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1.7 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS

2.1.6 Uma tendência a ser considerada nas Organizações

O ambiente altamente competitivo criado pelas transformações no mundo capitalista vem exigindo mudanças posturais de pessoas e organizações. Grandes empresas não conseguiram acompanhar o ritmo das mudanças e por isso foram aniquiladas por se tornarem inadequadas às necessidades modernas, como afirma Thurow (2001), ao mencionar que o mundo vem sofrendo mudanças no que diz respeito as grandes e antigas empresas. Ou elas se adaptam a nova era, ou serão extintas. Essas empresas já encontraram em algum lugar no tempo a pirâmide da riqueza, mas foram aniquiladas pela velocidade das mudanças e por tecnologias avançadas. Onze das doze maiores empresas americanas no início do século XX, não assistiram o raiar do século XXI.

O novo século exige uma reestruturação econômica. A instabilidade do mercado põe em jogo empresas e países.

A globalização, com o papel principal nesse cenário do novo século, permite que as pressões atuem para mudar práticas de trabalho e elevar a produtividade. No passado as nações precisavam saber se organizar para terem sucesso; hoje é o mundo que precisa se organizar para permitir que as nações tenham sucesso. O capitalismo é um processo de destruição criativa. O novo destrói o velho. Criação e destruição são ambas essenciais para mover a economia para frente (THUROW, 2001).

Uma das maiores mudanças ocorridas no final do século XX foi a busca incessante pela qualidade de produtos e serviços, e quem a detém possui uma vantagem competitiva das mais importantes no mundo empresarial moderno.

Apesar de ser a revolução tecnológica grande motivadora das mudanças ocorridas no mundo e grande responsável pela globalização da economia, não se pode desmerecer a importância das pessoas neste contexto, pois sem elas as máquinas e a tecnologia seriam meros instrumentos sem utilidade.

Para Thurow (2001), a humanidade vive seu maior momento tecnológico de todos os tempos. A internet, a realidade virtual, a cibernética e a biogenética são algumas das descobertas da terceira revolução industrial. E a riqueza está hoje em quem melhor consegue entender e desvendar esse mundo cheio de conhecimento e inteligência, onde um cérebro privilegiado e rápido vale mais que as riquezas tradicionais baseadas em bens materiais, fábricas e equipamentos. A economia baseada no conhecimento é que ditará as regras do novo mundo digital, onde as informações têm a velocidade de um piscar de olhos.

A história mostra que existiram muitos pensadores – de diversas áreas – que buscaram no comportamento humano a explicação para os resultados dentro e fora das organizações.

Ao contrário da Administração do início do século, os administradores da atualidade consideram a gestão de pessoas um dos fatores mais importantes para o atingimento de metas e objetivos nas organizações. Atualmente, a competência individual e coletiva das pessoas, representa uma das principais vantagens competitivas das organizações modernas.

Vive-se uma era de mudanças aceleradas, este fato é inegável e precisa ser compreendido, e para isso é preciso entender que o mundo mudou e continua mudando; e a velocidade de fato não parece dar sinais de redução. Com base neste contexto, organizações de todo tipo continuam tendo que rever suas formas de gestão e de trabalho.

De acordo com Vianna (1999, p.20) afirma que:

Começa a ser criado no empresário um primeiro degrau da Era da Competência. Seu modo normal de administrar não o obrigava seguir a ser um homem atualizado; em outras palavras, quero dizer que o homem de empresas que lesse os jornais econômicos e acompanhasse palestras e congressos já formaria naturalmente um perfil mais enobrecido com relação a maioria de seus companheiros. Na realidade, se sua característica de feitor fosse bem construída, se os horários fossem cumpridos e se sua vida fosse da fábrica para

fábrica, certamente seu negócio seria uma instituição bem sucedida. De repente, e em termos brasileiros, é importante registrar, nos últimos três anos os estágios de capacitação do empresário passam a ser cada vez mais profundos. Hoje em dia, não basta ler os jornais e assistir aos programas de economia e negócios na televisão. Muito mais do que isso, é necessário “saber ler” e “saber ouvir”, o que implica necessariamente a elaboração de um sério e eficaz processo de análise.

Para Wood (1999) entender as tendências sócio-culturais é importante, á medida que as empresas estão inseridas na sociedade e sofrem diretamente as influências dessas mudanças. Esse contexto de mudanças condiciona o modelo de gestão aos sistemas de apoio a gestão implantadas.

As organizações em geral têm se preocupado cada vez mais com o conhecimento de seus funcionários, criando inúmeras estratégias para ampliar suas capacidades, objetivando com isto elevar o patamar de desempenho individual e coletivo de todos os seus integrantes. A meta é atingir altos padrões de excelência, alcançar melhores resultados organizacionais e aumentar a competitividade.

O foco é desenvolver as competências, agregando valor ao produto/serviço realizado.

Mas o que é a competência? O conceito de competência é antigo porém recebeu uma valorização no presente como resultado do momento econômico e cultural, acompanhando os movimentos de qualidade e melhoria contínua. Para Senge (1990), a competência são atributos pessoais que distinguem pessoas de altas performances de outras, num mesmo trabalho.

Para Sandroni (2003), a palavra competência vem do verbo competir, que gera também outros substantivos como competição e competidor. É o capital produtivo do ser humano.

É claro que tudo isto implica uma nova relação empresa – colaboradores. O colaborador deixa de ser visto como um custo e passa a ser visto como uma fonte de vantagem competitiva.

Alguns itens são fundamentais para caracterizar a competência de um profissional e podem aparecer em conjunto ou separadamente em cada pessoa, o mais importante é saber identificá-los e estimular sua utilização individual e em equipe. São eles: conhecimento; aptidão; habilidade; eficácia; eficiência;

compreensão; capacidade de extrapolação, capacidade analítica, de síntese, de discernimento, de concentração; raciocínio dedutivo, lógico, numérico, espacial e abstrato; espírito de previsão; memória geral; criatividade; ética; inteligência; compromisso; otimismo; persistência; automotivação; curiosidade; organização; comunicabilidade e equilíbrio emocional, entre outros. Aprendizado não significa adquirir informações.Aprendizado significa aumentar nossa capacidade para agir e alcançar uma evolução sustentada de performance (SENGE, 1990).

Hayes, Wheelwright e Clark, 1988 (apud Wood e Filho, 1999) propõem nove pressupostos que devem nortear uma nova relação de trabalho entre empresa e colaboradores:

• Todos os empregados são adultos responsáveis que querem dar o melhor de si;

Hoje diante das dificuldades estabelecidas por uma série de fatores, a questão do emprego cada vez mais está sendo valorizada, ou seja, estar empregado é sim um diferencial. Sob esta ótica é pouco provável que um funcionário deixe de valorizar esta condição buscando sempre objetivar uma melhor performance, a fim de ser considerado parte integrante do processo, podendo auxiliar no desenvolvimento da empresa, bem como buscar até mesmo seu desenvolvimento próprio.

• Os recursos humanos são valiosos demais para ser perdidos ou deixados sem a atenção devida;

Para uma empresa que tem como estratégia de mercado o diferencial pela qualidade, inovação, criatividade, ou seja, fornecer solução ao cliente, é imprescindível investir em sua mão-de-obra, pois produtos e processos podem ser facilmente copiados, e mão-de-obra qualificada pode ser exclusiva. As pessoas são únicas, uma equipe treinada, capacitada poderá fornecer a sua empresa um enorme diferencial competitivo.

• Talentos criativos estão distribuídos em todos os níveis das organizações; • Os trabalhadores irão levantar problemas e preocupações importantes ao

saberem que a organização vai lhes responder adequadamente;

Realmente, este é um ponto importante a ser destacado, independentemente do grau que o funcionário ocupa na empresa. Uma sistemática ou uma metodologia que

permita a participação em busca da melhoria contínua pode auxiliar o desenvolvimento da empresa.

• O trabalho é mais interessante quando as pessoas o vêem como um desafio; Assim no trabalho como na vida, o ser humano precisa ser lançado à uma busca contínua pela melhoria. Compara-se uma empresa a um atleta que treina constantemente em busca da superação de uma meta.

• Os colaboradores sentem orgulho quando têm a chance de treinar seus colegas;

• Um desempenho superior ocorre quando são removidas diferenças artificiais na maneira como as pessoas são treinadas;

• Responsabilidade real motiva alto desempenho; e

• As pessoas tomam melhores decisões e as implementam de forma mais eficiente quando trabalham juntas.

Um fator importante nestes itens é o fato da responsabilidade do comprometimento, ou seja, ao comprometer-se, o funcionário pode sentir-se parte integrante e participativa do processo. Num trabalho feito em equipe, não existe um trabalho mais importante que o outro, mas sim todos têm o mesmo grau de importância dentro do processo.

Sobre os itens acima abordados Wood e Filho (1999, p.37) colocam que:

No cenário competitivo anterior, caracterizado por relativa estabilidade, empresas que conquistavam vantagem competitiva sobre seus concorrentes conseguiam mantê-las por um tempo relativamente longo. No novo cenário competitivo, que se consolidava na década de 80, as fontes tradicionais de vantagem não duravam muito tempo. Barreiras de entrada passavam a ser derrubadas pelas alianças estratégicas. Produtos e tecnologias passaram a ser copiados em escala sem precedentes. Por isso, estabeleceu-se relativo consenso de que uma importante fonte de vantagem competitiva seriam os recursos internos de gestão e os diversos sistemas de apoio. Da orquestração desses vários componentes passa-se a capacidade de aprendizado e adaptação. E dessa capacidade surgem as competências essenciais da organização.

Hoje, com as mudanças impostas pela globalização e pelas inovações tecnologias, o cenário competitivo transforma-se com maior velocidade, e sai na frente quem tem maior capacidade de adaptação e maior nível de aprendizado.

De acordo com Wood e Filho (1999), para fazer frente ao novo cenário competitivo, a relação de trabalho deve mudar. Sobre ela deve ser alicerçado o desenvolvimento das competências organizacionais e individuais. Mas afinal, o que são essas competências?

No artigo “The care competence of the corporation” Prahalad e Hamel (1995) mostram o que são competências com base em uma metáfora ecológica:

“A corporação diversificada é uma grande árvore. O tronco e os galhos maiores são os produtos centrais, os galhos menores são unidades de negócios, as folhas, flores e frutos são produtos finais. Os sistemas que provêm nutrição, sustento e estabilidade são as competências centrais”.

Isto implica dizer que são as pessoas e suas competências individuais e coletivas quem sustentam a organização contemporânea.

Dentro deste contexto, as mudanças no comportamento organizacional são de grande importância, sendo este o assunto abordado a seguir.

2.2 COMPORTAMENTOS ORGANIZACIONAIS E SEUS REFLEXOS NAS