• Nenhum resultado encontrado

Controle anestésico de nefrectomia em paciente com doença pulmonar obstrutiva crônica e pneumotórax espontâneo recorrente.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Controle anestésico de nefrectomia em paciente com doença pulmonar obstrutiva crônica e pneumotórax espontâneo recorrente."

Copied!
3
0
0

Texto

(1)

RevBrasAnestesiol.2016;66(4):423---425

REVISTA

BRASILEIRA

DE

ANESTESIOLOGIA

PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologia

www.sba.com.br

INFORMAC

¸ÃO

CLÍNICA

Controle

anestésico

de

nefrectomia

em

paciente

com

doenc

¸a

pulmonar

obstrutiva

crônica

e

pneumotórax

espontâneo

recorrente

Mysore

Chandramouli

Basappaji

Santhosh

,

Rohini

Bhat

Pai

e

Raghavendra

P.

Rao

DepartamentodeAnestesiologia,SDMCollegeofMedicalSciencesandHospital,Dharwad,Karnataka,Índia

Recebidoem4dedezembrode2013;aceitoem5defevereirode2014 DisponívelnaInternetem8denovembrode2014

PALAVRAS-CHAVE

Doenc¸apulmonar obstrutivacrônica; Pneumotórax; Nefrectomia; Anestesiapor conduc¸ão

Resumo Geralmente, asnefrectomiassão feitassob anestesia geral, isoladamenteou em combinac¸ãocomanestesiaregional,eraramentesobanestesiaregionalsozinha.Relatamoso tratamentodeumpacientecomdoenc¸apulmonarobstrutivacrônicaehistóriadepneumotórax espontâneorecorrentesubmetidoànefrectomiasobanestesiaregionalisolada.

© 2014 SociedadeBrasileira de Anestesiologia. Publicado por Elsevier Editora Ltda. Esteé umartigoOpenAccesssobalicençadeCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/ by-nc-nd/4.0/).

KEYWORDS

Chronicobstructive pulmonarydisease; Pneumothorax; Nephrectomy; Regionalanesthesia

Anestheticmanagementofnephrectomyinachronicobstructivepulmonarydisease

patientwithrecurrentspontaneouspneumothorax

Abstract Nephrectomies areusually performedunder generalanesthesiaalone orin com-binationwithregionalanesthesiaandrarelyunderregionalanesthesiaalone.Wereportthe managementofapatientwithchronicobstructivepulmonarydiseasewithahistoryofrecurrent spontaneouspneumothoraxundergoingnephrectomyunderregionalanesthesiaalone. ©2014SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.Publishedby ElsevierEditoraLtda.Thisisan open access article under the CC BY-NC-ND license (http://creativecommons.org/licenses/ by-nc-nd/4.0/).

Autorparacorrespondência.

E-mails:mcbsanthu@gmail.com,mcbsanthu@yahoo.in

(M.C.B.Santhosh).

Introduc

¸ão

Cirurgiasdoabdomesuperior,idadeavanc¸adaedoenc¸a pul-monar obstrutiva crônica estão entre os preditivos mais importantesdealtoriscoparacomplicac¸õespulmonaresno

http://dx.doi.org/10.1016/j.bjan.2014.02.002

(2)

424 M.C.B.Santhoshetal.

períodopós-operatório.1Descobriu-sequeamanutenc¸ãoda

respirac¸ãoespontânea comanestesiaregionalestá associ-adaa umamelhor func¸ão pulmonar nopós-operatório de pacientescomdoenc¸apulmonarobstrutivacrônica(DPOC).2

Amaioriadascirurgiasdoabdomesuperior,especialmente nefrectomias, é feita sob anestesia geral isolada ou em combinac¸ão com anestesia regional por causada posic¸ão cirúrgicadopaciente(decúbitolateralcomponterenal)e dadurac¸ãoprolongadadascirurgias.Pouquíssimoscasosde nefrectomiaforamdescritoscomousodeanestesiaregional isolada.3,4RelatamosocasodepacientecomDPOCehistória

depneumotóraxespontâneorecorrentequefoiprogramado paranefrectomiasobanestesiaregionalisolada.

Relato

de

caso

Paciente do sexo masculino, 60 anos, diagnosticado com umenormerimesquerdohidronefróticoeprogramadopara nefrectomia. Durante a avaliac¸ão pré-anestésica, revelou tersidotratadodetuberculosepulmonarhavia trêsanos. EraportadordeDPOCetevetrêsepisódiosdepneumotórax hipertensivo espontâneo no ano anterior que exigiram internac¸ão e drenagem intercostal (DIC). Não apresentou outrasdoenc¸ascoexistentes.Aoexamefísico,pesava60kg, comalturaem175cmeapresentavaartrosedegrau3em todososdedosdas mãos;atraqueiaeradeslocadaparaa esquerdaehaviatrêscicatrizesnaregiãoinfra-axilardireita porcausadasDICsanteriores;sonsrespiratóriosbrônquicos foramouvidosnasregiõesinfraclaviculareaxilaresquerda. Aradiografiadetóraxmostroufibrosenolóbulosuperiordo pulmão esquerdoe alterac¸ão enfisematosacompensatória nopulmão direito. TC do tórax confirmou os achados da radiografiadetóraxe TCdoabdomemostrou umenorme rimesquerdo hidronefróticoque ocupava maisdametade doabdome.Osoutrosexamesestavam dentrodoslimites normais.

Opaciente foi informadosobreasopc¸ões deanestesia paraacirurgia etambémsobre aspossíveis complicac¸ões com a anestesia geral e vantagens daanestesia regional, tendoemvistaseusproblemasrespiratórios.Concordoucom aanestesiaregional.Omesmofoidiscutidocomocirurgião. Acombinac¸ãodeanestesiaepidural-espinhalfoiplanejada. Opaciente foi pré-medicado porvia oral com Alprazolam (0,5mg)ànoiteenamanhãdacirurgia.

Nocentrocirúrgico,apósoiníciodamonitorac¸ãopadrão, sobcuidados deassepsia e em posic¸ão sentada,o espac¸o epiduralfoiidentificadocomousodatécnicadeperdada resistênciaaoar comumaagulhaTuohydecalibre18Gno nível de T7-T8 e um cateter epidural de calibre 20G foi fixadoa8cm.Sobcuidadosdeassepsia,apunc¸ãolombarfoi feitanoespac¸oL2-L3comagulhaQuinckedecalibre26Ge bupivacaínaa0,5%(3,5mL)foiinjetadaporviaintratecal. Com a anestesiaespinhal, o bloqueio sensorialaté T8foi atingido. Bupivacaína a 0,5% em bolus epidural de 8mL foiadministrada para atingir anestesia atéo nível deT4. Aanestesia epidural foi mantida com infusão epiduralde bupivacaínaa0,5%aumataxade8mL.h−1.Opacientefoi posicionadoemdecúbitolateraldireitoparaaremoc¸ãodo rimesquerdohidronefrótico,demasiadamenteaumentado. Anefrectomia duroucerca dequatro horas e a anestesia foi adequada durante toda a cirurgia. O paciente esteve

confortável durante todo o período intraoperatório e não houve grandes alterac¸ões hemodinâmicas ou res-piratórias. Após a cirurgia, foi transferido para a UTI para monitoramento. A analgesia no pós-operatório foi mantida com infusão epidural de bupivacaína a 0,125%+2␮g.mL−1 de fentanil injetável a uma taxa de 6mL.h−1. No segundo dia de pós-operatório, o paci-ente evoluiu com dispneia súbita, dor no lado direito do peito e queda da saturac¸ão de oxigênio. Clínica e radiologicamente,oepisódiofoidiagnosticadocomo pneu-motórax e imediatamente tratado com DIC. O paciente permaneceu monitoradoe recebeualta daUTInodécimo diadepós-operatóriosemmaiorescomplicac¸ões.

Discussão

As nefrectomiassãogeralmentefeitas sobanestesiageral isoladaouemcombinac¸ãocomanestesiaregionalporcausa daposic¸ãocirúrgicaedadurac¸ãodacirurgia.

Nosso paciente era um caso conhecido de DPOC, com história de pneumotórax espontâneo recorrente. A causa mais comum de pneumotórax espontâneo secundário é a doenc¸apulmonarobstrutivacrônica,queéresponsávelpor aproximadamente 70% dos casos.5 Após um segundo

epi-sódio, há uma alta probabilidade de ocorreremepisódios subsequentes.6 O pneumotórax é um problema

potencial-mente perigoso, especialmentedurante aanestesia geral, poisaventilac¸ãocompressãopositivaaumentaoriscodeum pneumotórax hipertensivo.7 Nossopaciente havia

apre-sentadotrêsepisódiosdepneumotórax,oqueotornoude altoriscoparaaanestesiageral.Portanto,decidimosfazer ascirurgiassobanestesiaregionalisolada.Decidimos conti-nuarcomacombinac¸ãodeanestesiaespinhal-epiduralpara anefrectomiaporqueaespinhalproporcionauminíciomais rápidodaanestesiacomseguranc¸aatéT6-T8,combom rela-xamentomuscular,eporquepodíamosatingirumnívelmais altoetambémmanteraanestesiaduranteaepidural con-tínua.

Operíodointraoperatório transcorreusem intercorrên-cias, mas no segundo dia de pós-operatório o paciente desenvolveupneumotóraxhipertensivoespontâneo,quefoi prontamentereconhecidoetratado.Taleventopoderiater ocorrido mais precocemente no período intraoperatório, casoaanestesia geralcomventilac¸ãoporpressãopositiva intermitente tivesse sido administrada. O uso da aneste-sia regionalnessepaciente evitoutaiseventosnoperíodo intraoperatório.

Conclusão

Aposic¸ãodopacienteparaacirurgia,adurac¸ãoprolongada dacirurgiaeanecessidadedeumbomrelaxamentofazem amaioria dosanestesiologistasoptar pelaanestesia geral, comousemanestesiaregional,paranefrectomias.Emcasos selecionadoscomo onosso,noqualosbenefíciosda anes-tesiaregionalsuperamasvantagensdaanestesiageral,as nefrectomias podemser feitas sob anestesia regional iso-lada,apósseinformaradequadamenteopaciente.

Conflitos

de

interesse

(3)

Nefrectomiaempacientecompneumotóraxrecorrente 425

Referências

1.Smetana GW, Lawrence VA, Cornell JE. Preoperative pulmo-naryriskstratificationfornoncardiothoracicsurgery:systematic reviewfortheAmericanCollegeofPhysicians.AnnInternMed. 2006;144:581---95.

2.Henzler D, DembinskiR, Kuhlen R, et al.Anesthetic conside-rations in patients with chronic pulmonary disease. Minerva Anestesiol.2004;70:279---84.

3.Johnson TV, Bond N, Master VA. Radical nephrec-tomy via epidural-only anesthesia. Can J Urol. 2010;17: 5401---2.

4.Tabuchi Y, Masui TY. Perioperative management for nephrec-tomyusingcombinedspinal-epiduralanesthesiawithsedationin apatientwithcerebralpalsyundermaintenancehemodialysis. Masui.2002;51:1268---71.

5.MarxJ.Rosen’semergencymedicine:conceptsandclinical prac-tice.7thed.Philadelphia,PA:Mosby/Elsevier;2010.p.393---6.

6.Tschopp JM,Rami-Porta R, Noppen M, et al. Management of spontaneous pneumothorax: state of the art. Eur Respir J. 2006;28:637---50.

Referências

Documentos relacionados

programados para cirurgias eletivas sob anestesia geral foram randomicamente alocados em dois grupos: Grupo I (dexmedetomidina) recebeu injec¸ão de dexmedetomidina (0,2 mcg kg − 1

Relatamos o caso de um paciente com doença pulmonar obstrutiva crônica e bronquiectasias, em uso crônico de corticosteróides, que desenvolveu nocardiose pulmonar, sob a forma

Essa complicac ¸ão ocorreu durante a anestesia geral em um paciente submetido à MEVO relatado na literatura.. 11 Porém, a pressão cricoide pode ser desnecessária após a eliminac

-operatório de cirurgia urgente que reverteu para conduc ¸ão normal no intraoperatório sob anestesia geral após diminuic ¸ão da frequência cardíaca.. Ressurgiu, de forma

Conclusões: A anestesia geral balanceada, em associac ¸ão com uma ventilac ¸ão adequada para evitar elevac ¸ão na pressão vascular pulmonar, foi apropriada para correc

Com base nesses conceitos discutem-se alguns aspectos do manuseio anestésico para cesariana programada em gestante com aneurisma cerebral não roto sob anestesia geral,

Doença pulmonar obstrutiva crônica

Doença pulmonar obstrutiva crônica/ prevenção & controle ...290, 351 Doença pulmonar obstrutiva crônica/terapia