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Um pouco de história

No documento camilacarvalhogomesdasilva (páginas 62-70)

Capítulo 2 – História da Imprensa

2.4 Um pouco de história

Em 13 de maio de 1808 é criada a Imprensa Régia no Brasil por Dom João VI, mas até esta data era vedada à colônia brasileira a existência de tipografias. Em 10 de setembro deste mesmo ano é impressa a Gazeta do Rio de Janeiro, no entanto, o primeiro jornal a circular no Brasil – e impresso na Inglaterra por Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça – foi o Correio Braziliense, em junho de 1808 (SODRÉ, 1999). Antes desse período temos a seguinte condição no município:

Do Descobrimento do Brasil, em 1500, até os idos de 1789, as terras de Valença, no vale entre os rios Paraíba do Sul e Preto, eram mata fechada, domínio de indígenas – terras proibidas. Até que os Puris, também conhecidos como Coroados, começaram a ser vistos como problema e solução. Problema, pois os indígenas, únicos habitantes daquele sertão, até o momento, começavam a ser incômodo, por suas incursões às fazendas das freguesias da Sacra Família, Conceição do Paty do Alferes e Conceição da Parahyba Velha, levando intranquilidade ao trabalho nas lavouras. E solução porque, até este tempo, o governo português procurava dificultar a abertura de caminhos que pudessem facilitar a evasão da produção do ouro de Minas Gerais (BARROS, 2012, p. 38).

Tal situação leva, em 1829, apenas sete anos após a Independência do Brasil, às “primeiras letras impressas” da cidade de Valença, com o título de Correspondência, escrita sob o pseudônimo “Um inimigo dos Déspotas” e produzidas na Typographia de Torres no Rio de Janeiro. Cabe aqui uma ressalva. É preciso realçar o fato de que a imprensa valenciana, como é possível notar pela data do mencionado panfleto (1829), foi muito precoce.

O segundo impresso foi igualmente feito pela mesma gráfica e tratava-se de um texto introdutório de um abaixo assinado de fazendeiros e moradores da região destinado ao Imperador. Este documento, cujo título era Imperial e Constitucional, contava ao Imperador sobre uma conjuração de escravos descoberta, e tinha como característica grande detalhamento da narrativa.

O terceiro impresso assemelhava-se ao seu antecedente. Era uma carta dirigida ao redator do jornal Aurora Fluminense pelo cidadão português Victorino José Gomes Carmilo que se autoproclamava “O Valenciano Livre”. Estas ações subsidiaram o início da imprensa em Valença que tinha como marca três facções políticas: os restauradores, os liberais moderados e os liberais exaltados. Eram assim constituídas:

Os restauradores, também denominados caramurus, representavam parcela da classe dominante que apoiara o Imperador, quando D. Pedro I inclinou-se para o

absolutismo. Mesmo depois da abdicação, em 7 de abril de 1831, passaram a lutar por sua volta ao trono (...). Por sua vez os liberais moderados, considerados a direita liberal, vinham a ser ou a representar a outra parcela da aristocracia rural. Eram monarquistas, pois viam neste regime proteção dos seus privilégios. Porém desejavam-na constitucional, uma vez que a Constituição de 1824 assegurava a sua continuidade na posição de supremacia. Defendiam a manutenção da ordem em primeiro lugar e não pretendiam nenhuma reforma econômica ou social. (...) Já os liberais exaltados, atuando, às vezes, como esquerda liberal, eram representados não só por parcelas da aristocracia rural, como também por outros segmentos sociais. Em camadas sobrepostas, formavam-se por camada de homens livres, destituídos de propriedades, ou pequenos proprietários (BARROS, 2012, p. 44-45).

Esta configuração política culminou na iniciativa da criação da Sociedade Defensora

da Liberdade e Independência Nacional da Villa de Valença como “algo novo, motivador e

necessário, para aquela nascente comunidade, que vivenciava o primeiro mandato eletivo, após dois provisórios de sua recém instalada Câmara.” (BARROS, 2012, p. 46). A primeira reunião da Sociedade foi no dia 28 de setembro de 1831, e desde 1832 já havia jornalismo em Valença com o surgimento do jornal O Valenciano editado pela Sociedade Defensora da Liberdade e Independência. O primeiro jornal do município de Valença teve a sua primeira edição no dia 26 de maio de 1832, e durou até 20 de setembro de 1833. Seu fim foi relatado da seguinte maneira:

Bem longe estávamos de pensar, que a Sociedade Defensora da Liberdade e Independência Nacional da Villa de Valença terminasse tão breve sua carreira, mas considerações momentosas fizerão dar este passo aos Sócios reunidos em Sessão no Dia sete de setembro. Se o unânime sentimento foi temporâneo, ou extemporâneo, toca ao tempo decidir. Por ora cada hum ajuizará conforme sentir. Fica-nos a intima convicção, de que como Sócio, como Conselheiro, e como Redactor, desempenhamos nossos deveres, como nos cumpria, e foi compatível com nossas débeis forças. Como Redactor temos a declarar aos Srs. Assignantes, que com este número terminou a assinatura; e a todos os nossos collegas da Corte e Provincias, que nos honrarão com a Permuta de suas Folhas, agradecemos este signal de confraternidade, e cordialmente almejamos que todos vantajosamente progressem em suas tarefas. Valença 18/09/1933. O Redactor – Padre João Joaquim Ferreira D’Aguiar. (BARROS, 2012, p. 53).

Assim, por motivos políticos, teve um final repentino a Sociedade Defensora da Liberdade e Independência, mas os frutos desta pioneira atividade jornalística em Valença foram significativos. O primeiro a suceder O Valenciano, ainda que de forma efêmera, foi A

Sentinella Valenciana. Embora não se saiba de que forma, este jornal conseguiu a aquisição

de uma tipografia, obtendo a independência dos impressores da Corte.

Valença consegue outro jornal quase trinta anos depois, com a primeira edição de O

Merrimac, marco da autonomia gráfica da cidade. O jornal, impresso em tipografia própria,

Estados Unidos da América, e que tinha como objetivo romper o bloqueio imposto pelo norte federalista. Cabe aqui abrir um parêntese para por luzes sobre o fato de que a escolha do nome deste jornal evidencia sua simpatia em relação ao sul dos EUA, região cujo regime de trabalho era escravocrata.

Em 9 de fevereiro de 1864 O Merrimac altera seu nome para O Valenciano e o nome

O Merrimac passa a nomear a tipografia. Houve mudança também na linha editorial, pois

agora o recente O Valenciano “opta por linha mais doutrinária com textos longos e pouco informativos, além de muitas reproduções” (BARROS, 2012, p. 69). Por disputas políticas, sua última edição acontece em 15 de setembro de 1864.

Após alguns anos, surge em 10 de março de 1867, A Phenix, voltado aos interesses da lavoura e do comércio como fonte de riquezas do Brasil. Sua última edição acontece em um domingo de carnaval, com o número 51, na data de 23 de fevereiro de 1868.

Em agosto de 1868, tem início mais uma iniciativa de jornal impresso em Valença. Por conta do impressor de O Merrimac, de O Valenciano e de A Phenix, Custódio Antônio da Silva, o município passa a possuir o periódico O Alagôas. Cabe mencionar que este impresso em muito se assemelha ao conteúdo e à crítica de seus predecessores. Em 31 de julho de 1870, o jornal chega ao fim.

É lançado no dia 6 de agosto de 1871 o jornal O Regenerador, publicado – como seus antecessores – aos domingos. No período de O Regenerador “são recorrentes notas informativas acerca de dois portugueses deste período, (...) percebe-se uma forte frieza com que são tratados pela historiografia valenciana. O capitão Joaquim Gomes Pimentel e seu cunhado Manoel Antônio Esteves.” (BARROS, 2012, p. 84). Fica evidenciada a rivalidade entre os “brasileiros e portugueses”. Seu final acontece na edição datada de 22 de setembro de 1872.

Após um período sem a atividade jornalística impressa em Valença, no dia 14 de novembro de 1875, é o começo do novo jornal Echo-Valenciano, dirigido por Argemiro Castrioto da Fonseca, em tipografia própria, e dá aviso aos assinantes do projetado jornal

Progresso, que as assinaturas feitas ao mencionado jornal, passariam para o Echo-Valenciano.

Em sua terceira edição há a reprodução do que diz dele o jornal da Corte O Globo: “(...) O novo lidador propõe-se a defender o direito às liberdades cívicas, à verdade e ao progresso [grifo meu] (...)” (BARROS, 2012, p. 88). Vale frisar que, de acordo como que O Globo diz sobre o Echo-Valenciano, podemos supor que este periódico tem ideias ligadas ao republicanismo. Entretanto, o jornal Echo-Valenciano termina de maneira abrupta e precipitada em janeiro de 1876. Surge em 16 de julho de 1876 seu substituto, O Porvir, que

dá indícios da possibilidade de término do Echo-Valenciano ter acontecido por problemas de saúde do tipógrafo Argemiro Castrioto da Fonseca.

O Porvir caracteriza-se por “ser iniciativa da juventude e que enfrentaria o

desinteresse vigente naquela sociedade pelo sucesso dos veículos de imprensa” (BARROS, 2012: p. 90), e se define como um periódico que manteria sua imparcialidade na luta dos partidos políticos e por ter as características de literário, noticioso e recreativo. Finaliza suas atividades de maneira precoce em 24 de dezembro de 1876. Em sua última edição, anuncia o aparecimento de outro jornal, A Glória.

Na realidade, A Glória iniciou suas atividades dividindo espaço com O Porvir, pois o início de suas atividades aconteceu em 14 de dezembro de 1876. Assim, o jornal A Glória utiliza a mesma tipografia do seu antecessor e define-se como “Periódico Litterario Commercial e Agrícola” (BARROS, 2012, p. 92). Sua circulação aconteceu até 24 de junho de 1877.

Após um hiato temporal, surge em 25 de julho de 1880 o periódico O Tempo, que sai aos domingos com formato pequeno. Em sua edição número 51, datada de 3 de julho de 1881, o periódico informa que “Até ulterior resolução da Assembléia Geral fica suspensa a publicação desta folha.” (BARROS, 2012, p. 98). Quando Valença imaginava estar órfã com relação à existência de jornal, outra Associação lança O Phonographo.

O Phonographo é iniciado em 6 de agosto de 1881 pertencendo a uma “Associação

Anonyma” (BARROS, 2012, p. 100), trata-se do menor periódico da época, ainda possuindo a característica de dedicar espaço a variedades literárias. Ocorre então o retorno de O Tempo em 14 de agosto de 1881, em sua edição 52. O jornal O Tempo encerrou a carreira em 23 de outubro de 1882.

Neste momento, vale fazermos uma ressalva. É interessante mencionar que, ao noticiar a volta do jornal O Tempo, O Phonographo faz aflorar a primeira rixa e a primeira concorrência entre periódicos valencianos:

Quando todos o julgavam inscripto no obituário dos jornais desta cidade, ei-lo que surge, qual Phenix, mais lampeiro e mais gamenho, de vento em popa a enfurnar-lhe as largas velas da fúnebre mastreação (...) Allega que dissipou as trevas do obscurantismo desta terra, e mais isto e mais aquilo; e num tom lúgrube e rouquenho, pede que dem abrigo a ele (...) Diz que Valença ‘tem andado muito de maneira a já acceitar a imprensa sem reluctancia’ (BARROS, 2012, p. 88).

Tem-se por algum tempo esta rivalidade, até que se estabelece a trégua entre os jornais. Em 20 de janeiro de 1882, acontece a última edição de O Phonographo.

As duas figuras centrais do jornalismo valenciano daquele recorte temporal novamente se encontram: o antigo redator dos jornais O Merrimac, do segundo O Valenciano e do A Phenix, João Rufino Furtado de Mendonça – primeiro juiz de paz, procurador da Câmara Municipal e administrador do Cemitério Público – agora vereador eleito em 1882; e Custódio Antônio da Silva, de volta ao jornalismo, em 1º de janeiro de 1883, como diretor responsável do novo veículo de informação valenciana, a Gazeta de Valença. A Gazeta de

Valença passa a coexistir com outro jornal, O Conterraneo, fundado pelo jovem advogado

João Baptista em junho de 1885.

O Conterraneo adotava um estilo direto, era considerado um jornal bem escrito, e

rivalizava com o Gazeta de Valença, fato que marcou este período. Além disso, o fato de O

Conterraneo ser impresso na tipografia do jornal O Vassourense, no município de Vassouras,

vizinho de Valença, não foi bem recebido pela Gazeta de Valença, gerando embates não apenas verbais, mas também físicos, como a depredação da tipografia da Gazeta de Valença.

O resultado desta disputa foi a vida curta de O Conterraneo. A Gazeta de Valença ainda enfrenta o surgimento de nova fase do jornal O Valenciano, todavia este sucumbe no sexto mês de existência. No início de 1889 aparece outro periódico, o Amigo do Povo, voltado para a propaganda republicana e impresso na mesma tipografia do O Vassourense. Sua existência é curta, e não se tem certeza sobre seu fim, mas acredita-se que “com o advento da Proclamação da República e a consequente colocação dos republicanos em cargos públicos ou o surgimento de novos objetivos de vida, o Amigo do Povo deve ter sucumbido a pontual falta de bandeira” (BARROS, 2012, p. 108). A Gazeta de Valença interrompe sua circulação por volta de 1888.

Em julho de 1891 inicia a circulação do A Actualidade, este segue os passos da

Gazeta de Valença com o mesmo dono, porém em outro contexto, de pós abolição da

escravatura. Mantém a publicação aos domingos, bem como a mesma formatação do jornal anterior. No ano de 1893, precisamente no dia 1º de maio, surge o jornal de único número intitulado Primeiro de Maio destinado à comemoração da data pela classe operária e com renda destinada à Santa Casa de Misericórdia de Valença. As atividades do A Actualidade terminam em 1901.

Após esta breve contextualização dos primórdios da atividade jornalística em Valença, temos outra etapa mais recente, período da Era Vargas. Dentro de uma conjuntura política favorável, Leoni Iório, com o apoio da Associação Comercial de Valença, publica o livro “Valença de Ontem e de Hoje”. Iório passa a ser proprietário do título Jornal de

Comercial de Valença. Neste mesmo ano O Valenciano detém a publicação dos atos da Prefeitura.

Em 1956, o jornalista Octavio Duarte “tentando obter maior qualidade de vida e por aconselhamento médico, busca nos ares de Valença seu objetivo. Experiente empreendedor da área jornalística lança o jornal Panorama Fluminense, o primeiro a se propor a ampliar o foco de seu noticiário” (BARROS, 2012, p. 177). Entre os colaboradores encontra-se Leoni Iório. Na data de 1º de setembro de 1956 temos o surgimento do jornal O Argos. Seu nome era referência à personagem mitológica que simbolizava a vigilância. Com a efervescência política tem-se a criação no mesmo ano do periódico A Verdade, tido como “Órgão Independente” e de propriedade do diretor de O Valenciano, David da Silva Santos. Na época, supôs-se que seu surgimento fazia parte de uma estratégia política ou comercial maior. Nesta ocasião, o Jornal de Valença se torna específico em temas ligados ao empresariado, estando restrito a poucos leitores. Em 15 de agosto de 1959 ocorre a fundação da Associação Valenciana de Imprensa (BARROS, 2012, p. 181).

A cena jornalística do município em 1959 ainda possuía mais um ator, que atendia pelo nome de O Município de Valença. Podemos dizer que o ano de 1959 foi profícuo em lançamentos de jornais, pois no mês de setembro ainda temos o nascimento do jornal Roteiro, que se compromete a ser “Informativo, Esportivo, Social e Político” (BARROS, 2012, p. 182), é gratuito e tem o slogan “Conta tudo e nada cobra” (BARROS, 2012, p. 182). Este impresso chega a atingir a marca de 4 mil distribuições em seu segundo número.

É interessante citar o fato de o Jornal de Valença destinar sua última página a crônica esportiva, criando a Taça Eficiência para promover o futebol valenciano. Na edição de junho “o periódico ganha em conteúdo com a abordagem de temas e entrevistas” (BARROS, 2012, p. 186). Neste período, em tempos de alta inflação – setembro de 1963 – O Valenciano custa Cr$10 e em julho de 1964 seu preço atinge Cr$30. São tempos difíceis, de alternância entre redatores, diretores e colaboradores entre os vários jornais do município. Afinal, esta fase da história brasileira distinguiu-se pela efervescência política, social e econômica:

O governo do país está sob regime militar, instituído em março de 1964. A sociedade esperava e acreditou que haveria um retorno gradual à normalidade democrática, mas logo se surpreendeu com o recrudescimento do poder militar instalado com o apoio de setores empresariais e da direita. (...) A ditadura militar, no dia 22 de novembro de 1968, cria o Conselho Superior de Censura, cuja função é centralizar e coordenar as ações dos escritórios de censura espalhados pelo país. Também são criados tribunais de censura, com a finalidade de julgar rapidamente órgãos de comunicação que porventura burlassem a ordem estabelecida, com seu fechamento imediato em caso de necessidade institucional (BARROS, 2012, p. 188- 189).

Apesar desta conjuntura, aparece em 17 de fevereiro de 1971 o jornal O Gigante da

Serra intitulado como “Órgão das Aspirações do Progresso” (BARROS, 2012, p. 189).

Embora no início de suas atividades sua periodicidade fosse irregular, o periódico ousou logo no primeiro número, onde na primeira página “Quem não está comigo está contra mim!” prometia denúncias com o texto:

Uma a uma, conseguimos apurar as irregularidades que existem em Valença e que você não terá coragem de desmentir. Corajosamente publicaremos em série todas as causas que vêm prejudicando nosso município, quer administrativo, industrial, comercial e mesmo educacional. Se você tem alguma coisa a reclamar e que seja de utilidade pública, escreva para a Caixa Postal 133 que o seu jornalista, atenderá, reportando ‘tintim por tintim (BARROS, 2012, p. 189).

Na edição de número 1748, de 4 de novembro de 1971, O Valenciano comemora 60 anos de publicação. Mais uma vez vale por em relevo a precocidade da imprensa valenciana, além da longa duração de alguns de seus jornais. Afinal, para os padrões brasileiros, um impresso que consegue chegar à marca de 60 anos de existência, isso ainda em 1971, realmente merece ser lembrado.

Já em 1974, o jornal Panorama Fluminense inicia nova fase, mas mantém seu forte conteúdo institucional. Em 1975, surge o jornal Gazeta da Cidade composto e impresso pela Editora de Valença com proposta de sair às quintas-feiras. Nestes tempos, a paisagem política que se desenha no município é de um início de “contágio” entre a imprensa e o poder público:

Quando se preparam para nova eleição municipal, em 1976, são candidatos a vereador pela Arena os dois representantes de jornais: Carlos Roberto Santos (O

Valenciano) e Pedro Leolino (O Gigante da Serra). A Arena lança, para prefeito, o

então vice, Fernando Graça tendo como candidato a seu vice o ex-vereador e editor de A Voz de Conservatória, José Garboggini Quaglia (BARROS, 2012, p. 191). Surge o Jornal do Sul em 1977 pertencendo ao Jornal do Sul Editora e Empresa Jornalística Ltda. Em 15 de fevereiro de 1979 é fundado o jornal A Voz de Valença. Na esteira do (re)surgimento de outros jornais no município, chega no dia 8 de maio de 1982 a segunda fase do Gazeta da Cidade. Entretanto, seu término ocorre no final de 1983, assim como o

Tribuna da Serra, surgido no início dos anos 80 sob a direção de Pedro Leolino, marcando “o

auge do uso da fragilizada imprensa, pela política e seus interesses.” (BARROS, 2012, p. 192).

Este período de cerca de trinta anos, é marcado pela volta do país à normalidade democrática. A campanha das Diretas Já. A eleição de Tancredo Neves, em 1985. Os planos econômicos que tentavam domar a inflação. O impeachment de Collor de Melo. A estabilidade econômica do governo Fernando Henrique, marcado pelas privatizações. E a chegada ao poder do Partido dos Trabalhadores. Em Valença, a política passou pelas mãos, em sequência, de José Graciosa (1983-1988), Fernando Graça (1989-1992), Álvaro Cabral (1993-1996), Fernando Graça (1997-2000), Luiz Antônio Corrêa (2001-2004), Fernando Graça (2005), Antônio Fábio Vieira (2006- 2008) e Vicente Guedes (2009-2012) (...) (BARROS, 2012, p. 237).

Ainda no início de 1982 é lançado a Gazeta Regional, cuja vida não passa da segunda edição. Ocorre também o nascimento de outro título, o jornal Debate, impresso na Esdeva (Empresa Gráfica de Juiz de Fora - Minas Gerais). O Jornal de Valença inicia sua quinta fase por volta de 1988 como órgão interno da Associação Comercial de Valença voltado aos seus associados.

Em 1988, o jornal Tribuna da Serra em sua edição de 30 de março anuncia a ousadia de Pedro Leolino:

Mantendo seus bons relacionamentos em Juiz de Fora, assina com o Sistema Solar de Comunicação contrato de integração que o faz agregar a seu jornal quatro páginas semanais do jornal Tribuna de Minas. Nesta edição, Pedro Leolino informa a ampliação da circulação que passaria a atingir municípios do sul de Minas Gerais (Santa Rita do Jacutinga, Rio Preto e Belmiro Braga), tornando a Tribuna da Serra jornal regional (BARROS, 2012, p. 192).

Já em abril de 1991 é lançado o jornal Valença 100%, por iniciativa de Marco Abdala. (BARROS, 2012, p. 193). O jornal, composto e impresso na Editora Valença, tinha distribuição gratuita. A Voz de Valença utiliza os avanços tecnológicos em 1995 que culminam com a edição 851 de 2 de setembro, diagramada em computador e impressa em off-

set25.

É neste mesmo período que surge o Valença Hoje, jornal sem identificação ou expediente, porém claramente ligado ao governo municipal – rompido com praticamente todos os jornais – seu aparecimento acontece em outubro de 1995. Ainda neste ano nasce o

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