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Um retrato do Jornal Local

No documento camilacarvalhogomesdasilva (páginas 82-84)

Capítulo 3 – De que identidade(s) estamos falando?

3.2 Um retrato do Jornal Local

Neste momento da nossa pesquisa nos dedicaremos a descrever mais detalhadamente o Jornal Local. Tendo em vista a contextualização já realizada sobre a imprensa valenciana, e principalmente sobre o Jornal Local - nosso objeto de estudo - elencamos uma série de elementos que consideramos fundamentais para a melhor caracterização do impresso em questão, visto que este não é um jornal de grande circulação, e portanto é conhecido prioritariamente pela comunidade à que se dirige.

A base para o estabelecimento da descrição adotada em nossa pesquisa foi fornecida em grande parte pelo estudo que deu origem ao livro “Identidade da imprensa brasileira no final do século – das estratégias comunicacionais aos enraizamentos e às ancoragens culturais”, organizado por Adolpho Queiroz e José Marques de Melo. Nesse sentido cumpre esclarecer que o estudo realizado por estes pesquisadores foi eleito por tratar justamente da análise de jornais interioranos30, análogos por este motivo ao veículo comunicacional sobre o qual nos debruçamos.

Sobre as Editorias, vale dizer que algumas estão sempre presentes nas edições do

Jornal Local, como Informe (publicitário), Cidade, Política, Segurança (Casos de Polícia),

Cultura, Social, Variedades, Lazer e Esportes. Outras, como Opinião, Economia, Educação, Saúde e Meio Ambiente aparecem esporadicamente. Já as Editorias Memória e Turismo

30 Este estudo analisou a morfologia e o conteúdo de dezesseis jornais do interior de São Paulo. E, com o intuito de confirmar

as identidades regionais da imprensa do interior paulista, foram utilizados para fins comparativos cinco impressos editados nos dois principais centros metropolitanos do Brasil – São Paulo e Rio de Janeiro. Durante a semana de 21 a 27 de maio de 1996, os pesquisadores exploraram a personalidade editorial destes 21 periódicos; através da comparação de sua morfologia e identificação das suas categorias e gêneros jornalísticos, avaliação das temáticas privilegiadas e dos atores do cenário noticioso. E ainda procuraram entender os fatores que determinam a dinâmica publicitária dos jornais, quais são os agentes dos anúncios comerciais, políticos ou administrativos, e qual a dependência das empresas jornalísticas em relação aos governos regionais ou às autoridades locais (MELO; QUEIROZ, 1998, p.19).

apareceram somente uma vez, a primeira foi encontrada na edição de 22 de agosto de 2013, e a segunda foi encontrada no exemplar de 29 de agosto de 2013.31

O Jornal Local sempre traz na sua capa o dia e a hora do fechamento daquela edição. O dia do fechamento não muda, é sempre na terça-feira. Mas a hora pode variar bastante, geralmente é à noite, por volta de 20h. Entretanto, já houve vezes do fechamento ocorrer por volta de meia-noite.

As cores, segundo pudemos constatar, dependem muito dos anúncios publicitários. A policromia é constante apenas na capa, contracapa e páginas centrais do impresso. Só para se ter uma ideia, na edição do dia 08 de agosto de 2013, em cores estavam a capa, a contracapa, e as páginas 2, 9 a 12 e 19. Já na edição do dia 22 de agosto de 2013, em cores estavam a capa, contracapa, e as páginas 6, 8, 10, 11, 13 e 15.

Na maioria das edições o jornal traz na capa, acima de sua logomarca, o endereço de seu site (local.jor.br). Tal logomarca, que possui as cores branca, azul marinho, azul claro e amarela, se localiza na parte superior, sobre um fundo azul, e abaixo dela há uma pequena faixa onde podemos ler “Jornalismo - Prestação de Serviço - Entretenimento”, e, no canto à direita desta faixa, acha-se a data completa, além do ano da publicação e do número correspondente àquele exemplar. Na cor amarela, em destaque na parte superior à direita, está o preço do Jornal Local. É interessante dizer que a logomarca foi uma criação da publicitária Camila Araújo Alves, que faz parte da equipe do JL. As cores da logo, por sua vez, foram usadas por serem da predileção do idealizador do periódico, hoje no cargo de editor, o jornalista Barros.

Há outra observação importante. É a campanha “Declare ao turista seu amor pela cidade”, que estava na capa, na parte inferior, em seis das 12 edições examinadas, e na edição de 08 de agosto de 2013 localizou-se na página 18, em preto e branco, com tamanho reduzido. Curiosamente, a campanha, de iniciativa do Instituto Cultural Visconde do Rio Preto32, e apoiada pelo Jornal Local, traz algumas das cores da logomarca deste: azul marinho e amarelo, cores que quando unidas produzem uma visualidade bem marcante. O texto da campanha nos fornece forte pista do que encontraremos nos textos enfocados para a pesquisa de nossa hipótese: “Ao constatar o zelo e o carinho que temos por nossa cidade, o turista terá

31 Ementrevista feita por e-mail com o editor do Jornal Local, Gustavo Abruzzini de Barros, em 28 de agosto de 2013, este

diz que considera pretensão chamar tais estruturas de editorias. Porém nomeamos estas “divisões” desta maneira porque julgamos ser mais compreensível para quem não conhece o produto jornalístico enfocado em nossa pesquisa, e tem como parâmetro de referência os grandes jornais impressos de circulação nacional.

32 O Instituto Cultural Visconde do Rio Preto foi fundado em 07 de setembro de 1990. Seu nome é uma homenagem a

Domingos Custódio Guimarães, o Visconde do Rio Preto, figura lembrada por suas obras de benemerência realizadas em Valença.

mais respeito e admiração pelo lugar e seu povo”, e segue: “Façamos nossa parte, turista satisfeito sempre volta!”

A campanha ainda traz, no lado esquerdo, alguma foto referente a Valença. Em duas das cinco edições do Jornal Local, onde ela foi publicada na capa, a foto é da igreja matriz da cidade, a Catedral de Nossa Senhora da Glória. Na outra foto publicizada na capa, assim como naquela exposta na campanha realizada na edição do dia 08 de agosto de 2013, quando tal publicidade estava na página 18 do jornal, em preto e branco, a foto exposta foi de uma estátua presente em uma das mais conhecidas cachoeiras de Conservatória, um dos pontos turísticos da região. Já nas capas das edições de 05 e 12 de setembro de 2013, a foto escolhida foi do chafariz da Praça XV de Novembro, mais conhecida como Jardim de Baixo. Na edição de 19 de setembro de 2013, a foto escolhida foi da Praça Visconde do Rio Preto, mais conhecida como Jardim de Cima.

No documento camilacarvalhogomesdasilva (páginas 82-84)