REVISTA
BRASILEIRA
DE
ANESTESIOLOGIA
PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologia www.sba.com.brARTIGO
DE
REVISÃO
Efetividade
da
associac
¸ão
da
anestesia
regional
à
anestesia
geral
na
reduc
¸ão
da
mortalidade
em
revascularizac
¸ão
miocárdica:
metanálise
夽
Fabiano
Timbó
Barbosa
a,∗,
Rafael
Martins
da
Cunha
b,
Fernando
Wagner
da
Silva
Ramos
a,
Fernando
José
Camello
de
Lima
a,
Amanda
Karine
Barros
Rodrigues
a,
Ailton
Mota
do
Nascimento
Galvão
a,
Célio
Fernando
de
Sousa-Rodrigues
ae
Paula
Monique
Barbosa
Lima
aaUniversidadeFederaldeAlagoas,Maceió,AL,Brasil bHospitalUnimed,Maceió,AL,Brasil
Recebidoem22demarçode2014;aceitoem13demaiode2014 DisponívelnaInternetem3demarçode2015
PALAVRAS-CHAVE
Anestesiageral; Anestesianeuroaxial; Mortalidade;
Metanálise; Revascularizac¸ão miocárdica
Resumo
Introduc¸ãoeobjetivos: Aanestesianeuroaxial(AN)vemsendoutilizadaemassociac¸ãocoma anestesia geral(AG) pararevascularizac¸ãomiocárdica,entretantoaanticoagulac¸ãodurante a cirurgia torna questionável a viabilidade dos benefícios mediante o risco de hematoma deespac¸operidural.Oobjetivodesteestudofoiexecutarmetanálisesanalisandoaefetividade daANassociadaàAGcomparadaàAGisoladaparaacirurgiaderevascularizac¸ãomiocárdica relativaàreduc¸ãodamortalidade.
Métodos: Foramanalisadosmortalidade,arritmias,acidente vascularcerebral(AVC), infarto miocárdico(IM),tempodeinternac¸ãohospitalar(TIH), tempodeinternac¸ãoemunidadede terapiaintensiva(TUTI),reoperac¸ões,transfusãosanguínea(TS), qualidadedevida,graude satisfac¸ãoedisfunc¸ãocognitivapós-opertória.Adiferenc¸amédia(DM)ponderadafoiestimada para as variáveis contínuas e riscorelativo (RR) ea diferenc¸a derisco (DR)para variáveis categóricas.
Resultados: Analisados 17 artigos originais. Metanálise da mortalidade (DR=---0,01; IC 95%=---0,03 a 0,01), AVC (RR=0,79; IC 95%=0,32 a 1,95), IM (RR=0,96; IC 95%=0,52 a1,79)eTIH(DM=---1,94;IC 95%=---3,99 a0,12)não demonstraramsignificânciaestatística. Arritmiafoimenos frequentecomAN(RR=0,68;IC 95%=0,50a0,93).OTUTIfoimenor no comAN(DM=---2,09;IC95%=---2,92a---1,26).
夽 Localdapesquisa:UniversidadeFederaldeAlagoas,Maceió,AL,Brasil.
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:fabianotimbo@yahoo.com.br(F.T.Barbosa). http://dx.doi.org/10.1016/j.bjan.2014.05.012
Conclusão:Nãoseobservaramdiferenc¸asestatisticamentesignificantesquantoamortalidade. Acombinac¸ãodeANeAGmostroumenorincidênciadearritmiasemenorTUTI.
©2014SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todosos direitosreservados.
KEYWORDS
Generalanesthesia; Neuraxialanesthesia; Mortality;
Meta-analysis; Coronaryartery bypass
Effectivenessofcombinedregional-generalanesthesiaforreducingmortality incoronaryarterybypass:meta-analysis
Abstract
Backgroundandobjectives: Neuraxialanesthesia(NA)hasbeenusedinassociationwithgeneral anesthesia(GA)forcoronaryarterybypass;however,anticoagulationduringsurgerymakesus questiontheviabilityofbenefitsbytheriskofepiduralhematoma.Theaimofthisstudywas toperformameta-analyzesexaminingtheefficacyofNAassociatedwithGAcomparedtoGA aloneforcoronaryarterybypassonmortalityreduction.
Methods:Mortality,arrhythmias,cerebrovascularaccident(CVA), myocardialinfarction(MI), lengthofhospitalstay(LHS),lengthofICUstay(ICUS),reoperations,bloodtransfusion(BT), qualityoflife,satisfactiondegree,andpostoperativecognitivedysfunctionwereanalyzed.The weightedmeandifference(MD)wasestimatedforcontinuousvariables,andrelativerisk(RR) andriskdifference(RD)forcategoricalvariables.
Results:17 originalarticles analyzed. Meta-analysis ofmortality(RD=---0.01,95% CI=---0.03 to0.01),CVA(RR=0.79, 95%CI=0.32to1.95),MI(RR=0.96, 95%CI=0.52to1.79)andLHS (MD=---1.94,95%CI=---3.99to0.12)werenotstatisticallysignificant.Arrhythmiawasless fre-quentwithNA(RR=0.68,95%CI=0.50to0.93).ICUSwaslowerinNA(MD=---2.09,95%CI=---2.92 to---1.26).
Conclusion:Therewasnosignificantdifferenceinmortality.CombinedNAandGAshowedlower incidenceofarrhythmiasandlowerICUS.
©2014SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublishedbyElsevier EditoraLtda.Allrights reserved.
Introduc
¸ão
Acirurgiapararevascularizac¸ãomiocárdicaocorreem apro-ximadamente800.000pacientesanualmente.1O interesse pelo uso da anestesia neuroaxial (AN), raquianestesia e anestesia epidural, associada a anestesia geral (AG) para revascularizac¸ãomiocárdicavemaumentandoesetornando cadavezmaismotivoparanovaspesquisanomundo.2Os ris-cosebenefíciosdaANnestecontextotêmsidorevisadosem pacientesadultos.2
Um dos benefícios da AN é a atenuac¸ão da resposta ao stress cirúrgico devido ao bloqueio das fibras cardioa-celeratórias,T1 a T5, e melhora da respostacoronariana a fármacos vasodilatadores melhorando o balanc¸o entre oferta e consumo de oxigênio miocárdico.2,3 A ativac¸ão simpática é considerada o mecanismo principal para o surgimentosdenovosinfartosmiocárdicosnoperíodo pós--operatório.3
O uso da ANem cirurgia cardíaca ainda é controverso devidoà possibilidadede hematomaouabscesso nolocal dapunc¸ãoepelapossibilidadedecompressãomedular.4Os dadosatuaisdisponíveisna literaturaforamutilizados em modelos matemáticospara estimar o risco máximo deste evento após heparinizac¸ão plena que foi estimado como sendo1:2400sobesquemadeheparinizac¸ãoplena.4
O objetivo deste estudo foi executar metanálises ana-lisando a efetividade daanestesia neuroaxial associada à
anestesiageralcomparadaàanestesiageralisoladaparaa cirurgiaderevascularizac¸ãomiocárdicarelativaàreduc¸ão damortalidade.
Método
A revisão sistemática foi executada seguindo um proto-coloquefoidesenvolvidoanteriormenteaexecuc¸ãodesta revisão. Este protocolo, assim como a execuc¸ão da revi-são,seguiuospassossugeridosporThePreferredReporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analysis (PRISMA) statement.5 As etapas destapesquisa foram:busca siste-mática da literatura, a análise criteriosa para inclusão e exclusãodos estudos,análisedaqualidadedos estudos,a coletadosdadosdasvariáveisdedesfecho,cálculos meta--analíticos,análisedesensibilidadeedahomogeneidadee análisesequencialdeensaiosclínicos.Todasasetapas exe-cutadasestãodescritasaseguir.
Estratégiadebusca
(EMBASE)entrejaneiro de1974 a janeirode 2014e Lite-raturaLatinoAmericanaedoCaribeemCiênciasdaSaúde (Lilacs)entrejaneiro de1982 ajaneiro de2014. As refe-rênciasdosestudosincluídostambémforamanalisadasem buscadeartigosquetinhampotencialparaparticipardesta revisão, porém não foram identificados nas bases eletrô-nicas dedados.Foramprocurados estudospublicadosque comparassemousodaANassociadaàAGcomaAGisolada paracirurgiaderevascularizac¸ãomiocárdica.Foramusados ostermosaseguiremdiferentescombinac¸ões:Anesthesia,
Genera; Anesthesias, Intravenous; neuraxial anesthesia,
Anesthesia;Epidural,anesthesia, spinal,thoracicsurgical procedures e clinical trials astopic. A pesquisa foi limi-tadaaensaiosclínicosdealocac¸ãoaleatóriaqueincluíram pacientesadultos (acimade 18 anos)que se submeteram exclusivamenteacirurgiapararevascularizac¸ãomiocárdica. Nãohouverestric¸ãodeidioma.
Critériosdeinclusãoeexclusãodosestudos
Os critérios de inclusão foram: ensaios clínicos com alocac¸ãoaleatóriaqueanalisassempacientessubmetidosà revascularizac¸ãomiocárdicaequecomparassemastécnicas ANassociadaàAGcomAGutilizadaisoladamenteutilizando ounãocateter.
Oscritériosdeinclusãoforam:artigosoriginaisdeensaios clínicoscomdescric¸ãoinadequadadasvariáveisdeinteresse aestarevisão,quandoaalocac¸ãofoirealizadaparacirurgia de revascularizac¸ão miocárdica associada a outro tipo de cirurgia,quandoasvariáveisnãoeramdeinteresseaesta revisãosistemática,quandooutraintervenc¸ãoalémdaAN ouAGfoiutilizadanospacientesanalisados.
Os estudos identificados inicialmente pela leitura de títulos e resumos e que pareceram relevantes a esta revisão foram reunidos em conjunto para a leitura na íntegra de todo texto por dois revisores. As discordân-cias foram resolvidas por meio de reuniões de consenso. Casoasdiscordâncias nãofossemresolvidasfoi planejada a participac¸ão deum terceiro autor. Este recurso não foi utilizado.
Análisecríticadaqualidadeeclassificac¸ão
dosestudos
A classificac¸ão dos estudos foi feita de forma individual e independente por dois revisores, que pontuaram os artigos originais de acordo com sua qualidade metodoló-gicasegundo oscritérios deJadad.6 Oscritériosavaliados foram: alocac¸ão aleatória dos indivíduos nos grupos, adequac¸ão daalocac¸ão aleatória dos indivíduos, encobri-mento dos indivíduos nos grupos, adequac¸ão do encobri-mentodosindivíduoseadescric¸ãodasperdaseexclusões. Umtotalde5pontospoderiamserconseguidossendo con-sideradosartigosdeboaqualidadeaquelesqueatingissem maisde2pontos.Estecritérionãofoiutilizadopara exclu-sãodeartigosoriginaisdaanálisemetanalítica.
Foi utilizadooÍndice deConcordânciaKappapara ava-liarse ocorreuconcordânciaentreosrevisoresousesuas análisesforamdiscrepantesentresi.Estetesteestatístico foi utilizado considerando um poder estatístico de 80% e aprobabilidadedeerrotipoIiguala5%.Osvaloresdeste
testepodemvariarentre0e1sendoo0aausênciade con-cordânciaeo1aconcordânciaperfeitaentreosrevisores. Valoresacimade0,8foramconsideradoscomosendoboaa concordânciaentreosrevisores.
Variáveisdedesfechoemétododeextrac¸ão
dedados
Avariáveldedesfechoprimáriofoiamortalidade.Avariável mortalidadefoiconsideradaduranteosprimeiros7diasde internac¸ão hospitalar (imediata), entre 7 e 30 dias após a cirurgia (precoce) e após 1 ano de seguimento (tar-dia).Asvariáveisdedesfechosecundárioforam:arritmias, acidente vascular cerebral, infarto agudo do miocárdico, tempodeinternac¸ãohospitalarmensuradoemdias,tempo deinternac¸ãoemunidadedeterapiaintensiva mensurado emdias,frequênciadereoperac¸ões,transfusão sanguínea mensurada pelo número de participantes que receberam transfusãosanguínea,qualidadedevida,graudesatisfac¸ão edisfunc¸ãocognitivapós-operatória.
Osdadosforamcoletadosindependentemente pordois revisores.Umdosrevisoresinseriuosdadosnoaplicativode computadoreposteriormenteem umsegundomomentoo outrorevisorquecoletouosdadosfezumachecagempara impedirquenúmerostrocadosfosseminseridosnoaplicativo decomputador. Oscálculos metanalíticossóforam execu-tadosdepoisdachecagempelosegundorevisor.
Metanálises
Utilizou-seoaplicativodecomputadorReviewManagerpara aexecuc¸ãodoscálculosdemetanálise.7Foiplanejado calcu-laramagnitudedoefeitodasintervenc¸õeseosrespectivos intervalos de confianc¸a de 95% (95% IC) para asvariáveis dicotômicas por meio do risco relativo (RR), porém se a frequência do evento fosse ausente numa variável anali-sadanoartigooriginalincluído,optou-sepelautilizac¸ãoda diferenc¸aderisco(DR).Asvariáveisintervalaresforam ava-liadaspordiferenc¸asdemédias(DM).Foiaplicadoomodelo deefeitoaleatórioparaoscálculosmetanalíticos.A hete-rogeneidadeestatísticafoiquantificada pormeiodoteste doI2. Quando osvalores do I2 forammaiores que 30% os resultadosforamconsideradosheterogêneos.
Oviésdepublicac¸ãoforinvestigadopormeiodaanálise do gráfico do funil invertido.8 O artigo original proveni-entedeestudopublicadoquefoiidentificado comosendo fontedeviésdepublicac¸ãoparaosresultadosfoiretirado da análise na execuc¸ão da análise de sensibilidade e da homogeneidade.Osartigosoriginaisutilizadosnoscálculos foramnomeadospeloúltimonomedoprimeiroautorseguido peloanodepublicac¸ãoparaapresentac¸ãodosresultadosda metanálise.
Análisedesensibilidadeedahomogeneidade
heterogeneidade.A pesquisa daheterogeneidade foi rea-lizadanasmetanálisesqueapresentaramotestedoI2maior que30%.
Análisesequencialdeensaiosclínicos
Foiplanejadoexecutaraanálisesequencialdeensaios clíni-cos(ASEC)paraavariávelmortalidade.9OASECprovidencia limitesqueservem paramonitorizarosvaloresreferentes à magnitude do efeito que está sendo avaliado em uma intervenc¸ão para que as metanálises posteriores possam gerarresultadosconfiáveis.9UmapartedocálculodaASEC providenciaumaestimativadequantosparticipantesamais seriamnecessáriosseremanalisadosnametanáliseparaque osresultadossejamconfiáveis.9
O cálculo da estimativa de quantos pacientes seriam necessáriosparaseobterconclusõesviáveisfoiobtido multi-plicandooresultadodocálculodotamanhodaamostrapara pesquisasindividuaisexecutadodeformaconvencionalpor umfator de ajuste baseado na diversidade (heterogenei-dade)existenteentreosestudos.9O cálculoconvencional paraestimativadotamanhodaamostrafoiexecutado con-siderandovaloresconvencionais(probabilidadedeerrotipoI de5%epoderestatísticode80%).Estescálculosforam reali-zadosutilizandoovalordaincidênciadamortalidadetardia observada para o grupo da AG encontrados nesta revisão sistemáticae almejando-se umareduc¸ão derisco relativo de25%.Ofatordeajustebaseadonadiversidadeutilizado foide50%porconsiderarqueaheterogeneidadeestatística acimadestevaloréconsideradaelevada.
Resultados
Foramidentificados3615títulose resumospelaestratégia debusca e tambémpela análise das referênciasde estu-dos que foram selecionados para a análise da qualidade metodológica.Foramidentificados17 artigosoriginaisque preencheramoscritériosdeinclusãodestarevisão sistemá-tica(fig.1).10---26Onúmerototaldepacientesestudadosnos 17artigosidentificadosfoi2477.OÍndicedeConcordância Kappaentreosrevisoresfoide0,92.Atabela1mostraum resumodosestudosincluídosnasmetanálises.10---26
Desfechoprimário
Odesfechoprimáriofoianalisadoem11artigosoriginaiscom diferentes tempos de seguimento.10---13,16,17,20,21,23,25,26 Por essarazãoosestudosforamgrupadosparaseremanalisados deacordo com oseu tempo deseguimento em: imediata (duranteainternac¸ãohospitalar),precoce(30dias)e tar-dia (maior que 364dias). Nãohouve diferenc¸a estatística significantenostemposdeseguimentoanalisados(fig.2).
O gráfico em floresta mostra a diferenc¸a de risco e osrespectivos 95% IC de cada estudo (fig. 2). Observa-se quetodos95%ICcruzaramalinhadenulidadeestatística. Ográficoemdiamantenosváriosmomentosdetempo segui-mento analisados também cruzaram a linha de nulidade estatística.Considerandoamortalidadeimediataovalorde p=0,74(DR=0,00;95% IC=---0,01 a0,01;1274 participan-tes).Considerandoamortalidadeprecoceovalordep=0,56
Bases de dados Pubmed (n = 1602) Central (n = 1662) Embase (n = 285) Lilacs (n = 173)
Referências dos estudos incluídos Referências (n = 433)
Leitura de títulos e resumos (n = 3615)
Não selecionados (n = 3553)
Leitura na íntegra de artigos selecionados (n = 62)
Análise crítica de artigos incluídos (n = 17)
Análise quantitativa de artigos incluídos (n = 17) Artigos excluídos e motivos (n = 45) Variáveis inadequadas (n = 32)
População (válvula cardiaca e artéria) (n = 5) Intervenção inadequada (n = 6)
Tipo de estudo (n = 1) Descrição inadequada (n = 1)
Figura 1 Fluxograma dos estudos incluídos e excluídos de acordocomarecomendac¸ãodoPRISMASTATEMENT.
(DR=0,00;95%IC=---0,01a0,01;714participantes). Consi-derandoamortalidadetardiaovalordep=0,24(DR=---0,01; 95% IC=---0,03 a 0,01; 730 participantes). Conclui-se que nãohouvediferenc¸aestatísticasignificanteem relac¸ão ao parâmetro estudado.Observa-se quenãohouve heteroge-neidadeestatísticanasanálisesparamortalidadeimediata (I2=0%;p=0,96),mortalidade precoce(I2=0%; p=0,92)e
mortalidadetardia(I2=0%;p=0,66).
Desfechossecundários
O desfecho secundário arritmia foi analisado em 11 arti-gosoriginais.10---16,19,21,24---26Aanálisenosartigosoriginaisfoi realizada apenas durante o tempode internac¸ão hospita-lar. Houve diferenc¸a estatística significanteno parâmetro analisado(fig.3).
Tabela1 Resumodosestudosincluídosnametanálise
Autores Anode
publicac¸ão
Escoreda qualidade
Geral/ Neuroaxial(n)
Drogas
Bakhtiaryetal.10 2007 2 66/66 ropivacaina0,16%,sufentanil1
g.mL---1,IC Berendesetal.11 2003 3 37/36 bupivacaina0,5%,sufentanil15a25
g,IC bupivacaina0,75%
Caputoetal.12 2001 3 117/119 bupivacaina0,5%,ICbupivacaina0,125% eclonidina0,0003%
Fillingeretal.13 2002 2 30/30 bupivacaina0,5%,morfina20
b.kg---1,IC bupivacaina0,125%emorfina
Gursesetal.14 2013 2 32/32 levobupivacaina0,075mg.kg---1,fentanil
2g.kg---1IC
Jideusetal.15 2001 1 96/45 bupivacaina0,5%,ICbupivacaina0,2%
esufentanil
Kurtogluetal.16 2009 2 42/34 NR
Mehtaetal.17 2004 4 47/53 morfinanadosede8
g.kg---1
Onanetal.18 2013 1 20/20 Bupivacaina0,25%,IC
Priestleyetal.19 2002 3 50/50 ropivacaina1%,fentanil100
g,ICropivacaina 1%comfentanil
Rajakarunaetal.20 2013 2 117/109 bupivacaina0,5%,ICbupivacaina0,125% eclonidina0,0003%
Scottetal.21 2001 3 202/206 bupivacainaa0,5%,ICbupivacainaa0,125% eclonidina0,0006%
Shroffetal.22 1997 3 9/12 morfina10
g/kg,25gfentanil,IC
Svircevicetal.23 2011 2 329/325 bupivacainaa0,125%emorfina,ICbupivacaina 0,125%emorfina
Tenenbeinetal.24 2008 2 25/25 ropivacaina0,75%,200
ghidromorfona,IC ropivacaina0,2%ehidromorfona
Turkeretal.25 2005 5 23/23 morfina0,01mg.kg---1
Vriesetal.26 2002 2 30/30 bupivacaine0,25%,sufentanil25
g/10mL,IC
n,númerodeparticipantes;IC,infusãocontínua;NR,nãorelatado.
diferenc¸aestatísticasignificanteem relac¸ãoaoparâmetro estudado.Observa-se que houveheterogeneidade estatís-ticanaanálisedestavariável(I2=35%;p=0,12).
Odesfechosecundárioacidentevascularcerebralfoi ana-lisadoemtrêsartigosoriginais.12,21,23Aanálisenosartigos originaisfoirealizadaapenasduranteotempodeinternac¸ão hospitalar. Nãohouve diferenc¸aestatística significanteno parâmetroanalisado(fig.4).
Ográficoemflorestamostraoriscorelativoeos respec-tivos95% ICdecada estudo(fig. 4).Observa-sequetodos os95%ICdestestrês artigosoriginaiscruzaramalinhade nulidadeestatísticaindicandonãohaverefeitobenéficona associac¸ãodaANaAG.Ográficoemdiamantetambém cru-zoualinhadenulidadeestatísticademonstrandonãohaver efeitoprotetor favorávelaAN. Ovalordep destaanálise foiigual a0,62 (RR=0,79; 95%IC=0,32a 1,95;1288 par-ticipantes).Conclui-sequenãohouvediferenc¸aestatística significante em relac¸ão ao parâmetro estudado. Observa--sequenãohouveheterogeneidadeestatísticanasanálises destavariável(I2=0%;p=0,41).
O desfecho secundário infarto agudo do miocárdio foi analisado em três artigos originais.12,23,26 A análise nos artigos originaisfoi realizada apenas duranteo tempo de internac¸ãohospitalar.Nãohouvediferenc¸aestatística signi-ficantenoparâmetroanalisado(fig.5).
Ográficoemflorestamostraoriscorelativoeos respec-tivos95% ICdecada estudo(fig. 5).Observa-sequetodos
os95% ICdestestrêsartigos originaiscruzarama linhade nulidadeestatísticaindicandonãohaverefeitobenéficona associac¸ãodaANaAG.Ográficoemdiamantetambém cru-zoualinhadenulidadeestatísticademonstrandonãohaver efeitoprotetorfavorávelà AN.Ovalor depdestaanálise foiiguala0,90 (RR=0,96;95% IC=0,52a 1,79;940 parti-cipantes). Conclui-se que não houve diferenc¸a estatística significanteemrelac¸ãoaoparâmetroestudado.Observa-se quenãohouveheterogeneidadeestatísticanaanálisedesta variável(I2=0%;p=0,61).
O desfechosecundário tempode internac¸ão hospitalar foianalisado emtrês artigosoriginais.14,18,26 Aanálisenos artigosoriginais foirealizada apenasdurante o tempode internac¸ãohospitalar.Nãohouvediferenc¸aestatística signi-ficantenoparâmetroanalisado(fig.6).
Anestesia neuroaxial Anestesia geral
Diferença de riso M-H, aleatório, IC 95%
Diferença de riso M-H, aleatório, IC 95% Eventos
Estudos
1.1.1 Imediata (internção hospitalar)
1.1.2 Precoce (30 dias)
Total Eventos Total Peso
Bakhtiary 2007 0 66 0 66 12,5% 0,00 [–0,03, 0,03]
Caputo 2011 1 109 0 117 17,5% 0,01 [–0,02, 0,03]
Fillinger 2002 1 30 0 30 1,4% 0,03 [–0,05, 0,12]
Kurtoglu 2009 0 34 0 42 4,1% 0,00 [–0,05, 0,05]
Mehta 2004 0 53 0 47 7,2% 0,00 [–0,04, 0,04]
Rajakaruna 2013 1 109 0 117 17,5% 0,01 [–0,02, 0,03]
Scott 2001 1 206 2 202 38,3% –0,01 [–0,02, 0,01]
Turker 2005 0 23 0 23 1,6% 0,00 [–0,08, 0,08]
Subtotal (IC 95%) 630 644 100,0% 0,00 [–0,01, 0,01]
Total eventos 4 2
Heterogenidade: Qui2 = 1,95, gl = 7 (p = 0,96); l2 = 0% Teste para efeito global: Z = 0,33 (p = 0,74)
Svircevic 2011 2 325 1 329 97,3% 0,00 [–0,01, 0,01]
Vries 2002 0 30 0 30 2,7% 0,00 [–0,06, 0,06]
Subtotal (IC 95%) 355 359 100,0% 0,00 [–0,01, 0,01]
Total eventos 2 1
Heterogenidade: Qui2 = 0,01, gl = 1 (p = 0,92); l2 = 0% Teste para efeito global: Z = 0,58 (p = 0,56)
Berendes 2003 1 36 3 37 0,0% –0,05 [–0,16, 0,05]
Kurtoglu 2009 0 34 0 42 12,0% 0,00 [–0,05, 0,05]
Svircevic 2011 3 325 7 329 88,0% –0,01 [–0,03, 0,01]
Subtotal (IC 95%) 359 371 100,0% –0,01 [–0,03, 0,01]
Total eventos 3 7
Heterogenidade: Qui2 = 0,19, gl = 1 (p = 0,66); l2 = 0% Teste para efeito global: Z = 1,18 (p = 0,24)
1.1.3 Tardia (major que 364 dias)
M-H, Mantel-Henzel; aleatório, modelo de efeito aleatório, IC 95%, intervalo de confiança de 95%
–0,1 –0,05 0 0,05 0,1
Favorece neuroaxial Favorece anestesia geral
Teste para diferenças de subgrupo: Qui2 = 1,89, gl = 2 (p = 0,40); l2 = 0%
Figura2 Avaliac¸ãodamortalidade.M-H,Mantel-Henzel;aleatório,modelodeefeitoaleatório;95%IC,intervalodeconfianc¸ade 95%.
Anestesia neuroaxial Anestesia geral Risco relativo
M-H, aleatório, IC 95%
Risco relativo M-H, aleatório, IC 95% Eventos
Estudos Total Eventos Total Peso
M-H, Mantel-Henzel; aleatório, modelo de efeito aleatório, IC 95%, intervalo de confiança de 95%
Bakhtiary 2007 2 66 18 66 4,2% 0,11 [0,03, 0,46]
Caputo 2011 23 109 43 117 19,3% 0,57 [0,37, 0,89]
Fillinger 2002 7 30 7 30 8,5% 1,00 [0,40, 2,50]
Gurses 2013 4 32 5 32 5,5% 0,80 [0,24, 2,71]
Jideus 2001 13 45 29 96 15,8% 0,96 [0,55, 1,66]
Kurtoglu 2009 0 34 1 42 1,0% 0,41 [0,02, 9,74]
Priestley 2002 11 50 10 50 11,0% 1,10 [0,51, 2,36]
Scott 2001 21 206 45 202 17,8% 0,46 [0,28, 0,74]
Tenenbein 2008 6 25 9 25 9,2% 0,67 [0,28, 1,59]
Turker 2005 3 23 4 23 4,5% 0,75 [0,19, 2,98]
Vries 2002 4 30 2 30 3,4% 2,00 [0,40,10,11]
Total (IC 95%)
Total eventos 94
650 173
713 100% 0,68 [050,0,93]
0,02 0,1 1 10 50
Favorece neuroaxial Favorece anestesia geral Heterogenidade: Qui2 = 15,27, gl = 10 (p = 0,12); I2 = 35%
Teste para efeito global: Z = 2,38 (p = 0,02)
Anestesia neuroaxial Anestesia geral Eventos Total
Eventos Total Peso
Risco relativo M-H, aleatório, IC 95%
Risco relativo M-H, aleatório, IC 95% Estudos
Caputo 2011 2 109 2 117 21,2% 1,07 [0,15,7,49] Scott 2001 2 206 6 202 31,8% 0,33 [0,07, 1,60] Svircevic 2011 5 325 4 329 47,0% 1,27 [0,34, 4,67]
Total (IC 95%) 640
12 9
648 100% 0,79 [0,32, 1,95] Total eventos
Heterogenidade: Qui2 = 1,79, gl = 2 (p = 0,41); I2 = 0%
Teste para efeito global: Z = 0,50 (p = 0,62)
0,01 0,1 1 10 100
Favorece neuroaxial Favorece anestesia geral
M-H, Mantel-Henzel; aleatório, modelo de efeito aleatório, IC 95%, intervalo de confiança de 95%
Figura4 Avaliac¸ãodeacidentevascularcerebral.M-H,Mantel-Henzel;aleatório,modelodeefeitoaleatório;95%IC,intervalo deconfianc¸ade95%.
Anestesia neuroaxial Anestesia geral
Eventos Total
Eventos Total Peso
Risco relativo M-H, aleatório, IC 95%
Risco relativo M-H, aleatório, IC 95%
M-H, Mantel-Henzel; aleatório, modelo de efeito aleatório, IC 95%, intervalo de confiança de 95%
Caputo 2011 1 109 0 117 3,8% 3,22 [0,13, 78,17] Svircevic 2011 17 325 18 329 92,4% 0,96 [0,50, 1,82] Vries 2002 0 30 1 30 3,8% 0,33 [0,01, 7,87]
Total (IC 95%) Total eventos
Heterogenidade: Qui2 = 0,98, gl = 2 (p = 0,61); I2 = 0%
Teste para efeito global: Z = 0,13 (p = 0,90)
19
476 100% 18
0,96 [0,52,1,79] 464
0,005 0,1 1 10 200
Favorece neuroaxial Favorece anestesia geral
Estudos
Figura5 Avaliac¸ãodeinfartoagudodomiocárdio.M-H,Mantel-Henzel;aleatório,modelodeefeitoaleatório;95%IC,intervalo deconfianc¸ade95%.
O desfecho secundário tempo de internac¸ão em uni-dade de terapia intensiva foi analisado em dois artigos originais.13,14 A análise nos artigos originais foi realizada apenas durante o tempo de internac¸ão hospitalar. Houve diferenc¸a estatística significante no parâmetro analisado (fig.7).
Ográficoemflorestamostraadiferenc¸amédiaeos res-pectivos 95% IC de cada estudo (fig. 7). Observa-se que um 95% IC dentre os dois artigos originais cruzou a linha denulidadeestatísticaindicandohaverefeitobenéficona associac¸ão daANa AG.14 Ográficoem diamantecruzou a linhadenulidadeestatísticademonstrandohaverefeito pro-tetor favorávelaanestesianeuroaxial. Ovalordep desta análisefoimenorque0,00001(DM=---2,09;95%IC=---2,92a ---1,26;124 participantes).Conclui-se quehouvediferenc¸a estatísticasignificanteemrelac¸ãoaoparâmetroestudado.
Observa-seque nãohouve heterogeneidadeestatística na análisedestavariável(I2=0%;p=0,67).
Odesfechosecundáriotransfusãosanguíneafoianalisado em dois artigos originais.12,21 A análise nos artigos origi-naisfoi realizada apenas durante o tempo de internac¸ão hospitalar.Não houvediferenc¸a estatísticasignificante no parâmetroanalisado(fig.8).
O gráfico em floresta mostra o risco relativoe os res-pectivos95%ICdecadaestudo(fig. 8).Observa-sequeos dois95% ICdos artigosoriginais não cruzaram a linhade nulidadeestatísticaindicandonãohaverefeitobenéficona associac¸ão da NA a AG. O gráfico em diamante não cru-zoualinhadenulidadeestatísticademonstrandonãohaver efeitoprotetorfavorávela AN.Ovalor depdestaanálise foiiguala0,06 (RR=1,37;95% IC=0,98a 1,90;634 parti-cipantes). Conclui-se que não houve diferenc¸a estatística
Anestesia neuroaxial
Estudos Média
Gurses 2013 Onan 2013 Vries 2002
4,9 6,1 5,9
1,5 0,3 2,4
32 20 30
8,8 7,2 6,6
1,7 1,1 3,3
32 20 30
34,2% 35,3% 30,5%
–3,90 [–4,69, –3,11] –1,10 [–1,60, –0,60] –0,70 [–2,16, 0,76]
–1,94 [–3,99, 0,12]
–10
Favorece neuroaxial Favorece anestesia geral
–5 0 5 10
100% 82 82
Total (IC 95%)
Heterogenidade: Qui2 = 37,17,gl = 2 (p < 0,00001); I2 = 95%
Teste para efeito global: Z = 1,85 (p = 0,06)
VI, variável intervalar; aleatório, modelo de efeito aleatório, IC, 95%, intervalo de confiança de 95%
DP Total Média DP Total Peso
Anestesia geral Diferença média
VI, aleatório, IC 95%
Diferença média VI, aleatório, IC 95%
Figura6 Avaliac¸ão detempo deinternac¸ão hospitalar.VI, variávelintervalar; aleatório,modelo deefeito aleatório;95%IC,
Anestesia neuroaxial
Estudos Média
31,7 1,5
21,3 1,6
30 32
30 3,6
44 1,8
30 32
0,2% 98,8%
62
62 100%
1,70 [–15,79, 19,19] –2,10 [–2,93, –1,27]
–2,09 [–2,92, –1,26]
Favorece neuroaxial Favorece anestesia geral
–20 –10 0 10 20
Total (IC 95%) Fillinger 2002 Gurses 2013
Heterogenidade: Qui2 = 0,18,gl = 1 (p = 0,67); I2 = 0%
Teste para efeito global: Z = 4,92 (p < 0,00001)
VI, variável intervalar; aleatório, modelo de efeito aleatório, IC, 95%, intervalo de confiança de 95%
DP Total Média DP Total Peso
Anestesia geral Diferença média
VI, aleatório, IC 95%
Diferença média VI, aleatório, IC 95%
Figura7 Avaliac¸ãodetempo deinternac¸ãounidadede terapiaintensiva.VI,variável intervalar;aleatório,modelo deefeito
aleatório;95%IC,intervalodeconfianc¸ade95%.
Anestesia neuroaxial
Estudos Eventos
32 35 Caputo 2011
Scott 2001
Total (IC 95%)
Total eventos 67 50
100%
315 319
27 23 109 206
117 202
55,2% 44,8%
1,27 [0,82, 1,98] 1,49 [0,98, 1,90]
1,37 [0,98, 1,90]
Favorece neuroaxial Favorece anestesia geral
0,05 0,2 1 5 20
Heterogenidade: Qui2 = 0,23,gl = 1 (p = 0,63); I2 = 0%
Teste para efeito global: Z = 1,87 (p = 0,06)
M-H, Mantel-Henzel; aleatório, modelo de efeito aleatório, IC 95%, intervalo de confiança de 95%
Total Eventos Total Peso
Anestesia geral Risco relativo
M-H, aleatório, IC 95% Risco relativo
M-H, aleatório, IC 95%
Figura8 Avaliac¸ãodetransfusãosanguínea.M-H,Mantel-Henzel;aleatório,modelodeefeitoaleatório; 95%IC,intervalode confianc¸ade95%.
significanteemrelac¸ãoaoparâmetroestudado.Observa-se quenãohouveheterogeneidadeestatísticanaanálisedesta variável(I2=0%;p=0,63).
Odesfechosecundárioqualidadedevidafoianalisadoem umestudo.12Oscálculosmetanalíticosnãopuderamser exe-cutados.Osdadosindividuaisdesteestudodemonstramque omelhorresultadofoiencontradonogrupodaANassociada àAG.
Os desfechos secundários frequência de reoperac¸ões, graudesatisfac¸ãoedisfunc¸ãocognitivapós-operatórianão foramanalisadosemnenhumestudoselecionadopara aná-lisequantitativadosresultados.
Análisedesensibilidadeedahomogeneidade
Aanálisedesensibilidadefoiexecutadaparaodesfecho pri-márioeparaasseguintesvariáveisdedesfechosecundário: arritmia,acidentevascularcerebral,infartoagudodo mio-cárdio.Asvariáveis:tempodeinternac¸ãohospitalar,tempo deinternac¸ão em unidade de terapia intensiva e transfu-sãosanguínea;nãopuderamseranalisadasumavezqueos estudosforamclassificadosnamesmacategoria.
Avariávelmortalidadenãodemonstrou diferenc¸a esta-tísticasignificanteentreosestudosdeboaemáqualidade. Considerando o conjunto dos estudosde boa qualidade o valordep=0,55(DR=0,01;95%IC=---0,01a0,03;372 par-ticipantes). Considerando o conjunto dos estudos de má qualidade o valor de p=0,40 (DR=0,00; 95% IC=---0,01 a 0,01;1208participantes).
A variável arritmiademonstrou que os estudos deboa qualidadesãoestatisticamentesignificantes,osdemá qua-lidade não possuem diferenc¸a estatística significante e a
análise do conjunto dos artigos não modifica o resultado finalconfirmandoqueutilizarANassociadaàAGdiminuia incidênciadearritmias.Considerandooconjuntodos estu-dos de boa qualidade o valor de p=0,004 (RR=0,60; 95% IC=0,43a0,85;780participantes).Considerandooconjunto dosestudosdemáqualidadeovalordep=0,63(RR=0,91; 95%IC=0,62a1,33;451participantes).Considerandoo con-juntodosestudosdeboaemáqualidadeovalordep=0,002 (RR=0,69;95%IC=0,55a0,87;1231participantes).
A variável acidente vascular cerebral não demonstrou diferenc¸aestatísticasignificanteentreosestudosdeboae máqualidade.Considerandooconjuntodosestudosdeboa qualidadeovalordep=0,31(RR=0,53;95%IC=0,15a1,80; 634participantes).Considerandooconjuntodosestudosde máqualidadeovalordep=0,72(RR=1,27;95%IC=0,34a 4,67;654participantes).
Avariável infarto agudodo miocárdionão demonstrou diferenc¸a estatística significante entre osestudos de boa e má qualidade. Considerando o conjunto dos estudosde boa qualidadeo valor de p=0,47 (RR=3,25; 95%IC=0,13 a 80,60; 226 participantes). Considerando o conjunto dos estudosdemáqualidadeovalordep=0,76(RR=0,90;95% IC=0,47a1,75;714participantes).
95% IC=0,55 a0,87; 1231 participantes; I2=0%; p=0,46). Oartigooriginalresponsávelpelafontedeheterogeneidade estatísticadaanálisedavariáveltempodeinternac¸ão hospi-talarfoiidentificado.14Aheterogeneidadeestatísticapode ter uma explicac¸ão clínica uma vez que houve utilizac¸ão decateteremespac¸ocervicalcomintroduc¸ãocaudalpara seguimentos torácicos diferentemente dos outros estudos que fizeraminserc¸ão torácicadocateter. A análisesemo estudoidentificadocomosendoafontedeheterogeneidade estatística demonstra resultados estatisticamente signifi-cantesendoovalordep<0,0001(DM=---1,06;95%IC---1,53 a---0,59;100participantes)efavorávelausodaAN.
Análisesequencialdeensaiosclínicos
A ASEC não pode ser executada devido à limitac¸ão dos dadosencontradosnosartigosincluídosnestarevisão siste-máticaparaavariávelmortalidade.Apequenafrequência doevento eo númerolimitadode participanteslimitou a execuc¸ãodestecálculo.
Foiexecutadaaestimativadonúmerodepacientesque seriamnecessáriosseremanalisadosparaqueosresultados dametanálisepudessemserconfiáveis.Ataxadoeventono grupocontrole,grupodaAG,nestarevisãosistemática foi de2%(7/371).Areduc¸ãode25%doriscorelativolevou a diminuic¸ãodestevalorpara1,5%.Ocálculodotamanhoda amostracomumaprobabilidadedeerrotipoIde5%epoder estatísticode80%demonstrounecessidadede4664 partici-pantes.Otamanhodaamostrafoimultiplicado pelofator deajustebaseadonadiversidadeentreosestudoslevando aumaestimativade9264participantesamaisparatornar nossaconclusãoconfiávelparaavariávelmortalidade.
Discussão
Os resultados desta metanálise resumidamente são: a)ausênciadesignificânciaestatísticaentreasduas técni-casanestésicasutilizadaspararevascularizac¸ãomiocárdica quanto a mortalidade; b) menor incidência de arritmias quandoa ANfoi utilizada; c)menor tempodeinternac¸ão emunidadedeterapiaintensivaquandoaANfoiutilizada. Existemalgumaslimitac¸õesnestarevisãosistemáticaque merecem comentários. A primeira, a observac¸ão da exis-tência de heterogeneidade entre os estudos em algumas análises, entretantoaestratégiautilizada paraanálise de sensibilidade e da homogeneidade foi eficaz para iden-tificar a fonte da heterogeneidade estatística que foi explorada pelos revisores.A segunda, a variável arritmia demonstrou diferenc¸a estatística a favor da AN, porém excluindo-seosestudosqueutilizaramclonidinanobloqueio neuroaxial e não utilizou no grupo que recebeu somente AG estasignificância estatísticanãoocorre demonstrando que possivelmente o efeito benéfico do uso a AN para revascularizac¸ão miocárdica possa estar relacionado ao efeito agonista␣2-adrenérgico deste fármaco quando uti-lizadopelaviaperidural.Eaterceira,onúmerodeestudos utilizadospara a análisedavariável tempodeinternac¸ão em unidade de terapia intensiva foi pequeno podendo o resultadoterocorridoaoacaso.
As variáveis:acidente vascular cerebral, infarto agudo domiocárdio,tempodeinternac¸ãohospitalaretransfusão
sanguínea;nãoapresentaram significânciaestatística con-siderando os dados dos estudos incluídos nesta revisão sistemática. As análises destas variáveis podem ter sido limitadas pelo pequeno número de estudos identificados, pelopequenonúmero deeventos ocorridosnos estudose pela identificac¸ão de estudos com amostras pequenas. A ausênciadediferenc¸aestatísticasignificantepodeter ocor-ridodevido ao pequenopoder estatístico presentenestas análises.
A análise de sensibilidade analisando os resultados dosestudosdeboae máqualidadenãofoilimitac¸ãopara execuc¸ão desta pesquisa uma vez que a separac¸ão dos estudos para realizac¸ão da metanálise não modificou os resultadosfinais nem asconclusões advindas das análises realizadascomoconjuntototaldosartigosoriginais.A aná-lise da homogeneidade da variável tempo de internac¸ão hospitalar demonstrou que ocorre significância estatística quandoa fontedaheterogeneidade estatísticaé excluída dametanálisemostrandoqueoresultadoparaestavariável nãoestáconsolidado.
A análise da qualidade de vida foi executada em um estudo.12 A presenc¸a de variável em apenas um estudo impedea execuc¸ãodos cálculosdemetanálise.8 Oestudo emquestãotambémnãopoderiatersidoincluídonaanálise umavezqueanalisouapenasosparticipantesquemoravam emumdospaísesqueparticiparamdestapesquisapodendo seconsiderarviésdeaferic¸ãodosdados.8
As variáveis: frequência de reoperac¸ões, grau de satisfac¸ãoe disfunc¸ãocognitivapós-operatória;nãoforam analisadasnos estudosincluídos ficandoexplícita a neces-sidadedaexecuc¸ãodemaisensaiosclínicosrandomizados compoderestatísticoadequadoedeboaqualidade meto-dológicaanalisandovariáveisclínicasrelevantes.Umensaio clínico com alocac¸ão aleatória realizada individualmente deve considerar um poder estatístico adequado para sua execuc¸ão.Considerandoamortalidadede5%nogrupoque recebeuaAG,umamortalidadede3%nogrupodaAN iso-lada,umpoderestatísticode80%eaprobabilidadedeerro tipoIigual a5%sãonecessários de1500participantes em cadagrupodeanálise.
Onúmeromáximodeparticipantesanalisadosnesta revi-são sistemática para a variável mortalidade foi de 1274 paramortalidade intra-hospitalar,714 paraa mortalidade analisada até 30 dias após o procedimento e 730 para a mortalidadetardia. A execuc¸ão departe do cálculo ASEC demonstrou ser necessário analisar mais9264 participan-tes.Considerandoaexecuc¸ãodestecálculoeonúmerode participantesanalisadospercebe-sequeo númerode par-ticipantesfoipequenooqueimplicanaexistênciadealta probabilidadeparaapresenc¸adeerrotipoIInestarevisão sistemáticae quepodetersido responsávelpelaausência designificânciaestatísticanodesfechoprimário.
Uma revisãosistemática publicada em 2009 analisou o usodaraquianestesiaemcirurgiacardíaca,porémconcluiu queousodestaANeradesfavorávelconsiderando mortali-dade,infartomiocárdicoetempodeinternac¸ãohospitalar.27 Esta pesquisa analisou estudos realizados no cenário da cirurgiacardíacaenãosomentepararevascularizac¸ão mio-cárdicadiferindoassimdestarevisãosistemática.
areduc¸ãodoriscopós-operatóriodearritmias supraventri-cularese decomplicac¸õesrespiratórias.Estapesquisa não individualizoudadospararevascularizac¸ão miocárdica. Os autoresutilizaramuminstrumentonãovalidadopara anali-saraqualidademetodológicadosestudosincluídosdiferente desta revisão sistemática que utilizou um sistema consa-gradodaanálisedesteitem.
Uma revisãosistemática foi publicada em 2012 e ana-lisou uso da anestesia peridural em cirurgia cardíaca.29 A única variável analisada foi a presenc¸a de fibrilac¸ão atrial,porémseusresultadosapresentarammarcada hete-rogeneidade cuja fonte nãofoi identificada pelos autores diferentementedestarevisãosistemática.
Opresenteestudosurgiucomoumatentativadeotimizar resultadosqueforamencontradosemoutrasrevisões siste-máticaspresentesna literaturana mesmaáreado conhe-cimentoindividualizandoosdadosparaarevascularizac¸ão miocárdica e para atualizar o conhecimento baseado nas evidências científicas nesta área do conhecimento com a finalidade de auxiliar o clínico na tomada de decisões perante o paciente no momento da escolha da técnica anestésica. Conclui-se a partir desta revisão sistemática queaassociac¸ãodaanestesianeuroaxialaanestesiageral pararevascularizac¸ãomiocárdicanãodemonstroudiferenc¸a estatísticaparamortalidadeeestáassociadaamenor inci-dência de arritmias pós-operatórias e menor tempo de internac¸ãoemunidadedeterapiaintensiva.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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