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a responsabilidade penal na eutanásia: um breve - Univali

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Academic year: 2023

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O objetivo desta monografia é a análise crítico-reflexiva da possibilidade de propor uma nova definição jurídico-penal de eutanásia no ordenamento jurídico brasileiro, levando em consideração as características relativas ao ato médico que abrevia, a pedido, a vida do paciente. paciente terminal. Para tanto, começamos por abordar o princípio da dignidade humana e o seu impacto na hipótese da concepção da ideia de morte digna através da eutanásia.

NOÇÕES INTRODUTÓRIAS, CONCEITO E ETIMOLOGIA

Luiz Jimenez de Asúa, renomado professor espanhol, por sua vez, em sua obra “Liberdade de amar e direito de morrer”, define a eutanásia como “a morte que alguém dá a uma pessoa que sofre de uma doença incurável ou muito dolorosa, e que que tende a extinguir dores demasiado cruéis ou prolongadas". Bizatto, citando os ensinamentos de Morselli, define a eutanásia como “a morte que alguém dá a uma pessoa que sofre de uma doença incurável, por sua própria vontade, para encurtar a dor que é muito longa ou dolorosa”, na sua obra “Eutanásia”. e Médico". Responsabilidade".

EVOLUÇÃO HISTÓRICA E O DIREITO COMPARADO

Porque quase sempre que ouvia dizer que alguém tinha uma morte rápida e indolor, pedia uma eutanásia semelhante para si e para a sua família (foi mesmo essa a palavra que usou)43. No caso de uma doença incurável e terminal, o médico deve limitar-se a aliviar a dor física e moral do paciente, mantendo a qualidade de uma vida que se esgota e evitando empreender ou continuar ações terapêuticas desesperadas e inúteis.

CLASSIFICAÇÃOE ESPÉCIES

Nestes casos, podemos falar do chamado suicídio assistido, que se aproxima da eutanásia, mas não é sinônimo. Por sua vez, a eutanásia passiva ou por omissão é o que ocorre quando o paciente se abstém deliberadamente de continuar o tratamento que poderia prolongar a vida do paciente, situação que então espera a morte80. Em relação ao distanciamento, sabe-se que a etimologia revela que a palavra vem do grego dis (remoção) e thánatos (morte), que consiste, portanto, na “utilização de recursos médicos com o objetivo de prolongar ao máximo a vida”.

No que diz respeito à eutanásia voluntária, existe o consentimento ou mesmo a solicitação da vítima ou do seu representante legal para a prática da eutanásia. Da mesma forma, a eutanásia agônica, em que o paciente terminal inconsciente morre sem sofrimento, e a eutanásia lenitiva, em que o objetivo é aliviar o sofrimento ou a doença incurável. Da mesma forma, a eutanásia estóica é identificada com aquela que se refere à morte para pôr fim às perturbações da vida.

Também é chamada de eutanásia teológica, que se refere à “morte em estado de graça”, que é chamada por alguns de “morte por visitação de Deus”.

DIREITO À VIDA – CONCEITO DE MORTE CLÍNICA

Ainda pelas palavras de Cabette fica claro que: “[…]a doutrina espanhola reconhece que a 'morte encefálica' define o momento da morte, conforme explicado por Arroyo Urita e outros nas XI Conferências Médico-Forenses Espanholas. A legislação brasileira segue na mesma linha. , que reconhece para efeitos legais o momento da morte em que ocorre a morte encefálica. 1° Prontuários, contendo os resultados ou laudos de exames referentes a diagnósticos de morte encefálica e cópias dos documentos de que tratam os arts.

O Conselho Federal de Medicina, pela resolução nº. A Portaria 1.480/97, de 8 de agosto de 1997, estabelece os critérios para definição de morte encefálica. Os dados clínicos e auxiliares identificados na determinação da morte encefálica deverão ser registrados no “Formulário de Declaração de Morte Encefálica” anexo a esta resolução. Artigo 4. Os parâmetros clínicos a serem observados para confirmar a morte encefálica são: coma aperceptivo com ausência de atividade motora supraespinhal e apneia.

Art 6º. Os exames complementares a serem observados para confirmar a morte encefálica deverão demonstrar de forma inequívoca: a) ausência de atividade elétrica cerebral ou, b) ausência de atividade metabólica cerebral ou, c) ausência de perfusão sanguínea cerebral105.

DISCUSSÃO ÉTICA E MORAL DA EUTANÁSIA

Questões relacionadas à moralidade e consequentemente ao comportamento ético do profissional médico são estudadas pela ética biomédica, que teve seu primeiro impulso a partir de um movimento que buscava unir os interesses da medicina com interesses éticos e ao mesmo tempo interesses humanísticos. Os temas relacionados com a ética médica têm ganhado ainda maior impacto à medida que os recursos técnicos e científicos da medicina evoluem com o objectivo de alcançar a cura ou prolongar a vida do paciente, motivando questões acaloradas relativamente aos aspectos económicos, éticos e legais associados à utilização destes novos métodos e tecnologias, tendo em conta princípios por vezes antagónicos, para sustentar a vida ou aliviar o sofrimento. Ninguém nega, muito menos nega, que os avanços na higiene e na medicina marcam de forma decisiva o nosso tempo.

A discussão sobre o papel da tecnologia no fim da vida apresenta-se como uma faca de dois gumes. Em meio a uma situação de possibilidades infinitamente maiores de manipulação da vida em sua aleatoriedade, o grito pelo resgate da dignidade humana no final da vida fica cada vez mais forte119. A bioética, em sentido amplo, seria uma resposta ética às novas situações decorrentes da ciência no campo da saúde, não tratando apenas de problemas éticos, causados ​​pelas tecnociências biomédicas, e referindo-se ao início e ao fim da vida humana, à pesquisa em seres humanos seres humanos, formas de eutanásia, distância, técnicas de engenharia genética, terapias genéticas, métodos de reprodução humana assistida, eugenia, eleição do sexo da futura prole a ser concebida, clonagem de pessoas, alteração de gênero no caso de transexualidade , a esterilização compulsória de pessoas com deficiência física ou mental, o uso de tecnologia de DNA recombinante, práticas laboratoriais para manipulação de agentes patogênicos, etc. [..] 123.

Uma coisa é cuidar da vida e prolongá-la, outra é simplesmente prolongar o inevitável processo de morrer depois que o médico sabe claramente que todo tratamento é inútil.

A EUTANÁSIA VISTA PELAS RELIGIÕES

Portanto, por mais variável que seja a posição ética sobre o tema da eutanásia, é possível perceber que a aceitabilidade desse comportamento passa necessariamente pela inclusão do conceito de dignidade humana para evitar sofrimento desproporcional ao paciente. Esta aceitabilidade é comprovada porque o Papa Pio XII já em 1957 aceitou a possibilidade de evitar o sofrimento intenso da dor através da medicação, mesmo que isso representasse uma limitação da consciência e até um encurtamento da vida, quando não existiam outros meios135. Por seu lado, a cultura budista oriental entende que o suicídio assistido é eticamente aceitável em casos de morte iminente e se o ato for motivado pela compaixão, ou seja, se for apoiado pela necessidade de evitar sofrimento prolongado e irracional da vítima. paciente terminal138.

Em qualquer caso, ele não tomará nenhuma medida para encurtar a vida do paciente. No paciente incurável, o médico fará o possível para cuidar da vida, prestar um bom atendimento, dar apoio moral e tentar libertar o paciente da dor e da agonia. emergência143. Portanto, para o mundo islâmico, levando em consideração o conceito sagrado de vida e verificando que a autonomia do paciente ou de seus familiares é inexistente, mesmo em casos de doenças terminais e sofrimento intenso, a eutanásia é rejeitada, assim como é o suicídio . Contudo, sabe distinguir e condena igualmente a extensão indefinida do sofrimento e da dor do paciente já desiludido com a ciência médica e cuja morte é apenas uma questão de tempo146.

Cada caso deve ser avaliado de forma independente, levando em consideração avaliações médicas objetivas e considerações subjetivas sobre a condição do paciente.

UMA BREVE EXPLANAÇÃO SOBRE O PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA

A qualidade da dignidade humana faz da pessoa um ser absoluto, que não é algo que possa ser medido ou equiparado, nem julgado quanto à questão de saber se a dignidade de um indivíduo é superior à de outro. Após definirmos a conceituação do princípio da dignidade humana em um breve resumo, devido ao tema do presente estudo, que se refere ao direito à morte digna, é necessário vinculá-lo ao próprio direito à vida ou ao direito à vida. direito do Estado à vida. a obrigação de proteger esse bem jurídico, que é determinada pelo art. Renato Lima Charnaux Sertã cita caso ocorrido no judiciário norte-americano a respeito da hipótese de aplicação do princípio da dignidade humana à eutanásia.

Por outro lado, na realização desta preservação deve estar sempre presente o respeito à dignidade da pessoa humana, como valor fundamental previsto na Constituição de 1988. Contudo, não se sabe que a base de sustentação da teoria que aceita a prática da eutanásia médica, é ativo, seja a própria ortotanásia, inclui, como já sublinhado, o fundamento da dignidade da pessoa. Paralelamente ao princípio maior da dignidade da pessoa humana, além de outros previstos na Constituição Federal, também funcionam os princípios da bioética e do biodireito, pautados pela consideração, proporcionalidade e razoabilidade, que serão respeitados durante as ações médicas. . na eutanásia156.

É verdade que o princípio da dignidade humana faz parte do conjunto indisponível de direitos humanos.

A TIPICIDADE DO CRIME DE HOMICÍDIONA CONDUTA MÉDICA NA

122. Arte. Crime de CC contra o património, ou seja, aquele que resulta na morte ou lesão corporal do contribuinte (é necessário julgamento do crime - artigo 158.º do CC), que não reconhece a tentativa ou forma de culpa158. Como já foi mencionado, os nossos legisladores já propuseram a permissibilidade da eutanásia passiva no âmbito do direito penal. Por fim, em relação à aprovação explícita da eutanásia, nota-se no parágrafo 4º que não há previsão sobre a palestra, ou seja, a ordem de manifestação para quem, no lugar do paciente, por não poder se manifestar, deverá apresentar sua autorização .

Ainda no campo legislativo, destaca-se a existência de lei no estado de São Paulo (art. 2º, XXIII, Lei nº 10.241, de 1999) que permite aos usuários dos serviços de saúde recusar tratamento doloroso ou extravagante com o objetivo de prolongar a vida do paciente. a vida se destaca. O que a lei geralmente protege, seja interna ou externamente (Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, artigo 6º, e Convenção Americana sobre Direitos Humanos - Pacto de São José -, artigo 4º), procura enfatizar que o direito à vida é inerente à pessoa humana e não pode ser tirada arbitrariamente. Do ponto de vista do nexo de causalidade (artigo 13.º do CC), tendo em conta a teoria adoptada pela nossa legislação (conditio sine qua non), não é possível estabelecer relação causal entre conduta e resultado nos casos de ortotanásia e indirecta. a eutanásia, uma vez que a supressão da omissão (ortotanásia) ou do ato (eutanásia indireta) em nada afeta o desfecho fatal da doença em termos de condenação criminal163.

Portanto, seja do ponto de vista, seja do ponto de vista do princípio da dignidade da pessoa humana, seja em decorrência dos princípios pedagógicos e da normatização da convivência social, há certamente a possibilidade de uma nova e diferente enquadramento, na área criminal, a eutanásia é reconhecida.

UMA NOVA PRPOPOSTA DE DEFINIÇÃO JURÍDICO PENAL DA

Referências

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