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w w w . r e u m a t o l o g i a . c o m . b r

REVISTA

BRASILEIRA

DE

REUMATOLOGIA

Artigo

de

Revisão

Diretrizes

da

Sociedade

Brasileira

de

Reumatologia

para

diagnóstico

e

tratamento

da

osteoporose

em

homens

Marco

Antônio

R.

Loures

a,b,∗

,

Cristiano

Augusto

F.

Zerbini

a,c

,

Jaime

S.

Danowski

a,d

,

Rosa

Maria

R.

Pereira

a,e

,

Caio

Moreira

a,f

,

Ana

Patrícia

de

Paula

a,g,h

,

Charlles

Heldan

M.

Castro

a,i

,

Vera

Lúcia

Szejnfeld

a,j

,

Laura

Maria

C.

Mendonc¸a

a,k

,

Sebastião

C.

Radominiski

a,l

,

Mailze

C.

Bezerra

a,m

,

Ricardo

Simões

n

e

Wanderley

M.

Bernardo

n

aSociedadeBrasileiradeReumatologia(SBR),ComissãodeDoenc¸asOsteometabólicaseOsteoporose,SãoPaulo,SP,Brasil bUniversidadeEstadualdeMaringá(UEM),HospitalUniversitário,Maringá,PR,Brasil

cCentroPaulistadeInvestigac¸ãoClínica(Cepic),SãoPaulo,SP,Brasil

dHospitalIsraelitaAlbertSabin,UnidadedeReumatologia,RiodeJaneiro,RJ,Brasil eUniversidadedeSãoPaulo(USP),FaculdadedeMedicina,SãoPaulo,SP,Brasil fUniversidadeFederaldeMinasGerais(UFMG),BeloHorizonte,MG,Brasil

gHospitalRegionaldaAsaNorte-SESDF,SecretariadeSaúdedoDistritoFederal(SES-DF),Fundac¸ãodeEnsinoePesquisaemCiências

daSaúde(Fepecs),Brasília,DF,Brasil

hUniversidadedeBrasília(UnB),FaculdadedeCiênciasdaSaúde(FS),Fundac¸ãodeEnsinoePesquisaemCiênciasdaSaúde-SESDF,

Brasília,DF,Brasil

iUniversidadeFederaldeSãoPaulo(Unifesp),SãoPaulo,SP,Brasil

jUniversidadeFederaldeSãoPaulo(Unifesp),EscolaPaulistadeMedicina(EPM),SetordeDoenc¸asOsteometabólicas,SãoPaulo,SP,

Brasil

kUniversidadeFederaldoRiodeJaneiro(UFRJ),ProgramadeResidênciaMédicadeReumatologia,RiodeJaneiro,RJ,Brasil lUniversidadeFederaldoParaná(UFPR),Curitiba,PR,Brasil

mHospitalGeraldeFortaleza(HGF),AmbulatóriodeOsteoporoseeDoenc¸asOsteometabólicas,Fortaleza,CE,Brasil nAssociac¸ãoMédicaBrasileira(AMB),ProjetoDiretrizes,SãoPaulo,SP,Brasil

informações

sobre

o

artigo

Históricodoartigo:

Recebidoem5dedezembrode2016 Aceitoem24demaiode2017

Palavras-chave: Osteoporose Homens Diretrizes Diagnóstico Terapia

r

e

s

u

m

o

Osteoporose,umadoenc¸ametabólicacaracterizadaporbaixamassaóssea,deteriorac¸ãoda microarquiteturadotecidoósseoeaumentodasuscetibilidadeafraturas,écomumente vistacomoumproblemadesaúdefeminino.Essavisãotemfundamentos:emcomparac¸ão comoshomensasmulherestêmdensidademineralósseamenor,têmvidamaislonga e perdemmassaósseamaisrapidamente,principalmenteapósamenopausa, devidoà diminuic¸ãoacentuadadosníveisséricosdeestrógeno.Entretanto,nosúltimos20anosa osteoporosenohomemtemsidoreconhecidacomoumproblemadesaúdepúblicadevido àocorrênciacadavezmaiordefraturasporfragilidade.Cercade30%detodasasfraturasde quadrilocorrememhomens.Estudosrecentesmostramqueaprobabilidadedefraturapor fragilidadedoquadril,vértebraoupunhoemhomensbrancosapósos50anos,peloresto

Autorparacorrespondência.

E-mail:marcorl@uol.com.br(M.A.Loures).

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2017.06.002

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desuasvidas,situa-seemtornode13%,40%nasmulheres.Oshomensapresentamperda demassaósseaefraturasmaistardiamentedoqueasmulheres.Emboraoshomensmais idosostenhammaiorriscodefratura,cercademetadedasfraturasdequadrilocorreantes dos80anos.AexpectativadevidatemaumentadoparaambosossexosnoBrasileem todoomundo,porémemumavelocidademaiorparahomensdoqueparamulheres.Esta Diretrizfoibaseadaemumarevisãosistemáticadaliteraturacomrelac¸ãoaprevalência, etiologia,diagnósticoetratamentodaosteoporoseemhomens.

©2017PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸a CCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Guidelines

of

the

Brazilian

Society

of

Rheumatology

for

the

diagnosis

and

treatment

of

osteoporosis

in

men

Keywords: Osteoporosis Men Guidelines Diagnosis Therapy

a

b

s

t

r

a

c

t

Osteoporosis,ametabolicdiseasecharacterizedbylowbonemass,deteriorationofthebone tissuemicroarchitectureandincreasedsusceptibilitytofractures,iscommonlyregardedas awomen’shealthproblem.Thispointofviewisbasedonthefactthatcomparedwithmen, womenhavelowerbonemineraldensityandlongerlifespansandlosebonemassfaster, especiallyaftermenopause,duetoamarkeddecreaseinserumestrogenlevels.However, inthelast20years,osteoporosisinmenhasbecomerecognizedasapublichealthproblem duetotheoccurrenceofanincreasinglyhighernumberoffragilityfractures.Approximately 30%ofallhipfracturesoccurinmen.Recentstudiesshowthattheprobabilityoffracture duetohip,vertebralorwristfragilityinCaucasianmenolderthanfiftyyears,fortherest oftheirlives,isapproximately13%versusa40%probabilityoffragilityfracturesinwomen. Menshowbonemasslossandfractureslaterthanwomen.Althougholdermenhavea higherriskoffracture,approximatelyhalfofallhipfracturesoccurbeforetheageof80.Life expectancyisincreasingforbothsexesinBrazilandworldwide,albeitatahigherratefor menthanforwomen.ThisGuidelinewasbasedonasystematicreviewoftheliteratureon theprevalence,etiology,diagnosisandtreatmentofosteoporosisinmen.

©2017PublishedbyElsevierEditoraLtda.ThisisanopenaccessarticleundertheCC BY-NC-NDlicense(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Introduc¸ão

Fisiopatologiadaperdaósseanohomem

Osteoporoseéumadoenc¸ametabólicacaracterizadaporbaixa massa óssea, deteriorac¸ão da microarquitetura do tecido ósseoeaumentodasuscetibilidadeafraturas.Aosteoporose écomumentevistacomo umproblemadesaúdefeminino. Essavisãotemfundamentos:emcomparac¸ãocomoshomens asmulherestêmdensidademineralósseamedida porárea (g/cm2)menor,têmvidamaislongaeperdemmassaóssea

maisrapidamente,principalmenteapósamenopausa,devido àdiminuic¸ãoacentuadadasconcentrac¸õesséricasde estrogê-nio.Entretanto,nosúltimos20anosaosteoporosemasculina temsidoreconhecidacomoumproblemadesaúdepública devidoà ocorrênciacada vez maiorde fraturaspor fragili-dade.Cercade30%detodasasfraturasdequadrilocorrem emhomens.1

O desenvolvimento do esqueleto mostra algumas diferenc¸as entre homens e mulheres. Homens produzem ossos apendiculares maislongoselargos com córtexmais espessodoqueasmulheres.Após o nascimento,opadrão de crescimentoósseo édiferente paraossos apendiculares

(brac¸osepernas)eaxiais(coluna).Ocrescimentoacelerado do esqueleto antes da puberdade deve-se muito mais ao desenvolvimentodaspernasdoquedacolunaparaambosos sexos. Assim, oaparecimento da puberdade,normalmente maistardiaemmeninos doquemeninas,resultaemossos masculinos mais longos do que os femininos.2 Também,

duranteoperíodoperipubertalháumaumentodaespessura corticaldevidoàmaiorformac¸ãodeossoperiostalem meni-nos. Nesseperíodo, o osso feminino tem menorformac¸ão periostal,porémcommaioraposic¸ãoendocortical.Emoutras palavras,oossomasculinocrescemais“‘por fora”eoosso femininomais“pordentro”.

Androgênios, hormônio de crescimento (GH) e fator de crescimento insulina-like(IGF-1) estimulam aaposic¸ão peri-ostal em homens, enquanto nas mulheres os estrogênios inibem essa aposic¸ão, tornammaisestreitos osossos lon-gosemmulheresdoqueemhomens.3Aaposic¸ãoendosteal

(3)

eaperdademassaósseacortical,queprogridemcomo enve-lhecimento,iniciam-seemfasesdiferentesparaoshomens. Aperdademassaósseatrabecularinicia-senoadultojovem, enquantoqueaperdadeossocorticalémaistardiaeocorre, commaiorfrequência,apósos50anos.5Aperdaóssea

mas-culinaassociadaaoaparecimentodefraturasocorreapósos 70anos.6

A diminuic¸ão da massa óssea trabecular em homens e mulheres é semelhante em quantidade, mas apresenta padrõesdistintos.Nohomem,emboraastrabéculasse tor-nemmaisfinas,suaconectividadeémaisbempreservada, enquanto que nas mulheres predominam as cavidades de reabsorc¸ão com perda numérica trabecular, bem como da conectividadeentreelas.7Oresultadofinaléquea

superfí-cietotal trabeculardiminui menosemhomensdoquenas mulheres.Oafinamentodastrabéculas,nohomem,está asso-ciadoàdiminuic¸ãodaformac¸ãoóssea,enquantoqueaperda de trabéculas e conectividade, nas mulheres, parece estar relacionada à acelerac¸ão da reabsorc¸ão óssea pela queda dasconcentrac¸õesplasmáticasdoestrogênio.8Apreservac¸ão

donúmero de trabéculasexplica, emparte, o menorrisco de fraturas nohomem quandocomparado com as mulhe-res. Homens com osteoporose e fraturas têm maior perda de conectividade trabeculardo que homens com osteopo-rosesemfraturas.9Noossocortical,comoavanc¸ardaidade,

hámaioraposic¸ão periostal nohomemdoquena mulher, enquantoqueaperdaendostealnacavidademedularé seme-lhante para os dois sexos. A formac¸ão óssea periostal,no homem,aumentao diâmetrodo ossoecompensa aperda endosteal. Oresultado final éumamelhormanutenc¸ãoda áreacorticalqueconferemaiorresistênciaaoossodosexo masculino.10

Androgênios e também os estrogênios são importantes para o desenvolvimento e a manutenc¸ão da massa óssea nohomem.Comovistoanteriormente, osandrogêniostêm papel importante naaquisic¸ão de massaóssea, particular-mentenaexpansãodoperiósteoenoaumentododiâmetro do osso, assim como no desenvolvimento da massa mus-cular,comconsequenteaumentodamassaóssea.Desdeas descric¸õesde1)anormalidadesdecrescimentolongitudinal doesqueletoebaixamassaósseaemumhomemjovemcom umamutac¸ãoinativadoradogeneparareceptorestrogênico,11

2)homensdeficientesemaromatasee3)modelosgenéticos experimentaisde deficiência enzimática e hormonal; ficou maisclaraaparticipac¸ãodosestrogêniosnodesenvolvimento doesqueletomasculino.Indivíduosdeficientesemaromatase tinhamfaltadefusãoepifisária,maioresvalores de marca-dores de remodelac¸ão óssea e baixa massa óssea, apesar demaioresconcentrac¸õesplasmáticasdetestosterona.Esses indivíduosresponderamàterapiaestrogênicacomaumento damassaóssea,ressaltandoopapeldohormôniofemininona regulac¸ãodaremodelac¸ãoósseamasculina.12Nohomem,as

concentrac¸õesséricasdoestradiolsãodependentesdaac¸ãoda enzimaaromatasesobreatestosterona.Apenasumapequena frac¸ãodo estradiolcirculantederiva diretamente dos testí-culose,portanto,aaromatizac¸ãoperiféricadosandrogênios testiculareseadrenaistempapelimportantenadefinic¸ãodas concentrac¸ões estrogênicas nohomem, principalmente em idosos.Opapeldoestrogênioesuapredominânciasobreo androgênioficouevidenteparaaobtenc¸ãodopicodemassa

óssea, o desenvolvimentolongitudinal doosso, ainiciac¸ão doestirãodecrescimento,afusãoda placadecrescimento epifisárianapuberdadeeavelocidadederemodelac¸ãoóssea no homemjovem.13Assim,asconcentrac¸ões séricas

estro-gênicas têm também papel importante na manutenc¸ão da massaósseanohomem.Estudostransversaismostramquea densidademineralósseaestámaisdiretamenterelacionada ao estrogêniodoque aosandrogênios circulantes.Homens commaioresconcentrac¸õesdoestradiolcirculantetêm meno-res taxas de perda óssea ao longo do tempo em estudos prospectivos.14Olimiardeestradiolséricode40pmol/Lparece

ser o patamar abaixo do qual a perda óssea masculina é maisintensa.15Temsidopropostoquediferenc¸as

significan-tesnaatividadedaaromatase,determinadasgeneticamente, possamestarpresentesentreoshomens,medeiem diferen-tes concentrac¸ões de estradiol circulantes e,portanto, têm papel relevante nasdiferenc¸asde densidademineralóssea entreindivíduosidosos.16 Oentendimentodafisiopatologia

daosteoporosemasculinaestáintimamenteassociadoàsua classificac¸ão,comoveremosadiante.

Pergunta:

Qual

é

a

prevalência

da

osteoporose

masculina?

Discussão

Aprevalênciadeosteoporosemasculinavariade2a8%acima dos50anos,33%a47%doshomenspreenchemcritériospara odiagnósticodeosteopenia.17,18Evidênciasmostraramquea

probabilidadedefraturaporfragilidadedoquadril,vértebraou punhoemhomensbrancosapósos50anos,pelorestodesuas vidas,situa-seemtornode13%(versus40%emmulheres).19

Oshomensapresentamperdademassaósseaefraturascerca de10anosmaistardiamentedoqueasmulheres.20,21

Umestudoanalisoumedidasdedensidademineralóssea (DMO),emamostradehomensentre60e74anos,mostroua prevalênciadeosteoporoseem10,2%daamostra.22

OestudoMrOs(OsteoporoticFracturesinMenStudy) acom-panhoumaisdeseismil homens,commédiade73,7anos, por4,5anos.Noiníciodesteestudo,somente2%delesforam identificadoscomosteoporosee,nofim,cercade7%.Aperda ósseaprogressivafoiassociadaaoaumentode3,2vezesno risco de fraturapara cada desvio-padrãono T-score.23–25 A

associac¸ãoDMO/fraturasemhomensmaisidosostambémfoi observada noestudoSOF (StudyofOsteopororticFractures).26

NoestudoCaMos(Canadian MulticentreOsteoporosisStudy),27

apenasafraturadequadrilesteverelacionadacomaidade, conformeobservadonoestudoMrOs.

UmestudofeitoemMinnesota(EUA)verificouincidência de fratura vertebral clínica ao redor de 0,7/1000 pessoas--ano.28 Outro estudo longitudinal conduzido na Austrália

com durac¸ão de 3,2 anos verificou incidência de fratura de quadril e vertebral de 2,4/1000 e 0,8/1000 pessoas-ano, respectivamente.29

(4)

NoBrasil,foipublicadoestudorelativoàmassaósseaem homenscom 50 anosoumaise demonstrouquea menor massaósseadocolofemoralfoisignificativamentemaiornos pacientesentre70a79anos.31Apósos50anos,asfraturaspor

osteoporosesãoduasatrêsvezesmaiscomunsemmulheres doqueemhomens.Comoavanc¸ardaidade,asfraturasde quadrilsetornammaisfreqüenteseaproximamaincidência entreosdoissexos.Dos85aos89anos,essasfraturas com-põem33%detodasasfraturasporfragilidadenohomeme 36%nasmulheres.

Emboraos homensmais idosos tenham maiorrisco de fratura, metade das fraturas de quadril ocorre antes dos 80anos.32Aexpectativadevidatemaumentadoparaambos

ossexosnoBrasileemtodoomundo,porémemvelocidade maior para homens do que para mulheres. Dados recen-tesmostraramqueoBrasiltem11.422idosos commaisde 100anos.Dessetotal7.950sãomulherese3.472sãohomens.33

Em2000,estimava-seaocorrênciade424milfraturasde qua-drilemhomensemtodo mundoe, para2025,projeta-se a ocorrênciade800mil,oquerepresentaincrementode89% em25anos.1Amorbidadeeamortalidadeassociadasàs

fra-turasdequadrilevértebraparecemsermaioresnohomem doquenamulher,oquepodeestarassociadoaumamaior presenc¸adecomorbidadesemenorexpectativa devidano homem.Maishomensmorremapósoprimeiroanodafratura dequadrildoquemulheres.34

Recomendac¸ão

Aincidênciaeaprevalênciadaosteoporoseefraturaspor fra-gilidadeósseavariam entreospaíseseestão relacionadas, principalmente,comasdiferenc¸aspopulacionais.NoBrasil, foipublicadoestudorelativoàmassaósseaemhomensde 50anosoumaisquedemonstrouqueaperdademassaóssea nocolo femoralfoi significativamente maior nadécadade 70a79anos.

Pergunta:

Quais

as

principais

causas

de

osteoporose

masculina?

Discussão

Aosteoporosenohomempodeserdivididaemtrêscategorias: 1)involucional(relacionadaaoenvelhecimento),2)idiopática (emhomensjovensedemeiaidade)e3)secundária(causada poroutrasdoenc¸as,medicamentos,fatoresexterno).Modelos deassociac¸ãoentreclassificac¸ãoefisiopatologiaforam pro-postosparaasduasprimeirascategorias.35

Osteoporose involucional é definida como aquela que ocorre emhomenscom maisde 60 anos.Embora homens idososnãotenhamquedaacentuadadehormôniossexuais, comoocorrecomasmulheresapósamenopausa,o envelheci-mentomasculinoestáassociadoaoaumentodaconcentrac¸ão séricada globulinaligadora de hormônios sexuais (SHBG), oquediminuiadisponibilidadedetestosterona eestradiol livres e ativos (não ligados à SHBG). Como vimos anteri-ormente, oestradiol livreestá associado à manutenc¸ãoda densidademineralósseaeàvelocidadederemodelac¸ãoóssea emhomensidosos.Poroutrolado, atestosteronalivretem

Tabela1–Causassecundáriasdeosteoporose nohomem

Maisfrequentes Glicocorticoidesa

Alcoolismo Hipogonadismo

Menosfrequentes BaixoÍndicedeMassaCorporal(IMC) Sedentarismo

Fumo

Hipertireoidismo Hiperparatireoidismo Síndromesdemá-absorc¸ão Doenc¸ahepáticacrônica Hipercalciúria

Usodeanticonvulsivantes Usodeimunossupressores Transplantedeórgãos Artritereumatoide Mielomamúltiplo Mastocitose

a UsoterapêuticoousíndromedeCushing.

papelnaaposic¸ãoperiostalepromoveossoscommaior diâ-metroemelhorespropriedadesbiomecânicas.Emboraacausa doaumentoséricodaSHBGemidososnãosejabem conhe-cida,areduc¸ãodasconcentrac¸õesdoIGF-1podedesempenhar papelimportante,vistoqueestáinversamentecorrelacionada comaSHBG(IGF-1inibeaproduc¸ãodeSHBGpelos hepatóci-tos).AquedadoIGF-1tambémestáassociadacomreduc¸ãodo GHeadiminuic¸ãodeambosprejudicaaaposic¸ãoperiostale aformac¸ãoósseacompensatória.

Osteoporoseidiopáticaocorreemhomensjovensou adul-tos na meia-idade antes dos 60 anos. Embora incomum, existemindivíduosquedesenvolvemosteoporoseefraturas antesdos60anos,ouseja,antesqueasalterac¸ões muscu-loesqueléticasprópriasdaidadeaparec¸am.Neles,opicode massaósseainadequadoassociadoaproblemasgenéticosou hábitosdevidadesfavoráveis,bemcomodoenc¸as concomi-tantesdedifícilreconhecimento,comoformas incompletas deosteogêneseimperfeita,podeestarassociadoàdiminuic¸ão demassaósseaefraturas.Mesmoconsiderandoa possibili-dadedessasassociac¸ões,existemalterac¸õeshormonaismuito semelhantes entreosmaisjovenseasanormalidades hor-monais observadas nos homens idosos. Nos homens com osteoporose idiopática,também háaumentoda SHBG,que promovereduc¸ãodoestradioledatestosteronalivres.Nesses pacienteshátambémdiminuic¸ãodoIGF-1,emboraasecrec¸ão de GH seja normal.Nesse contexto, aqueda doIGF-1 tem causagenética, estáassociada àpresenc¸ade uma sequên-ciasimplespeculiar(192/192)nogenedoIGF-1.Aquedado estradioledatestosteronalivresestáassociadaàsmesmas alterac¸õesnareabsorc¸ãoeformac¸ãoósseasvistasna fisiopa-tologiadaosteoporoseinvolucional.Nessecenário,oestradiol circulantepodeaindaestardiminuídoporumdefeitolevede aromatizac¸ão,mesmocomtestosteronaplasmáticanormal.

(5)

e responsáveis por até 40% dos casos são: uso de glico-corticoides, ingestão excessiva de álcoole hipogonadismo, tanto idiopático quanto aquele relacionado à deprivac¸ão androgênica pelotratamento deneoplasia da próstata.36–52

Outras causas devem ser pesquisadas durante a consulta médica,taiscomotabagismo,hiperparatireoidismoprimário, hipertireoidismo(primárioouinduzidoportratamento), pro-blemas gastrointestinaisque limitem a absorc¸ão decálcio, doenc¸apulmonarobstrutivacrônica,usode anticonvulsivan-tes,hiperparatiroidismo,doenc¸asreumáticasinflamatórias, diabetesmellitus, insuficiência renal,infecc¸ão peloHIV, qui-mioterapia, mieloma múltiplo e outras neoplasias.53–58 A

deficiência de vitamina D deve ser considerada em todos oscasos.Baixasconcentrac¸ões devitaminaDestão associ-adosàosteomaláciaeaoriscodefraturas dequadriltanto em homens como em mulheres acima dos 65 anos. Em estudofeitonacidade deSão Paulo,a concentrac¸ãoda 25 hidroxi-vitaminaDfoiavaliadaem382indivíduosidososde ambosossexos,demonstrouque40,7%dosidosos morado-resdeinstituic¸õese15,3%dosmoradoresemseuspróprios domicíliostinhamdeficiênciadevitaminaD(menordoque 25nmol/L).Cercade30,5%dospacientesinstitucionaise40,9% dosdomiciliaresapresentavam insuficiência devitaminaD (entre<50e>25nmol/L).59

Outrosfatoresderiscoassociadosaodesenvolvimentoda osteoporoseedefraturasnohomemsãosemelhantesaos des-critosparaasmulheres.Alémdoabusodeálcool,consumo excessivodecigarros,sedentarismoebaixoíndicedemassa corpórea, o uso de glicocorticosteroides, o hipogonadismo econdic¸ões oudoenc¸asquepossam alterarometabolismo ósseoe a absorc¸ão de cálcio devem ser considerados.Um estudoanalisouaprevalênciaeosfatoresderiscopara oste-oporoseem325homensbrasileiroscom50anosoumais,44

evidenciou que 44,6% deles tinham osteopenia e 15,4%, osteoporose.Eosprincipais fatoresde riscoindependentes parabaixaDMO foram:a)baixoíndicede massacorpórea, b)poucapráticadeexercíciosfísicosnosúltimos12meses, c)idademaisavanc¸ada,d) hábitode fumarnopassado ou presente,e)nãousodediuréticostiazídicos,f)etniabranca eg) históriadefratura maternaapós50 anos.Outros estu-dosepidemiológicos60 também demonstraram quehistória

defraturamaternaloupaternaléumfatorde risco impor-tanteparaosteoporoseemhomens.Essainformac¸ãodeveser obtidaduranteaavaliac¸ãoclínicadetodosospacientes.Outro estudofeitoemhomensbrasileirosacimade 50 anoscom densitometriadecorpototalparaavaliaracomposic¸ão corpó-reamostrouqueemboraoIMCmaiselevadoprotejaamassa óssea,oprincipalcomponentedopesoassociadoàprotec¸ão ósseaéamassamagra(massamuscular).61

Recomendac¸ão

As causas de osteoporose masculina secundária mais fre-quentessão usodeglicocorticoides,consumo excessivode álcool ehipogonadismo primário ou secundário, mais fre-quentemente relacionado ao uso de terapia de deprivac¸ão androgênicaparaotratamentodocâncerdepróstata.Outras causas devem ser pesquisadas, como doenc¸as endócrinas, gastrointestinais,usodemedicamentos,mielomamúltiploe outrasneoplasias.

Tabela2–Sinaisesintomasdaosteoporose

Apósfratura vertebral

Diminuic¸ãodaestatura(apósfratura vertebral)

Dorcrônicanaregiãolombare/outorácica (pordeformidadepós-fratura)

Dornopunhoporfraturadoterc¸odistaldo antebrac¸o(fraturadeColles)

Posturaencurvadaoucifótica–hipercifose dorsal

Proeminênciaabdominal Respirac¸ãotipodiafragmática

Membroinferioremrotac¸ãoexternaporfraturadocolodofêmur

Pergunta:

Quais

são

os

sinais

e

sintomas

da

osteoporose

masculina?

Discussão

A osteoporose em homens, assim como nas mulheres, é doenc¸a silenciosa, ouseja,habitualmente assintomática.A dor,quandoexistente,éprovocadaporfraturasqueocorrem commaiorfrequêncianasvértebras,noúmero,nospunhose nofêmur,podeseassociaraoutramanifestac¸ões(tabela2).62

Odiagnósticodaosteoporoseemhomensébaseadonos mesmosprincípiosfundamentaisqueregemodiagnósticode outras doenc¸as,ouseja:anamnese,examefísico eexames complementares,que,alémdodiagnósticocorreto,auxiliam naidentificac¸ãodepossíveiscausasdeosteoporose secundá-riaenaavaliac¸ãodoriscodefratura,colaboramnoprocesso detomadadedecisãodetratamento.63

Nosindivíduossobavaliac¸ãoparaosteoporose,a anam-nese eoexame físicodevemserminuciosos,averiguam-se existência de doenc¸as crônicas, uso de medicamentos, tabagismoeconsumoexcessivodebebidasalcoólicas, com-prometimentodoequilíbrioquetornaoindivíduopropenso para quedas,antecedente defraturas ehistóriafamiliar de osteoporose.Aavaliac¸ãodosfatoresderiscoparadensidade mineral óssea reduzida pode auxiliar na identificac¸ão dos pacientesquedevemserrastreadoscomdensitometriaóssea. Napresenc¸adefatoresderiscoparaosteoporoseouachados sugestivosdefratura,deve-segarantirqueaanamneseeos examesfísicosiniciaisenvolvamosváriosaspectos relaciona-dosàocorrênciadefraturaemhomens(tabela1).63Oexame

(6)

éacompanhadodesintomas(fraturasclínicas),aradiografia decolunatorácicaelombardeveserfeitaemtodosos pacien-tesnaprimeiraconsultaerepetidaanualmente.

Recomendac¸ão

Aosteoporoseéumadoenc¸ahabitualmenteassintomática,o quedificultaoseudiagnóstico.Aanamnesedetalhadapode identificarpossíveisfatoresderiscoconcorrentesparaaperda demassaósseaousinaisesintomassugestivos defratura, comodoremcolunavertebral,perda deestatura,ouainda achadosindicativosdedoenc¸as quepodemocasionar oste-oporose (causas secundárias). A ocorrência de fratura por fragilidadeósseafrequentementeéaprimeiramanifestac¸ão dadoenc¸aetambémumalertaparainvestigac¸ãodesuas cau-sas.Recomenda-seveementementeaobtenc¸ãodeanamnese minuciosacomacessoàhistóriafamiliar,históriadefratura prévia,medicamentosusados,estilodevida,doenc¸ascrônicas ehistóricodequedas.

Pergunta:

Quais

são

os

grupos

de

homens

que

se

beneficiam

da

densitometria

óssea?

Discussão

Paraodiagnósticodaperdademassaósseadeveserusadoo examededensitometriaóssea.Adeterminac¸ãodadensidade mineralóssea(DMO)éumpreditorimportante defraturas. Estudosmostramqueadiminuic¸ãodecadadesvio-padrãona DMOdoquadrilestáassociadaaumaumentonorisco rela-tivodefraturadequadrilde2,6vezes.Dadosepidemiológicos mostraramquevaloresdaDMOobtidosnacolunaouquadril conferemriscodefraturasimilarparahomensemulheresda mesmaidade.64Homenscomfraturaporfragilidadepodem

serdiagnosticadoscomosteoporosemesmosemousoda den-sitometria.Nessescasosadensitometriaseráusadaapenas comoacompanhamentodaevoluc¸ãopós-terapêutica.Estudos quemostramevidências:

EuropeanProspectiveOsteoporosisStudymostrouqueorisco defraturasemhomensésemelhanteàqueleobservadopara mulheresquando são considerados os mesmosvalores de DMO.Nesseestudo,apesardamedidadadensidademineral ósseatersemostradomaiorentrehomenscomparadacom amedidadasmulheres,nãofoipossívelidentificardiferenc¸a naocorrênciadefraturasvertebraisentreambososgêneros quandodaconduc¸ãodeanáliseajustadaparaosmesmos valo-resdaDMO.65

Outro estudo, também de natureza observacional, con-duzido na Holanda, verificou que a ocorrência de fratura de quadril,quandoajustada para idade evaloresda DMO, àsemelhanc¸a doque foi anteriormente apresentado, tam-bémexibiuriscosemelhanteentreambososgêneros.66Isso

posto,paraodiagnósticodeosteoporoseemhomens,parece ser razoável o uso dos mesmos critérios propostos pela Organizac¸ãoMundialdaSaúdeoriginalmentesugeridosparao diagnósticodaosteoporoseemmulheresnapós-menopausa, baseadosnosvaloresdeT-score.67

Estudoprospectivoqueincluiumaisde5.900homenscom idade igualou superior a65 anos verificou, no períodode

seguimentode,aproximadamente,cincoanos,queataxade fraturas aumentoude acordocomo aumentoda idade(ao redorde0,7%parahomensentre65a69anosepassoupara 5%paraaquelescomidade≥85anos).Foipossívelidentificar tambémqueosindivíduosqueapresentevamfraturasexibiam menoresvaloresdeDMOtantoemcolunalombarquantocolo femoraleerammaispropensosaapresentarquedas,essas fraturas estavam, quaseque invariavelmente, associadas a mínimostraumas.68

Estudo transversal, que analisou amostra aleatória de 600homensentre60e74anos,submetidosadensitometriade duplaemissãoderaiosX(DXA)eavaliac¸ãodefratura verte-bral,verificouquevaloresdeDMOforamsignificativamente menores entre indivíduosque apresentavam deformidades vertebraise24%delestinhamosteoporose.22

Análiseconduzidaemmaisde50milhomensentre 1992-1997 com diagnóstico de câncer de próstata submetidos à terapiadedeprivac¸ãoandrogênicaverificouaumentonorisco para ocorrência de fratura osteoporótica. Nesseestudo, foi possívelobservarquehomensquereceberamnoveoumais dosesdeagonistadoGnRHouqueforamsubmetidosà orqui-ectomia apresentavam risco relativo de 1,45 e1,54 para a ocorrênciadefraturasósseas,respectivamente.51

Revisãosistemáticacommetanálisede167estudos con-duzidacomointuitodeverificarqualpopulac¸ãodehomens deveriamfazer adensitometriaósseamostrouque aidade acimade70anos,baixosvaloresdoIMC(20a25kg/m2),perda

de pesocorporal(> 10%),sedentarismo, usoprolongadode glicocorticoideefratura osteoporóticapréviaestavam asso-ciadoscommaiorriscodefraturas.69

Aindicac¸ãodadensitometriaósseaemhomenssegueas normaspublicadaspelaSociedadeBrasileirade Densitome-tria Clínica(SBDens),70 atualmenteAssociac¸ãoBrasileirade

Avaliac¸ão Ósseae Osteometabolismo (Abrasso):a)Homens comidadeigualousuperiora70anos,b)Homenscom his-tória de fratura porfragilidade,c) Homenscom doenc¸a ou condic¸ãoassociadaàbaixamassaóssea,d)Homensemuso demedicamentosassociadosàbaixamassaósseaouperda óssea, e)Homens nosquais sãoconsideradas intervenc¸ões farmacológicasparaosteoporose,f)Homensemtratamento paraosteoporose,nosentidodemonitoraraeficáciado tra-tamento,eg)Homensquenãoestejamemtratamento,nos quaisaidentificac¸ãodaperdademassaósseapossa determi-naraindicac¸ãodetratamento.Paradeterminarovalorrelativo dadensidadeóssea(T-score)deveserusadacomoreferência abasededadosdenormalidadeparahomensbrancospara todososgruposétnicos(nãoajustarparaaetnia).A osteopo-rosepodeserdiagnosticadaemhomenscom50anosoumais seumT-scorenacolunalombar,fêmurtotaloucolofemoral forigualou<que-2,5.Parahomensentre20e50anosdeveser usadooZ-score.Nessafaixaetária,umZ-scorede-2,0ou infe-riorédefinidocomo“abaixodafaixaesperadaparaaidade”e umZ-scoreacimade-2,0deveserclassificadocomo“dentro doslimitesesperadosparaaidade”.ParaocálculodoZ-score deveserusadaaetniadefinidapeloprópriopaciente.

Recomendac¸ão

(7)

deosteoporosenaausênciadefraturaporfragilidadeóssea. Para aqueles com idade inferiora 70 anos, a indicac¸ão da densitometriaósseadeveserbaseadanapresenc¸adefatores derisco(citadosacima)conformeasnormaspublicadaspela Abrasso.

Pergunta:

Quais

os

testes

laboratoriais

que

devem

ser

feitos

na

avaliac¸ão

da

osteoporose

em

homens?

Discussão

Tanto o guideline elaborado pela ES – Endocrine Society, em 2012,quantopelaNOF–NationalOsteoporosisFoundation,em 2014,recomendamquehomensidosos comdiagnóstico de osteoporosedevemsersubmetidosatesteslaboratoriaisque contemplemadosagemséricadecálcioefósforo,creatinina, fosfatasealcalina,testesdefunc¸ãohepática,testesdefunc¸ão datireoide(TSHeT4livre),dosagemdavitaminaD[25(OH)D], testosteronatotal,hemogramacompletoedosagemdecálcio urinárionas24horas.71,72 Taisexamesobjetivamadetecc¸ão

decondic¸õessecundáriasassociadasàperdaósseaefraturas porosteoporose.73

Investigac¸ãoadicionalpodeserconduzidadeacordocom oquadroclínico,inclusivesuspeitademielomamúltiplo (ele-troforese de proteínas),síndrome de Cushing (dosagem de cortisolurinário),doenc¸acelíaca(anticorpos antitransgluta-minase tecidual – tTG) ou de acordo com a gravidade da osteoporose,principalmentequandoincomumparaaidade ouogênero.74

Pontointeressantequedeveserconsideradonestaanálise refere-searesultadoobtidoemavaliac¸ãolaboratorial condu-zidaem1.572homenscomidadeigualousuperiora65anos doMrOs,75naqualfoiobservadoqueaproximadamente60%

dosindivíduostinhamumoumaisexameslaboratoriaiscom resultadoanormal.Entreosexamesalterados,apenasa defici-ênciadevitaminaDeelevac¸ãodosníveisdefosfatasealcalina mostrarammaiorfrequêncianosindivíduoscomdiagnóstico deosteoporose.75

Recomendac¸ão

Ainvestigac¸ãolaboratorialmostra-seútilnaidentificac¸ãoou exclusãode causassecundáriasde osteoporose.Devemser solicitadosnaavaliac¸ãodaosteoporoseemhomens hemo-grama completo, dosagemde cálcio, fósforo, creatinina ou avaliac¸ãodataxadefiltrac¸ãoglomerular,dosagemda25(OH)D ecálciourináriode24horas.Emhomensidosos,ovalor predi-tivopositivodostesteslaboratoriaisparacausassecundárias deosteoporoseaparenta serbaixo,àexcessão da dosagem da 25 (OH)De fosfatasealcalina. A depender da história e doexamefísico,avaliac¸ãolaboratorialdoestadogonadale func¸ãotireoideanapodemserúteise,emalgunscasos,testes específicosparadiagnósticodemielomamúltiplooudoenc¸a celíacapodemsernecessários.

Pergunta:

Quais

recomendac¸ões

para

o

estilo

de

vida

colaboram

para

a

preservac¸ão

da

massa

óssea

em

homens?

Discussão

Asorientac¸õesqueobjetivamapreservac¸ãodamassaóssea noshomenssãosimilaresàquelasrecomendadasàsmulheres econtemplamaindicac¸ãodedietabalanceadacomconsumo adequadodecálcio,práticadeatividadefísicaeabstenc¸ãode fatoresnocivos,taiscomooconsumoexcessivodeálcoole fumo.Otecidoósseo,porserdinâmicoesofrermodificac¸ões aolongodavida,necessitadeníveishormonaisséricos nor-mais,ingestãocalóricaadequada,particularmenteproteínas, cálcio evitaminaD,bemcomo de exercíciosde carga.76–78

Paraumamelhorcompreensãodaimportânciaadquiridapelo estilodevidanapreservac¸ãodamassaósseaedosfatores queinfluenciamasaúdeóssea,éindispensávelreconhecer que opicode massaóssea,determinadopelo gênero,pela hereditariedade,históriafamiliar,etnia,dietaepeloexercício físico,éobtidoduranteasprimeirasdécadasdevidae apre-sentaefeitoprotetorcontraareduc¸ãodaDMOeconsequente estabelecimentodaosteoporose.79

Atenc¸ão deve ser dada às concentrac¸ões séricos da 25-hidroxivitaminaDvistoseupapelcríticonaregulac¸ãoda absorc¸ãointestinaldocálcio,nareabsorc¸ãotubularrenaldo cálciourinárioeestimulac¸ãodareabsorc¸ãoóssea intrinseca-menterelacionadaàmanutenc¸ãodosníveisséricosdecálcio, importanteparaasaúde,estruturaeresistênciaóssea.80

Nospacientessuscetíveisaquedas,medidasque objeti-vemasuareduc¸ãodevemserimplantadas,umavezquesão responsáveispor90%donúmerodefraturasdequadril.81Isso

decorredofatodequeemtermoscomparativos,enquantoa reduc¸ãodeumdesviopadrãoobservadonaDMO encontra--se relacionadaaoaumento no risco de fratura de quadril emcerca deduas vezes emeia,esse risco podeaumentar emcercadetrêsacincovezesquandoumaquedaocorrede lado.82Entremedidaspreventivasdequeda,caberessaltara

importânciadoexercício físiecoantigravítico,treino mode-radodeimpactoetreinoderesistência,quedemonstraram acapacidadedeaumentaraforc¸amusculareaflexibilidadee melhoraracoordenac¸ãomotoraeoequilíbrio.

Revisão sistemática que incluiu 159 estudos com 79.193participantes nosquaisas intervenc¸õesmais comu-mente testadas foram o exercício físico como uma única intervenc¸ão (59 ensaios) verificou que os programas de exercício e as intervenc¸ões domiciliares, com o objetivo de prever de quedas,reduziramtanto aocorrência quanto o risco de quedas.83 Dessa forma, além de ser altamente

recomendadaparaareduc¸ãonoriscodequeda,apráticade exercícios físicos também tem sido indicada como terapia não farmacológicapara manutenc¸ão da massaóssea,uma vezqueoestímulonecessárioparaoossomanterasuaforc¸a estrutural efuncionalencontra-sediretamente relacionado comacargaquelheéimposta.84Aolongodosúltimosanos,

inúmerosestudosforamelaboradoscomoobjetivodedefinir a magnitude da atividade física indicada durante a idade adulta e asseverar a sua relac¸ão com a saúde óssea.85–88

(8)

exercício de impacto em indivíduos idosos verificou, após 12meses de seguimento,aumentosignificantena DMOde colofemoral.85Evidênciastêmdemonstradoqueapráticade

exercíciofísicoduranteaidadeadulta,maisespecificamente quando indicado para indivíduos com idade superior aos 60anos,comoverificadoemrevisãosistemáticadeensaios clínicosrandomizados,parecepermitirtantoamanutenc¸ão damassaósseaadquiridaduranteainfânciaeadolescência quantocontribuirparaaumentodaDMO.89,90Contudo,estudo

secundário com mesmo nível de evidência demonstrou a ausênciadeindíciosfortessuficientesparajustificaraprática de exercício gravitacionais ou de carga com o objetivo de aumentaradensidade mineralósseadecolunavertebral e colofemoralemhomens.91

Recomendac¸ão

Dieta equilibrada com adequada ingestão de hidratos de carbono, gorduras, proteínas eminerais éessencial para a formac¸ãoóssea.AboaingestãodecálcioevitaminaDapartir dosprodutosdadietaéextremamenteimportantena adoles-cência,momentoemqueéatingidoopicodemassaóssea, mastambémaolongoda vida.Apráticaregularde exercí-cioscomcarga,importantefatorparaaobtenc¸ãodopicode massaósseapermitidopelopotencialgenético,ehábitos sau-dáveisdevidadevemsermantidosaolongodetodaavida, paraminimizaraperdademassaóssea.

Programasdeexercíciofísiconãosóafetamdiretamente asaúdedosossos,massãoigualmenteimportantes paraa manutenc¸ãodamassamuscularemelhoriadoequilíbrioe, consequentemente,paraareduc¸ãodoriscodequedasede fraturas.

Éimportanteenfatizarqueamaioriadasatividades físi-casépreferívelaumestilodevidasedentárioedevemser incentivadas,contudoaindicac¸ãodequalqueratividadefísica temobrigatoriamentequeconsideraridade,estadodesaúde, condic¸ãofísicaecapacidadefuntionaldopaciente.

Pergunta:

Qual

é

o

papel

da

vitamina

D

e

do

cálcio

no

tratamento

da

osteoporose

masculina?

Discussão

Os principais constituintes dos cristais de hidroxiapatita [Ca10(PO4)6(OH)2]doossomineralizadosãoocálcioeoFósforo.

Ocálcioéelementoessencialenvolvidoeminúmeros proces-sosmetabólicos.Dessaforma,fatoresrelacionadosàabsorc¸ão, deposic¸ãoeretiradadocálciodotecidoósseodeterminam asaúde,aestrutura earesistênciaóssea. Asnecessidades de cálcio variam em func¸ão de idade, gênero, etnia, bem comoduranteafasedecrescimento,adolescência,gravidez elactac¸ão.

A vitamina D, por sua vez, é nutriente importante para homeostase sistêmica, seu metabólito ativo, a 1,25-diidroxivitamina D [1,25(OH)2D] ou calcitriol, atua

naregulac¸ãodaabsorc¸ãointestinaldocálcio,nareabsorc¸ão tubularrenaldocálciourinárioeestimulac¸ãodareabsorc¸ão ósseacomoobjetivodemanterseusníveisséricosadequados.

Não obstanteaimportânciadocálciocomo constituinte da matriz mineral óssea, não existe uniformidade quanto aosefeitos exercidospelasuasuplementac¸ãoemrelac¸ãoà reduc¸ãodefraturasosteoporóticas.92–94 Oestudoconhecido

comoDipart–vitaminDIndividualPatientAnalysisofRandomized Trials,oqualapresentou14,4%desuapopulac¸ãoconstituída porhomens,nãodemonstroureduc¸ãonaocorrênciade fratu-rasempelve(HR=0,84comIC95%:0,70a1,01).95Estudosque

analisarammodificac¸õesnadensidademineralóssea, especi-ficamenterelacionadaàsuplementac¸ãodecálcioevitamina Dnapopulac¸ãomasculinacomdiagnósticodeosteoporose, sãoescassos,contudoalgumasevidênciassãodestacadas.

EnsaioclínicoconduzidoporDalyetal.,queincluiuhomens com Z-scoredecolunalombar±2,0DPequeforam rando-mizadosparasuplementac¸ãodeleiteenriquecidocomcálcio e vitamina D (1.000mg de cálcio + 800 UI de colecalcife-rol) verificou, após período de acompanhamento de 12 e 18 meses,que aquelesque receberamsuplementac¸ão com leite fortificado apresentaram efeitos positivos sobre a densidademineralóssea.96Foipossívelverificaraumento

sig-nificantenaDMOemcolunalombaraoredorde0,8%no12◦

mêse1,0%no18◦mêsdeseguimento.Emcorroborac¸ão

des-sesachados,outroensaioclínicorandomizado,elaboradopor Dawson-Hughesetal.tambémverificouquehomens subme-tidosàsuplementac¸ãodecálcioevitaminaDapresentaram aumentosignificantenaDMOdocolofemoralemdetrimento daquelesdogrupo placebo(0,95 ±4,07 versus-1,35 ±4,70, respectivamente).97

Poroutrolado,resultadosconflitantesquandodouso iso-ladodessescomponentes(cálcioouvitaminaD)sãorelatados, comoaquelesencontradosnoestudopublicadoem2001por Ebeling et al. no qual não se verificou, após dois anos de seguimento,diferenc¸anaDMOdecolunalombarecolo femo-ralentrehomenscomdiagnósticodeosteoporoseprimáriae pelomenosumafraturaósseaporfragilidadetratadoscom calcitrioloucálcio(1,9±5,7g/cm2versus1,6±10,1g/cm2e

2,0±6,0g/cm2versus-0,05±4,3g/cm2paracálcioecalcitriol,

respectivamente).98

Recomendac¸ão

Cálcio e vitamina D são considerados essenciais para o tratamento da osteoporose. Evidências demonstram que a suplementac¸ãodecálcioassociadoàvitaminaDencontra-se relacionadaàreduc¸ãodaperdademassaóssea.

Pergunta:

Qual

é

o

papel

da

reposic¸ão

androgênica

(testosterona)

no

tratamento

da

osteoporose

masculina?

Discussão

As alterac¸ões dos hormônios sexuais, evidenciadas nos homens com diagnóstico de hipogonadismo primário ou secundáriooumesmocomoavanc¸ardaidade, apresentam--se, pelo menos em parte, como fatoresimportantes para a reduc¸ão da DMO.99 Nos homens, observa-se declínio

(9)

da frac¸ão biodisponível de testosterona.99 Estudos in vitro

ein vivoindicam que os estrogênios eandrogênios atuam pormeio de mecanismos celularesdistintos para o ganho e manutenc¸ão da massa óssea. Enquanto os estrogênios apresentamatividadeantirreabsortiva,pormeiodainibic¸ão dos osteoclastos, os androgênios parecem estimular a proliferac¸ãoediferenciac¸ãodososteoblastos,alémdeinibira apoptose.101–103Evidênciassugeremque,nohomem,aperda

demassaósseaaolongodotempoencontra-semais relacio-nadaàreduc¸ãodoestrogêniodoquedosandrogênios.104–106

Estudo observacional prospectivo que analisou a relac¸ão entreohipogonadismo(concentrac¸ãoséricadetestosterona inferior a 300 ng/dL), concentrac¸ão sérica de estradiol e densidade mineral óssea em 405 homens idosos (68 a 96 anos),verificouqueaDMOdocolofemoral,colunalombar e rádio distal não apresentou diferenc¸a significante entre indivíduosconsideradoseugonádicosecomdiagnóstico de hipogonadismo.104 Contudo, quando os indivíduos foram

analisadosconformeaconcentrac¸ãomédiadeestradiol,uma associac¸ãolinearsignificativaentreconcentrac¸ãodeestradiol eDMO foi estabelecida.Assim,homens queapresentavam menoresvaloresdeestradioltinhammenorDMO.104

Aocontráriodoqueéobservadoparaasfraturaspor fragi-lidadeóssea,nasquaisnãohácorrelac¸ãodefinidaemrelac¸ão àterapia hormonal androgênica ea incidênciade fraturas naosteoporoseinvolucional(uma vezqueafratura nãose apresenta como desfecho analisado nos estudos), diversos ensaiosclínicos,controladosounão,têmdemonstradoquea ministrac¸ãodatestosteronaseencontraassociadaaaumento da DMO, tanto emindivíduos com diagnóstico de hipogo-nadismoprimário ousecundário quantoparaaqueles com osteoporose.107–111 Já, quandose efetuaanálise dosefeitos

daterapiahormonalandrogênicasobreaDMOemhomens consideradoseugonádicos,osresultadossemostram contro-versos.Anderson etal., emensaio clínico, verificaramque asuplementac¸ãodeandrogêniopeloperíododeseismeses ministradoahomenseugonádicoscomdiagnósticode oste-oporoseestabelecidaesteveassociadaaaumentonaDMOde colunalombar.107Poroutrolado,estudoquetambémincluiu

homens eugonádicos submetidos ao tratamento com tes-tosteronaministradapelaviatransdérmicanãoverificouos mesmosresultados.112

Estudocomdurac¸ãodetrêsanosqueanalisoupopulac¸ão dehomensidosos (idadesuperiora65anos)com diagnós-ticodehipogonadismoequeforamtratadoscomandrogênio (enantatode testosterona)demonstrouaumentosuperior a 8,9%nadensidademineralósseaemcomparac¸ãocomaqueles quereceberamplacebo.113Emcorroborac¸ãodessesachados,

outroensaioclínicorandomizadoconduzidoporBasurtoetal. (2008) avaliou o impacto da terapia hormonal androgênica comenantatodetestosteronanadosede250mgministradaa cadatrêssemanasduranteperíodode12mesessobrea den-sidademineralósseadehomenscomidadesuperiora60anos evaloresplasmáticosdetestosteronainferioresa320ng/dL.110

Nesse estudo, foi possível verificar aumento significante na DMO da coluna lombar (de 1,198 ± 0,153g/cm2 para

1,240±0,141g/cm2).110Outroestudo,tambémrandomizado,

que incluiu pacientes idosos (média etária de 68,2 ± 5,2 anos) e com diagnóstico de osteoporose, constatou que a administrac¸ãodaterapiahormonalnaformado

undecano-atodetestosteronaesteveassociada,apósseise12meses,a aumentosignificantedaDMOdacolunalombarefemur.108

Deveserlembradoqueantesdaintroduc¸ãodaterapia hormo-nalandrogênicaumaavaliac¸ãocompletadapróstatadeveser feita paraqueefeitoscolateraisindesejáveisdotratamento nãopossamcomprometerofuncionamentodaglândulaou mesmoestimularumprocessoproliferativo.

Recomendac¸ão

A ministrac¸ão da testosterona em homens com hipogo-nadismo primário ou secundário e/ou com diagnóstico de osteoporose apresenta evidência limitada de aumento na DMO,principalmenteemcolunalombar.Aindanãohá evidên-ciasdequeousodatestosteronaestejarelacionadoàreduc¸ão noriscodefraturasporfragilidadeóssea.114

Pergunta:

Qual

é

o

papel

dos

bisfosfonatos

no

tratamento

da

osteoporose

masculina?

Discussão

Osbisfosfonatossãoanálogossintéticosnãohidrolisáveisdo pirofosfato inorgânico e se caracterizam por duas ligac¸ões carbono-fósforo(P-C-P).Sãocompostosquesedepositamna matrizósseadevidoà afinidadeaoscristaisde hidroxiapa-titaque atuamemsítiosdeformac¸ãoereabsorc¸ãoósseas. Os mecanismos pelos quais esses compostos impedem a reabsorc¸ãoaindanãoestãocompletamenteidentificados,mas aparentementeatuamnosprocessosdereabsorc¸ãopormeio da reduc¸ãoda atividade dososteoclastos. A eficácia dessa classedemedicamentostemsidodemonstradaeminúmeros estudos, tanto em mulherescomo em homens,são consi-derados fármacos de primeira linha para o tratamento da osteoporose.

Alendronato

Ensaios clínicos têm demonstrado que o uso do alendro-natoporhomenscomdiagnósticodeosteoporoseencontra-se relacionado a aumento significante da DMO. Orwoll et al. verificaramquehomensrandomizadosparatratamentocom alendronato nadose de 10mg/dia apresentaramnofim do 24◦ mês de seguimento aumento significante da DMO da

colunalombar(7,1%±0,3%).115Outroensaioclínico

condu-zido porRinge et al. randomizou homenscom diagnóstico deosteoporoseparatratamentocomalendronato(10mg/dia) ou1-alfacalcidiol(1,0␮g/dia).Nesseestudofoipossível

veri-ficar, após 24 meses de seguimento, aumento significante da DMO da coluna lombar e colo femoral entre indiví-duosquereceberamoalendronato.116Achadossemelhantes

foram encontrados em outro ensaio clínico também ran-domizado, no qual homens com média etária de 56,9 ±

11 anos e diagnóstico de osteoporose foram tratados com alendronato(10mg/dia)associadoaocálcioouusodecálcio isoladamente.117 Foipossível verificar,após seguimento de

36 meses,aumento significanteda DMO da colunalombar (4,2%noprimeiroano;6,3%e8,8%paraos2◦e3anos,

(10)

Risedronato

OsefeitosfavoráveisdorisedronatosobreincrementodaDMO têm sido demonstrados em diversos ensaios clínicos com diferentesperíodos deseguimento, deseis meses até qua-troanos.118–122 Ensaioclínicomulticêntricocomdurac¸ãode

doisanos,conduzidoporBoonenetal.epublicadoem2009, demonstrou que homens com diagnóstico de osteoporose apresentaramaumentosignificantedaDMOdacoluna lom-barquandorandomizadosparatratamentocomrisedronato (35mg/semana)emcomparac¸ãocomaquelesquereceberamo placebo(aumentode4,5%naDMOcomIC95%:3,5%a5,6%).121

Osmesmosautorespublicaram,em2012,dadosconcernentes àcontinuac¸ãodoestudoanteriormentereferidocom segui-mentoadicionaldemais24mesesqueperfeztotaldequatro anos de estudo.122 Nesse seguimento, agora conduzido de

maneiraaberta, indivíduos quehaviam sido randomizados paratratamentocomrisedronatopermaneciamemusodesse medicamentoeaquelesquehaviamrecebidooplacebo pas-saramaotratamentocomobisfosfonato.Foipossívelverificar queindivíduosquehaviamsido submetidosaotratamento com risedronatonos primeiros dois anos doestudo e que receberamomesmomedicamentonasegundafasepormais doisanosapresentaramaumentosignificantenadensidade mineralósseadecolunalombar,omesmoefeitofoiverificado paraaquelesindivíduosquereceberamoplacebonaprimeira fasedoestudoequepassaramasertratadoscomo medica-mento.Osefeitosbenéficos dorisedronatosobreareduc¸ão defraturas ósseasforamavaliadosemoutroensaio clínico open-label,desenhadoporRingeetal.equeapresentou,como objetivoprimário,aavaliac¸ãodaocorrênciadenovas fratu-rasvertebrais.120Comdurac¸ãode24meses,316homenscom

médiaetáriade57anosediagnósticodeosteoporoseforam randomizadosparatratamentocomrisedronato(5,0mg/dia) eplacebo.Nesteestudo,foipossívelverificarnofimdo segui-mentoreduc¸ãosignificantenonúmerodefraturasvertebrais entreindivíduos tratadoscomo bisfosfonato (RRA =0,144; IC95%:0,055a0,217eNNT=7[4a18]).

Ácidozoledrônico

Ensaiosclínicostêmdemonstradooefeitobenéficodoácido zoledrônicosobreoganhodaDMOereduc¸ãonaocorrência de fraturas ósseas. Boonen et al. em ensaio clínico multi-cêntricode nãoinferioridadedemonstraramquenofim do 24◦ mês de seguimento homens randomizados para

tra-tamento com ácido zoledrônico(5,0mg/ano) apresentaram aumentodaDMOdacolunalombarefemur.123Outroensaio

clínicorandomizado placebo-controladotambém multicên-tricoqueincluiu maisdemil indivíduosidentificou menor ocorrênciadefraturasvertebraisapós24meses(RRA=0,030; IC95%0,009a0,045enumberneededtotreat(NNT)=32[22a 105]).124

Recomendac¸ão

O usodos bisfosfonatos porvia oral (alendronato, risedro-nato)ouparenteral(ácidozoledrônico)paraotratamentoda osteoporoseemhomensaumentademaneirasignificantea DMO.Háevidênciasdequeousodorisedronatoedoácido

zoledrônico serelaciona à reduc¸ão norisco de fratura por fragilidadeóssea.

Pergunta:

Qual

é

o

papel

do

denosumabe

no

tratamento

da

osteoporose

masculina?

Discussão

O denosumabe é um anticorpo monoclonal totalmente humanocontraoRANKL(ligantedoreceptorativadordefator nuclearkappaB).Liga-secomgrandeafinidade,impedeque oliganteativeseuúnicoreceptor,oRANK,nasuperfíciedos osteoclastoseseusprecursors.125Dessaforma,esseanticorpo

reduzadiferenciac¸ão,atividadeesobrevivênciados osteoclas-tos, diminuiassimareabsorc¸ãoóssea.Aaprovac¸ãodoseu usoparaotratamentodaosteoporoseemhomensfoi base-adanosdadosobtidosapartirdoensaioclínicorandomizado controlado denominado Adamo – A multicenter,randomized, double-blind,placebo-controlledstudytocomparetheefficacyand safety ofdenosumab vsplaceboinmales with osteoporosis,que demonstrou aumentoda DMO emcoluna lombar,fêmure terc¸odistaldorádio126,127em242homensdurante12mesesde

seguimento.127Todososindivíduostinhamcomocritériosde

inclusãoT-score≤-2,0e≥-3,5nacolunalombaroucolo femo-ralouentãoT-score≤-1,0e≥-3,5nacolunalombaroucolo femoralassociadoàpresenc¸adefraturaosteoporóticaprévia (127A).Oseventosadversosmaiscomumenterelatadosforam dornascostas,artralgia,nasofaringiteeconstipac¸ão.Nenhum casodefraturafemoralatípica,hipocalcemia,osteonecrosede mandíbulaoucomplicac¸õesparaconsolidac¸ãodafraturafoi relatado.

Resultados semelhantes também foram verificados em estudo multicêntrico que incluiu pacientes na vigência de tratamentoparacâncerdepróstatanãometastáticoemuso de medicamentos antiandrogênicos que haviam sido ran-domizados paraministrac¸ãododenosumabeouplacebo.128

Nesseestudo,ospacientesreceberaminjec¸õessubcutâneas de denosumabe (n = 734) ou placebo (n = 734) uma vez a cada seis meses, além de suplementos diários de cál-cioevitaminaD.Verificaram-seaumentossignificativosna DMO da coluna lombar e fêmur no primeiro mês após dose inicial.Foipossível constatar,noperíododetrêsanos de acompanhamento, que o uso do denosumabe esteve relacionado a aumento da DMO da coluna lombar (8,0%), colo femoral (4,9%) e do terc¸o distal do rádio (6,9%).128

Além disso, houve reduc¸ão de 45% do risco de qualquer nova fratura, bem como reduc¸ão da incidência de novas fraturas vertebrais no 12◦, 24e 36mês de

acompanha-mento.

Recomendac¸ão

(11)

Pergunta:

Qual

é

o

papel

da

teriparatida

no

tratamento

da

osteoporose

masculina?

Discussão

Ateriparatida(hormônioparatireoideanohumano recombi-nante 1-34(PTH [1-34]rh)), obtida através da tecnologia do DNA recombinante, épolipeptídeo sintéticoque apresenta sequência idêntica aos aminoácidos 1 a 34da região ami-noterminaldohormôniodaparatireoidehumanoendógeno, essasequênciaéaresponsávelpelasuaac¸ãobiológica.Por seridênticoàfrac¸ãobiologicamenteativadoPTHendógeno (PTH[1-84]), liga-secom afinidade semelhante ao receptor acopladoàproteínaG.129Dessaforma,estimulaaformac¸ão

deossonovo,possibilita arestaurac¸ãoda microarquitetura óssea e atenuac¸ão do processo de osteoporose grave. As maioresevidênciasdisponíveissobreaeficáciada teripara-tidano aumento da DMO ereduc¸ão de fraturas vertebrais e não vertebrais foram obtidas a partir de estudos que analisaram mulheres na pós-menopausa com diagnóstico de osteoporose.130–132 Kurland et al., em 2000, publicaram

o primeiro ensaio clínico que analisou o emprego doPTH recombinanteemindivíduoscomdiagnósticodeosteoporose idiopática.133 Nesse estudo, 23 homens foram

randomiza-dosparaministrac¸ão,porviasubcutânea,de400UIdePTH [1-34]rh e placebo. No fim do período de seguimento de 18meses,evidenciou-se, entrepacientes mantidosem tra-tamento com a teriparatida, ganho de DMO em coluna vertebral. Em outro ensaio clínico randomizado, Orwoll et al. analisaram a eficácia e seguranc¸a da teriparatida emhomens com diagnóstico de osteoporose idiopática ou secundáriaao hipogonadismo.134 Nesse estudo,437

indiví-duosforamrandomizadosparatratamentocomteriparatida nas doses de 20␮g, 40␮g ou placebo. Após tempo médio

de tratamento de 11 meses foi possível verificar aumento significante da DMO da coluna vertebral e colo femo-ral. A resposta à teriparatida ocorreu independentemente da presenc¸a ou não do hipogonadismo. Ampliando-se o tempodeseguimentodessespacientes,Kaufmanetal. veri-ficaram valores significativamente maiores de densidade mineral óssea, tanto do colo femoral quanto da coluna vertebral, no18◦ e 30mês de seguimento em relac¸ão aos

valores observados entre os pacientes randomizados para tratamentocomplacebo.135 Paraaocorrênciadenovas

fra-turasvertebrais,nãoseverificoudiferenc¸asignificanteentre pacientes mantidos sob tratamento com teriparatida em comparac¸ãoaoplacebono fimdoseguimentode30meses (RRA=-0,062;IC95%-0,125a0,027;RRA=-0,057;IC95%-0,123 a0,037para20␮ge40␮gdeteriparatida,respectivamente).

Recomendac¸ão

O uso da teriparatida por homenscom ou sem hipogona-dismo mostrou aumento significante da DMO, no entanto aindanão existemevidências substanciaisde que seu uso estejarelacionadoàreduc¸ãodoriscodefraturaporfragilidade óssea.

Pergunta:

Qual

é

o

papel

do

ranelato

de

estrôncio

no

tratamento

da

osteoporose

masculina?

Discussão

O ranelato de estrôncio é substância que aparentemente desempenha duploefeito no metabolismoósseo: proporci-onareduc¸ãodareabsorc¸ãoósseaeaumentaaformac¸ãoda massa óssea, torna-se assim opc¸ão para o tratamento da osteoporose.136Estudosinvitrodemonstraramasua

capaci-dadedereduzir areabsorc¸ãoósseapormeio dainativac¸ão dososteoclastoseaumentodaformac¸ãoósseapormeioda ativac¸ãodososteoblastos.137,138

Dois ensaios clínicos investigaram os efeitos da ministrac¸ãodoranelatodeestrôncioemcomparac¸ãocomo placebooualendronatosobreamassaósseaemindivíduos dosexomasculinocomdiagnósticodeosteoporoseprimária estabelecido.139,140 O primeiro estudo, publicado em 2010,

analisou os efeitos doranelato de estrôncioe alendronato sobre adensidade mineralóssea (DMO).140 Para tanto, 228

homens com diagnóstico de osteoporose primária foram randomizados para tratamento com ranelato de estrôncio (dose de 2,0g/dia) e alendronato (dose de 70mg/semana). Nesseestudoopen-label,pôde-severificar,após12mesesde acompanhamento,queindivíduostratadoscomranelatode estrôncio apresentaram aumento médio na DMO ao redor de 5,8% ± 3,7%na coluna lombare 3,5%± 2,8% na pelve total emcomparac¸ãocom 4,5%± 3,4%e2,7%± 3,2%para colunalombar epelve totalrespectivamenteentre aqueles quehaviam sidorandomizadospara tratamentocom alen-dronato.Outroensaioclínico,queanalisoudadosreferentesa 54 centros, publicado por Kaufmanet al. em2013, eviden-ciou que pacientes que haviam sido randomizados para tratamento com ranelato de estrôncionadose de 2,0g/dia apresentaramaumentosignificantedaDMOdacoluna lom-barapósdoisanosdeseguimento(12%;IC95%10,6%a13,2% versus2,1%;IC95%0,6a3,6%nogrupoplacebo),139bemcomo

nofêmur.

Osefeitosadversosdoranelatodeestrôncioforam reava-liadosem2014pelaEuropeanMedicinesAgency.Elaemitiu umcomunicado(EMA/139813/2014)querestringiuousodessa medicac¸ãoapenasparatratamentodeindivíduosadultoscom osteoporosegraveeelevadoriscodefratura,paraquem trata-mentocomoutrosmedicamentosnãosejapossível.Doentes queapresentem quadroclínicoou antecedentesde doenc¸a cardíaca isquêmica, doenc¸a arterial periférica e/ou doenc¸a cerebrovascular ouhipertensão arterialnãocontroladanão devemsertratadoscomoranelatodeestrôncio.

Recomendac¸ão

(12)

graveeelevadoriscodefratura,sempossibilidadede trata-mentocomoutrosmedicamentos,econtraindicaremdoentes comquadroclínicoouantecedentesdedoenc¸acardíacanão controladaisquêmica,doenc¸aarterialperiféricae/oudoenc¸a cerebrovascularouhipertensãoarterial.

Pergunta:

Qual

é

o

papel

dos

regimes

combinado

ou

sequencial

no

tratamento

da

osteoporose

masculina?

Discussão

Emvirtudedosdiferentesmecanismosdeac¸ão,poder-se-ia pensarqueousosequencialousimultâneodemedicamentos comac¸ão anabólica eantirreabsortivaapresentariam exce-lente potencial para aumento da densidade mineral óssea maisdoquequalquerumdosagentesempregadosem mono-terapia.

Estudosqueanalisaramo desempenhoderegimes tera-pêuticoscombinadosemmulheresnapós-menopausacom diagnóstico de osteoporose demonstraram aumento signi-ficante da DMO da coluna vertebral e colo do fêmur em comparac¸ãocomousodosfármacosemmonoterapia. Con-tudo, ensaio clínico verificou para essa mesma populac¸ão queousodateriparatidaisoladamenteencontrava-se asso-ciado a maior ganho da DMO, tanto de coluna lombar quantocolo femoral,emdetrimento doregimecombinado com alendronato141–144 Poucos ensaios clínicos que

incluí-rampequenonúmerodepacientesdosexomasculinoforam desenhados com a propostade verificar o comportamento daterapiacombinadanotratamentodaosteoporose.Walker etal. randomizaram 29homens comdiagnóstico de osteo-penia(T-score < -2,0 DP)para tratamento com risedronato (35mg/semana);teriparatida(20␮g/dia)ouacombinac¸ãode

ambos.145 Nesse estudo, controlado com placebo,

verifica-ramnofim do18◦ mêsquetodasasterapiascontribuíram

paraoaumentodadensidademineralósseadecoluna lom-bar,não foiverificada diferenc¸a entreos grupos. Poroutro lado,outroensaioclínicotambémrandomizado,conduzido porFinkelsteinetal.,demonstrouquepacientesquehaviam sido tratadoscom teriparatida emmonoterapia apresenta-rammaiorincrementodaDMOemcomparac¸ãocomaqueles quehaviamsidotratadoscomalendronatoouacombinac¸ão deambososmedicamentos.146Osmesmosautores,ao

veri-ficar modificac¸ões dos marcadores de remodelac¸ão óssea, concluíram queo tratamentocom alendronato prejudica a capacidadedateriparatidadeaumentaradensidademineral óssea,umavezqueatenuaaestimulac¸ãoinduzidaporesse medicamentonaformac¸ãoóssea.146

Recomendac¸ão

Assimcomo verificado entremulheres napós-menopausa, aministrac¸ãopréviaouconcomitantedebisfosfonatospara o tratamento da osteoporose em homens se associa a maiorsupressãodaremodelac¸ãoóssea,retardaosefeitosda ministrac¸ãodefármacosanabólicoscomoateriparatida.147,148

Pergunta:

Para

o

diagnóstico

clínico

da

osteoporose

masculina

podemos

usar

o

Algoritmo

Frax

®

Modelo

Brasil?

Discussão

AOrganizac¸ãoMundialdeSaúde(OMS)introduziuem2008 umalgoritmode avaliac¸ãodorisco defratura denominado FRAX® – FractureRiskAssessmentTool–queincorporouaos valoresobtidosnadensitometriamineralósseafatores indi-viduaisderisco.Essaferramenta,disponívelem57paísese quecobre79%dapopulac¸ãomundialacimade50anos,foi desenvolvidacombaseemanálisesdeestudos epidemioló-gicosconduzidosnaEuropa, nosEstadosUnidos enaÁsia. Temporobjetivoquantificaroriscoabsoluto,nospróximos dezanos,empacientesentre40e90anos,daocorrênciade fraturadequadril(fêmurproximal)oudeoutrafraturamaior porfragilidadeóssea(antebrac¸o,fêmurproximal,úmeroou coluna vertebral)com baseem fatoresde riscoclínicos de fácilobtenc¸ão,comoidade,históricodefraturasanteriores, antecedentefamiliardefraturaosteoporótica,usode glicocor-ticoide,baixoíndicedemassacorporal,tabagismoeconsumo excessivodeálcool.149 Adensidademineralóssea(DMO)do

colo do fêmur pode ou não ser incluída para melhorar a estratificac¸ãodoriscodefratura.Éimportanteobservar,na interpretac¸ãodesseinstrumento,quesãoconsideradas ape-nas variáveis com evidência clínica estabelecida. Algumas variáveis como atividade física, deficiência de vitamina D, diabetes, perda de massaósseaverificadas entremedic¸ões sequenciais da DMO e quedas,embora importantes,ainda nãoapresentamevidênciasclínicasrelativasasuaassociac¸ão com fraturassuficientesparaseremconsideradasnoFRAX. Paraaconstruc¸ãodessealgoritmo,foiconduzidametanálise dosdadosdegrandesestudosepidemiológicos,inclusivemais de 59.000indivíduos,dosquais74%eram mulheres,como objetivodeidentificarosfatoresderiscodefratura, indepen-dentementeda densidademineralóssea.149 Dessamaneira,

em virtudeda metodologia usada para avaliac¸ãoda possí-velrelevânciaassociadaacadafatorderisco,generalizac¸ão dosresultados empopulac¸ãoque nãoapresentemestudos epidemiológicosespecíficostorna-seimprópria.Assim,a pro-babilidadedefraturadifereamplamenteemdiferentespartes domundo,deveacalibrac¸ãodoinstrumentoFRAX® serfeita individualmenteparacadapaísondeaepidemiologiada fra-turadequadrilemortalidadeforampublicadas.Ainclusãodo riscodemorteéimportante,umavezqueindivíduoscomalta probabilidadedeóbitopróximoapresentammenor probabili-dadedefraturaemcomparac¸ãocomaquelescomexpectativa devidalonga.Alémdomais,algunsfatoresderiscoafetam aprobabilidadedeóbitotantoquantoaprobabilidadede fra-tura.Exemplosincluemoaumentodaidade,ousoprolongado decorticosteroideseotabagismo.

O modelo FRAX® para o Brasil encontra-se disponível desde1demaiode2013.Dadosdequatroestudos epidemio-lógicosconduzidosnasregiõesNordeste,SuleSudesteforam coletadoseanalisadosparaobtenc¸ãodedadosnacionaisda incidênciadefratura dequadrilemortalidade.150 Os

Imagem

Tabela 1 – Causas secundárias de osteoporose no homem
Tabela 2 – Sinais e sintomas da osteoporose Após fratura
Tabela 3 – Estudo do FRAX em homens no Brasil

Referências

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