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Variáveis explicativas do sentido de vida

No documento Sentido de vida da pessoa com dor crónica (páginas 176-180)

Capítulo V Estudo 2 – Sentido de Vida e Fatores Associados

5.2.4 Variáveis explicativas do sentido de vida

Dados os resultados da relação entre as diversas variáveis e o sentido de vida decidiu-se explorar a influência das variáveis endógenas (explicativas) na variável exógena através da regressão linear múltipla.

Para determinar a influência das variáveis explicativas (endógenas) na variância do sentido de vida (objetivos de vida e auto transcendência) partiu-se da hipótese de que para controlar a dor crónica a variável exógena é determinada pelas variáveis endógenas (ansiedade, depressão, índice de sofrimento, índice de atividade da doença, sentido no sofrimento e autoeficácia).

As variáveis endógenas que não influenciaram significativamente a variância do sentido de vida foram progressivamente eliminadas do modelo, através do método

Backward. Usou-se o método de Stepwise na opção Backward deletion, garantindo um

mínimo de 15 observações por cada variável independente (Pestana & Gageiro, 2005a; 2005b). Na Bakward deletion a equação começa com todas as variáveis e vai-se eliminando as variáveis que não contribuam significativamente para a regressão.

A Tabela 53 apresenta os resultados da análise de regressão linear múltipla para cada variável dependente, com as variáveis endógenas que as influenciam, para a subamostra de participantes portadores de AR. A percentagem da variância explicada, expressa em valores de R2

Ajustado oscilou entre 0,112 na subescala existencial cognitivo (objetivos de vida) e 0,506

na subescala ambiente interno (autotranscendência). Todos os modelos aplicados às subescalas apresentaram valores de F com significância estatística (p=0,00) e todos os valores do t de Student revelaram-se significativos para o nível fixado (p<0,10).

O modelo apresentado mostrou-se satisfatório dado que explica, numa percentagem entre os 11% e os 50%, os fatores ou variáveis endógenas, explicativas das variações no sentido e vida, sendo que os fatores explicativos da variação deste na subamostra de participantes portadores de AR são: depressão (para todas as subescalas do sentido de vida); estratégias de coping (para a auto transcendência); sentido no sofrimento (para as subescalas vivencial afetivo e ambiente externo e temporal); e índice da doença (para o vivencial afetivo).

De salientar que pelo fato dos valores de β serem positivos e negativos estas variáveis endógenas favorecem ou limitam o sentido de vida.

Mantendo-se as restantes variáveis constantes por cada ponto de aumento da depressão: ocorre uma variação limitativa de 0,643 pontos nos objetivos de vida; 0,539 no

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vivencial afetivo; 0,357 no existencial cognitivo; 0,451 na autotranscendência; 0,524 no ambiente interno; e 0,247 no ambiente externo temporal.

A Tabela 54 apresenta os resultados da análise de regressão linear múltipla para cada variável dependente, com as variáveis independentes que as explicam para a subamostra da pessoa portadora de espondilite anquilosante. A percentagem da variância explicada, expressa em valores de R2

Ajustado oscilou entre 0,360 na subescala ambiente externo e

temporal (autotranscendencia) e 0,690 nos objetivos de vida. Todos os modelos aplicados às subescalas apresentaram valores de F com significância estatística (p=0,00) e todos os valores do t de Student revelaram-se significativos para o nível fixado (p<0,10).

O modelo apresentado mostrou-se moderado dado que explica uma percentagem entre os 36% e os 69%, sendo que os fatores preditivos do sentido de vida na pessoa portadora de espondilite anquilosante são: depressão (nos objetivos de vida e nas subescalas e no índice total da autotranscendência), índice de sofrimento (todas as subescalas do sentido de vida com exceção da subescalas ambiente interno da Auto transcendência); indicie de doença (subescalas Existencial cognitivo, Auto transcendência e Ambiente externo e temporal), ansiedade (existencial cognitivo); características subjetivas no sofrimento (todas as subescalas com exceção do ambiente interno) e sentido no sofrimento e estratégias de coping (todas as escalas dos objetivos de vida).

De salientar que, pelo fato dos valores de β serem positivos e negativos, estas variáveis endógenas facilitam ou limitam o sentido de vida.

Tabela 53

Resultados da análise de regressão linear múltipla para explicar o sentido de vida da subamostra de participantes com EA

Var. dependente Var. explicativa β P R2 R2

Ajustado F (p) Objetivos de vida -0,643 0,000 0,413 0,403 39,469 0,000 Vivencial afetivo Depressão -0,539 0,000 0,471 0,441 16,013 0,000 Índice de doença -0,212 0,060 Sentido do sofrimento -0,240 0,021 Existencial cognitivo Depressão -0,357 0,006 0,127 0,112 8,169 0,006 Autotranscendência Depressão -0,451 0,000 0,464 0,444 23,792 0,000 Estratégias de coping 0,326 0,007 Ambiente interno Depressão -0,524 0,000 0,523 0,506 30,204 0,000 Estratégias de coping 0,294 0,010

Ambiente externo e temporal

Depressão -0,247 0,080

0,257 0,216 6,238 0,001 Estratégias de coping 0,273 0,055

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A Tabela 55 apresenta os resultados da análise de regressão linear múltipla para cada variável exógena com as variáveis endógenas, para a subamostra da pessoa portadora de AP. A percentagem da variância explicada, expressa em valores de R2

Ajustado oscilou entre 0,247

na subescala vivencial cognitivo (objetivos de vida) e 0,622 no ambiente interno (autotranscendência). Todos os modelos aplicados às subescalas apresentaram valores de F com significância estatística (p=0,00) e todos os valores do t de Student revelaram-se significativos para o nível fixado (p<0,10).

O modelo apresentado mostrou-se satisfatório dado que explica uma percentagem de variação entre os 24% e os 62%, sendo que os fatores preditivos do sentido de vida na pessoa portadora de AP são: depressão (em todas as escalas e subescalas do sentido de vida), sentido no sofrimento (escala e subescalas da autotranscendência) e estratégias de coping (vivencial afetivo).

Tabela 54

Resultados da análise de regressão linear múltipla para explicar o sentido de vida da subamostra de participantes com EA

Var. dependente Var. explicativa β p R2 R2Ajustado F (p)

Objetivos de vida Depressão -0,219 ,054 0,723 0,690 21,433 0,000 Índice de sofrimento -0,190 ,029 Estratégias de coping 0,292 ,008 Caract. subjetivas do sofrimento -0,790 ,000 Sentido do sofrimento -0,174 ,000 Vivencial afetivo Índice de sofrimento -,174 ,096 0,576 0,535 14,243 0,000 Estratégias de coping ,277 ,017

Caract. subjetivas do sofrimento -,956 ,000 Sentido do Sofrimento ,785 ,000 Existencial cognitivo Índice de Doença 0,217 ,084 0,615 0,557 10,634 0,000 Ansiedade -0,262 ,034 Índice de sofrimento -0,260 ,027 Estratégias de coping 0,384 ,003 Caract. subjetivas do sofrimento -0,593 ,003 Sentido do sofrimento 0,561 ,004 Autotranscendência Índice de doença -0,281 ,046 0,455 0,404 8,781 0,000 Depressão -0,593 ,000 Índice de sofrimento 0,240 ,072 Caract. subjetivas do sofrimento 0,253 ,039 Ambiente interno

Depressão -0,448 ,002

0,447 0,422 17,809 0,000 Estratégias de Coping 0,305 ,030

Ambiente externo e temporal

Índice de doença -0,360 ,015

0,416 0,360 7,478 0,000 Depressão -0,434 ,001

Índice de sofrimento 0,373 ,008 Caract. subjetivas do sofrimento 0,393 ,003

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De salientar que, pelo fato dos valores de β serem positivos e negativos, estas variáveis endógenas facilitam ou limitam o sentido de vida, sendo a depressão a única variável endógena de todas as escalas e subescalas do sentido de vida.

Mantendo-se as restantes variáveis constantes, por cada ponto de aumento da depressão diminui 0,764 pontos os objetivos de vida; 1,026 o vivencial afetivo; 0,521 o existencial cognitivo; 0,752 a autotranscendência; 0,772 o ambiente interno; e 0,577 o ambiente externo temporal.

A Tabela 56 apresenta os resultados da análise de regressão linear múltipla para cada variável dependente com as variáveis independentes que as explicam para a subamostra da pessoa portadora de fibromialgia. A percentagem da variância explicada expressa em valores de R2

Ajustado oscilou entre 0,295 na subescala vivencial cognitivo (objetivos de vida) e

0,512 no ambiente interno (auto transcendência). Todos os modelos aplicados às subescalas apresentaram valores de F com significância estatística (p=0,00) e todos os valores do t de

Student revelaram-se significativos para o nível fixado (p<0,10).

O modelo apresentado mostrou-se satisfatório dado que explica uma percentagem entre os 30% e os 51%, sendo que os fatores preditivos do sentido de vida na pessoa portadora de fibromialgia são: depressão (em todas as escalas e subescalas dos objetivos de vida); sentido no sofrimento (todas as escala e subescalas do sentido de vida); estratégias de

coping (Existencial cognitivo, Autotranscendência e Ambiente externo e temporal);

ansiedade (Autotranscendência e Ambiente interno); índice de sofrimento (vivencial

Tabela 55

Resultados da análise de regressão linear múltipla para explicar o sentido de vida da subamostra de participantes com AP

Var. dependente Var. explicativa β P R2 R2

Ajustado F (p) Objetivos de vida Depressão -0,764 0,000 0,584 0,570 40,762 0,000 Vivencial afetivo Depressão -1,026 0,000 0,625 0,599 23,369 0,000 Estratégias de coping -0,405 0,020 Vivencial cognitivo Depressão -0,521 0,003 0,272 0,247 10,821 0,000 Autotranscendência Depressão -0,752 0,000 0,621 0,593 22,119 0,000 Sentido no sofrimento 0,331 0,010 Ambiente interno Depressão -0,772 0,000 0,648 0,622 24,896 0,000 Sentido no sofrimento 0,328 0,008

Ambiente externo e temporal

Depressão -0,577 0,001

0,372 0,326 8,004 0,002 Sentido no sofrimento 0,269 0,091

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afetivo); funcionalidade (existencial cognitivo e autotranscendência); e Características subjetivas do sofrimento (vivencial afetivo, ambiente interno).

De salientar que, pelo fato dos valores de β serem positivos e negativos, estas variáveis explicativas promovem ou diminuem o sentido de vida, sendo sentido no sofrimento a única variável explicativa de todas as escalas e subescalas do sentido de vida.

Mantendo-se as restantes variáveis constantes, por cada ponto de aumento do sentido no sofrimento aumenta: 0,248 pontos os objetivos de vida; 0,4380 vivencial afetivo; 0,324 o existencial cognitivo; 0,440 a autotranscendência; 0,561 o ambiente interno; e 0,391 o ambiente externo temporal.

No documento Sentido de vida da pessoa com dor crónica (páginas 176-180)