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Valor e Preço — O Problema da Transformação

No documento O Capital - Volume I (páginas 43-50)

A explicação das oscilações momentâneas dos preços de mercado pelas variações na oferta e demanda só pode satisfazer à observação dos fenômenos em sua superfície. Os economistas, que não se conten- tavam com a observação superficial, entenderam que devia existir um regulador determinante, não das oscilações dos preços, mas do nível em que elas ocorrem.

Smith e Ricardo definiram aquele regulador como o valor-trabalho. Ao mesmo tempo, traduziram o valor-trabalho em termos de preço, sem qualquer mediação. Por conseguinte, o preço natural (Smith) ou o custo de produção (Ricardo) devia ser igual ao valor-trabalho, o que criava in- solúvel impasse, conforme já foi mencionado no início da seção IV.

Marx esforçou-se no sentido de eliminar esta transição imediata do conceito abstrato de valor à realidade empírica dos preços. E o fez descobrindo as mediações dialéticas que balizam o trajeto do valor aos preços de mercado.

A primeira mediação consiste na taxa de mais-valia, que se dis- tingue da taxa de lucro. A taxa de mais-valia é a relação entre a mais-valia e o capital variável. A taxa de lucro é a relação entre a mais-valia e o capital individual total (soma do capital variável com

o capital constante). A taxa de mais-valia revela o grau de exploração

da força de trabalho, ao passo que a taxa de lucro indica o grau de valorização do capital. Os capitalistas e os economistas, seus intelec-

tuais orgânicos, só se interessam pela taxa de lucro, que dá origem à ilusão ideológica de que o sobreproduto é criado pelo capital em conjunto e não somente por sua parte variável. Ilusão que reforça o fetichismo do capital.

Como, porém, a composição orgânica do capital difere entre os vários ramos da produção, se a taxa de mais-valia for igual para todos eles (o que pode ser coerente, do ponto de vista teórico, e aproximado, do ponto de vista empírico), então as taxas de lucro serão desiguais de um ramo para outro. Ora, a observação mais trivial indica que as taxas de lucro não variam em função do coeficiente de capital variável de cada capital individual. Em períodos plurianuais, os capitais indi- viduais valorizam-se de acordo com uma taxa geral média, que não tem relação com os diferentes quantitativos de força de trabalho em- pregados pelos capitais individuais.

A formação dessa taxa média de lucro resulta da concorrência, que força parte dos capitais a se transferir, nas circunstâncias dadas, dos ramos com taxa de lucro cadente para os ramos com taxa de lucro ascendente. Em conseqüência, o montante de mais-valia produzido por todos os capitais individuais se redistribui entre eles em proporção à cota-parte global de cada um e não à cota-parte da força de trabalho empregada. Certa proporção de mais-valia se transfere dos capitais com baixa composição orgânica para os capitais com alta composição orgânica, o que, em meio a inumeráveis e incessantes flutuações, es- tabelece a taxa geral ou taxa média de lucro. Esta, apesar de geral, não é uniforme em cada momento dado. Ao contrário, em cada momento dado, as taxas de lucro são diferentes nos vários ramos da produção, o que, precisamente, obriga os capitais concorrentes a se moverem de uns ramos para outros. É desse movimento que resulta a taxa média, em períodos que só podem ser plurianuais, emergindo a taxa média da alternância entre taxas altas e baixas.

A mediação entre a taxa de mais-valia e a taxa de lucro preside a transformação do valor em preço de produção. A fórmula do valor é: capital constante + capital variável + mais-valia. A fórmula do preço de produção é: capital constante + capital variável + lucro médio. Aos gastos correntes de capital constante e variável, num tempo de rotação delimitado, Marx denomina de preço de custo. Somado o preço de custo ao lucro médio, proporcional ao capital individual total investido, ob- tém-se o preço de produção.

Recorrendo a um modelo aritmético de cinco setores, Marx de- monstrou, no Livro Terceiro, como é possível a transformação do valor em preço de produção com a simultânea satisfação de duas equações: a da igualdade entre o total dos valores e o total dos preços de produção;

e a da igualdade entre o total da mais-valia e o total dos lucros. Trata-se do que chamaremos doravante de teorema das duas igualdades.

No modo de produção capitalista, a lei do valor manifesta-se nes- tas duas igualdades ao nível do sistema em conjunto, dado que, nas transações singulares, já não é possível, senão por acaso, a troca de equivalentes. Uma vez que o preço de produção é inexplicável sem o pressuposto do valor, a lei do valor domina no modo de produção ca- pitalista porém o faz sob a metamorfose que converte o valor em preço de produção.

Por conseguinte, o regulador do nível das oscilações dos preços de mercado já não é diretamente o valor, mas sua forma transfigurada de preço de produção. Contudo, entre o preço de produção e os preços de mercado, Marx colocou mais uma mediação categorial — a do valor

de mercado. Cada mercadoria é lançada à venda com um valor indi-

vidual, a partir do qual deverá concorrer com as mercadorias congêneres do mesmo setor. Grosso modo, conforme a produtividade técnica apli- cada à sua produção e o grau de exploração da força de trabalho, as mercadorias se distribuem em três grupos: a) o de preço de produção igual à média socialmente necessária; b) o de preço de produção superior à média; c) o de preço de produção inferior à média. Se a demanda das mercadorias em questão for maior do que sua oferta, os preços de mercado tenderão a oscilar no patamar do grupo cujo preço de produção é superior à média, no qual se situará o valor de mercado, motivo por que os dois outros grupos auferirão um superlucro. Em caso contrário, sendo a oferta superior à demanda, o valor do mercado descerá ao patamar do grupo com preço de produção inferior à média, ou seja, do grupo com mais alto índice de produtividade, cujo lucro corresponderá à taxa média, enquanto os demais operarão abaixo dela, até mesmo com prejuízo. Somente no caso de coincidência aproximada entre oferta e demanda é que os preços de mercado oscilarão no patamar do preço de produção e do valor de mercado do grupo médio, o que propiciará superlucro ao grupo de preço de produção inferior, ao passo que o grupo de preço de produção superior não conseguirá chegar à taxa média de lucro.

Percebe-se, portanto, que, ao contrário da crítica de Böhm-Bawerk e de opiniões correntes, Marx não desprezou a celebrada lei da oferta e da demanda. Só que admitiu sua atuação apenas à superfície dos fenômenos econômicos e rejeitou a explicação psicologista dessa atua- ção, posteriormente desenvolvida pela corrente marginalista, com a teoria subjetiva do valor. A oferta depende da aproximação dos preços de mercado com relação ao preço de produção. Em última instância, portanto, dado certo preço de custo, depende de que o capitalista ob- tenha a taxa média de lucro. Em caso contrário, reduzirá sua oferta ou transferirá seu capital para outro ramo. Mas a taxa média de lucro é determinada por fatores como a taxa de exploração da força de tra-

balho e a composição orgânica do capital, que nada têm a ver com inclinações subjetivas. Do outro lado, a demanda, por mais que a in- fluenciem preferências individuais, está antes de tudo subordinada à prévia distribuição dos rendimentos, de acordo com a estrutura de classes existente. De nada adianta ao operário ter as mesmas prefe- rências individuais do seu patrão. A demanda efetiva do primeiro só terá opções dentro dos limites do salário, enquanto o segundo disporá do lucro para consumo conspícuo e investimento.

A publicação do Livro Terceiro de O Capital se deu vinte e sete anos após a do Livro Primeiro. Já então, a teoria marxiana conquistara certa atenção nos meios acadêmicos, entre os quais se aguardava a solução, anunciada por Engels, da contradição entre valor e preço. Assim que chegou às prateleiras das livrarias, o Livro Terceiro desencadeou uma polêmica que, embora variando de aspectos, prossegue até hoje.

Conrad Schmidt e Werner Sombart afirmaram de imediato que o valor não passava de construção lógica, uma vez que só o preço de produção tem existência histórica concreta. Engels apressou-se a refutá-los, escre- vendo um ensaio que se integraria no Livro Terceiro com o caráter de complemento. Se a afirmação de Engels sobre a atuação da lei do valor há vários milênios carece, como já foi dito, de fundamentação historio- gráfica, suas indicações acerca da formação da taxa média de lucro nos primórdios do capitalismo são pertinentes e sugestivas.

Em 1896, já quando as cinzas de Engels haviam desaparecido no Mar do Norte, foi publicado o ensaio crítico de Böhm-Bawerk. Re- digido com rigor acadêmico e assinado por um dos mestres eminentes do marginalismo, o ensaio definiu o padrão universitário de contestação da teoria marxista do valor e, por conseguinte, de todo o sistema teórico construído em O Capital. Na argumentação de Böhm-Bawerk, como era de esperar, o ponto principal teria de ser a contradição entre o Livro Primeiro, no qual sempre se supõe a troca de equivalentes, e o Livro Terceiro, no qual a troca de equivalentes cede lugar à troca segundo os preços de produção. A conclusão era a de que Marx fra- cassara na pretensão de explicar os preços a partir do pressuposto do valor-trabalho.

Em 1904, Hilferding se incumbiu de rebater a crítica. A par da argumentação circunstanciada acerca da coerência entre os três livros de

O Capital, o eixo da resposta de Hilferding consistiu na tese de que o

sistema da Economia Política marxiana não podia ser reduzido a uma teoria sobre os preços. A questão dos preços inseria-se no contexto muito mais amplo da análise das leis do movimento da sociedade burguesa.

Embora salientasse na obra de Marx uma riqueza de elementos menosprezada por Böhm-Bawerk, nem por isso Schumpeter deixaria de declarar a teoria do valor-trabalho morta e enterrada. Aduziu, to- davia, a observação original de que o valor-trabalho se aplicaria no caso singularíssimo da concorrência perfeita, quando o trabalho homo-

gêneo fosse o fator de produção único. Referindo-se principalmente a Ricardo, do qual Marx apenas teria extraído as conseqüências lógicas, Myrdal viu no conceito de valor-trabalho uma entidade metafísica, pre- judicial à própria construção teórica ricardiana. Semelhante imputação positivista ao conceito, que o coloca no reino da metafísica, repete-se em Robinson. Haveria um conflito entre o misticismo do Livro Primeiro e o senso comum do Livro Terceiro. Por felicidade, segundo a autora, o marxismo se salva para a ciência econômica, uma vez que nenhum ponto substancial da argumentação de Marx dependeria da teoria do valor-trabalho. Para Morishima e Catephores, por último, o valor não passaria de um tipo ideal, instrumento heurístico adequado à clarifi- cação do funcionamento da economia capitalista.

A polêmica sobre o problema da transformação tomou rumo pe- culiar a partir de um artigo publicado em 1907, de autoria de Ladislaus von Bortkiewicz, economista germano-polonês de formação ricardiana. Considerando incoerente que Marx começasse com valores para chegar aos preços de produção, argumentou ele que, já no começo, os valores precisavam ser calculados como preços de produção. Em outros termos, era ilógico fazer entrar o insumo como valor e obter o produto, na saída, como preço de produção. O sistema de equações montado por Von Bortkiewicz cumpriu várias exigências, porém deixou irresolvida a exigência de uma das igualdades que a transformação implica, já que o total dos preços de produção iniciais ficou situado abaixo do total de preços de produção finais, isto é, após a transformação da mais-valia em lucro.

A abordagem de Von Bortkiewicz só foi retomada e revivida em 1942, na Teoria do Desenvolvimento Capitalista de Sweezy, que pre- cisou, do ponto de vista marxista, alguns aspectos do raciocínio daquele. A partir dos anos cinqüenta, novas tentativas de solução matemática foram empreendidas por Winternitz, Seton e Morishima. Usando um processo de iterações, o último se aproximou da demonstração do teo- rema das duas igualdades a partir de preços de produção. Ainda assim, persistiram condições restritivas.

A publicação, em 1960, do famoso trabalho de Sraffa (Produção

de Mercadorias por Meio de Mercadorias) foi recebida favoravelmente

nos meios marxistas por trazer uma crítica original e coerente aos fundamentos da corrente marginalista ou neoclássica. Mais do que isso, a obra de Sraffa foi saudada por Meek e Dobb como contribuição decisiva à solução do problema da transformação dos valores em preços de produção. Para eles e vários outros marxistas, a mercadoria-padrão pareceu constituir o elo matemático de que Marx careceu a fim de demonstrar seu teorema das duas igualdades, tendo os preços de pro- dução como pontos de partida e de chegada.

Essa avaliação tão alvissareira da obra de Sraffa não se gene- ralizou, contudo, entre os marxistas. Se, por um lado, era preciso ad-

mitir o mérito da crítica aos postulados neoclássicos, tampouco era possível fechar os olhos à oposição entre Marx e Sraffa, uma vez que o último colocara sua demonstração do movimento dos preços sobre a base das quantidades físicas das mercadorias (retornando ao enfoque de Ricardo no seu Essay on Profits, de 1815, com a diferença de que substituía o trigo por uma mercadoria composta). Do ponto de vista teórico, isso equivalia a tomar por um atalho que excluía o valor-tra- balho, a mais-valia e a composição orgânica do capital. Que excluía, por conseguinte, o essencial da Economia Política marxiana. Seria pos- sível salvar esta última com base no próprio Sraffa, ou seja, na sua demonstração neo-ricardiana do movimento dos preços e da distribuição do produto social?

Tentou-o Garegnani, porém é forçoso reconhecer que o fez de maneira a retirar com uma das mãos o que concedia com a outra. O resultado foi a mutilação do sistema de Marx para que pudesse caber no de Sraffa, convertendo este último num verdadeiro leito de Procusto. Consciente da incompatibilidade, Napoleoni optou por Sraffa e, com um radicalismo coerente, afirmou que, depois dele, o marxismo não podia mais contar com a ciência econômica e se deveria “começar tudo de novo”.

Tais as coordenadas de uma polêmica sobre a qual a literatura internacional já é pletórica, cabendo registrar também a contribuição brasileira.

A nosso ver, a abordagem da transformação do valor em preço de produção, iniciada por Von Bortkiewicz, confundiu um problema falso com um verdadeiro. Semelhante confusão persiste e impede que se alcance clareza acerca da questão.

O problema falso consiste em pretender demonstrar o teorema das duas igualdades a partir de preços de produção. Mesmo que isto seja conseguido sem condições restritivas, o teorema não ficará de- monstrado por motivo de carência lógica. Para demonstrá-lo, é preciso

partir de valores, como fez Marx. Porque só assim estará provado que,

quaisquer que sejam os preços das mercadorias e a não-equivalência nas suas trocas singulares, a sociedade disporá unicamente da soma de valores igual àquela incorporada às mercadorias (nem mais, nem menos), enquanto a classe capitalista não terá senão um lucro total igual à mais-valia total (nem mais nem menos). O enfoque metodológico não pode ser diferente no caso, embora seja lícito substituir, se possível, o procedimento aritmético marxiano por outro algébrico atualizado. O próprio Marx não foi especialista em matemática, porém Morishima, autoridade no assunto, elogia suas intuições e contribuições no âmbito da Economia matemática. Marx aprovaria certamente a elaboração matemática moderna de suas teses sob a condição, está claro, de que não se autonomizassem os aspectos quantitativos com relação aos qua-

litativos, o que conduziria, como se deu com a escola neoclássica, a fórmulas vazias de substância histórico-social.

O problema verdadeiro foi apontado pelo próprio Marx, que não ignorava já entrarem as mercadorias no preço de custo calculadas pelo preço de produção e não pelo valor. Advertiu que isso poderia induzir a erro, quando se identifica o preço de custo da mercadoria com o valor dos bens nela consumidos. Não obstante, afirmou que a questão não requeria exame pormenorizado para o estudo da transformação de va- lores em preços de produção. Ora, se é correto que Marx não precisava gastar energias num aspecto derivado da sua questão central, daí não se segue que tal aspecto não mereça a atenção dos economistas e se afirme não haver nenhum problema. Bem pelo contrário, é justificável que se investigue a conversão do insumo em produto, tomados ambos como preços de produção. O que não se pode absolutamente pretender desta maneira, conforme tem sido questão de princípio para tantos pesquisadores, é chegar a alguma fórmula de equilíbrio geral, ao menos se nos ativermos aos pressupostos marxistas fundamentais.

Por último, uma apreciação de natureza epistemológica. Se é inconcebível a teoria econômica do capitalismo sem a de- monstração dos fatores do movimento dos preços — o que para Marx era evidente, tanto se esforçou a fim de eliminar o impasse em que, a este respeito, ficaram Smith e Ricardo —, daí não se segue, todavia, que a questão especial dos preços deva ser considerada, em si mesma, a pedra de toque da veracidade dos sistemas de teoria econômica. Como também é inconsistente pretender que a demonstração mais direta e simples seja, por um sequitur lógico, a verdadeira.

Os preços constituem evidência fenomenal de processos econômi- cos profundos e a explicação restrita dos preços, por mais sofisticada que se apresente no tratamento matemático, na análise estatística etc., não colocará em foco as forças que lhes são subjacentes. A teoria mar- xiana abarcou os processos profundos num amplo conjunto — o das relações de produção e das leis que lhes determinam o desenvolvimento — e sua validade científica não deve ser julgada senão em função desse enfoque. A partir dele, a demonstração do movimento dos preços não dispensa o desvio do valor-trabalho, da mais-valia e da composição orgânica do capital. Tal desvio não constitui um complicador desne- cessário, conducente à invenção de entes de razão, mas é imposto à teoria pela própria realidade das sociedades em que não pode ser direta a divisão social do trabalho entre proprietários privados dos meios de produção e de subsistência. Em tais sociedades, a divisão social do trabalho se realiza indiretamente, por meio do desvio do valor, com base no qual se demonstra muitíssimo mais do que o movimento dos preços. Justamente a partir do valor-trabalho é que Marx pôde elucidar a contradição fundamental do modo de produção capitalista como sendo a contradição entre a forma privada de apropriação e o caráter social

do processo de produção. E ainda a criação da mais-valia como impulso motor do modo de produção capitalista; a luta de classes entre a bur- guesia e o proletariado como inerente à formação social capitalista; a dinâmica entre acumulação de capital e exército industrial de reserva; as contradições da reprodução do capital social total e a necessidade de sua trajetória cíclica; o impulso do capital ao desenvolvimento má- ximo das forças produtivas e o limite cada vez mais estreito que o próprio capital impõe a esse desenvolvimento; a lei da queda tendencial da taxa de lucro enquanto expressão concentrada das contradições do capitalismo. Com inteira razão, enfatizou Bob Rowthorn que a proble- mática da Economia Política marxista se diferencia profundamente da neo-ricardiana, sendo perda de tempo enfocar a problemática marxista pela via do sistema de Sraffa.

Em seguida a Marx, cabe admitir que a questão dos preços re- cebeu escasso tratamento por parte dos economistas marxistas, ficando o tema entregue à corrente neoclássica. A este respeito, uma exceção foi a de Rubin, que conseguiu demonstrar como a explicação margina- lista da dinâmica dos preços, feita por Marshall, podia ser substituída por uma explicação baseada no valor-trabalho. A demonstração do eco- nomista russo veio confirmar que a teoria especial dos preços dispunha de condições para ser desenvolvida com suficiente coerência nos quadros

No documento O Capital - Volume I (páginas 43-50)