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IGREJA, POVO DE DEUS, NA PRELAZIA DO ACRE E PURUS:

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Academic year: 2023

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Igreja, povo de Deus, na prelatura do Acre e do Purus: aspectos históricos e teológico-pastorais Joaquín Pertíñez Fernández. A pesquisa sobre a caminhada da Igreja na Prelazia do Acre e do Purus possibilitou uma descoberta muito significativa.

Um povo de migrantes: nordestinos no Acre

À procura do ouro branco

O governo brasileiro não cumpriu a promessa de devolver ao seu país os soldados da borracha ao final da guerra, reconhecidos como heróis e com aposentadoria igual à do exército. O fim repentino das duas seringueiras demonstrou a incapacidade empreendedora e a falta de visão da classe dominante e dos políticos da região.

Os pobres e abandonados da floresta

Os mais velhos contaram histórias de coronéis pagando recompensas por uma orelha indiana decepada. Afetado em sua mente por uma verdadeira neurose de solidão, o homem extrativista da floresta fala sozinho ou muitas vezes começa a conversar com o gato, ou com o cachorro que costuma ter como companheiro, únicos seres que parecem compreender seu drama. e eles entendem isso. magnitude.

A vida religiosa no mundo do seringal

As festas de Natal, São João, Santo Antônio ou São Pedro, reuniam toda a população do seringal, mesmo aqueles dias e dias longe do celeiro central, onde se rezavam as litanias ou se rezava o terço. As confraternizações de Natal, a celebração da Semana da Paixão, as festas de São João e de São Pedro reuniam toda a população dos seringais no barracão central.

Criação da Prelazia e vida dos Servos de Maria

A Igreja no contexto acreano

Por um lado, a liturgia tornou-se mais digna e religiosa aos olhos dos padres italianos, mas a participação do povo permaneceu ainda mais fria e monótona35. E a obrigação do povo era batizar e casar os filhos e para isso tinham que se confessar e receber a Sagrada Comunhão39.

Presença da Igreja no seringal

Aos poucos, os sacerdotes perceberam que as exigências canônicas e litúrgicas eram incompreensíveis para o povo, por isso as afastaram dos valores mais importantes40. Aos poucos, os padres, através de visitas aos seringais, foram entrando e conhecendo a verdadeira realidade do sofrimento do povo.

Prática Pastoral

Pastoral da desobriga

Assim, o padre ficava na selva por 20 dias ou mais, senão por dois meses seguidos, dependendo da distância dos rios e do número de pessoas a frequentar. Foi uma viagem de oito dias e só havia três cabines, todas em horários que não favoreciam dormir.

Pastoral com os indígenas

Portanto, os missionários tinham uma preocupação particular na preparação sacramental dos indígenas, pois ofereciam poucas garantias de perseverança. Quanto aos nomes, Dom Próspero sugeriu que os indígenas mudassem de nome, pois não entendia o valor que o nome tinha para a tribo.

Preparando o futuro

Gradualmente, com a sua ajuda e presença, uma nova sociedade foi construída através de escolas e outras ações sociais, onde a educação e os princípios religiosos e cívicos foram inculcados principalmente na juventude. A Igreja, sem abandonar completamente as suas obrigações, iniciou uma nova evangelização com pequenos grupos, irmandades e associações consagradas, que lançou as bases para a futura acção de evangelização. Os novos tempos exigiram uma nova forma de ser Igreja, que respondesse às necessidades que o mundo pedia.

Concílio Vaticano II

Renovação e atualização

Esta intervenção forçou o adiamento, e assim o Espírito Santo, e não a Cúria, passou a presidir aos trabalhos do Concílio, garantindo a liberdade de expressão e a certeza de que não haveria coerção e que a Igreja se reconsideraria seriamente. Houve alguma resistência à renovação proposta pelo Concílio, pois muitos entendiam que a Igreja não precisava dessa renovação, mas sim de manter a doutrina de Trento e terminar a doutrina do Vaticano I, que havia permanecido inacabada. O Papa estava convencido de que a Igreja viveu um momento único, um momento de grande alegria e de esperança ao mesmo tempo: “Que Deus conceda que o vosso trabalho e o vosso trabalho, para o qual se dirigem não só os olhos de todos os homens, mas também a esperança do mundo.

Eclesiologia do Vaticano II

A Constituição da Lumen Gentium materializou a nova forma de pensar a Igreja, baseada numa nova concepção de Igreja, a Igreja como Povo de Deus. Assim, o Povo de Deus tornou-se o conceito básico de toda a Lumen Gentium, uma das maiores originalidades da Constituição e do Concílio”89. Não foi preciso ser um gênio para descobrir que a chave da igreja conciliar era o conceito do povo de Deus.

Novos conceitos eclesiológicos na Lumen Gentium

  • Igreja, Povo de Deus
  • Igreja, Povo sacerdotal
  • Sacerdócio comum dos fiéis
  • Igreja, sacramento de salvação
  • Vocação universal à santidade

Podemos assegurar-vos que a adopção do conceito de Povo de Deus foi um momento de conversão da Igreja aos seus princípios teológicos. Os dois sacerdócios existentes na Igreja, o sacerdócio comum e o sacerdócio ministerial, devem unir-se em benefício do Povo de Deus, sendo sempre a unidade e a comunhão as suas principais características. A santidade é a vocação de cada um, em harmonia com o seu estado de vida, e cada membro do Povo de Deus tem a sua maneira particular de viver a santidade.

Igreja Povo de Deus: Conceito eclesiológico chave da

  • Mistério de comunhão em Cristo
  • Vivificada pelo Espírito
  • Contribuição do episcopado brasileiro ao Concílio
  • Igreja ministerial
  • A Igreja e a Palavra de Deus

O povo de Deus não é um povo separado, completamente isolado e alienado da vida e da prática de outros povos. O conceito de Povo de Deus foi a principal contribuição teológica do Vaticano II e condicionou todos os documentos conciliares. A recuperação do conceito eclesiológico Povo de Deus é um momento de conversão da Igreja aos seus próprios princípios.

Medellín: O Povo de Deus na América Latina e

Igreja dos pobres

Tratava-se de “estar com os pobres; viva como os pobres; viver para os pobres. À medida que a Igreja se abre ao povo, ela própria se torna cada vez mais povo de Deus; Na medida em que o povo, e especialmente os pobres e oprimidos da sociedade, se reúnem para ouvir a palavra de salvação e de libertação, realizam concretamente na história a Igreja de Jesus Cristo»157. Quando os pobres estão no centro, tornam-se o centro da igreja e dão direção e significado a todas as suas estruturas e atividades158.

CNBB: Fecundo exercício de colegialidade

  • Organização da ação pastoral
  • Plano de Pastoral de Conjunto (PPC)

O Plano Pastoral Conjunto (PPC) para 1966-1970 foi o que possibilitou a aplicação articulada de todas as riquezas do Concílio pela Igreja no Brasil. A decisão mais importante do Plano Pastoral Conjunto foi propor um novo modelo de Igreja que facilitasse a plena participação de todos os batizados na base da sociedade e da Igreja. Com o novo Plano Pastoral pretendia-se que, pouco a pouco, cada Igreja particular se renovasse à imagem da Igreja do Concílio Vaticano II.

Santarém: “Cristo aponta para a Amazônia”

A transformação ocorrida no interior da Igreja teve um impacto profundo na mudança de rumo do trabalho pastoral na região amazônica. O documento de Santarém era a carteira de identidade da Igreja da Amazônia, que tentava oferecer pistas de ação em benefício da evangelização do povo amazônico. A pobreza evangélica da Igreja era necessária como testemunho da situação de pobreza e miséria social do povo.

Nova forma de ser Igreja no Brasil

CEBs, origem e desafios

Também permitiram a participação de todos os batizados como membros do único povo de Deus. A CEB implementa o conceito de Igreja fraterna, de Igreja-comunidade, de Igreja-Corpo de Cristo, de Igreja-Povo de Deus. 198 A palavra eclesiogênese, cunhada por Leonardo Boff, significa a criação da Igreja, que nasce da fé do povo.

Características das CEBs

Ali os pobres eram valorizados e os seus pensamentos acolhidos, podiam falar abertamente e a sua cultura era reconhecida. A Igreja que se faz pobre, ainda mais, que faz com que os pobres se sintam Igreja, na medida em que forma a Igreja dos pobres, com a sua cultura dos pobres, com a sua situação saqueada (e profética para os denunciados) , com seu modo de vida. de celebrar Jesus Cristo que se fez pobre (cf. 2Cor 8,9) com confiança no Espírito Santo, “pai dos pobres”, tal Igreja torna-se efetivamente sacramento de libertação e pode apresentar-se como portadora do mistério da integralidade. libertação205. Em suma, a nova comunidade eclesial permitiu que os pobres se tornassem o Povo, o Povo de Deus, e não apenas pessoas que sobraram das grandes massas sociais e sobreviventes de uma vida discriminatória e cruel.

Eclesiologia das CEBs

As celebrações sacramentais deixaram de ser factos da vida estritamente pessoal de cada indivíduo e adquiriram um importante valor comunitário. Foi um grande passo em frente na vida da igreja e uma valiosa contribuição para a prática da vida cristã. Porque somos seguidores do Evangelho e assumimos a causa do mártir Jesus de Nazaré, podemos dizer que a CEB é marcada todos os dias pelo martírio que acontece na vida das pessoas, porque assumimos com ele e com eles e eles, o nosso Mártires, as causas da justiça, da paz, da terra livre, da vida honesta, da ecologia integral208.

Dom Giocondo: presença missionária e pastoral na Igreja

  • Novos tempos para a Igreja: dos Movimentos tradicionais
  • Primeiro Plano de Pastoral: ir ao encontro do povo
  • Igreja ministerial: Protagonismo dos leigos
  • A Palavra de Deus: luz e alimento das Comunidades
  • MCS: Veículo de unidade e comunhão

A implementação desta experiência foi o resultado de uma decisão subjetiva desta equipa com o consentimento oficial de Don Gioconda. Foram organizados vários níveis de formação para catequistas, observadores e animadores que, de uma forma ou de outra, criarão pequenas comunidades de vida fraterna à luz da Palavra de Deus. Poesias, desenhos, cartazes eram práticas comuns onde se mostravam as emoções das pessoas em busca de uma vida melhor.

Novo Povo de Deus

Igreja pobre e dos pobres

Do ponto de vista da Igreja entre os pobres (os empobrecidos e os pobres) são julgadas outras realizações do mistério da Igreja na sua função salvífica. A Igreja aproxima-se dos pobres e identifica-se com eles, e os pobres emergem dentro da Igreja como sujeitos eclesiais. Afinal, tratava-se de ver se ele, para os pobres, se tornava um com os pobres, para que finalmente acabasse sendo para os pobres.

CEBs no Acre: Missão, sair do templo

As CEBs começaram a construir o reino de Deus, não dentro das quatro paredes da sacristia, mas onde o povo trabalhava e lutava, sofria e se alegrava, vivia no cansaço de uma vida eternamente incerta. Uma igreja livre de arranjos e estruturas burocráticas que escravizam em vez de ajudar as pessoas a desenvolverem uma consciência e um espírito cristão260. Pois se é da vontade de Deus que vocês sofram, é melhor que seja para o bem e não para o mal”.

Formação ética e cristã de líderes para a vida

As CEBs ajudaram todas as paróquias, gigantes adormecidos, a acordar e cumprir a sua missão nas bases populares, nomeadamente a missão de anunciar, organizar e promover a salvação integral, pois o objectivo principal era salvar todo o ser humano, com valores espirituais e valores sociais. 265 A morte de um dirigente sindical provocou grande reação popular: “Havia entre os observadores de Brasileia pessoas que haviam participado do 'mutirão contra a jagunçada'. A Igreja, novo Povo de Deus, colocou-se ao serviço do povo, no meio do mundo, contra o núcleo da sociedade e os seus principais interesses.

Vidas a serviço da vida

A hierarquia seguiu o rumo marcado pelos sinais dos novos tempos, e o sacerdócio eclesial-servo institucional foi colocado ao serviço do Povo de Deus, o sacerdócio comum da Igreja dos fiéis. O Concílio Vaticano II renovou o ar da Igreja, dando um novo aspecto às suas estruturas e colocando o povo no seu lugar como elemento central da vida da Igreja. A Lumen Gentium deu a volta eclesiástica, colocando o Povo de Deus no centro da Igreja e a hierarquia ao seu serviço.

Referências

Documentos relacionados

A Igreja é, assim, antes de tudo, a presença de Cristo na palavra, no sacramento e no amor que gera comunhão entre os libertos; ela é o sacramento da verdade e do amor