

Entrevistadora: No mesmo turno que a senhora ensinava, tinha o Mobral? Dona Josefa: Era. Mas não começou assim quando eu comecei não, minha filha. Começou anos depois. Mobral não era antigo, não é?

Entrevistadora a senhora lembra o material didático que era utilizado?

Dona Josefa: Minha filha, material didático era utizado sempre, era utilizado pela classe infantil, pelo o primário, nera.?

Entrevistadora: Sim, mas uma cartilha, livro alguma coisa assim?

Dona Josefa: Sei que à noite eram livros, e de manhã era cartilha; eu não sei da classe da manhã nem da tarde porque a minha classe era noturna.

Entrevistadora: A senhora pode dizer a sua idade, teria algum problema? Dona Josefa: Ochê, minha filha, com todo prazer.Tenho oitenta e nove; vou fazer noventa agora em setembro.

Dona Josefa: Dia dezesseis de setembro. Entrevistadora: Que beleza!

Entrevistadora: A senhora tem alguma lembrança a mais da escola? Algo que a senhora lembre?

Dona Josefa: Eu fico aqui.

Entrevistadora: Eu gostaria de falar com seu filho para saber se ele lembra de alguma coisa.

Dona Josefa: Lembra não. Ele era muito pequeno. Mael, tu lembra de alguma coisa do teu tempo?

Ismael: Sobre?

Entrevistadora: Lembra do ano em que estudou? Ismael: Não.

Entrevistadora: Nenhum ano?

Ismael: O ano certo, lembro não. Não tenho nenhum caderno. Agora,fica fácil você procurar essa professora que eu lhe falei, porque ela me acompanhou.

Entrevistadora: Helena? Ismael: Dona Maria Helena.

Dona Josefa: Talvés tenha o nome dele na secretaria. Entrevistadora: Ela tenha alguma coisa guardada. Entrevistadora: Mas a série tu lembra, não é?

Ismael: Primeira, segunda e terceira série. Professora, Maria Helena e Dona Diva.

Ismael: Dona Gracinha foi sua professora também no caso? Entrevistadora: Foi.

Ismael: Tu lembras o ano?

Entrevistadora: Não lembro, acho que foi em setenta e quatro; não lembro direito setenta e cinco, por aí assim.

Entrevistadora: Qual o turno, tu lembras? Ismael: Sempre manhã.

Entrevistadora: Tu lembras como era o ensino?

Ismael: Era mais bagunça. A professora Dona Maria Helena chorava por causa de mim.

Entrevistadora: Os alunos tinham mal comportamento?

Ismael: Era. Apesar que as professoras eram bem rígidas, era rígido. Entrevistadora: Então, o ensino era rígido?

Ismael: Dona Maria Helena, Dona Diva. Eram bem...

Dona Josefa: Elas eram autônomas, né, tinha autoridade da escola, não deixava eles fazerem o queriam.

Entrevistadora: Os vestimentos, tu lembras?

Ismael: As meninas saia e calça comprida para os meninos, naquela época, short era proibido.

Ismael: A gente não tinha educação física, a gente não tinha isso. Marido da entrevistadora: Que brincadeiras vocês faziam?

Ismael: Rapaz, não tinha nem área pra jogar nada, não tinha quadra, não tinha nada. Tinha um pátio no meio das quatro salas,tinha um patiozinho pra correr, tinha uma subidacom vários degraus, a gente caia sempre. A escola era muito precária,muito precária mesmo.

Entrevistadora: Então, não tinha educação física, ou atividade esportiva? Ismael: Nem atividade esportiva nem educação física.

Entrevistadora: Por falta de espaço e quadra?

Ismael: Deve ser. Por falta de professores também, na época não tinha isso. Ismael: Tu lembras de outras escolas que tinham funcionando aqui na época? O Regina Celi, tu lembras não?

Entrevistradora: Não.

Entrevistadora: Tem alguma foto, caderno?

Ismael: Não. Nada, nada, do Regina Celi eu ainda tenho. Daí não tenho não. Entrevistadora: Lembra do material didático?

Ismael: A gente recebia algumas coisa; não recebia mãe, do município? Dona Josefa: Não lembro nada.

Entrevistadora: Em sala de aula?

Ismael: Caderno não sei se era cedido ou agente comprava. Não sei. Dona Josefa: Tudo era comprado, no começo era comprado.

Entrevistadora: Livros? Ismael: Livros também.

Dona Josefa: Tudo era comprado. Quando começou tudo era comprado. Ismael: O que tu tem de dados do colégio?

Entrevistadora: Um pequeno histórico de dona Rita. Ismael: Dona Rita não foi da época da gente não.

Entrevistadora: Não, mas ela fez por causa de um trabalho que ela precisou da graduação, ela fazia pedagogia. O professor do curso pediu a ela para fazer um breve histórico de alguma escola.

Ismael: Não, foi agora há pouco, eu lembro quando ela veio aqui falar com a senhora. Foi do curso que ela fez e exigiram isso aí dela.

Entrevistadora: Eu agradeço muito, Dona Josefa. Muito Obrigada. Dona Josefa: Pra nada sirvo.

Entrevistadora: Serve, sim, pra muito.

Dona Josefa: E vai chegar um tempo que nem pra isso vou servir.

Entrevistadora: Memória boa ela tem. Depois ela vai lembrar de mais coisas quando eu voltar aqui, tenho certeza que ela vai lembrar.

Entrevistadora: O grupo está marcado em sua vida? Dona Josefa: É. Mas tá tão diferente....

Ismael: Pior que não.

Entrevistadora: A senhora não gostaria de ir lá não, qualquer dia desses pra rever?

Dona Josefa: Não.

Entrevistadora: Vou mostrar as fotos à senhora.

Entrevistadora: Esta é a entrada de antigamente. Agora, a entrada atual. Dona Josefa: Essa grade...?

Entrevistadora: Está é a atual entrada.

Dona Josefa: Não tinha muro quando eu ensinava lá. Dona Josefa: Olhe. Venha cá, não tinha muro.

Entrevistadora: Até quando não tinha muro? Dona Josefa: Desde o tempo que eu sai.

Ismael: Acredito que desde que passou a ser escola do município que mudaram.

Dona Josefa: Sabe de uma coisa, se eu passasse eu diria “ochênte, cadê o grupo?”

Ismael: Na escola não tem nada de foto dessa época?

Entrevistadora: Nada, eu não consegui nada. Dona Rita foi quem disse que no Regina Celi tem uma foto do Otaviano.

Ismael: Otaviano, o avô? Entrevistadora: Não, da escola.

Dona Josefa: Minha gente, naquele tempo era tudo atrasado, tempo atrasado, as professoras formada não tinham estrutura não. Aquilo ali as meninas assim que se formavam entravam logo sem ter nenhuma bagagem. Nada, nada.

Entrevistadora: Nem o magistério?

Dona Josefa: Não, elas tinham o magistério. Entrevistadora: As que eram concursadas tinham?

Dona Josefa: Não eram concursadas entravam assim por meio da política o prefeito butava sabe como era? Eu mesma não entrei concursada, eu era concursada quando entrei logo mas quando entrei ali não. Não tinha estudo nenhum reforço nenhum. Mas quando eu comecei lá, em Gamileira, eu devo muito à prefeitur, porque se interessou muito trazendo aquelas supervisoras, para dar aquele reforço.

Ismael: A senhora chegou ir um tempo para a secretaria, não foi?

Dona Josefa: Mas fui como reserva. Não tinha mais capacidade de sala de aula, né? E aí eu pedi oa o prefeito, pedi à Secretaria de Educação porque não tinha mais condições de sala de aula. Os meninos não tavam mais respeitando, sabe? Porque a pessoa fica de idade, não respeitavam, tava ficando bagunçada, e eu não tava dando mais conta de uma sala de aula. Aí me botaram até pra casa, mas eu

disse não, eu queria ficar na ativa, seja no que for. Ai me colocaram na secretaria para ajudar a diretora.

Entrevistadora: Obrigada. Desculpe incomodá-la. Dona Josefa: Já terminou?

Entrevistadora: Já terminei. Mas se a senhora quiser continuar conversando, converse.

ENTREVISTA: EX-PROFESSORA E EX-DIRETORA MARIA HELENA DA SILVA AZEVÊDO

Entrevistadora: Por que a escola tinha nome Otaviano?

Maria Helena: Agora, sim. Por que tem o nome Otaviano? Acho que em homenagem ao pessoal daqui, porque a maioria das pessoas daqui são Heráclio do Rêgo. Acho que em homenagem a um dos familiares de Otaviano. É Otaviano Heráclio do Rêgo.

Entrevistadora: Quem era Otaviano?

Maria Helena: Minha filha, não sei lhe responder.

Entrevistadora: Como era a estrutura de funcionamento da escola? Como funcionava a escola?

Maria Helena: Veja bem, quando eu fui para lá eu fui assim partidariamente como dirigente, eu tinha me formado em 72. Veja bem comoa pessoa sai da sala de aula e vai...mas como eu estava atrás do emprego, então fui né? Mas não me sentia bem.

Entrevistadora: A senhora foi pra ser diretora?

Maria Helena: Diretora. Na época não era diretora era dirigente. Aí fiquei até um certo tempo. Porque as pessoa que estava lá, no caso Dona Zefinha, ela sempre me ajudou, mas as outras pessoas queriam dominar, as mais antigas. Eu morava na rua, como diz a história, não tinha essa ponte aqui, eu morava no centro da cidade. Isso aqui agora tá uma cidade, mas era só mato. Os ciganos acampavam por aqui. Então, eu morava na vila da Paz, só trabalhava a parte da tarde. como é que uma dirigente trabalhava só um expediente, ela tem que trabalhar dois expedientes, embora, ela possa ter uma tarde folgada ou uma manhã folgada. Mas sem conhecimento nenhum, então, moral da historia, eu fui me sentindo....eu não sabia o que era uma ata eu não sabia o que era nada leiga, leiga.

Entrevistadora: Quem lhe trouxe pra ser diretora?

Maria Helena: Na época, era indicada politicamente,né!? E o cargo que tava desocupado no momento era esse, aí eu aceitei né!? Desafio.

Entrevistadora: Quem levou a senhora pra lá? Foi algum vereador, deputado? Maria Helena: Foi o secretário de Educação. No caso era...oh! Jesus. O irmão de seu Artur Correia; Luizito, não, Luís Correia era. Esquece o nome dele, mas foi o secretário de Educação.

Entrevistadora: Funcionava como a escola? Os horários? Maria Helena: Manhã e tarde.

Entrevistadora: À noite, no seu tempo, não tinha?