• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO 2. ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS DE INTEGRAÇÃO E

3.3. Experiências Nacionais de Regulação da Defesa da Concorrência

3.3.5. Venezuela

Por fim, ainda que não um membro efetivo, com seu processo de adesão pendente, mas em andamento, julgamos importante, dado o avançado estágio de integração ao bloco Mercosul, investigar o marco regulatório da Defesa da Concorrência na Venezuela.

Como primeira informação, importa destacar que as normas abaixo tratadas são anteriores ao estabelecimento do atual governo venezuelano, que inclusive, promulgou recente e nova constituição, que pode causar alguns problemas de receptividade das normas pelo novo texto constitucional, o que, num primeiro momento, não acreditamos que irá ocorrer.

A Constituição Federal da República Bolivariana da Venezuela257, basicamente nos artigos 112 e 113, estabelece e regulamenta diversos direitos econômicos, inclusive com relação à Defesa da Concorrência.

257 Constituição Federal da República Bolivariana da Venezuela, de 30 de dezembro de 1999. Disponível em http://www.gobiernoenlinea.ve/legislacion-view/sharedfiles/ConstitucionRBV1999.pdf. Acesso em 07/12/2009

Segundo o próprio artigo 112258, é livre a iniciativa, podendo qualquer pessoa, física ou jurídica, dedicar-se livremente ao exercício da atividade econômica, sendo que o Estado promoverá a iniciativa privada, garantindo a criação e justa distribuição da riqueza, bem como outras questões, sem prejuízo de sua faculdade para ditar medidas para planificar, racionalizar e regular a economia e impulsionar o desenvolvimento integral do país.

Já a Defesa da Concorrência e elementos e princípios norteadores para a sua prática estão fixados no artigo 113 da Carta constitucional259. Segundo referido normativo, os monopólios são expressamente proibidos, exceto quando se trata de exploração de recursos naturais de propriedade da nação, basicamente para garantir tal controle da produção e comércio de petróleo, ainda que não expressamente indicado, mas praticamente reconhecido. São entendidos como contrários aos princípios fundamentais da Constituição a prática de qualquer ato, atividade, conduta ou acordo de particulares que tenham por objetivo o estabelecimento de monopólio ou que conduzam, por seus efeitos, a qualquer forma que possa adotá-lo na realidade. Também são entendidos como contrários aos princípios constitucionais o abuso de posição dominante. Para tanto, o Estado poderá adotar todas as medidas que julgar necessário para evitar os efeitos 258 Constituição Federal da República Bolivariana da Venezuela: “Artículo 112. ° Todas las personas pueden

dedicarse libremente a la actividad económica de su preferencia, sin más limitaciones que las previstas en esta Constitución y las que establezcan las leyes, por razones de desarrollo humano, seguridad, sanidad, protección del ambiente u otras de interés social. El Estado promoverá la iniciativa privada, garantizando la creación y justa distribución de la riqueza, así como la producción de bienes y servicios que satisfagan las necesidades de la población, la libertad de trabajo, empresa, comercio, industria, sin perjuicio de su facultad para dictar medidas para planificar, racionalizar y regular la economía e impulsar el desarrollo integral del país.”.

Disponível em http://www.gobiernoenlinea.ve/legislacion-view/sharedfiles/ConstitucionRBV1999.pdf. Acesso em 07/12/2009

259 Constituição Federal da República Bolivariana da Venezuela: “Artículo 113. ° No se permitirán monopolios. Se

declaran contrarios a los principios fundamentales de esta Constitución cualesquier acto, actividad, conducta o acuerdo de los y las particulares que tengan por objeto el establecimiento de un monopolio o que conduzcan, por sus efectos reales e independientemente de la voluntad de aquellos o aquellas, a su existencia, cualquiera que fuere la forma que adoptare en la realidad. También es contrario a dichos principios el abuso de la posición de dominio que un o una particular, un conjunto de ellos o de ellas, o una empresa o conjunto de empresas, adquiera o haya adquirido en un determinado mercado de bienes o de servicios, con independencia de la causa determinante de tal posición de dominio, así como cuando se trate de una demanda concentrada. En todos los casos antes indicados, el Estado adoptará las medidas que fueren necesarias para evitar los efectos nocivos y restrictivos del monopolio, del abuso de la posición de dominio y de las demandas concentradas, teniendo como finalidad la protección del público consumidor, de los productores y productoras, y el aseguramiento de condiciones efectivas de competencia en la economía. Cuando se trate de explotación de recursos naturales propiedad de la Nación o de la prestación de servicios de naturaleza pública con exclusividad o sin ella, el Estado podrá otorgar concesiones por tiempo determinado, asegurando siempre la existencia de contraprestaciones o contrapartidas adecuadas al interés público.”. Disponível em

nocivos e restritivos do monopólio, do abuso de posição dominante e em caso de concentrações empresariais, visando, assim como nas demais regulações de Defesa da Concorrência dos Estados-Partes do Mercosul, a defesa do mercado de consumo, dos produtores em geral, visando assegurar condições efetivas de concorrência na economia.

No tocante à regulação infra-constitucional, desde o início da década de 1990, a Venezuela vem desenvolvido esforços no sentido de regulamentar efetivamente a Defesa da Concorrência.

O principal normativo é a Lei nº 34.880, de 13 de dezembro de 1991260, que tem por objeto promover e proteger o exercício da livre-concorrência e a eficiência em benefício dos produtos e consumidores, bem como proíbe condutas e práticas monopolistas ou oligopolistas, e demais meios que possam impedir, restringir, falsear ou limitar o exercício da liberdade econômica. A referida Lei criou a Superintendencia para la Promoción y Protección de la Libre Competencia (http://www.procompetencia.gob.ve) que é a autoridade responsável pela condução das atividades fixadas e atribuídas no normativo.

Importante destacar, que nos termos do artigo 2º261, será aplicável o ordenamento jurídico do Acordo de Cartagena, quando sejam produzidos efeitos restritivos sobre a livre concorrência no mercado sub-regional Andino. Por outro lado, não existe nenhuma outra referência expressa a outro processo de integração regional, como por exemplo, o Mercosul.

Adicionalmente, existem basicamente, dois regulamentos da Lei nº 34.880/91, sendo p Reglamento nº 1, de 21.01.93262 e o Reglamento nº 2, de 21.05.96263.

260 Lei nº 34.880, de 13 de dezembro de 1991. Disponível em http://www.gobiernoenlinea.ve/legislacion- view/sharedfiles/117.pdf. Acesso em13/10/2009

261 Lei nº 34.880, de 13 de dezembro de 1991: “, Artículo 2º.- Se aplicará el ordenamiento jurídico del Acuerdo de

Cartagena cuando se produzcan efectos restrictivos sobre la libre competencia en el mercado Subregional Andino.”. Disponível em http://www.gobiernoenlinea.ve/legislacion-view/sharedfiles/117.pdf. Acesso em13/10/2009

262 Reglamento nº 1, de 21.01.93. Disponível em http://www.gobiernoenlinea.ve/legislacion- view/sharedfiles/reglamenton1promoveprotegerejerciciolibrecompetencia.pdf. Acesso em 13/10/2009

263 Reglamento 2, de 21.05.96. Disponível em http://www.gobiernoenlinea.ve/legislacion- view/sharedfiles/reglamenton2leypromoverprotegerejerciciolibrecompetencia.pdf. Acesso em 13/10/2009