• Nenhum resultado encontrado

Variáveis Clínicas

No documento LIANA CARBALLO MENEZES (páginas 62-80)

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.2. Variáveis Clínicas

Os dados clínicos e epidemiológicos de cada pacientes foram coletados conforme as informações das fichas médicas em ANEXO I, preenchidas pelo serviço de racionalização de antimicrobianos de vigilância de hemocultura do HSP e IOP/GRAACC. Os dados microbiológicos da hemocultura e antibiograma foram fornecidos pelo Laboratório Central do HSP, UNIFESP.

4.3. Diagnóstico Microbiológico

4.3.1. Hemoculturas

4.3.1.1. Coleta de Sangue

A coleta de sangue para os frascos de hemoculturas e tubos de EDTA K2 GEL foram realizadas na mesma hora, no mesmo pedido do médico assistente na presença de febre e suspeita de infecção. Na persistência da febre uma coleta adicional de hemocultura foi realizada a critério do médico assistente após 24 horas da primeira coleta.

As coletas de hemocultura foram realizadas pela equipe de enfermagem seguindo normas preconizadas pelas Comissões de Controle Infecção Hospitalar (CCIH) do HSP e IOP/GRAACC.

A coleta de hemocultura de cateter foi realizada em pacientes portadores de cateter venoso central (CVC), nos quais não é possível ou não está indicada à punção periférica, para coleta de amostra sanguínea.

Dos pacientes adultos, foram coletados 10 mL de sangue no frasco BACTEC Plus Aerobic/F® e das crianças foram coletados cinco mL de sangue no frasco BACTEC Plus Pediatric/F®.

4.3.1.2. Processamento das Hemoculturas

As hemoculturas do HSP e do IOP/GRAACC foram processadas no setor de microbiologia do Laboratório Central do Hospital São Paulo, UNIFESP.

Após a coleta, os frascos de hemocultura foram processados pelo equipamento BACTEC 9240® (Becton Dickinson, Maryland, EUA), um sistema automatizado que realiza a monitorização contínua do crescimento bacteriano. O

meio de cultura do frasco possui nutrientes que são metabolizados frente à presença de microrganismos viáveis na amostra. Esta metabolização resulta na produção de CO2 e esta alteração pode ser detectada e interpretada pelo sistema como amostra positiva.

4.3.2. Identificação Bacteriana Fenotípica e Teste de

Susceptibilidade aos Antimicrobianos

Após a positivação da hemocultura pelo sistema BACTEC® foi realizada um esfregaço corado pelo método de Gram, para liberação do resultado parcial da hemocultura. A semeadura da hemocultura foi realizada em meios de cultura enriquecedores e seletivos, como ágar chocolate, ágar sangue e ágar eosino-metileno-blue (EMB).

A identificação dos microrganismos e o teste de susceptibilidade a antimicrobianos foram realizadas pelo equipamento Phoenix® 100 (Becton Dickinson Microbiology Systems, Coceysville, Md.) utilizando os painéis PMID-121, o PMID-123 e PMID-104, para Gram negativos, Gram negativos não fermentadores e Gram positivos, respectivamente. O sistema utiliza indicadores colorimétricos e fluorométricos para leitura dos testes de identificação e antibiograma.

O perfil de sensibilidade das amostras realizada pelo Phoenix® 100 (Becton Dickinson Microbiology Systems, Coceysville, Md.) foi pela detecção da concentração inibitória mímina (CIM) de acordo com as recomendações do CLSI vigente na data de coleta de cada hemocultura, e foram conforme os documentos M100-S18 (CLSI, 2008), M100-S19 (CLSI, 2009), M100-S20 (CLSI, 2010), M100-S21 (CLSI, 2011).

Através do sistema BD Phoenix também foi possível avaliar a produção de β-lactamase de espectro ampliado (ESβL) pelos testes de triagem e confirmatório, de acordo com as recomendações do M100-S18 (CLSI, 2008), M100-S19 (CLSI, 2009), M100-S20 (CLSI, 2010), M100-S21 (CLSI, 2011). O teste de triagem avaliou as drogas cefpodoxima (0,5 g/mL), ceftazidima (0,5

g/mL) e cefepima (2 g/mL), seguidas pelo teste confirmatório que utilizou as drogas combinadas: ceftazidima/ácido clavulânico (0,125/4 g/mL), ceftriaxona/ácido clavulânico (0,25/4 g/mL) e cefotaxima/ácido clavulânico (0,25/4 g/mL). Para a validação do lote do painel e para o controle de qualidade desses testes foram incluídas as amostras de E. coli ATCC 25922, P. aeruginosa ATCC 27853 e K. pneumoniae ATCC 700603 que foi incluída como controle positivo para avaliar a acurácia do sistema para a detecção de ESβL.

Todos os frascos de hemocultura BACTEC® positivos e negativos, em estudo, foram encaminhados ao Laboratório Especial de Microbiologia Clínica - LEMC da Disciplina de Infectologia da UNIFESP, para a realização das metodologias moleculares.

4.4. Diagnóstico Microbiológico Molecular

4.4.1. Padronização da PCR em Tempo Real

4.4.1.1. Preparação das Amostras Controles e Amostras Clínicas

Para a padronização das técnicas de PCR em Tempo Real foram utilizadas cepas bacterianas e leveduras padrão ATCC (“American Type

Collection Culture”), preferencialmente, e cepas controles que apresentam genes

de resistências e que foram, gentilmente, cedidas por outros grupos de pesquisas e que estão armazenadas no banco de microrganismos do LEMC

(Tabela1). As amostras clínicas controles negativas foram coletas de 30 voluntários profissionais de saúde da Disciplina de Infectologia da UNIFESP.

Todas as amostras bacterianas foram recuperadas em ágar sangue de carneiro (5%) ou ágar chocolate após incubação por 24 horas em atmosfera aeróbia ou microaerófila. As cepas de fungos e leveduras foram recuperadas em ágar Sabouraud. As amostras controles de resistência aos antimicrobianos foram semeadas em meios de cultura acrescidos de antimicrobianos indutores do mecanismo de resistência presente em cada bactéria.

Os controles positivos foram preparados por contaminação do meio de cultura do frasco BACTEC®, sangue periférico em EDTA K2 gel (BD, Franklin Lakes, NJ, USA), e solução salina, por bactéria e fungos referenciados na Tabela 1, correspondendo à escala 0,5 de McFarland. A partir desta escala foram preparados tubos com diluições 10 vezes seriadas. Para fungos filamentosos, os controles positivos foram contaminados e depois do DNA extraído foi quantificado no equipamento NanoDrop® ND-1000 (NanoDrop Technologies, Inc., Delaware USA).

O DNA do microrganismo presente na corrente sanguínea de cada paciente foi obtido a partir de 3 a 10 mL de sangue de veia periférica colhidos em tubo com EDTA K2 gel, bem como a partir dos frascos de hemocultura depois de detectados pelos sistemas automatizados.

4.4.1.2. Extração de DNA

4.4.1.2.1. Extração do DNA Direto dos Frascos de Hemocultura

Para a extração do DNA foram aliquotados, em um tubo de dois mL estéril, 500 µL do frasco de hemocultura do sistema BACTEC® em 500 µL de brazol. Em

seguida foram adicionados 300 mg esferas de vidro 0,5 mm diâmetro (Scientific Industries, Inc.) e agitados por 10 minutos (min.) no desrupitor de células modelo Genie (Scientific Industries, Inc.). Após este tempo, foram acrescentados 180 µL de clorofórmio gelado e a mistura homogeneizada por cinco segundos no vortex. A solução foi centrifugada a 20.000 g por 12 min a 8 ºC. O sobrenadante foi retirado e transferido para outro tubo contendo 500 µL de etanol gelado que foram agitados 3 a 5 segundos no vortex e centrifugado a 20.000 g por 12 min. a 8 ºC. O sobrenadante foi retirado e foram adicionados 500 µL de etanol gelado e centrifugados 20.000 g por 12 min. a 8 ºC. O sobrenadante foi retirado e foram adicionados 50 µL de água MilliQ. O tubo foi colocado a 65 ºC por 30 minutos.

4.4.1.2.2. Extração do DNA Direto dos Tubos com EDTA K2 Gel

A partir dos tubos de EDTA K2 gel, um volume de 1,5 mL de sangue foi aliquotado em um tubo de 2 mL estéril, a esse volume foram adicionados 300 mg esferas de vidro de 0,5 mm diâmetro (Scientific Industries, Inc.) e agitados por 10 minutos no desrupitor de células modelo Genie (Scientific Industries, Inc.). Uma alíquota de 1 mL foi transferida para um novo tubo e a extração do DNA foi realizada pelo kit QIAamp DNA Mini Kit (Qiagen, Hilden, Alemanha), de acordo com as instruções do fabricante. Os reagentes proteinase K, buffer AL e etanol foram adicionados proporcionalmente ao volume da amostra de sangue periférico, conforme instruções do fabricante. Foram pipetados 100 μL de proteinase K no fundo de um tubo no qual logo em seguida, foi adicionado 1mL de sangue. Em seguida foram adicionados 1000 μL do buffer AL e homogeneizados no vortex por 15 segundos. O tubo foi incubado a 56°C por 10 minutos e depois centrifugado (spin) para remover as gotículas da tampa do tubo de microcentrífuga. Logo após, foram adicionados 1000 μL de etanol (96-100%). Uma alíquota foi então transferida para um tubo de coluna acoplado ao tubo de

coleta de 2 mL e centrifugado a 6.000 x g por 1 minuto. O tubo acoplado foi descartado e outra alíquota foi transferida para o mesmo tubo de coluna, que foi novamente centrifugado. O tubo acoplado foi descartado e foram adicionados 500 μL do buffer AW1, centrifugados a 6.000 x g por 1 minuto e depois disso o tubo acoplado foi descartado. Foram adicionados 500 μL do buffer AW2, centrifugados a 20.000 x g por 3 minutos e o tubo da coluna foi transferido para um tubo limpo. Foram adicionados 50 μL do buffer AE, o tubo foi incubado a temperatura ambiente (15-25°C) por 5 minutos e centrifugado a 6.000 x g por 1 minuto.

Tabela 1: Relação dos microrganismos controles positivos utilizados na padronização das reações de PCR em Tempo Real.

Microrganismo Linhagem

Acinetobacter baumannii ATCC 19606

Acinetobacter calcoaceticus ATCC 33305

Aspergillus flavus Amostra clínica

Aspergillus fumigatus Amostra clínica

Aspergillus parasiticus Amostra clínica

Burkholderia cepacia Amostra clínica

Candida albicans ATCC 90028

Candida krusei ATCC 6258

Candida parapsilosis ATCC 22019

Candida tropicalis ATCC 750

Enterobacter aerogenes ATCC 13048

Enterobacter cloacae Controle blaVIM

Enterococcus avium ATCC 35665

Enterococcus casseliflavus ATCC 700327

Enterococcus durans ATCC 6056

Enterococcus faecalis ATCC 29212

Microrganismo Linhagem

Enterococcus faecalis Controle vanB

Enterococcus faecalis ATCC 700802

Escherichia coli ATCC 25922

Fusarium solani Amostra clinica

Klebsiella pneumoniae ATCC 700603

Klebsiella pneumoniae Controle blaTEM, SHV, CTX, KPC (A28005)

Proteus mirabilis ATCC 29245

Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853

Pseudomonas aeruginosa Controle blaSPM (P1088)

Pseudomonas aeruginosa Controle blaIMP

Pseudomonas aeruginosa Controle blaVIM

Rhizopus sp Amostra clínica

Rhodotorula sp Amostra clínica

Salmonella sp Amostra clínica

Serratia marcescens Amostra clínica

Shigella flexineri ATCC 12022

Staphylococcus aureus ATCC 25923

Staphylococcus aureus ATCC 43300 mecA

Staphylococcus epidermidis ATCC 12228

Staphylococcus haemolyticus ATCC 29968

Staphylococcus saprophyticus ATCC 15305

Staphylococcus warneri Amostra clínica

Stenotrophomonas maltophilia Amostra clínica

Streptococcus mitis Amostra clínica

Streptococcus pneumoniae ATCC 49619

Streptococcus pyogenes ATCC 18615

Streptococcus viridans Amostra clínica

ATCC -American Type Collection Culture

4.4.1.3. Iniciadores e Sondas TaqMan-MGB

Os iniciadores e sondas TaqMan para identificação dos principais patógenos utilizados neste estudo foram desenhados para os genes

espécies-específicas no software “Primer Express” v2. 0 (Applied Biosystems, CA) apresentados na Tabela 2. Para os microrganismos Mycobacterium

tuberculosis, (Desjardin et. al., 1998), Aspergillus spp. (Luong et. al., 2011), Fusarium spp. (Hue et. al., 1999), Candida albicans (Guiver et. al., 2001), Gram

positivo e Gram negativo (Bispo et. al., 2011) foram utilizados iniciadores e sondas já descritos anteriormente. Os iniciadores utilizados para controle interno e os genes de resistência blaKPC, blaSHV, blaTEM, blaCTX, blaIMP, blaSPM, blaVIM, vanA, vanB e mecA e 18S rDNA para fungos já foram descritos anteriormente e estão

apresentados na Tabela 2.

As sequências dos genes específicos para cada microrganismo foi obtida do GenBank (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/blast/) e alinhadas usando o programa

DNASTAR (Lasergene Software Package DNASTAR, Wisconsin, EUA). Todos

os iniciadores e sondas foram testados em relação à sua especificidade no programa BLAST (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/blast/) e demonstraram ser específicos para cada uma de suas finalidades.

Tabela 2: Lista de iniciadores e sondas TaqMan para amplificação da região codificadora dos genes de resistência aos antimicrobianos, controle interno e genes espécie-especificos para a identificação dos microrganismos.

Iniciadores e Sondas Sequencia (5’3’) Microrganismo ou Resistência aos Antimicrobianos Gene Número de acesso GenBank e Referências Acinet-F TGGACTCGGTAGCTGCACTTAC Acinetobacter baumannii recA GU 942487.1 Acinet-R CCCATATGAGAGTCACCCATCTC

Acinet-PB CCTAAAGCAGAAATCGAA Este estudo

Enteroco-F AGAAATTCCAAACGAACTTG Enterococcus spp. AF 35185

Enteroco-R CAGTGCTCTACCTCCATCATT groES

Iniciadores e Sondas Sequencia (5’3’) Microrganismo ou Resistência aos Antimicrobianos Gene Número de acesso GenBank e Referências Ecoli-F GCCGGGAAAAGTGTACGTATCA Escherichia coli uidA AM 180568.1 Ecoli-R CGGGATAGTCTGCCAGTTCAG

Ecoli-PB CGTTTGTGTGAACAAC Este estudo

Enterob-F CATGATGGAGCTGATCCGTAAC

Enterobacter cloacae

Enterob-R CCCGCAAATACGGAGTAACC atpD DQ 859777.1

Enterob-PB TCGCGATCGAGCACT Este estudo

Kpneu-F GATTTAATCGCAACACGCATGA

Klebsiella pneumoniae

hemolysin AF 293352.1

Kpneu-R TTCTCCCGAAAATGAGACACTTC

Kpneu-PB CCTGGGTATGCTATAT Este estudo

Paer-F ACGACGGTCATGGGCAACT

Pseudomonas aeruginosa

regA EU 342000.1

Paer-R GTGATAGTAGCCGGAGTAGTAGCTGT

Paer-PB AAGCTGCTCTCGGAACAGGT Este estudo

Sal-F CGTTTCCTGCGGTACTGTTAATT

Salmonella spp.

invA U 43272

Sal-R ACGGCTGGTACTGATCGATAA Este estudo

Sal-PB CCACGCTCTTTCGTCTGG Saur-F AGCTGGCTTAGCGTATATTTATGCT Staphylococcus aureus nuc EF 529608.1 Saur-R GCAACTTTAGCCAAGCCTTGA

Saur-PB AATGGTAAACAAAGCTTTAG Este estudo

SCN-F CCCAATCATTTGTCCCACCTT Staphylococcus rrs gi 281296180

SCN-R CCGAAGGTGGAGTAAC coagulase

SCN-PB ACGGCTAGCTCCAAAT negativo Este estudo

Spneu-F CACGGCTCACAGCATGGA

Streptococcus pneumoniae

GU 968411.1

Spneu-R AGAATTCCCTGTCTTTTCAAAGTCA ply

Spneu-PB CTCAAGGTCAAGTTTGGT Este estudo

Smarc-F CCGTCGCGGTGCTGAT

Serratia marcescens

crp AF 276243.1

Smarc-R CCTGGTTGAGGTAGGACAGGAT

Smarc-PB GATGAAGAAGGTAAAGAGA Este estudo

Steno-F TTGCCACTGCGCGTGTA

S. maltophilia

metB 6365181

Steno -R TGTCGTCGAACTTCAGTTTTGAA

Steno -PB CTTGTTGCCGAAGCCT Este estudo

Mtuber-F GGCTGTGGGTAGCAGACC Mycobacterium tuberculosis IS 6110 X 52471 Mtuber-R CGGGTCCAGATGGCTTGC Mtuber-PB TGTGGGTAGCAGACCTCACCTATGTGTC GA Desjardin et al, 1998 Pmira-F CCTGCGTGATGGTAACAATGA Proteus mirabilis

Pmira1-R GCAGCTTCAGATGCAGAACCT mrpA Z 32686

Pmira1-PB TCTGAACTTTGCTGCTTATT Este estudo

Asperg-F GTGGAGTGATTTGTCTGTTAATTG

Aspergillus spp. 18S

rDNA

Asperg -R TCTAAGGGCATCACAGACCTGTT AF 548061

Asperg -PB CGGCCCTTAAATAGCCCGGTCCG Luong et al, 2011

Fusar-F AGTATTCTGGCGGGCATGCCTGT

Fusarium spp.

Fusar-R ACAAATTACAACTCGGGCCCGAGA Hue et al, 1999

Calbic-F GGGTTTGCTTGAAAGACGGTAGT Candida albicans FJ 159679.1 Calbic-R TTGAAGATATACGTGGTGGACGTTTG 18S rDNA Guiver et al, 2001 Calbic-PB TAAGCCATTGTCAAAGCGATC

Iniciadores e Sondas Sequencia (5’3’) Microrganismo ou Resistência aos Antimicrobianos Gene Número de acesso GenBank e Referências

Candsp-R GCCTGCTTTGAACACTCT rDNA Este estudo

Candsp-PB TTTGATGCGTACTGGACCC

NFW-F GACTCCTACGGGAGGC 16S

rDNA

522Rv-R GCGGCTGCTGGGAC

GP-PB CTGAYSSAGCAACGCCGCG Gram positivo Bispo et al, 2011

GN-PB CCTGAYSCAGCMATGCCGCG Gram negativo

HFE_ F GATGACCAGCTGTTCGTGTTC HFE NM 139004.2

HFE_R CCACATCTGGCTTGAAATTCT Este estudo

NS5 AACTTAAAGGAATTGACGGAAG 18S

rDNA

White et al, 1990

NS6 GCATCACAGACCTGTTATTGCCTC Fungo

blaSHV-F ATGCGTTATACGCCTGTG blaSHV Monteiro et al, 2009

blaSHV-R TGCTTTGTATTCGGGCCAA Cefalosporina Monstein et al, 2007

blaTEM-F TGCCGCATACACTATTCTCAGAATGA blaTEM Monteiro et al, 2009

blaTEM-R ACGCTCACCGGCTCCAGATTTAT Cefalosporina Monstein et al, 2007

blaCTX-F ATGTGCAGYACCAGTAARGTKATGGC blaCTX Monteiro et al, 2009

blaCTX-R TGGGTRAARTARGTSACCAGAAYCAGCG

G

Cefalosporina Monstein et al, 2007

blaKPC-F ATGTCACTGTATCGCCGTCTAGTTC blaKPC EU 784136

blaKPC-R CAATCCCTCGAGCGCGAGTC Carbapenen Monteiro et al, 2009

blaIMP-F GAATAG(A\G) (A\G)TGGCTTAA(C\T)TCTC blaIMP Mendes et al, 2007

blaIMP-R CAAAC(C\T)ACTA(G\C)GTTATC Carbapenen

blaVIM-F GTTTGGTCGCATATCGCAAC blaVIM Mendes et al, 2007

blaVIM-R AATGCGCAGCACCAGGATAG Carbapenen

blaSPM-F CTAAATCGAGAGCCCTGCTTG blaSPM AJ 492820

blaSPM-R CCTTTTCCGCGACCTTGATC Carbapenen Mendes et al, 2007

mecA-F AAAACTAGGTGTTGGTGAAGATATACC mecA Zhang et al, 2005

mecA-R GAAAGGATCTGTACTGGGTTAATCAG Metilicina

vanA-F GGGAAAACGACAATTGC vanA Dutka-Malen et al,

1995

vanA-R GTACAATGCGGCCGTTA Glicopeptídeo

vanB-F ATGGGAAGCCGATAGTC vanB Dutka-Malen et al,

1995

vanB-R GATTTCGTTCCTCGAC Glicopeptídeo

F- Iniciador Sense; R - Iniciador Anti-sense e PB - Sonda TaqMan

4.4.1.4. Amplificação por PCR em Tempo Real

A amplificação da reação de PCR em Tempo Real foi realizada no equipamento 7500 Real Time PCR System (Applied Biosystems, CA) utilizando o Kit Platinum SYBR Green PCR em Tempo Real Super Mix (Invitrogen, California, EUA) e TaqMan Universal PCR Master Mix (Applied Biosystems, Foster City, EUA). As condições de termociclagem foram: 2 minutos a 50°C, seguidos de 10

minutos a 95°C e 45 ciclos de 15 segundos a 95°C e 1 minuto a 60°C. Todos os iniciadores testados para a PCR em Tempo Real utilizando o fluoróforo SYBR

Green foram submetidos à análise da curva de desnaturação (melting curve)

para garantir a correta amplificação de cada conjunto de iniciador e assim, determinar a temperatura de desnaturação (Tm - Temperatura de melting) dos produtos de PCR para cada gene. O ciclo de dissociação dos produtos para a curva de desnaturação (melting curve) foi: 95°C por 10 minutos, seguidos por 40 ciclos de 40 segundos a 95°C, 1 minuto a 60°C, e uma etapa para realização da curva de desnaturação que variou de 68°C até 95°C, com aumento gradual na temperatura de 0,5°C/s. Dessa forma, foi determinada a temperatura de desnaturação (Tm) dos produtos de PCR dos genes analisados.

Tanto para o sistema SYBR Green quanto para o sistema TaqMan foi avaliado o Ct em que ocorreu a detecção da positividade.

A triagem das amostras positivas para os microrganismos foi realizada primeiramente pela PCR em Tempo Real pelo sistema TaqMan utilizando os iniciadores ‘genéricos’ para os genes 16S rDNA para bactérias e sondas Gram especificas, que diferenciam os bactérias em Gram positivas e Gram negativas. E pela PCR em Tempo Real por SYBR Green para fungos com iniciadores ‘genéricos’ para o gene 18S rDNA. Depois disso, as amostras com resultados positivos foram encaminhadas para outra reação de PCR em Tempo Real com sondas espécie-especificas para cada microrganismo. Assim, foi possível otimizar as reações de PCR em Tempo Real pelo sistema TaqMan, direcionando para as reações para bactérias ou para as reações para fungos.

4.4.1.5. Eficiência da PCR em Tempo Real

A eficiência (E) das reações para os protocolos de PCR em Tempo Real foi calculada após construção de uma curva padrão utilizando a fórmula: E =

10(-1/-slope) -1, onde E = eficiência, “slope” = inclinação da curva no 7500 Software v2. 0.4 . O valor corresponde à eficiência da reação em porcentagem quando multiplicado por 100. As curvas foram avaliadas por um ensaio com as amostras em triplicata. A regressão linear foi construída com o mínimo de cinco pontos e foram avaliadas as diferenças intra ensaio, com intervalo de confiança de 95%.

Para determinar a eficiência da PCR em Tempo Real foram utilizadas cepas controles, para os genes espécie-especificos foram utilizadas cepas ATCC ou amostras clinicas caracterizadas, e os genes de resistências foram realizados com cepas cedidas gentilmente por outros grupos de pesquisas e que estão armazenadas no banco de microrganismos do LEMC. Todas as amostras bacterianas foram recuperadas em ágar sangue de carneiro (5%) após incubação por 24 horas em atmosfera aeróbia ou microaerófila. Os respectivos controles utilizados para os genes encontram-se na Tabela 1.

O limite mínimo de detecção de DNA para o gene HFE foi avaliado utilizando DNA extraído dos frascos BACTEC®. Estes foram diluídos a partir de 10 ng/µL até 100 fg/µL. Em um tubo contendo 4 mL de salina foi preparada uma suspensão bacteriana na escala 0,5 de McFarland (1,5 x 108 UFC/mL). Um mL da solução foi transferida para tubo de 2 mL estéril e assim foi extraído o DNA bacteriano por fervura, 10 minutos a 100°C e centrifugado a 16.000g por 5 minutos. O sobrenadante foi transferido para um tubo de 2 mL estéril. Para a preparação das amostras para a curva padrão, foi realizada uma diluição seriada de 10-1 a 10-7 a partir do tubo da escala 0,5 de McFarland (1,5 x 108 UFC/mL) para cada gene testado. Para a padronização as curvas foram realizadas em triplicata.

4.4.2. Validação de Novos Métodos de Diagnóstico

4.4.2.1. Especificidade Analítica

A determinação da especificidade analítica foi abordada em dois aspectos: reação cruzada e falsos positivos, conforme o documento MM3-A2 (CLSI, 2006). Foram avaliadas a capacidade de amplificação dos alvos amplificados e a incapacidade de amplificação cruzada de microrganismos relacionados aos microrganismos alvo (Tabela 1). Uma reação contendo todos os reagentes, com exceção do DNA da amostra, também foi utilizada como controle negativo.

4.4.2.2. Determinação do Limite do Branco (LoB) ou “cutoff”

A determinação do Ct do Limite do Branco (LoB) ou “cutoff point” foi

realizada usando amostras negativas. O “cutoff”, limiar o qual um resultado abaixo dele é relatado como positivo e acima como negativo, foi calculado de acordo com os documentos EP12-A2 (CLSI, 2008), EP17-A (CLSI, 2004) e Chandelier e colaboradores (2010). Para dados paramétricos com distribuição dos Ct das amostras negativas correspondentes a uma distribuição normal, com 95% de confiabilidade e valor de α de 5%, o LoB foi calculado pela equação: LoB = µCtN + 1.645 σCtN (CtN= Ct das amostras negativas).

Para dados não paramétricos com distribuição não correspondente a distribuição normal e resultados quando truncado com zero, foi considerado p = (100-α) = 95. Os valores mensurados foram ordenados de acordo com o resultado e o percentil foi estimado pela observação dos valores classificados. O LoB foi determinado pela posição do Ct correspondente aos 95 percentiis pela equação: LoB = PctB (100-α), no qual LoB = NB (p/100) + 0,5.

Quando o valor da posição não for um valor inteiro, para o cálculo da posição dos 95 percentiis, foi realizada a interpolação linear. Se a posição foi X1,5

a posição foi a média entre duas posições. Se a posição dos 95 percentil corresponder a uma posição X1,25 , a posição foi calculada como X1 + 0,25 (X2 – X1).

O ciclo de “cutoff” foi determinado a partir do Ct de amostras negativas. Os

valores de Ct determinado pelas amostras negativas puderam ser considerados quando determinados e quando foram “undetermined” os resultados do Ct foram

considerados como valores Ct correspondentes a 40, ou seja, o último ciclo da PCR usando o método em tempo real (Chandelier et. al., 2010).

4.4.2.3. Determinação do Limite de Detecção - LoD (Sensibilidade)

Para métodos laboratoriais de análises clínicas foi conforme o CLSI, no qual o limite inferior de detecção pode ser determinado conforme o documento EP17-A (CLSI, 2004). Foi sugerido para determinar o LoD um número mínimo de 60 resultados de amostras positivas com baixa concentração.

O limite inferior de detecção das reações de PCR foi obtido pela equação: LoD = LoB + cβ SDS (LoD – limite de detecção; LoB – limite do branco; cβ – derivado do percentil de 95% da distribuição padrão Gaussiana e fator de correção e SDS – desvio padrão estimado para a população).

4.4.2.4. Acurácia Clínica

A acurácia clínica para a PCR em Tempo Real foi determinada pela curva ROC. Foi utilizado como amostras controles negativo um total de 30 amostras

em um pool de três amostras por frasco de hemocultura BACTEC® e 30 amostras em tubos de EDTA K2 GEL com um pool de três amostras provenientes de 30 profissionais da saúde sem a doença.

A Curva de Características de Operação do Receptor (Curva ROC-

Receiver Operating Characteristic) demonstra a relação normalmente antagônica

entre a sensibilidade e a especificidade dos exames que apresentam resultados contínuos. É uma ferramenta poderosa para medir e especificar problemas no desempenho do diagnóstico em medicina por permitir estudar a variação da sensibilidade e especificidade para diferentes valores de corte. A sensibilidade e a especificidade dependem muito do ponto de corte (“cutoff”) entre os resultados

positivos e negativos. A Curva ROC mostra um gráfico de sensibilidade (ou taxa de verdadeiros positivos) versus taxa de falsos positivos. O valor do ponto de corte é definido com um valor que pode ser selecionado arbitrariamente pelo

No documento LIANA CARBALLO MENEZES (páginas 62-80)

Documentos relacionados