• Nenhum resultado encontrado

universidade federal do recôncavo da bahia

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2023

Share "universidade federal do recôncavo da bahia"

Copied!
96
0
0

Texto

MEDICAMENTOS E PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIRAS (PFNM): produtos utilizados e comercializados em seis municípios do território de. Plantas medicinais e produtos florestais não madeireiros (PFNM): produtos utilizados e comercializados em seis municípios do Recôncavo da Bahia, Brasil / Paulo Silas Oliveira da Silva._ Cruz das Almas, BA, 2013.

INTRODUÇÃO

Inicialmente, o trabalho tem como objetivo apresentar elementos conceituais sobre o tema e subtemas relacionados à etnobotânica, às plantas medicinais e à construção do conhecimento tradicional, por meio da análise de pesquisas e trabalhos na área. A seguir, apresenta um breve histórico de informações sobre o uso de plantas medicinais e PFNMs; Pretende-se também apresentar aspectos ecológicos, ambientais, econômicos, sociais, culturais e jurídicos.

REVISÃO DE LITERATURA

O conhecimento tradicional, a etnobotânica e outros conceitos

A etnobotânica é uma criação científica de uma área do conhecimento tradicional, aqui representada pelo uso tradicional dos recursos vegetais. Nas pesquisas etnofarmacológicas, a abordagem combina conhecimentos tradicionais, vinculando o uso de plantas a estudos químicos e farmacológicos (ELISABETSKY, 2003).

Breve histórico do uso de plantas medicinais e PFNMs no Brasil e na Bahia

Na cultura africana, além do seu uso terapêutico para doenças físicas, o uso das plantas estava fortemente ligado à religião, à cura de doenças mentais e ao sobrenatural. Na região do Recôncavo da Bahia, a cultura afro-brasileira mantém um grau significativo de expressão na comercialização de plantas rituais e medicinais. Algumas variedades são facilmente encontradas em feiras livres urbanas, principalmente relacionadas às principais religiões afro-brasileiras como Candomblé, Umbanda e Quimbanda.

Aspectos ecológicos e ambientais

Jardins, quintais e reservas de plantas medicinais são alternativas viáveis ​​para exploração de uso e comercialização visando geração de renda e redução de custos. Em 1988, o Fórum Internacional sobre a Conservação de Plantas Medicinais destacou preocupações sobre a perda da flora medicinal devido à destruição do seu habitat e à redução da variabilidade genética e de práticas de recolha insustentáveis;

Aspectos econômicos e sociais

  • A propriedade intelectual, a bioprospecção e a indústria de medicamentos

O comércio de plantas medicinais, rituais e PFNMs em cidades de pequeno, médio e grande porte mostra que o uso da biodiversidade vegetal está incorporado nos hábitos das comunidades urbanas (ALVES; ROSA, 2007; ALVES et al., 2008). Em muitas feiras e mercados informais, o comércio de plantas medicinais, rituais e PFNM faz parte de uma rede que inclui: colectores, corretores e fitoterapeutas, produtores de mandioca, produtores de raízes e o consumidor final. Além disso, a criação e promoção de grandes e estruturados negócios formados por empresas com grande contribuição econômica para atuar no ramo de plantas medicinais e fitoterápicos, regulados por órgãos estatais, baseia-se quase exclusivamente na grande quantidade de impostos que podem ser gerados . , eles não são a solução para esta demanda principalmente social.

O que temos visto é o modesto desenvolvimento da pesquisa nacional se comparado ao trabalho de pesquisadores e especuladores internacionais no estudo de plantas medicinais e substâncias de interesse farmacológico e industrial. Rezende e Ribeiro (2005), após realizarem estudos com representantes do setor de plantas medicinais das cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, a respeito do conhecimento tradicional, das plantas medicinais e da propriedade intelectual, constataram que o principal obstáculo para a estruturação desses atores é a influência sobre a proteção dos seus direitos e da produção, a inserção da lógica de mercado entre eles, é observada nas falas individualistas dos entrevistados.

Aspectos culturais e Legais

  • O Território Recôncavo da Bahia
  • A Política e o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos
  • A ANVISA e a regulamentação estatal no uso de e fitoterápicos

Pela Decisão nº. Pela Portaria nº 5.813, de 22 de junho de 2006, foi aprovada a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNMPF), que atribui responsabilidades multiministeriais à criação do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, sob gestão do Ministério da Saúde, que também contribuem com responsabilidades para a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a FIOCRUZ (Fundação Oswaldo Cruz). Entre as orientações, a de número 10, diz: “Promover e reconhecer práticas populares de uso de plantas medicinais e remédios caseiros”. No que diz respeito à gestão de plantas medicinais, é da responsabilidade o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, no ponto 3.1.1.

2º É proibida a comercialização de plantas medicinais e fitoterápicos elaborados com base nas etapas mencionadas no parágrafo primeiro. Considerando esse aspecto, cabe questionar o envolvimento da economia dos povos e comunidades tradicionais nesse processo produtivo, levando em consideração os pressupostos da Política e do Programa de Plantas Medicinais e Fitoterápicas.

O papel do Engenheiro Florestal em relação ao manejo e cultivo de plantas

O Engenheiro Florestal entra em contato com populações tradicionais em empreendimentos de manejo e extrativismo para comercialização, como. No âmbito da Agricultura Familiar, a atuação do Engenheiro Florestal através da criação e gestão de Sistemas Agroflorestais – SAFs, baseados em práticas Agroecológicas, constitui uma alternativa viável na proteção do solo e da água, na diversificação de produtos e na segurança econômica e alimentar. . O Engenheiro Florestal pode, através do conhecimento da ecologia florestal, das práticas florestais, do manejo e estoque florestal, da biotecnologia, da adubação, da economia, ampliar a produção rural e promover a conservação do germoplasma de interesse, melhorar as condições edafoclimáticas de uma determinada região através do manejo de bacias do sistema hidrográfico e a oferta de opções de criação de animais como abelhas, por exemplo.

São cerca de 12,3 milhões de brasileiros, mas a agricultura familiar ocupa apenas 24,3% da área ocupada pela agricultura total. O papel do engenheiro florestal nesta área aumentará à medida que a sociedade se consciencializar do potencial socioeconómico das florestas e dos recursos naturais.

METODOLOGIA

Identificação da área de Estudo

Os mercados ao ar livre nos municípios realizam-se em local separado, próximo dos mercados municipais, mas não têm uma estrutura fixa. As barracas são cobertas com lonas e plásticos, e os bancos onde são colocados os produtos à venda são colocados na rua ou dentro do mercado municipal, em alguns casos são levados e levados até a casa dos feirantes. As feiras apresentam grande diversidade de produtos, com destaque para Cruz das Almas, Cachoeira e Muritiba, onde esses espaços e a diversidade de produtos oferecidos para consumo parecem ser maiores.

A circulação de pessoas e animais é constante nesses espaços, os produtos ficam expostos e podem apresentar algum tipo de contaminação.

A coleta de informações será limitada a um alcance máximo de 20 espécies no total, por informante; selecionando-os com base na maior demanda ou nas espécies mais vendidas. Os entrevistados não foram identificados, suas falas foram transcritas e eventualmente apresentadas no trabalho, seu livre consentimento para participação foi gravado em áudio, pelos motivos já explicados. Durante a coleta de dados foram realizadas 15 visitas a feiras de municípios selecionados em diferentes datas e dias da semana, por parte de alguns informantes, outros feirantes e consumidores, havia comerciantes de produtos similares que não frequentavam os mesmos locais. Tempo.

As entrevistas foram transcritas e analisadas para apresentar dados socioculturalmente representativos dessas comunidades, e os depoimentos, quando necessário, foram utilizados em citações no texto. Após a análise dos dados, foram apresentados os resultados e a discussão comparativa com os pontos abordados na literatura sobre o tema, permitindo uma possível interpretação dos fenômenos relacionados ao uso e comercialização desses produtos ocorridos nessas comunidades da amostra.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Aspectos etnobotânicos

Hb) Chá Losna das folhas para anemia, azia. catarro, febre, dor de estômago e tratamento de diabetes. Raízes em bebida ou como chá para tratar infecções cardíacas causadas por barbearias e picadas de cobra; tratamento de problemas de próstata e gripe; Hb) Masculino Alho Olhos malignos, corando e. Ar) Chá de anis estrelado ou infusão da fruta e da semente em água fria para tratar acidente vascular cerebral. prisão de ventre e como xarope para gripe;

Não identificado Não identificado (Ar) Semente de umbigo indiano em infusão para cólicas e dores abdominais. Das folhas utilizadas, apenas 6,45% dos PFNM são provenientes do extrativismo de formações florestais do Recôncavo e de outras localidades do semiárido. Algumas são revendidas e adquiridas em Feira de Santana, BA, disseram os informantes. O impacto ambiental da retirada das folhas é menor que o impacto da retirada da casca até certo limite de tolerância da planta.

Tabela 1 – Identificação de plantas medicinais, PFNMs e seus usos tradicionais, comercializados e citados como os mais vendidos nos  municípios de: Cachoeira, Cruz das Almas, Muritiba e Sapeaçu, Bahia, Brasil
Tabela 1 – Identificação de plantas medicinais, PFNMs e seus usos tradicionais, comercializados e citados como os mais vendidos nos municípios de: Cachoeira, Cruz das Almas, Muritiba e Sapeaçu, Bahia, Brasil

Aspectos Socioeconômicos

Os informantes explicaram que muitas pessoas vêm aos quiosques para aconselhamento sobre o tratamento de doenças, outras vêm e apenas perguntam sobre os tipos. Durante as entrevistas pôde-se observar que a comercialização de plantas medicinais, rituais e PFNMs nesta localidade está fortemente relacionada com a cultura das pessoas que a demandam. A resposta à questão sobre a ligação entre o consumo de plantas medicinais e a dificuldade de acesso aos serviços de saúde públicos e privados e ao acesso a medicamentos laboratoriais foi unânime.

Embora tenham consciência das dificuldades de acesso aos serviços públicos de saúde, os informantes destacam que é comum entre as pessoas a possibilidade das plantas medicinais, mesmo em grupo, realizarem a prática dos pais e repassarem e incentivarem seus filhos e netos. para usá-los. desses recursos. Quando questionados sobre o sentimento pessoal de fornecer informações e orientações tão relevantes às pessoas, todos os informantes afirmaram sentir uma satisfação pessoal e uma sensação de felicidade em trabalhar para vender esses produtos.

CONCLUSÕES

Verificou-se que a maior parte das plantas e produtos provém do extrativismo (70%), e grande parte provém do semiárido baiano, adquiridos por meio de compra na região de Feira de Santana, onde parece haver uma distribuição de plantas. medicamentos da rede e PFNM da Caatinga, segundo informações dos entrevistados. Quanto à comercialização de plantas rituais, constatou-se que há maior expressão do comércio desses produtos em Cachoeira e Cruz das Almas. Pode-se inferir que o comércio de plantas medicinais participa de uma espécie de economia solidária regional, necessitando de mais pesquisas para a compreensão desses fenômenos sociais.

De maneira geral, pode-se concluir que no território do Recôncavo baiano, entre os municípios selecionados, há semelhança no hábito e valorização do uso de plantas medicinais, rituais e PFNMs, embora não tenha sido encontrada atividade comercial desses produtos em todos municípios, é inegável a existência de atividade comercial nesta área. A atividade perdura desde a antiguidade, indicando que a etnobotânica das plantas medicinais e dos PFNM tem raízes culturais entre as populações destes locais, constituindo o seu património imaterial.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Levantamento de plantas medicinais em comunidades de Rio Novo do Sul, Iconha, Itapemirim e Cahoeiro de Itapemirim. Contribuição dos quintais agroflorestais para a conservação das plantas da Caatinga, Município de Caruaru, PE, Brasil. Plantas medicinais e ritualísticas comercializadas em feiras livres na cidade do Rio de Janeiro, RJ, Brasil: estudo de caso nas zonas Norte e Sul.

Disponível em: . Pesquisa etnobotânica de plantas medicinais utilizadas por moradores da aldeia de Manejo, Lima Duarte – MG. Disponível em: < TTP://economia.terra.com.br/brasil-rural/plantas-medicinaistem-potencial-inexplorado-nobrasil,7e8db8ecfe0fe310.

Tabela 4 – Roteiro de entrevista para identificação dos aspectos socioeconômicos e culturais do comércio e uso de plantas medicinais e PFNM neste trabalho.

MAPA 1 – Mapa do Território de Identidade 21 – Recôncavo da Bahia
MAPA 1 – Mapa do Território de Identidade 21 – Recôncavo da Bahia

Imagem

Tabela 1 – Identificação de plantas medicinais, PFNMs e seus usos tradicionais, comercializados e citados como os mais vendidos nos  municípios de: Cachoeira, Cruz das Almas, Muritiba e Sapeaçu, Bahia, Brasil
Tabela 1 – Identificação de plantas medicinais, PFNMs e seus usos tradicionais, comercializados e citados como os mais vendidos nos
Tabela 1 – Identificação de plantas medicinais, PFNMs e seus usos tradicionais, comercializados e citados como os mais vendidos nos
Tabela 1 – Identificação de plantas medicinais, PFNMs e seus usos tradicionais, comercializados e citados como os mais vendidos nos
+7

Referências

Documentos relacionados

Bases da etnobotânica aplicada à conservação Manejo e conservação de produtos florestais madeireiros Manejo e conservação de produtos florestais não madeireiros Métodos etnobotânicos