T RATAMENTO SUGERIDO
1.5. I NSTRUMENTOS DISPONÍVEIS PARA CONTROLE
1.5.2. E STRATÉGIAS DE PREVENÇÃO
• Confirmado: consultar capítulo de etiologias específicas sobre os critérios de confirmação, de acordo com sua respectiva “hierarquia”.
• Caso descartado: caso suspeito com diagnóstico laboratorial negativo, sem vínculo epidemiológico com caso confirmado, ou com diagnóstico confirmado de outra doença.
G GG
GGU I AU I AU I AU I AU I A D ED ED ED ED E VVVVVI G I L Â N C I AI G I L Â N C I AI G I L Â N C I AI G I L Â N C I AI G I L Â N C I A EEEEEP I D E M I O L Ó G I C AP I D E M I O L Ó G I C AP I D E M I O L Ó G I C AP I D E M I O L Ó G I C AP I D E M I O L Ó G I C A
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A
NEXO1
O diagnóstico etiológico, dos casos suspeitos de meningite, é de extrema importância para a Vigilância Epidemiológica, tanto na situação endêmica da doença quanto em situações de surto.
Para todo caso suspeito de meningite bacteriana1, utilizar o kit de coleta para o diagnóstico laboratorial, distribuído pelos LACENs em todo o território nacional.
Este kit é composto de:
• 1 frasco para hemocultura (com caldo TSB ou BHI acrescido do anticoagulante SPS).
• 1 frasco com meio de cultura ágar chocolate Base Müller Hinton ou similar para líquor.
• 1 frasco estéril para coleta de soro para realizar CIE, e Látex.
• 1 frasco estéril para coleta de líquor para citoquímica, CIE e Látex.
• 2 lâminas sem uso prévio, perfeitamente limpas e desengorduradas, para bacterioscopia (uma é corada e processada no laboratório do hospital e a outra é enviada para o LACEN).
K
IT
PARA COLHEITAETRANSPORTE DOL
ÍQUIDOC
EFALORRAQUIDIANO/S
ANGUE/S
OROÁgar chocolate base Mueller Hinton
Caldo TSB frasco hemocultura
Frasco vazio para LCR
Frasco vazio para soro
2 lâminas de microscopia
1 O diagnóstico laboratorial das Meningites Virais está descrito no capítulo específico.
As cepas devem ser sempre encaminhadas ao LACEN, que a seguir as enviará para o Instituto Adolfo Lutz (IAL/SP), que é o Laboratório de Referência Nacional para as meningites bacterianas, onde serão realizados os seguintes estudos complementares: confirmação de espécies, sorogrupo e subtipo, caracterização molecular, e controle da resistência de cepa.
EXAMES
LABORATORIAIS
MENINGITES NEURO- SÍFILIS A s p e c t o
A
LTERAÇÃO DOLCR
EM ALGUMASPATOLOGIAS(E
XAMESL
ABORATORIAIS)
T u r v o
ENCEFALITES PURULENTA TUBERCULOSA ASSÉPTICA
NEUROCIS-
TICERCOSE
MENINGO-
ENCEFALIA PORFUNGOS Límpido ou
ligeiramente turvo (opalescente)
Límpido Límpido Límpido Límpido Límpido ou
ligeiramente turvo
C o r
Branca- leitosa ou ligeiramente xantocrômica
Incolor ou xantocrômica
Incolor ou
opalescente Incolor Incolor Incolor Incolor
C o á g u l o Presença ou ausência
Presença (Fibrina delicada) ou
ausência
Ausente Ausente ou presença de Fibrina
Ausente Ausente Ausente
C l o r e t o s Diminuídos Diminuídos Normal Normal ou
diminuído Normal Normal Normal
G l i c o s e Diminuída Diminuída Normal Normal ou
diminuída Normal Normal Normal
Proteínas Totais Aumentadas Aumentadas Levemente
aumentadas Aumentadas Discretamente aumentadas
Discretamente aumentadas
Discretamente aumentadas
G l o b u l i n a s
Positiva (Gama- globulina)
Positiva (alta e gama-
globulinas)
Negativa ou positiva
Aumento (Gama- globulina)
Aumento discreto (Gamaglobulina)
Aumento (Gama- globulina)
Normal
L e u c ó c i t o s 200 a milhares (neutrófilos)
25 a 500 (Linfócitos)
5 a 500 (Linfócitos)
25 a 1.000 (Linfócitos)
1 a 100 (Linfócitos) 1 a 100
(Linfócitos)
1 a 100 (Linfócitos ou
cosinófilos)
C o n t r a - I m u n o e l e t r o - forese (CIE)
Reagente (1) - - - - - -
VDRL - - - Reagente - - -
L á t e x Reagente (5) - - - - - -
Microscopia
Positiva de DGN, BGN, CGP, BGP (2) ou não
Negativa Gram e Baar (4)
Negativa (Gram)
Negativa (Gram)
Negativa (Gram)
Negativa (Gram)
Positiva ( t i n t a nanquim p/
C.neoformans ou para Candida sp
C u l t u r a
Crescimento em Agar chocolate
( 3 )
Crescimento meio de Lowestein-
Jansen
- - - -
Crescimento em meio Sabouraud e Agarsangue Obs: (1) Contraimunoeletroforese (CIE) reagente para N. meningitidis,H. influenzae e S. pneumoniae.
(2) DGN = Diplococo gram-negativo; BGN = Bacilo gram-negativo; CGP = cocos gram-positivo.
(3) BGP = Bacilos gram-negativos.
(4) Quando sem uso prévio de antibióticos e condições adequadas de coletas e semeadura do LCR.
(4) Exame baciloscópico é de valor relativo por que a presença de Baar é sempre pequena no LCR (Paucibacilar).
(5) Látex = reagente para S. pneumoniae (grupos A e B), H. influenzae e N. meningitidis A, B, C, Y, W135 ou outros agentes dependendo do produto disponível.
G GG
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A seguir, descrevem-se os exames laboratoriais disponíveis, sua interpretação e as normas de coleta dos espécimes clínicos. Para isso, é necessário que a coleta seja realizada no ato da entrada do paciente na unidade de saúde, no primeiro atendimento, antes da utilização da primeira dose do antibiótico.
• Cultura: exame de alto grau de especificidade, podendo ser realizado com diversos tipos de fluídos corporais, mais comumente líquor e sangue. O seu objetivo é identificar a espécie da bactéria.
• Contra-imunoeletroforese cruzada (CII): os polissacarídeos de Neisseria meningitidis, Haemophilus influenzae e da maioria dos Streptococcus pneumoniae apresentam carga negativa e, quando submetidos a um campo elétrico, sob determinadas condições de pH e força iônica, migram em sentido contrário ao do anticorpo. Assim, tanto o antígeno quanto o anticorpo dirigem- se para um determinado ponto e, ao se encontrarem, formam uma linha de precipitação que indica a positividade da reação. A contra-imunoeletroforese fornece uma sensibilidade de aproximadamente 70% na identificação de Neisseria meningitidis, e de 90% na identificação de H. influenzae e S.
pneumoniae e uma especificidade de 98%. O material indicado para o ensaio é o LCR, sangue total, soro e outros fluidos.
• Aglutinação pelo látex: partículas de látex, sensibilizadas com anti-soros específicos permitem, por técnica de aglutinação rápida (em lâmina ou placa), detectar o antígeno bacteriano em líquor, soro e outros fluídos biológicos. Pode ocorrer resultado falso-positivo, em indivíduos portadores do fator reumático ou em reações cruzadas com outros agentes. A sensibilidade do teste de látex é da ordem de 90% para H. influenzae, 94,4% para S. pneumoniae e 80% para N.
meningitidis. A especificidade da reação é da ordem de 97%.
• Bacterioscopia: pela técnica de Gram, caracteriza-se morfológica e tinto- rialmente os agentes bacterianos, permitindo sua classificação com pequeno grau de especificidade. Pode ser realizada no líquor, em amostras de tecido e mucosa.
• Quimiocitológico: permite a leitura citológica do líquor e a dosagem de glicose, proteínas e cloretos. Traduz a intensidade do processo infeccioso e orienta a suspeita clínica, mas não deve ser utilizado para conclusão do diagnóstico final, por seu baixo grau de especificidade.
• Outros exames: alguns métodos vêm sendo utilizados, principalmente nos laboratórios de pesquisa como PCR, ELISA e Imunofluorescência, cujos resultados ainda se encontram em avaliação e, portanto, não são preconizados na rotina diagnóstica.
• Reação em Cadeia pela Polimerase (PCR): a detecção do DNA bacteriano pode ser obtida por amplificação da cadeia polimerase, que permite a identificação do agente utilizando primers específicos de regiões conservadas e variáveis do agente. A sensibilidade e a especificidade atingem valores superiores a 95%. O teste entretanto ainda não é rotineiro.
• Método da imunofluorescência: este método consiste na marcação de anticorpos específicos, com substâncias fluorescentes para a identificação de H. influenzae, S.pneumoniae e N. meningitidis, em esfregaços de materiais clínicos. A sensibilidade dos resultados foi comparável à dos métodos convencionais, como exame direto, através da coloração de Gram, e cultura atingindo 70% a 93%. O material indicado para o ensaio é LCR e o soro.
Todo material deverá ser enviado ao laboratório, devidamente identificado e acompanhado de cópia da Ficha de Investigação Epidemiológica, que servirá de orientação quanto aos exames indicados.
Lembrar que o perfeito acondicionamento, para remessa de amostras, é de fundamental importância para o êxito dos procedimentos laboratoriais.
Os exames realizados pelos LACEN são: Cultura e antibiograma, CIE, Látex, e Bacterioscopia.
• Método Imunoenzimático (ELISA): (Enyme-linked immunosorbent assay) - o método fundamenta-se na capacidade do anticorpo ou antígeno ligar-se a uma enzima, resultando em conjugado, com a atividade imunológica inalterada e, portanto, possível de detectar tanto antígeno como anticorpo. Esta técnica apresenta vantagens em relação ao radioimunoensaio, em termos de custo e praticidade. Dot-immunobind assay (DIA), baseado na aplicação de antígeno à membrana de nitrocelulose, ensaio este útil na triagem de grande número de anticorpos monoclonais. A vantagem da técnica DIA sobre o ELISA é o emprego de membrana de nitrocelulose, suporte este de grande reprodutibilidade, em relação às placas de microtitulação plásticas da ELISA, que apresentam variação na sensibilidade e são deficientes no mercado nacional. A especificidade do teste ELISA é da ordem de 97% e sensibilidade de 90% a 100%. O material indicado para o ensaio é o LCR e o soro.
Além dos métodos supracitados, há outros inespecíficos que são utilizados de forma complementar. São eles: técnicas radiográficas complementares: Tomografia Computadorizada, Raios X, Ultrassonografia, Angiografia Cerebral e Ressonância Magnética.
G GG
GGU I AU I AU I AU I AU I A D ED ED ED ED E VVVVVI G I L Â N C I AI G I L Â N C I AI G I L Â N C I AI G I L Â N C I AI G I L Â N C I A EEEEEP I D E M I O L Ó G I C AP I D E M I O L Ó G I C AP I D E M I O L Ó G I C AP I D E M I O L Ó G I C AP I D E M I O L Ó G I C A
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Hemocultura Sangue 10 a 20% do volume total do frasco TIPODE
DIAGNÓSTICO TIPODE
MATERIAL QUANTIDADE PERÍODODA COLETA
Cultura Líquor 20 a 30
gotas
NO AMOSTRA
1
1
Preferencial- mente no ato do 1o atendimento
RECIPIENTE
Frasco adequado
para hemocultura
(caldo BHI ou TSB ou SPS)
Frasco com meio de cultura
Ágar Chocolate
Base Muller Hinton ou
similar
ARMAZENAMENTO
/ CONSERVAÇÃO TRANSPORTE Colocar
imediatamente em estufa entre 35o e 37oC, logo
após a semeadura, até o
envio ao laboratório.
Fazer subculturas em Ágar Chocolate após
8 horas. (com 48 hs. o pneumococo
está morto) Incubar a 35o -
37oC em atmosfera de CO2 (chama de
vela), úmido após a semeadura, até o
envio ao laboratório.
Nunca refrigerar.
Manter o frasco em temperatura
ambiente e encaminhar o
mais rápido possível para o
laboratório.
C
OLETA E CONSERVAÇÃO DE MATERIALPARA DIAGNÓSTICO DEM
ENINGITEB
ACTERIANAPreferencial- mente no ato do 1o atendimento.
Semear imediatamente
ou até 3hs após a punção
Nunca refrigerar.
Manter o frasco em temperatura
ambiente e encaminhar o
mais rápido possível para o
laboratório.
CIE Líquor
(soro) 1 a 2ml 1 Frasco
estéril
Em temperatura ambiente, em
até 1 hora.
Tempo superior a 1 hora, conservar a 4OC.
Pode ser congelado, se o
exame não for realizado nas primeiras 24 horas. Estocar o
restante para a necessidade de realizar outros procedimentos Preferencial-
mente no ato do 1o atendimento.
Enviar imediatamente ao laboratório, consevado em
gêlo.
Continua...
Látex Sangue 5ml (para
obter o soro) 1
Preferencial- mente no
ato do 1o atendimento
Frasco estéril.
Sangue colhido sem anti- coagulante
Após separar o soro, enviar imediatamente
ao laboratório ou conservar.
Em temperatura ambiente, em
até 1 hora.
Tempo superior a 1 hora, conservar a 4OC.
Pode ser congelado, se o
exame não for realizado nas primeiras 24 horas. Estocar o
restante para a necessidade de realizar outros procedimentos
TIPODE
DIAGNÓSTICO TIPODE
MATERIAL QUANTIDADE PERÍODODA COLETA
Látex Líquor
NO AMOSTRA
1
RECIPIENTE
Frasco estéril
ARMAZENAMENTO
/ CONSERVAÇÃO TRANSPORTE
C
OLETA E CONSERVAÇÃO DE MATERIAL PARA DIAGNÓSTICO DEM
ENINGITEB
ACTERIANAPreferencial- mente no ato do 1o atendimento.
Bacterioscopia Líquor
1 a 2ml
2
Enviar imediatamente ao laboratório, conservado em
gêlo.
Quimio-
citológico Líquor
1 gota
1
2 lâminas de micro- cospia virgens Preferencial-
mente no ato do 1o atendimento.
Enviar imediatamente ao laboratório.
Em temperatura ambiente, em
até 1 hora.
Tempo superior a 1 hora, conservar a 4OC.
Pode ser congelado, se o
exame não for realizado nas primeiras 24 horas. Estocar o
restante para a necessidade de realizar outros procedimentos Preferencial-
mente no ato do 1o atendimento.
2 a 3ml
Frasco estéril
Em temperatura ambiente, em
até 3 horas.
Tempo superior a 3 hora, conservar a 4OC.
Observações:
• Nenhum dos exames citados substitui a cultura de líquor e/ou sangue. A recuperação do agente etiológico viável é de extrema importância para a sua caracterização e para o monitoramento da resistência bacteriana aos diferentes agentes microbianos.
• Sempre colher o líquor em recipiente estéril, de preferência com tampa de borracha. Se o paciente for transferido de hospital, deve ser encaminhado juntamente com o líquor e com o resultado dos exames obtidos.
• Os frascos contendo material biológico para exames devem ser rotulados e identificados com: material biológico, suspeita clínica, nome completo, idade, município de residência, data e hora da coleta.
• Proceder anti-sepsia no sítio da punção com solução de iodo 2%. Após a punção, remover o resíduo de iodo com álcool a 70%, visando evitar queimadura ou reação alérgica.
• Na suspeita meningite por agente bacteriano anaeróbico, a eliminação do ar residual deve ser realizada após a coleta do material.
Transportar na própria seringa da coleta, com agulha obstruída, em tubo seco e estéril ou inoculado direto nos meios de cultura.
Em temperatura ambiente, o tempo ótimo para transporte de material ao laboratório é de 15 minutos para menos de 1 ml e 30 minutos para volume superior.
• O exame de Látex deve ser processado com muito cuidado, para que não ocorram reações inespecíficas. Observar, portanto, as orientações do manual do kit, uma vez que a sensibilidade do teste varia de acordo com o produtor.
• Lembrar que o perfeito acondicionamento das amostras para remessa é de fundamental importância para o êxito dos procedimentos laboratoriais.
G GG
GGU I AU I AU I AU I AU I A D ED ED ED ED E VVVVVI G I L Â N C I AI G I L Â N C I AI G I L Â N C I AI G I L Â N C I AI G I L Â N C I A EEEEEP I D E M I O L Ó G I C AP I D E M I O L Ó G I C AP I D E M I O L Ó G I C AP I D E M I O L Ó G I C AP I D E M I O L Ó G I C A
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