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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ MEC

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Academic year: 2023

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No capítulo 2 – “Bibliotecas e outros espaços promotores de leitura” – tratamos da falta de estudos de espaços promotores de leitura, e explicamos a estratégia que tem sido desenvolvida para a fundamentação teórica e estrutura da proposta. Para a implementação do projeto “Para além da biblioteca: as salas escolares como promotoras de leitura interativa” o método mais adequado é a Investigação-Ação.

LEITURA, LETRAMENTO E LETRAMENTO LITERÁRIO

No contexto da literatura, entendemos a alfabetização como o domínio de um conjunto de habilidades necessárias à leitura, compreensão e escrita de textos literários. Não evitaremos a oportunidade de tecer algumas reflexões sobre o ensino da leitura de textos literários.

O NASCIMENTO DA BIBLIOTECA ESCOLAR

A referida lei esclarece ainda que se entende por biblioteca escolar o acervo cultural constituído por livros físicos, documentos gravados, materiais videográficos e outros materiais sob qualquer forma destinados à consulta, leitura, estudo ou pesquisa. Nessa época, a maioria dos programas que começaram como disciplinas de biblioteconomia haviam mudado para ciência da informação. Contudo, a primeira tese de mestrado (ANNES, 1975) e a primeira tese de doutorado (MAGALHÃES, 1992) são ambas na área da Educação.

Diferentemente do que se viu em Alexandria, um rico acervo de cultura universal, as bibliotecas medievais da Europa transformaram-se em espaços extremamente conservadores e com um acervo limitado, cujo número muito limitado de obras tratava do que era considerado “adorável” e digno dos cristãos (BATTLES, 2003 ). , página 65). O que influenciou a identidade cultural dos cristãos romanos nas comunidades primitivas organizadas em torno de mosteiros nos primeiros séculos da era cristã. Um estudo das origens e mudanças em torno do tema da biblioteca, por mais breve que seja, permite-nos perceber que muito do que temos hoje, seja ao nível das funções que lhe são atribuídas, da organização dos seus espaços, ou dos tipos de comportamento convencionalmente apropriado para um recinto, tem origem na Idade das Trevas.

BREVE HISTÓRICO DA LEITURA

Fisher (2006), embora trate da história da leitura do outro lado do Oceano Atlântico, permite compreender a leitura como um fenômeno universal observado desde os tempos primitivos. Tal informação não existe fora da experiência de leitura e é improvável que seja adquirida na ausência dessa leitura específica. Mais recentemente”, com o advento das novas tecnologias digitais e das mídias sociais, por exemplo, “a extração de informações codificadas de telas eletrônicas” foi incluída nos significados da leitura (FISHER, 2006).

Silva (1987), um dos primeiros a utilizar o termo “pedagogia da leitura”, defende que a leitura é uma ponte que dá ao leitor individual acesso à consciência, interpretação e compreensão de estar no mundo. Maia (2007) defende a causa da leitura e a define como um ato de natureza social, histórica e política no âmbito da cognição. Portanto, o que era considerado “leitura” no passado geralmente nada mais é do que uma comparação arbitrária baseada no que hoje é definido como leitura.

ESPAÇOS, AMBIÊNCIA E SUA INFLUÊNCIA SOBRE OS SUJEITOS

Segundo Pino, essa teoria desorganizou o conhecimento predominante das categorias clássicas de tempo e causalidade, matéria e espaço (PINO, 1996, p. 52). Afirma ainda que a construção deste espaço é resultado de escolhas conscientes e como num cenário de peças de teatro onde cada objeto é colocado de forma a compor o ambiente para preencher os espaços e eliminar os vazios (MICELI, 1996, pág. 10). Essa busca pela conceituação do espaço não pode ser concluída sem a busca pela compreensão do que é o espaço escolar.

Para Vieira (2000), todas as relações que existem dentro da escola sofrem com a interferência do espaço. Na sua perspectiva, a escola é um espaço privilegiado onde podem ser criados novos espaços e caminhos para a construção de uma nova sociedade (VIEIRA, 2000, p. 53). O que te coloca dentro de um ambiente, ou seja, dentro de uma inter-relação de percepção, identificação ou não com o ambiente em que você se encontra ou deve estar inserido.

SOBRE O AMBIENTE ESCOLAR

Criar condições de leitura não significa apenas levar os alunos à biblioteca uma vez por semana. Tentaremos também explicar o que significa um espaço interativo que promove a leitura na perspetiva deste projeto. O desenvolvimento da proposta de intervenção deve ser baseado no diálogo entre todos os segmentos: alunos, professores, gestores, coordenadores, pais e responsáveis.

O projeto de intervenção “Para além da biblioteca: os espaços escolares como promotores interativos da leitura” propõe a criação no ambiente acima descrito de espaços alternativos para a prática da leitura, debate e outras atividades que incluam todas as componentes do currículo. Não se esqueça que salas que atualmente funcionam como depósitos de lixo podem ser decoradas com os mesmos móveis restaurados e transformadas em espaços de incentivo à leitura. Temos consciência de que a transformação do ambiente escolar em espaços que incentivam a leitura deve ocorrer a partir do que foi descartado por algum motivo e dar-lhe uma nova função e significado.

O QUE CARGAS D’ÁGUA SÃO ESPAÇOS PROMOTORES INTERATIVOS

Os espaços interativos que promovem a leitura são uma tentativa de aproximar o aluno do assunto a ser lido, reconhecendo que parte do ensino consiste em 'orientar o acesso dos alunos ao patrimônio cultural da humanidade, a fim de facilitar a reflexão sobre o que aprendem, incentivando o desenvolvimento da capacidade de pensar e cuidar da formação da cidadania” (SILVA, 2011, p.103). É exatamente isso que os espaços de leitura interativa devem fazer: estimular o desejo de ler de cada aluno. A ideia de espaços interativos que promovam a leitura se reflete nas palavras de Frantz (2011) quando afirma que cabe ao professor sugerir e incentivar os alunos a utilizar todos os recursos e técnicas disponíveis.

No caso específico do Colégio Municipal Governador Paulo Souto, sugerimos que as intervenções nos espaços de promoção sejam realizadas pelo menos uma vez para cada unidade. Em situações como esta, os espaços podem (e devem) ser (re)decorados pelos próprios alunos; adaptado às necessidades do momento. Também poderia ser sugerido que cada turma confeccionasse um ou mais tapetes e algumas almofadas com o objetivo de criar um espaço de leitura itinerante que os professores possam utilizar quando e onde precisarem, inclusive na própria sala de aula.

FLÂNERIE: PERAMBULAR ENTRE LIVROS

Compreendemos a urgência de apresentar propostas que possam, se não resolver, pelo menos resolver o grave problema da leitura nas nossas escolas. Ao projetarmos espaços interativos de promoção da leitura, pensamos também em como poderíamos melhorar o caminhar dos alunos, fazendo do seu passeio pelos ambientes um momento de contato com o livro, com o outro e com o ambiente na perspectiva da descoberta. charme e a possibilidade de apresentar a aventura da leitura de forma mais atrativa e significativa. Nosso pensamento sobre espaços que promovam a leitura interativa confirma o que Careri (2003) afirma quando diz que as caminhadas, embora não sejam uma construção de um espaço físico, podem sempre envolver uma transformação do lugar, a transformação dos significados do lugar. , embora não de forma tangível, as mudanças culturais ocorrem no espaço “e, em consequência, o próprio espaço, transforma-o em lugar” (CARERI, 2003, p.51), em “meu lugar”.

Segundo Magnani (2002), quem caminha observa, investiga e compartilha o ambiente do local; tornando-se assim um intérprete da coisa analisada, da qual deriva significados e constrói significados sociais que são construídos. Para que a experiência de leitura se identifique com o ambiente escolar, bem como com os espaços interativos promotores de leitura por eles construídos. Se pegar um livro e lê-lo nos permite viajar por mundos e épocas distantes, as possibilidades que podem ser exploradas com livros em mídias e plataformas digitais são imensuráveis.

EXPERIÊNCIAS DE LEITURA EM ESPAÇOS ESCOLARES

Em nossa experiência docente, temos visto ações bem-sucedidas no que diz respeito à promoção e motivação da leitura. Para que o ensino da leitura tenha sucesso, as ações devem ser planejadas, pensadas, portanto o exercício da ação-reflexão-ação, que discutimos nas seções anteriores, deve ser uma prática contínua, pois ao fazê-lo estaremos consciente da dimensão dos problemas que se deve enfrentar e dos caminhos que se deve seguir. Estratégias de leitura” é um tema muito bem explorado por Isabel Solé, que tem uma obra homónima (SOLÉ, 1998); para trabalhar com oficinas sugerimos Læseværksted, de Ângela Kleiman (2013).

Isabel Solé afirma enfaticamente que a intenção de seu livro não é fornecer ao professor um manual com receitas prontas que ensinem a resolver problemas no ensino da leitura. Quão importante é a estratégia, a definição de uma metodologia e a definição de um conceito de leitura para o processo de ensino da leitura. O posicionamento correto da voz para cada tipo de leitura – poema, crônica, anedota, etc., o comportamento correto para cada tipo de pontuação, etc.

O DILEMA DA LEITURA

Por acreditarmos que o momento da leitura é urgente e urgente, fazemos questão de que a resposta também ocorra no mesmo tom, ou seja, com urgência. A título de exemplo, citamos o facto de a responsabilidade pelo ensino da leitura ser da exclusiva responsabilidade do professor de português. Quando entendemos o que foi dito acima à luz da realidade do subúrbio onde está localizada a nossa escola e o que ela representa para a comunidade, o ensino da leitura deve adquirir aquele aspecto dramático emergente mencionado anteriormente.

Aprender a ler deveria ser uma prática diária, especialmente nas comunidades suburbanas; considerando que aqui as desigualdades revelam-se ainda mais opressivas e cruéis. Outra abordagem, ainda no domínio dos adultos, é o desenvolvimento de estratégias para o desenvolvimento do ensino da leitura. Esta iniciativa, além de incentivar a prática da leitura, serve para revelar aos alunos o nível de importância que a instituição dá à questão da leitura.

O DILEMA DA LEITURA E O ÓCIO

A pesquisa-ação é um modelo de pesquisa que se realiza sobre a prática do pesquisador ou grupo de pesquisa (CARR; KEMMIS, 1986). Ao mesmo tempo, na década de 1970, na França, sob a influência de Pierre Bourdieu, Barbier apresentou a teoria da pesquisa-ação institucional. Afirma que a pesquisa-ação centra-se no campo da pesquisa em educação na perspectiva da dialética, a partir de uma racionalidade crítica com Habermas.

Para atender às necessidades desse contexto, a pesquisa-ação foi um dos métodos considerados pelos sujeitos envolvidos. Segundo Thiollent (2011), uma questão que sempre surge é a diferenciação entre Pesquisa-Ação e Pesquisa Participativa. Thiollent (2011) sustenta que para que não haja ambiguidade neste problema, ele deve ser classificado como pesquisa-ação quando há atuação das pessoas envolvidas no problema que está sendo investigado.

Diante do exposto, pensamos em orientar nossas ações com base nos princípios da pesquisa-ação; entendendo que este método melhor se adapta às características da proposta. 3º Durante a jornada pedagógica de abertura do ano letivo, será ministrada uma oficina sobre o tema pesquisa-ação em educação e espaços promotores da leitura.

Referências

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Considerando os desafios que essa comunidade enfrenta, bem como a falta de assistência por parte do poder público e o alto grau de fragilidade social, na qual a Vila Cachoeira se