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Uso de dispositivos móveis

No documento Vertentes e Desafios da Segurança 2019 (páginas 45-48)

The Future of Emergency Management: Stimulating the use of Information and Communication Technologies

3.4. Uso de dispositivos móveis

Entenda-se por dispositivos móveis, smartphones e tablets. E no que respeita ao uso deste tipo de dispositivos, 97,95% dos inquiridos assume estar familiarizada com o mesmo. O gráfico da Figura 5B apresenta o nível com que os inquiridos se avaliam em relação à experiência no uso de dispositivos móveis.

Figura 6 - Opinião global sobre vantagens no uso de dispositivos móveis (A) e experiência pessoal no desses dispositivos (B)

Por forma a compreender efetivamente a possibilidade do envio de informações relativas a ocorrências introduziu-se a questão “Acha que o registo e transmissão de informações através de uma aplicação num dispositivo móvel poderia trazer vantagens comparativamente à transmissão dessas informações via rádio?”. Mais de metade (62,56%) dos inquiridos concordam que o envio de informações através de uma aplicação pode trazer algumas vantagens em relação às comunicações via rádio.

Assumindo a recolha de dados sobre as ocorrências e a transmissão dessa mesma informação, assim como tarefas de comando e gestão de ocorrências, como áreas onde é possível intervir através do uso de novas tecnologias, com o intuito de simplificar e melhorar os processos, avaliou-se a opinião do público alvo acerca dos mesmos. Assim sendo, no final do inquérito questionou-se objetivamente acerca do uso de aplicações móveis para ambas as vertentes. Desta forma, os gráficos da Figura 6 mostram os resultados às questões “O que acha do uso de dispositivos móveis com aplicações dedicadas, para registo de informações relativas a Operações de Proteção e Socorro?” e “O que acha do uso de dispositivos móveis, com aplicações dedicadas, para tarefas de comando e gestão de Operações de Proteção e Socorro?“. Verifica-se que para ambos os casos, mais de 55% da amostra, acha o uso de aplicações em dispositivos móveis adequado, e mais de 35% muito adequado (Figura 6). Em ambos os casos, apenas uma percentagem inferior a 10% acha que é pouco adequado ou nada adequado (Figura 6).

Figura 7 - Opinião dos inquiridos sobre o uso de aplicações móveis para (A) registo de informações e (B) tarefas de comando e gestão de operações

4. Conclusão

As novas tecnologias têm desempenhado um papel fundamental nas mais variadas áreas da sociedade. No entanto, verifica-se que em áreas como a Proteção Civil ainda não é tirado o devido partido do uso das mesmas. Existem exemplos de soluções ao serviço dos APC que apoiam na gestão de ocorrências, mas apenas a um nível central, ou quando estas atingem grandes proporções. O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) tem o SIADEM, entre outras soluções, que ajudam na triagem de pedidos de socorro, encaminhamento de meios e registo de dados das ocorrências. Esta solução está disponível nos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU). Relativamente à ANEPC, conta com o SADO, o qual permite aos operadores dos CDOS registar dados acerca das ocorrências e coordenar as mesmas à distância. Este permite ainda aos CB, a partir das suas centrais de emergência, que introduzam dados sobre as ocorrências através de software específico integrado com o SADO. Porém, estas soluções não se encontram disponíveis de uma forma geral no terreno. De momento, todos os dados recolhidos pelos operacionais no TO tipicamente são enviados via rádio (de modo manual) para os CDOS para que sejam posteriormente inseridos no SADO. Em caso de inexistência de rede ou falha nos sistemas de comunicações, a tarefa não pode ser realizada, resultando em perda de dados.

Dada a familiaridade do uso de dispositivos móveis por parte da população em geral nos dias de hoje, como aliás se pode compreender pelos resultados do estudo, o uso deste tipo de aparelhos pode revelar-se uma mais valia no TO. O atual custo destes aparelhos e facilidade em desenvolver aplicações possibilita a implementação dos mesmos de uma forma rápida numa área que necessita melhorar a cada dia. Tarefas tão básicas como registar os dados da ocorrência, que, atualmente, ainda usam folhas plastificadas, com canetas de acetato, podem facilmente ser digitalizadas para formulários e guardar histórico de dados introduzidos. Até mesmo o envio dos dados pode ser simplificado sempre que haja disponibilidade de rede, bastando um clique, ao invés de relatar todo o cenário através de um rádio. Um outro fator é o consenso entre os inquiridos sobre a quantidade de informação solicitada que não é relevante de momento, que ocupa tempo e afeta a disponibilidade dos canais de comunicação.

Assim, conclui-se que algumas das tarefas realizadas nas operações de proteção e socorro podem ser simplificadas através do uso de aplicações para dispositivos móveis. O seu uso em trabalho de campo acaba por promover uma melhor disseminação do conhecimento e eficiência das operações contribuindo assim para uma maior eficácia no TO.

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No documento Vertentes e Desafios da Segurança 2019 (páginas 45-48)