ww w . r e u m a t o l o g i a . c o m . b r
REVISTA
BRASILEIRA
DE
REUMATOLOGIA
Artigo
de
Revisão
Recomendac¸ões
da
Sociedade
Brasileira
de
Reumatologia
para
a
terapia
de
induc¸ão
para
vasculite
associada
a
ANCA
Alexandre
Wagner
Silva
de
Souza
a,∗,
Ana
Luisa
Calich
a,
Henrique
de
Ataíde
Mariz
b,
Manuella
Lima
Gomes
Ochtrop
c,
Ana
Beatriz
Santos
Bacchiega
c,
Gilda
Aparecida
Ferreira
d,
Jozelia
Rêgo
e,
Mariana
Ortega
Perez
f,
Rosa
Maria
Rodrigues
Pereira
f,
Wanderley
Marques
Bernardo
ge
Roger
Abramino
Levy
caUniversidadeFederaldaSãoPaulo(Unifesp),EscolaPaulistadeMedicina(EPM),DisciplinadeReumatologia,SãoPaulo,SP,Brasil bUniversidadeFederaldePernambuco(UFPE),DisciplinadeReumatologia,Recife,PE,Brasil
cUniversidadedoEstadodoRiodeJaneiro(Uerj),HospitalUniversitárioPedroErnesto,Servic¸odeReumatologia,RiodeJaneiro,RJ,Brasil dUniversidadeFederaldeMinasGerais(UFMG),FaculdadedeMedicina,DepartamentodeAparelhoLocomotor,BeloHorizonte,MG,
Brasil
eUniversidadeFederaldeGoiás(UFG),FaculdadedeMedicina,Servic¸odeReumatologia,Goiânia,GO,Brasil fUniversidadedeSãoPaulo(USP),FaculdadedeMedicina,DisciplinadeReumatologia,SãoPaulo,SP,Brasil gAssociac¸ãoMédicaBrasileira(AMB),ProjetoDiretrizes,SãoPaulo,SP,Brasil
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem10deabrilde2017 Aceitoem21demaiode2017
Palavras-chave:
VasculiteassociadaaANCA Granulomatosecompoliangiite Poliangiitemicroscópica Vasculitelimitadaaorim Diretrizes
r
e
s
u
m
o
Oobjetivodestasrecomendac¸õeséorientarotratamentoapropriadodeinduc¸ãoem paci-entescomvasculiteassociadaaanticorposanticitoplasmadeneutrófilos(VAA)ativa.As recomendac¸õespropostaspeloComitêdeVasculopatiasdaSociedadeBrasileirade Reuma-tologiaparaaterapiadeinduc¸ãoparavasculitesassociadasaosanticorposanticitoplasma deneutrófilos(VAA),inclusivegranulomatosecompoliangiite,poliangiitemicroscópicae vasculitelimitadaaorim,forambaseadasemumarevisãosistemáticadaliteraturaena opiniãodeespecialistas.ArevisãodaliteraturafoifeitacomasbasesdedadosMedline (PubMed),Embasee Cochraneparaconsultarartigosatéoutubro de2016.Asdiretrizes Prisma(PreferredReportingItemsforSystematicReviewsandMeta-Analyses–Principaisitens parareportarrevisõessistemáticasemetanálises)foramusadasparaarevisão sistemá-ticaeosartigosforamavaliadosdeacordocomosníveisdeevidênciaOxford.Dezesseis recomendac¸õesforamfeitasemrelac¸ãoadiferentesaspectosdaterapiadeinduc¸ãopara VAA.Oobjetivodessasrecomendac¸õeséservircomoumguiaparadecisõesterapêuticas porprofissionaisdasaúdenotratamentodepacientescomVAAqueapresentemadoenc¸a ativa.
©2017PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobuma licenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
∗ Autorparacorrespondência.
E-mail:alexandrewagner@uol.com.br(A.W.Souza).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2017.05.002
Recommendations
of
the
Brazilian
Society
of
Rheumatology
for
induction
therapy
of
ANCA-associated
vasculitis
Keywords:
ANCA-associatedvasculitis Granulomatosiswithpolyangiitis Microscopicpolyangiitis Renal-limitedvasculitis Guidelines
a
b
s
t
r
a
c
t
Thepurposeoftheserecommendationsistoguidetheappropriateinductiontreatmentof AAVpatientswithactivedisease.TherecommendationsproposedbytheVasculopathies CommitteeoftheBrazilianSocietyRheumatologyforinductiontherapyofantineutrophil cytoplasmicantibody-associatedvasculitis(AAV),includinggranulomatosiswith polyan-giitis, microscopic polyangiitis and renal-limited vasculitis, were based on systematic literaturereviewandexpertopinion.LiteraturereviewwasperformedusingMedline (Pub-Med), EMBASEand Cochrane database to retrieve articles until October 2016. PRISMA guidelineswereusedforthesystematicreviewandarticleswereassessedaccordingtothe Oxfordlevelsofevidence.Sixteenrecommendationsweremaderegardingdifferentaspects ofinductiontherapyforAAV.Thepurposeoftheserecommendationsistoserveasaguide fortherapeuticdecisionsbyhealthcareprofessionalsinthemanagementofAAVpatients presentingactivedisease.
©2017PublishedbyElsevierEditoraLtda.ThisisanopenaccessarticleundertheCC BY-NC-NDlicense(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
Introduc¸ão
Asvasculitesassociadasaanticorposanticitoplasmade neu-trófilos(antineutrophilcytoplasmicantibodyassociatedvasculitis
– ANCA VAA) éum grupo de vasculites sistêmicas necro-santesqueafetampredominantementepequenosvasoscom poucosounenhum depósitoimunológiconaparede vascu-lar,associadaaANCAcomobiomarcadorcomum.1ANCAsão
anticorposcontraenzimasemgrânulosazurofílicosde neu-trófiloselisossomas demonócitoscomespecificidadepara aproteinase-3(PR3-ANCA)eparaamieloperoxidase (MPO--ANCA).2VAAincluemgranulomatosecompoliangiite(GPA,
anteriormenteconhecidacomogranulomatosedeWegener), poliangiite microscópica (PAM), granulomatose eosinofílica com poliangiite(GEPA, anteriormenteconhecida como sín-drome de Churg-Strauss) e VAA limitada a órgãos, por exemplo,vasculitelimitadaaorim(VLR).1
AntesdeiniciaraterapiaparapacientescomVAAno iní-cioda doenc¸a,especialmenteparaGPAePAM,énecessário determinarsuaextensão.Aclassificac¸ãodoEUVAS(European VasculitisStudy–EstudoEuropeusobreVasculite)categoriza aextensãodadoenc¸aemcincosubconjuntos:doenc¸a locali-zada,doenc¸asistêmicainicial,doenc¸ageneralizada,doenc¸a graveedoenc¸arefratária(tabela1).3Noentanto,otratamento
depacienterecém-diagnosticadocomVAAtambémpodeser planejado com basena presenc¸aou não de risco de dano permanenteaórgão,riscodevidaouinsuficiência renalou hemorragiapulmonarrapidamenteprogressivas.4As
princi-paismedidasdedesfechosparaaavaliac¸ãodaatividadede VAAsãoaterceiraversãodoBVAS(BirminghamVasculitis Acti-vityScore)eoBVAS-WG,adaptadaparapacientescomGPA.5,6
OtratamentodeVAAédivididoemterapiadeinduc¸ãoede manutenc¸ão.Aterapiadeinduc¸ãoéprescritaparapacientes comaformaativadadoenc¸a,tantonoiníciocomoem recidi-vasdadoenc¸aduranteoacompanhamento;oseuobjetivoé alcanc¸araremissãocompletaeevitaracumulac¸ãodedanos. Apósalcanc¸araremissão,aterapiademanutenc¸ãoéiniciada eoseuobjetivoéprevenirrecidivasdadoenc¸a.7
Tabela1–Categorizac¸ãodoEUVASparaVAAdeacordo comdiferentesníveisdegravidade3
Categorias Definic¸ão
Localizada Doenc¸arestritaaotratorespiratóriosuperiore inferiorsemenvolvimentosistêmicoou sintomasconstitucionais
Sistêmica inicial
Envolvimentodequalquerórgãoousistema, semriscodedanopermanenteaórgãosourisco devida
Generalizada Riscoàfunc¸ãorenaloudeoutrosórgãos, creatininasérica<500mol/Lou5,6mg/dL
Grave Insuficiênciarenaloudeoutrosórgãos, creatininasérica>500mol/Lou5,6mg/dL
Refratária Doenc¸aprogressivanãoresponsivaàterapia comglicocorticoideseciclofosfamida
VAA,vasculitesassociadasaanticorposanticitoplasmade neutró-filos;EUVAS,EuropeanVasculitisStudy.
Oobjetivodestasrecomendac¸õeséguiarotratamentode pacientescomVAAdeacordocomasevidênciasatualmente presentesnaliteratura,facilitaroacessoàsterapias disponí-veiseminimizardanos permanentesdevidoàatividade da doenc¸a.Estasrecomendac¸õesabordaramaspectosdaterapia deinduc¸ãoempacientescomVAA,incluindoGPA,MPAeRLV.
Métodos
Tabela2–Categoriasdeevidênciasemestudos9
Níveis Evidências
1a RevisãosistemáticaemetanáliseadeECR 1b AomenosumECRcomICestreito
2a Revisãosistemáticaemetanáliseadeestudosdecoorte 2b AomenosumestudodecoorteouumECRdebaixa
qualidade
3a Revisãosistemáticaemetanáliseadeestudoscaso controle
3b Aomenosumestudocasocontrole
4 Aomenosumasériedecasosouestudodecoortee estudoscaso-controledebaixaqualidade
5 Opiniãodeespecialistasemavaliac¸ãocríticaexplícita oucombaseemfisiologia,pesquisadebancadaou “princípiosfundamentais”
ECR,ensaioclínicorandomizado;IC,intervalodeconfianc¸a. a Énecessáriahomogeneidadeparametanálise.
poissuafisiopatologiaédiferentedaqueladeoutrasformas deVAAepacientescomGEPAnãoforamincluídosemensaios clínicosqueavaliaramotratamentoemoutrasformasdeVAA. Os seguintes termos em inglês foram usados na pes-quisasistemáticadaliteratura:ANCA-AssociatedVasculitisOR
Pauci-ImmuneVasculitisORAnti-NeutrophilCytoplasmic Antibody--Associated Vasculitis OR Granulomatosis with Polyangiitis OR
WegenerORMicroscopicPolyangiitisORSubgloticStenosisAND
InductionChemotherapyORRemissionInductionORInduction.Com aaplicac¸ãodofiltrorandom(emportuguês,aleatório),foram adicionadosostermosrelacionadosacadamodalidadede tra-tamentodeinduc¸ãoparapacientescomVAA.
Os critérios de inclusão para estudosnesta revisão sis-temáticaforam osseguintes:ensaiosclínicoscontroladose randomizados(ECR)queabordassemtratamentodeVAA,com númerodepacientesmaiordoque100ecom acompanha-mentomínimo deseismeses,estudosdeextensãofeitosa partirdeECRscomoscritériosmencionadosacimaerevisões sistemáticascommetanálisesdeECRs.Emalgunscasos, estu-dosdecoortehistóricaeartigosderevisãoforamincluídose, naausênciadeECRsparamodalidadesespecíficasdeterapia, foramincluídosestudosabertosouestudosdecoortedebaixa qualidade.
Ospassosdestarevisãosistemáticadaliteraturaseguiram asdiretrizesPrisma.8 Osestudosselecionadosforam
avalia-doseograuderecomendac¸ãoparacadaquestãofoibaseado noníveldeevidênciaapartirdosestudos(tabelas2e3).9–11
Dezesseisrecomendac¸õesforamdesenvolvidasparaabordar diferentesaspectosdaterapiadeinduc¸ãodeVAA(tabela4).
Tabela3–Grausderecomendac¸ãoparacadaevidência9
Graus Definic¸ão
A Estudosdenível1consistentes
B Estudosdenível2ou3consistentesouextrapolac¸ões deestudosdenível1
C Estudosdenível4ouextrapolac¸õesdeestudosdenível 2ou3
D Evidênciasdenível5ouestudosdequalquernívelcom inconsistênciaouinconclusivos
Resultados
Osglicocorticoidessãorecomendadosparaotratamento deVAAativa?
O protocolo de tratamento para todo paciente com VAA com a doenc¸a ativa deve incluir glicocorticoides (GC) sis-têmicos. Adose inicial de prednisona ou equivalenteé de 0,5a1mg/kg/dia(graude recomendac¸ãoC).Aterapia com GC precisaserassociadaa umagenteimunossupressor ou aumagentebiológicoempacientescomVAAativa(graude recomendac¸ãoC).
Revisãodaliteratura
EmboranãohajadadosdeestudosquecomparemGCcom pla-ceboempacientescomVAA,foramusadosGCemtodosECRs que avaliaramaterapia deinduc¸ãopara VAA.12–17 O
trata-mentodeVAAapenascomGC,semterapiaimunossupressora oubiológicaassociada,nãoérecomendado.Nasséries histó-ricas,aadic¸ãodeGCaotratamentodeGPAativanãoproduziu melhorianasobrevida(níveldeevidência4).18,19Alémdisso,o
tratamentoderecidivasdemenorgravidadedeVAA exclusiva-mentecomumaumentonadosedeprednisonafoiassociado a altataxa derecidivas após seudesmame, apesarda res-postainicialfavorávelobservadanamaioriadoscasos(nível deevidência2b).20
Háalgumadiferenc¸aentreusooraleIVdeGCnaterapia deinduc¸ãoparaVAA?
NãoháevidênciasdequeGCviaIVsejammaiseficientesdo que GCvia oralempacientes com VAA ativa. Noentanto, em pacientes com manifestac¸ões graves (ou seja, doenc¸a com risco de vida com o envolvimento de órgãos vitais), deve serprescritaapulsoterapia IVcommetilprednisolona 15mg/kg/diaou0,5a1,0g/diaporumatrêsdiasnoiníciodo tratamento(grauderecomendac¸ãoD).
Revisãodaliteratura
Até a presente data, nenhum estudocomparou o usooral eIVdeGCno tratamentodepacientes comVAA.A pulso-terapiaIVcommetilprednisolonafoiadministradaantesda prednisonanamaioriadosestudosqueavaliaramaterapia deinduc¸ãoedemanutenc¸ãoemVAA.Adosede metilpred-nisolona varioude0,5a1,0gpordiaporumatrêsdiasou 15mg/kg(dosemáximaporpulsode1g)pordosepor1-3dias (níveldeevidência5).12–17,21–23Noentanto,aavaliac¸ãoda
efi-cáciadapulsoterapiaIVcommetilprednisolonanãoeraum dosobjetivosdessesECRs.
Qualéadoseeadurac¸ãoideaisdotratamentocomGC viaoralnaterapiadeinduc¸ãoparaVAA?
Tabela4–Recomendac¸õesparaaterapiadeinduc¸ãoparaVAA
QuestõesPico Recomendac¸ões
1.Osglicocorticoidessão
recomendadosparaotratamentoda VAAativa?
OprotocolodetratamentoparatodopacientecomVAAativadeveincluirglicocorticoides(GC) sistêmicos.Adoseinicialparaprednisonaouequivalenteéde0,5a1mg/kg/dia(graude recomendac¸ãoC).AterapiacomGCprecisaserassociadaaumagenteimunossupressorouaum agentebiológicoempacientescomVAAativa(grauderecomendac¸ãoC).
2.Háalgumadiferenc¸aentreouso oraleIVdeGCnaterapiade induc¸ãoparaaVAA?
NãoháevidênciasdequeGCviaIVsejammaiseficientesdoqueglicocorticoidesviaoralem pacientescomVAAativa.Noentanto,empacientescommanifestac¸õesgraves(ouseja,doenc¸a comriscodevidacomoenvolvimentodeórgãosvitais)deveserprescritapulsoterapiaIVcom metilprednisolona15mg/kg/diaou0,5a1,0g/diaporumatrêsdiasnoiníciodotratamento(grau derecomendac¸ãoD).
3.Qualéadoseedurac¸ãoideaisdo tratamentocomGCviaoralna terapiadeinduc¸ãoparaaVAA?
OtratamentodepacientescomVAAativadeveserplanejadodemaneiraindividualizada. Prednisonaouprednisolonaéprescritaemumadosediáriainicialde0,5a1,0mg/kg/dia(máximo de80mg/dia)porumaaquatrosemanas(grauderecomendac¸ãoB)seguidaporumadiminuic¸ão de10mgacadaduasouquatrosemanasaté20mg/dia.Depois,areduc¸ãonadosedeveserde 2,5a5,0mgacadaduasaquatrosemanasatéaretiradacompleta(grauderecomendac¸ãoD).A durac¸ãodaterapiacomGCdeveserdepelomenosseismeseseemalgunscasospodeserdeaté umoudoisanos.TerapiaprolongadacomGCpodesernecessáriaempacientescomrecidivas (grauderecomendac¸ãoB).
4.Qualéopapeldaciclofosfamidana terapiadeinduc¸ãoparaaVAA?
Aciclofosfamidaéindicadanaterapiadeinduc¸ãoempacientescomVAAcomdoenc¸a generalizadaounaquelesqueapresentemdoenc¸acomriscodedanopermanenteaórgãosou comriscodevida(grauderecomendac¸ãoA).Alémdisso,pacientescomformasmenosgravesda VAA,comoalocalizadaeasistêmicainicial,podemsebeneficiardaterapiacomaciclofosfamida, especialmenteaquelesquenãorespondemàterapiacommetotrexato(grauderecomendac¸ãoD). Adurac¸ãodaterapiacomciclofosfamidaempacientescomVAAdeveserlimitadaatrêsaseis mesesparaevitareventosadversosdevidoàsuadosecumulativaeaciclofosfamidadeveser substituídaporumaterapiademanutenc¸ãomenostóxicaassimquearemissãoocorrer(graude recomendac¸ãoA).
5.Existemdiferenc¸asentre
ciclofosfamidaoralepulsoterapiaIV comciclofosfamidaparaaterapia deinduc¸ãodeVAA?
Emcurtoprazo,nãoexistemdiferenc¸asnainduc¸ãodaremissãoentreaciclofosfamidaorale pulsoterapiaIVcomaciclofosfamida.Portanto,pacientescomVAAativapodemsertratadoscom ciclofosfamidaoralaumadosede2mg/kg/dia(máximode200mg/dia)oucomciclofosfamidaem pulsoterapiaIVaumadosede15mg/kg(máximode1,2gporpulso)administradatrêsvezesno primeiromêscomumintervalodeduassemanaseentãoacadatrêssemanasporatétrêsaseis mesesouatéquearemissãosejaalcanc¸ada(grauderecomendac¸ãoA).Empacientescom insuficiênciarenal,adosedaciclofosfamidadevesercorrigidadeacordocomaidadeeafunc¸ão renal.
6.Ometotrexatoéindicadoparaa induc¸ãodaremissãonaVAA?
Ometotrexato,20-25mg/semana,éumaopc¸ãoàciclofosfamidaparaainduc¸ãodaremissãoem pacientescomVAAsemriscodedanopermanenteaórgãos,ouseja,doenc¸alocalizadaoudoenc¸a sistêmicainicial(grauderecomendac¸ãoA).Asdosesdemetotrexatodevemserreduzidasem50% empacientescomtaxadefiltrac¸ãoglomerular(TFG)entre10-50mL/mineelenãodeveserusado emdoenc¸arenalterminal(ouseja,TFGabaixode10mL/min)(grauderecomendac¸ãoD). 7.Qualéopapeldorituximabena
terapiadeinduc¸ãodeVAA?
Orituximabeéumaopc¸ãoàciclofosfamidanaterapiadeinduc¸ãoemformasgeneralizadasde VAA,especialmenteempacientescomriscodedanopermanenteaórgãosoucomriscodevida (grauderecomendac¸ãoA).Orituximabe(375mg/m2semanalmenteporquatrosemanas)énão
inferioràciclofosfamidaparaaterapiadeinduc¸ãoparaVAAepodeserprescritoquandohouver contraindicac¸õesparaousodaciclofosfamida,comoempacientescomdosecumulativaaltaeem pacientesjovensemidadefértilsemproleestabelecidaouempacientescomVAAcomdoenc¸a recorrente(grauderecomendac¸ãoA).Opcionalmente,orituximabepodeserusadoemduas infusõesaumadosede1gcomduassemanasdeintervalo.
8.Queprecauc¸õesdevemsertomadas aoprescreverrituximabe?
Tabela4–(Continuac¸ão)
QuestõesPico Recomendac¸ões
9.Aplasmafereseéindicadano tratamentodepacientescomVAA ativa?
AplasmafereseéindicadaempacientescomVAAcomglomerulonefriterapidamenteprogressiva ecreatininasérica>5,8mg/dL,jáquelevaaumamelhorianasobrevidarenalquandoassociadaa GCeciclofosfamida(grauderecomendac¸ãoA).Aplasmafereseéprescritaemumcronogramade setesessõesemdiasalternadoscomumatrocade60mL/kgdevolumeemcadaocasiãoea substituic¸ãodevolumeprecisaserfeitacom5%dealbuminaeocasionalmentecomplasma frescocongeladonofimdoprocedimentoparareabastecerosfatoresdecoagulac¸ão(graude recomendac¸ãoA).Aindanãoháevidênciassuficientesquesuportemaplasmafereseparao tratamentodepacientescomVAAqueapresentemhemorragiaalveolar.Épossívelqueesses pacientessejambeneficiadospelaplasmaferese(grauderecomendac¸ãoD).
10.AIGIVéumaterapiaopcionalà terapiadeinduc¸ãoparaVAA?
AIGIVéumaopc¸ãoparaaterapiadeinduc¸ãoparapacientescomVAAativaemumadose imunomoduladora(ouseja,2g/kgdivididosemdoisacincodias)eemcenáriosespecíficos,como empacientescomVAAinfectadosqueapresentampersistentedadoenc¸aeempacientes refratáriosaotratamentopadrãocomGCeciclofosfamida(grauderecomendac¸ãoB).Alémdisso, pacientescomVAApersistenteeativaqueapresentemcontraindicac¸õesàciclofosfamidaeao rituximabetambémpodemserbeneficiadospelaterapiacomIGIV(grauderecomendac¸ãoD). 11.Omicofenolatodemofetila(MMF)
éindicadoparaaterapiadeinduc¸ão paraaVAA?
Atéapresentedata,nãoháevidênciassuficientespararecomendarousodeMMFnaterapiade induc¸ãoparaVAA.Eledeveserreservadocomoumaopc¸ãoàciclofosfamida,aorituximabeouao metotrexato,jáqueestudospequenosmostraramalgunsbenefíciosemrelac¸ãoàciclofosfamida empacientescomVAAativa(grauderecomendac¸ãoC).
12.Hálugarparaagentesantifatorde necrosetumoral(TNF)alfana terapiadeinduc¸ãoempacientes comVAA?
Oetanercepte,agentebloqueadordoreceptordoTNFalfa,nãoérecomendadonaterapiade induc¸ãoempacientescomVAA(grauderecomendac¸ãoA).Outrosagentesanti-TNFalfanão foramestudadosdemaneiraadequadaparaaVAA.
13.Aazatioprinaéindicadaparaa terapiadeinduc¸ãodepacientes comVAA?
Aazatioprinanãoéindicadaparaaterapiadeinduc¸ãodepacientescomVAAativa(graude recomendac¸ãoD).
14.Comoaestenosesubglóticadeve serabordadaempacientescom GPA?
PacientescomGPAqueapresentemestenosesubglótica(ESG)napresenc¸adeatividadesistêmica dadoenc¸adevemsertratadoscomGCeagentesimunossupressoresdeacordocomagravidade dadoenc¸aemassociac¸ãocomtratamentolocal.NocasodeESGempacientescomGPAem remissão,recomendamossomenteotratamentolocal(grauderecomendac¸ãoD).Comoprimeira linhadeterapialocal,érecomendadaadilatac¸ãointratraquealmecânicaassociadaàinjec¸ão intralesionaldeumGCdelongadurac¸ão(porexemplo,acetatodemetilprednisolonaou triancinolona),algumasvezessãonecessáriosprocedimentosrepetidos(grauderecomendac¸ão C).Emcasosrefratárioseempacientesqueapresentemmanifestac¸õesgravesdeESG,deveser feitacirurgiaabertacomreconstruc¸ãolaringotraquealoutraqueostomiapermanente.Defato,a traqueostomiadeveserreservadasomentecomoumaintervenc¸ãodeurgênciaparasituac¸ões comriscodevida(grauderecomendac¸ãoD).
15.Aprofilaxiaparapneumocistoseé indicadaempacientescomVAA duranteaterapiadeinduc¸ão?
AprofilaxiaparapneumoniaporPneumocystisjirovecii(PCP)com400mg/80mgdose/diaou 800mg/160mgtrêsvezesporsemanadesulfametoxazoletrimetoprim(SMT-TMP)éindicadapara pacientescomVAAqueestejamsendosubmetidosàterapiadeinduc¸ãocomGCeciclofosfamida ourituximabe(grauderecomendac¸ãoA).Pacientescomumacontagemtotaldelinfócitosabaixo de300células/mm3tambémdevemrecebertratamentoprofiláticoparaPCPindependentemente
daterapiaimunossupressoraprescrita(grauderecomendac¸ãoB).SeaTFGestiverentre 15-30mL/minuto,adosedeSMT-TMPdeveserreduzidapara400mg/80mgtrêsvezespor semana.EmpacientescomVAAeminsuficiênciarenalterminalduranteaterapiacom metotrexatooualergiaàsulfa,ousodepentamidinainalatória300mg/mêsdeveterpreferência (grauderecomendac¸ãoC).
16.Oquedeveserconsideradoem relac¸ãoàvacinac¸ãoempacientes comVAAquerecebemterapiade induc¸ão?
Semprequepossível,pacientescomVAAdevemservacinadosantesdoiníciodotratamento imunossupressor,idealmentetrêssemanasantes.Avacinaparaoinfluenzaparecesersegurae eficazempacientescomVAAemremissãoedeveseraplicadaanualmente(graude
recomendac¸ãoB).Considerandoaaltafrequênciadeinfecc¸õespulmonaresempacientescom VAA,avacinapneumocócicatambémdeveseradministrada(grauderecomendac¸ãoD).O cronogramadeimunizac¸ãoempacientescomVAAdeveseguiroGuiadeImunizac¸ãopublicado pelaSociedadeBrasileiradeImunizac¸ão/SociedadeBrasileiradeReumatologia.
VAA,vasculitesassociadasaoANCA;ANCA,anticorposanticitoplasmadeneutrófilos;ESG,estenosesubglótica;GPA,granulomatosecom poliangiite;HBV,vírusdahepatiteB;HIV,vírusdaimunodeficiênciahumana;IGIV,imunoglobulinaintravenosa;IV,intravenoso;PCP,pneumonia porPneumocystisjirovecii;SMT-TMP,sulfametoxazoletrimetoprim;TFG,taxadefiltrac¸ãoglomerular;TNF,fatordenecrosetumoral.
atéaretiradacompleta(grauderecomendac¸ãoD).Adurac¸ão daterapiacomGCdeveserdepelomenosseismeseseem algunscasospodeserdeatéumoudoisanos.Terapia prolon-gadacomGCpodesernecessáriaempacientescomrecidivas (grauderecomendac¸ãoB).
Revisãodaliteratura
Na maioriadosECRsqueavaliaramaterapiaempacientes com VAA,a prednisona oua prednisolona foram adminis-tradasemumadoseinicialde1,0mg/kg/dia,12–17,21–24 coma
Somente um ECR iniciou a prednisona 0,5a 1,0mg/kg/dia comodoseinicial(níveldeevidência2b).17Diferentesformas
dedesmameedurac¸ãodeterapiacomGCforamprescritos em ECRs que avaliaram a terapia para VAA. A dose ini-cialde prednisona foi mantidade umasemana a 28 dias comumasubsequentediminuic¸ãosemanalouacadaduas semanasaté15mg/dia,seguidaporumareduc¸ãomais gra-dual da dose a cada uma dois meses (nívelde evidência
2b).12–17,21–24EmsomentedoisECRs,aprednisonafoi
comple-tamenteretiradadentrodecincoouseismeses,15,17enquanto
que na maioria dos ECRs a durac¸ão total da terapia com prednisonavarioude12a24meses(níveldeevidência2b) (AppendixB).12–14,16,21–24 Emumestudodecoorte,otempo
medianoparaaretiradatotaldoGCfoideoitomeses(nívelde evidência2b).25UmametanálisedeECRseestudosdecoorte
observouqueataxaderecidivasémaisbaixaempacientes comVAAquemantiveramousoprolongadodeGC,mesmo embaixasdoses,quandocomparadoscompacientesque des-continuaramaterapiacomGCemmenosde12meses,14% (intervalo de confianc¸a de 95% [IC95%: 10-19%] versus 48% [IC95%:39-58%]),respectivamente(níveldeevidência5).26No
entanto,essaquestãoaindapermaneceaberta,jáqueessa metanáliseteveumaaltaheterogeneidadeenenhumestudo avalioudiretamente seousoprolongadodeGCtemalgum impactonosdesfechosdepacientescomVAA.
Qualéopapeldaciclofosfamidanaterapiadeinduc¸ão
paraVAA?
Aciclofosfamidaéindicadanaterapiadeinduc¸ãoem paci-entescom VAA comdoenc¸a generalizada ounaquelesque apresentemdoenc¸acomriscodedanopermanenteaórgãos oucomriscodevida(tabela1)(grauderecomendac¸ãoA).Além disso,pacientescomformasmenosgravesdeVAA,como a localizadaeasistêmicainicial,podemsebeneficiardaterapia comaciclofosfamida,especialmenteaquelesquenão respon-demàterapiacom metotrexato(grauderecomendac¸ãoD). Adurac¸ãodaterapiacomciclofosfamidaempacientescom VAAdeveserlimitadaatrêsaseismesesparaevitareventos adversosdevidoàsuadosecumulativaeaciclofosfamidadeve sersubstituídaporumaterapiademanutenc¸ãomenostóxica assimquearemissãoocorrer(grauderecomendac¸ãoA).
Revisãodaliteratura
Aintroduc¸ãodaciclofosfamidanotratamentodaGPA modi-ficouahistórianaturalda doenc¸a,melhorouarespostaao tratamentoeasobrevida (níveldeevidência4).Apesardos benefíciosda ciclofosfamida no tratamento da GPA, vários eventos adversos foram observados, como cistite hemor-rágica, toxicidade para a medula óssea, infecc¸ões graves, incluindopneumoniaporPneumocystisjirovecii,erisco aumen-tadode câncer,principalmentede bexiga.Atoxicidade em longoprazodaciclofosfamidaestáassociadaàsuadose cumu-lativaeumaaltafrequênciadeeventosadversosatribuídosà ciclofosfamidafoiobservadaemumgrandeestudodecoorte depacientescomGPAdevidoaoseuusoprolongadoporpelo menosumanoapós oalcanceda remissão.27 Então,foram
feitastentativasdeminimizaraexposic¸ãoàciclofosfamidae suatoxicidade.Primeiro,umestudodecoortemostrouquea remissãocompletadaGPAcomGCeciclofosfamidafoiobtida
Tabela5–Reduc¸ãodadosedeciclofosfamidaem pulsoterapiacombasenaidadeecreatininasérica12
Variáveis Dosedeciclofosfamida
PulsoIVdeciclofosfamida
Idadeentre60-70anos Reduzir2,5mg/kgporpulso Idade>70anos Reduzir5,0mg/kgporpulso Creatininaséricaentre
300-500mol/Lou3,4-5,7mg/dL
Reduzir2,5mg/kgporpulso
Ciclofosfamidaoral
Idadeentre60-70anos Reduzir25%dadosediária Idade>70anos Reduzir50%dadosediária
IV,intravenoso.
aumamedianadetrêsmesesdetratamento(nívelde evidên-cia2b)25e,subsequentemente,umECRdemonstrouqueouso
da ciclofosfamidaoralpor3-6meses comsubstituic¸ãopela azatioprinanãoaumentouoriscoderecidivasquando com-paradocomousocontínuodeciclofosfamidapor12meses (nívelde evidência 1b).24 Atualmente,o usode GC
associ-adoa3-6mesesdeterapiacomciclofosfamidaéaprincipal modalidadedeterapiadeinduc¸ãoparaVAA,especialmente nasformasgeneralizadasdadoenc¸a,eéotratamentopadrão ouroemECRsqueavaliam aeficáciade outrosagentesem
VAA.13,15,26,28
Existemdiferenc¸asentreciclofosfamidaoralepulsoterapia
IVcomciclofosfamidaparaaterapiadeinduc¸ãoemVAA?
Emcurtoprazo,nãoexistemdiferenc¸asnainduc¸ãoda remis-são entre a ciclofosfamida oral e pulsoterapia IV com a ciclofosfamida.Portanto,pacientescomVAAativapodemser tratadoscomciclofosfamidaoralaumadosede2mg/kg/dia (máximode200mg/dia)oucomciclofosfamidaem pulsote-rapiaIVaumadosede15mg/kg(máximode1,2gporpulso) administradatrêsvezesnoprimeiromêscomumintervalo deduas semanaseentão acadatrêssemanas poraté três a seis meses ou até que a remissão seja obtida (grau de recomendac¸ão A). Em pacientes com insuficiência renal,a dose da ciclofosfamidadevesercorrigida de acordocom a idadeeafunc¸ãorenal(tabela5)12.
Revisãodaliteratura
Emumesforc¸oparareduziraexposic¸ãoàciclofosfamidano tratamento deVAA,pequenos estudosavaliaram aeficácia da ciclofosfamidaoraleda pulsoterapia IVcom ciclofosfa-midanainduc¸ãodaremissãoempacientescomVAAenão foram encontradas diferenc¸as entre ambos os regimes de tratamento.29–31Noentanto,essaquestãofoidefinitivamente
foram encontrados mais episódios de leucopenia e maior dose cumulativa de ciclofosfamida (quaseo dobro quando comparada com a do grupo que recebeu pulsoterapia) em pacientessob ciclofosfamidaoral(nívelde evidência1b).12
NoacompanhamentoemlongoprazodoestudoCYCLOPS,os pacientesforamreavaliadosemumamédiade4,3anosefoi observadoummaiorriscoderecidivasempacientestratados compulsoterapiaIVdeciclofosfamida,especialmente naque-les com PR3-ANCA.O aumento na frequênciade recidivas dadoenc¸anãoresultouemumaumentonamortalidadeou nafrequênciadeinsuficiência renalemcomparac¸ãocomo gruposemrecidivas(níveldeevidência2b).32
Ometotrexatoéindicadoparaainduc¸ãodaremissãoem VAA?
Ometotrexato,20-25mg/semanaéumaopc¸ãoà ciclofosfa-midaparaainduc¸ãodaremissãoempacientescomVAAsem riscodedano permanenteaórgãos,ouseja,doenc¸a locali-zadaoudoenc¸asistêmicainicial(grauderecomendac¸ãoA).As dosesdemetotrexatodevemserreduzidasem50%em pacien-tescomtaxadefiltrac¸ãoglomerular(TFG)entre10-50mL/min eelenãodeveserusadoemdoenc¸arenalterminal(ouseja, TFGabaixode10mL/min)(grauderecomendac¸ãoD).
Revisãodaliteratura
Emboraaciclofosfamidatenha mudadoocursoda doenc¸a emVAA,haviauminteressecrescenteemminimizara toxi-cidade causada pela terapia de longo prazo e uma série de casos já havia demonstrado o benefício do uso de metotrexatoempacientes com VAAmenosgrave (nívelde evidência 4).7,33 No ECR Noram (Nonrenal Wegener’s
Granu-lomatosis Treated Alternatively with Methotrexate), não foram observadas diferenc¸as em relac¸ão à induc¸ão da remissão entreometotrexato(20-25mg/semana)eaciclofosfamidaoral (2mg/kg/dia)comseismesesdeterapia.Foramexcluídos paci-entescommanifestac¸õesgravesdadoenc¸a,comoníveis séri-cosde creatinina>1,7mg/dL,cilindroshemáticos urinários, proteinúria>1g/dia,hemoptiseintensaassociadaainfiltrados bilaterais, vasculite cerebral, pseudotumor orbital, sangra-mentogastrointestinalmacic¸o,insuficiênciacardíacadevidoa pericarditeoumiocarditeeneuropatiaperiféricarapidamente progressiva.Deveserobservadoqueemambososgrupos,os agentesimunossupressoresforamdiminuídose descontinua-dosatéomês12.Ataxaderecidivasaos18mesesfoimaiorno grupometotrexato,masessasocorreramemsuamaioriaapós adescontinuac¸ãodaterapia(níveldeevidência1b).13Apósum
tempodeacompanhamentomédiodeseisanos,em pacien-tescomVAAoriginalmenteavaliadosnoestudoNoram,não houvediferenc¸asignificativaemrelac¸ãoàtaxaderecidivas entrepacientestratadoscommetotrexatoeciclofosfamida.34
Éimportanteenfatizarqueaterapiaimunossupressoranão deveserdescontinuadaempacientescomVAAaos12meses paraseprevenirrecidivas(níveldeevidência4).13
Qualéopapeldorituximabenaterapiadeinduc¸ãode VAA?
O rituximabe é uma opc¸ãoà ciclofosfamida na terapia de induc¸ão em formas generalizadas de VAA, especialmente
em pacientes com risco de dano permanente a órgãos ou com riscodevida (grauderecomendac¸ãoA).O rituximabe (375mg/m2 semanalmenteporquatrosemanas)énão infe-rior àciclofosfamidaparaaterapiadeinduc¸ão paraVAAe podeserprescritoquandohouvercontraindicac¸õesparaouso daciclofosfamida,comoempacientescomdosecumulativa altaeempacientesjovensemidadefértilsemprole estabele-cidaouempacientescomVAAcomdoenc¸arecorrente(grau derecomendac¸ãoA).Opcionalmente,orituximabepodeser usadoemduasinfusõesaumadosede1gcomduassemanas deintervalo(grauderecomendac¸ãoD).
Revisãodaliteratura
DoisECRsavaliaramaeficáciadorituximabe naterapiade induc¸ãodeVAAemcomparac¸ãocomaciclofosfamida,ambos a375mg/m2deáreadesuperfíciecorporal,semanalmentepor quatrosemanasconsecutivas(níveldeevidência1b).15,16 O
estudoRAVE(RituximabforANCA–associatedvasculitis) com-preendeu197pacientescomVAAativa.Osgruposrituximabe eterapiaconvencionalincluíram99 e98 pacientes, respec-tivamente. No grupo tratado com protocolo convencional, a ciclofosfamida foi prescritaa2mg/kg/dia por 3-6meses, seguidaporazatioprina.Anãoserqueocorresseuma reci-diva,ousodeGCtinhadeserdiminuídoeretiradoaosseis meses detratamento.Orituximabefoi nãoinferiorà ciclo-fosfamidaearemissãocompletafoialcanc¸adapor64%dos pacientes nogrupo rituximabeepor53% dospacientes no grupociclofosfamidaaosseismesesdetratamento(nívelde evidência 1b). No entanto, no subgrupo de pacientes que apresentavamrecidivadedoenc¸a,orituximabefoisuperior à ciclofosfamida (67% vs. 42%, p=0,01) (nível de evidência 1b).15NoacompanhamentodelongoprazodoestudoRAVE,
astaxas deremissãosustentadapermaneceram semelhan-tesemambososgruposaosseis,12e18mesesenãoforam observadasdiferenc¸asemeventosadversos(nívelde evidên-cia2b).35
O protocolo de estudo RITXVAS (Rituximab Versus Cyclophosphamide in ANCA – Associated Vasculitis) foi um pouco diferente do estudo RAVE e seus desfechos foram remissãosustentadaaos12meseseeventosadversosgraves. QuarentaequatropacientescomVAArecém-diagnosticada e com envolvimento renal foram incluídos aleatoriamente a uma razão de 3:1nos dois seguintes grupos: rituximabe (375mg/m2,quatroinfusõessemanais)comduasinfusõesde ciclofosfamidaepulsosIVdeciclofosfamidapor3-6meses, seguidos por azatioprina. Pacientes em diálise não foram excluídos e embora fossem um pequeno subgrupo alguns dessespacientesforamsubmetidosaplasmaferese.A remis-sãosustentadaaos12mesesfoisimilarentreorituximabee aciclofosfamidaempacientescomVAAcommanifestac¸ões gravesdadoenc¸a(76%vs.82%,p=0,68,respectivamente).Os eventosadversosgraves,ataxademortalidadeeamelhoria na TFG também foram semelhantes em ambos os grupos (níveldeevidência1b).16 Aos24 meses,ataxaderecidivas
Queprecauc¸õesdevemsertomadasaoprescrever rituximabe?
Antes da infusão de rituximabe em pacientes com VAA, devem serfeitos testessorológicos para HIV,HBV esífilis. Pacientes com HBV e HIV crônicos só devem ser tratados com rituximabe com prescric¸ão concomitante de terapia antiviraleconsultacomumespecialistaemdoenc¸as infec-ciosas (grau de recomendac¸ão C).37 A vacinac¸ão deve ser
feita antes da infusão de rituximabe sempre que possível, especialmente a vacinac¸ão anual para influenza, pneu-mococose HBV. A administrac¸ão de outras vacinas, como antitetânica,difteriaouantimeningocócica,éopcional,mas osregistrosde imunizac¸ão devem seratualizados(graude recomendac¸ãoD).37 Érecomendadomediros níveisséricos
basaisdeimunoglobulinaseafazeracontagemdecélulasB nosangueperiféricoanteselogoapósainfusãoderituximabe. Éimportantemedirimunoglobulinasséricas,especialmentea IgGsérica,antese4-6mesesdepoisdecadaadministrac¸ãode rituximabeeavaliaranecessidadedereposic¸ãocom imuno-globulinaIV(IGIV)(grauderecomendac¸ãoC).37–39Emcasosde
hipogamaglobulinemiagrave(IgG<500mg/L)ecomplicac¸ões infecciosas, énecessária a reposic¸ãocom IGIV nadose de 0,2-0,4g/kgporumdia,acada3-4semanas,necessáriapara manterosníveisséricosdeIgGacimade500mg/mL.Deveser consideradaaretiradadorituximabeseopacienteapresentar IgGséricapersistentementeabaixode500mg/dLeinfecc¸ões recorrentes graves (grau de recomendac¸ão C).37,39,40 No
entanto,deveserconsideradooequilíbrioentreosbenefícios do tratamento para o controle da atividade inflamatória eo risco de eventos adversosgraves com aterapia com o rituximabe.
Revisãodaliteratura
BaixosníveisdeIgGsãoobservadosematé34%dos pacien-tescomdoenc¸asautoimunesmultissistêmicasapósaterapia comrituximabeealtasdosesdeGC,assimcomoumadose totalderituximabe≥6gestáassociadaàquedanaIgG(nível deevidência3b).41Alémdisso,empacientescomVAA,ouso
deciclofosfamidaestáassociadoaumadiminuic¸ãonosníveis deimunoglobulinas,quesofremumadiminuic¸ãoaindamaior comaterapiasubsequentecomorituximabe(nívelde evidên-cia3b).42 Ematé 24mesesde acompanhamento,infecc¸ões
gravesnãoforamdiferentesentrepacientescomVAA trata-doscomrituximabeecomaterapiaconvencionalparaVAA emECRs.15,16,35,36
Aplasmafereseéindicadanotratamentodepacientes
comVAAativa?
A plasmaferese é indicada em pacientes com VAA com glomerulonefrite rapidamente progressiva e creatinina sérica>5,8mg/dL, já que leva a uma melhoria na sobre-vida renal quando associada a GC e ciclofosfamida (grau de recomendac¸ão A). A plasmaferese é prescrita em um cronograma de sete sessões em dias alternados com uma troca de 60mL/kg de volume em cada ocasião e a substituic¸ãodevolumeprecisaserfeitacom5%dealbumina eocasionalmente com plasma fresco congelado no fim do procedimentoparareabastecerosfatoresdecoagulac¸ão(grau
de recomendac¸ão A). Ainda não há evidências suficientes queapoiemaplasmafereseparaotratamentodepacientes comVAAqueapresentemhemorragiaalveolar.Épossívelque essespacientes sejambeneficiadospelaplasmaferese(grau derecomendac¸ãoD).
Revisãodaliteratura
A plasmaferese foi introduzida no tratamento da vascu-lite pauci-imune com envolvimento renal após seu uso bem-sucedidonadoenc¸adoanticorpoantimembranabasal glomerular(anti-glomerularbasementmembraneantibody– anti--GBM).43Inicialmente,doispequenosECRsavaliaramaadic¸ão
de plasmaferese aotratamento convencional empacientes com VAA com comprometimento renal eobservaram uma melhorrecuperac¸ãodafunc¸ãorenal,especialmenteem paci-entescomcreatininaelevadaeemhemodiálise.Noentanto, nãoforamobservadosimpactossobreamortalidade(nívelde evidência2b).44,45
O maior ECRque avaliou a plasmaferese em VAA foi o estudo MEPEX(Plasma exchange versusmethylprednisolone for severerenalvasculitis).Nesseestudo,137pacientescomVAAe glomerulonefriterapidamenteprogressivaecreatininaacima de5,8mg/dLforamtratadoscomsessõesdeplasmafereseou compulsosIVmensaisdemetilprednisolona.Ambosos gru-posreceberamprednisonaeciclofosfamidaoralmente.Após três meses,69% dos pacientes submetidos à plasmaferese estavamlivresdadiálise,emcomparac¸ãocom49%daqueles quereceberampulsosdemetilprednisolona(p=0,02)(nívelde evidência1b).Aplasmaferesefoiassociadaaumareduc¸ão, em12meses,de24%noriscodeprogressãoparadoenc¸arenal terminal(IC95%:6,1-41,0%).Noentanto,asobrevidae even-tosadversosforamsimilaresnosdoisgrupos apósumano deacompanhamento(níveldeevidência1b).14Obenefícioda
plasmafereseemrelac¸ãoàsobrevidaeaoriscode desenvol-verdoenc¸arenalterminalnãoforamevidentesem3,95anos de acompanhamento(nível deevidência 2b).46 Em relac¸ão
àhemorragiaalveolaremVAA,aindanãoháevidênciasdo benefíciodaplasmaferese.OestudoPEXIVAS(Plasmaexchange andGCdosinginthetreatmentofanti-neutrophilcytoplasm associ-atedvasculitis)éumECRemprogressoqueavaliaaeficáciada plasmafereseempacientescomGPAePAMcomenvolvimento renalefunc¸ãorenaldiminuídae/ouhemorragiaalveolar.47
AIGIVéumaterapiaopcionalàterapiadeinduc¸ãopara VAA?
AIGIVéumaopc¸ãoparaaterapiadeinduc¸ãopara pacien-tescomVAAativaemumadoseimunomoduladora(ouseja, 2g/kgdivididosemdoisacincodias)eemcenários específi-cos,comoempacientescomVAAinfectadosqueapresentam atividade persistenteda doenc¸a e empacientes refratários ao tratamento padrão com GC e ciclofosfamida (grau de recomendac¸ãoB).Alémdisso,pacientescomVAApersistente eativaqueapresentemcontraindicac¸õesàciclofosfamidaeao rituximabetambémpodemserbeneficiadospelaterapiacom IGIV(grauderecomendac¸ãoD).
Revisãodaliteratura
abertosqueincluírampacientescomVAAativarefratáriaaGC eaagentesimunossupressoresouempacientescom glome-rulonefriterapidamenteprogressivaassociadaaMPO-ANCA (níveldeevidência4).48–50UmECRmulticêntricoavalioua
efi-cáciadeumaúnicadosedeIGIVem34pacientescomGPA ouPAMativaapesarde estarememtratamento. Dezessete pacientescomVAAforam tratadoscomIGIVe17com pla-cebo.Odesfechoprincipalfoiareduc¸ãodemaisde50%no BVASemtrêsmeses,oquefoialcanc¸adopor14pacientes.No entanto,apóstrêsmeses,nãoforamencontradasdiferenc¸as significativasnosníveisséricosdeproteínaC-reativa(PCR)ou naatividadedadoenc¸aentreosgrupos(níveldeevidência2b). EventosadversosforammaisfrequentesnogrupoIGIV.51Um
estudoretrospectivomulticêntricofrancêsavaliou92 pacien-tescomVAAquehaviamrecebidodiferentesregimesdedose deIGIV eobservou,emseismeses,remissão completaem apenas56%deles(níveldeevidência4).52
Omicofenolatodemofetila(MMF)éindicadoparaa terapiadeinduc¸ãoparaVAA?
Atéapresentedata,nãoháevidênciassuficientespara reco-mendarousodeMMFnaterapiadeinduc¸ãoparaVAA.Eledeve serreservadocomoumaopc¸ãoà ciclofosfamida,ao rituxi-mabeouaometotrexato,jáqueestudospequenosmostraram algunsbenefíciosemrelac¸ãoàciclofosfamidaempacientes comVAAativa(grauderecomendac¸ãoC).
Revisãodaliteratura
ApenasdoispequenosestudosabertosfeitosnaChina com-pararamousodeMMFcom apulsoterapiaIVmensalcom ciclofosfamidaporseismesesnaterapiadeinduc¸ãoparaa VAA.Emumestudo,oMMFresultouemumvalordeBVAS maisbaixoaosseismesesquandocomparadocoma ciclofos-famidaenooutroestudonãoforamencontradasdiferenc¸as entreasduasmodalidadesterapêuticasnaPAM(nívelde evi-dência3b).53,54
Hálugarparaagentesantifatordenecrosetumoral(TNF alfa)naterapiadeinduc¸ãoempacientescomVAA?
Oetanercepte,agentebloqueadordoreceptordoTNFalfa,não érecomendadonaterapiadeinduc¸ãoempacientescomVAA (grauderecomendac¸ãoA).Outrosagentesanti-TNFalfanão foramestudadosdemaneiraadequadaparaaVAA.
Revisãodaliteratura
OestudoWGET(Wegener’sGranulomatosisEtanerceptTrial)foio únicoECRqueavaliou ousodeagentesanti-TNF␣naGPA. Nesseestudo, 180 pacientes com GPA receberam aterapia padrãocomGCeciclofosfamidaoumetotrexatomais etaner-cepteouplacebo.Nãoforamencontradasdiferenc¸asentreo etanercepteeoplaceboemrelac¸ãoàfrequênciaderecidivas, remissãosustentada,danos irreversíveis,qualidadedevida ouefeitoscolaterais.Noentanto,seiscasosdetumores sóli-dosforamidentificadosempacientesnogrupoetanercepte que também estavam em tratamento com ciclofosfamida, enquantoquenãoforamobservadostumoressólidosnogrupo placebo(nívelde evidência1b).17 Aocorrência detumores
sólidospermaneceuaumentadaduranteoacompanhamento delongoprazo(níveldeevidência2b).55
Aazatioprinaéindicadaparaaterapiadeinduc¸ãode
pacientescomVAA?
A azatioprinanãoéindicada para aterapia deinduc¸ão de pacientescomVAAativa(grauderecomendac¸ãoD).
Revisãodaliteratura
Até apresentedata, nenhumECRavaliou aazatioprinana terapiadeinduc¸ãoparapacientescomVAA(nívelde evidên-cia5).AazatioprinaprevinerecidivasempacientescomVAA quealcanc¸aramaremissão(níveldeevidência1b).21,22,24
Comoaestenosesubglóticadeveserabordadaem
pacientescomGPA?
PacientescomGPAqueapresentemestenosesubglótica(ESG) napresenc¸adeatividadesistêmicadadoenc¸adevemser tra-tadoscomGCeagentesimunossupressoresdeacordocoma gravidadedadoenc¸aemassociac¸ãocomtratamentolocal.No casodeESGempacientescomGPAemremissão, recomen-damos somenteo tratamentolocal(graude recomendac¸ão D). Comoprimeira linha deterapialocal, érecomendadaa dilatac¸ãointratraqueal mecânica associadaàinjec¸ão intra-lesional deumGCde longa durac¸ão(por exemplo,acetato de metilprednisolona outriancinolona), algumasvezes são necessáriosprocedimentosrepetidos(grauderecomendac¸ão C). Em casos refratários e em pacientes que apresentem manifestac¸ões graves deESG,deve serfeita cirurgiaaberta comreconstruc¸ãolaringotraquealoutraqueostomia perma-nente.Defato,atraqueostomiadeveserreservadasomente comoumaintervenc¸ãodeurgênciaparasituac¸õescomrisco devida(grauderecomendac¸ãoD).
Revisãodaliteratura
ESGéumacomplicac¸ãopotencialmentefataldaGPAeafeta maisfrequentementepacientes emqueoinícioda doenc¸a ocorre quando jovens.56 A ESG também foi descrita em
pacientescomGPAemremissãodadoenc¸a,apesarda tera-pia imunossupressora.NãoháECRsqueavaliam asopc¸ões terapêuticas paraessa manifestac¸ãodadoenc¸a,masforam publicados vários estudos de caso e séries de casos que incluíram dois a 36 pacientes.Aproximadamente 25% dos pacientes comESGrespondemaGCoraiscom ousemum agenteimunossupressor.56,57Orestanteprecisarádeterapia
local. Umadas intervenc¸ões locaismaisbem descritaséa dilatac¸ãointratraquealmecânicaassociadaàinjec¸ão intrale-sionaldeumGCdelongadurac¸ão.56,58–60Nasduasmaiores
sériesdecasoscom20e21pacientescomGPAcomESGque foram submetidos aesse procedimento, nãofoi necessária traqueostomiaeadecanulac¸ãofoipossívelemquasetodos ospacientestraqueostomizadosanteriormente.Umamédia de 2,4a3,0procedimentosfoi necessáriaporpaciente.56,58
da dilatac¸ão manual.58–60 Em alguns artigos, foi
adminis-tradoumGCIVduranteoprocedimento.Considerandoseus efeitosantifibróticos,foipropostamitomicinaCtópicapara prevenirrestenose,masforamobservadosresultados contra-ditóriosemdiferentessériesdecasos.59,61,62 Aterapialocal
comlaser(CO2ouNG:YAG)foidescritacomoumaopc¸ãoparaa ESG,masosresultadosforamdivergentes,inclusiveemcasos deexacerbac¸ãoda estenoseapós esse procedimento.57,58,63
Intervenc¸õescirúrgicasabertas,comolaringotraqueoplastia, sãodescritasempacientesemqueprocedimentos endoscó-picosnãoforam bem-sucedidos.57 Considerando asnovas
técnicasendoscópicas,atraqueostomiatem sidoreservada parasituac¸õesdeemergência.64,65 Stentsintratraqueaistêm
sidocontraindicadosporalgunsautoresparapacientescom GPA,devidoàaltafrequênciadecomplicac¸ões.66
Aprofilaxiaparapneumocistoseéindicadaempacientes comVAAduranteaterapiadeinduc¸ão?
Aprofilaxia parapneumoniaporPneumocystis jirovecii (PCP) com400mg/80mgdose/diaou800mg/160mgtrêsvezespor semanadesulfametoxazoletrimetoprim(SMT-TMP)é indi-cadaparapacientescomVAAqueestejamsendosubmetidos àterapiadeinduc¸ãocomGCeciclofosfamidaourituximabe (grauderecomendac¸ãoA).Pacientescomumacontagemtotal delinfócitosabaixode300células/mm3tambémdevem rece-bertratamento profiláticopara PCPindependentemente da terapiaimunossupressora prescrita(grau derecomendac¸ão B).SeaTFGestiver entre15-30mL/minuto,adosede SMT--TMP deve ser reduzida para 400mg/80mg três vezes por semana.EmpacientescomVAAeminsuficiênciarenal termi-nalduranteaterapiacommetotrexatooualergiaàsulfa,ouso depentamidina inalatória300mg/mêsdeve ter preferência (grauderecomendac¸ãoC).
Revisãodaliteratura
Infecc¸õesgraves sãoobservadas ematé39% dospacientes com GPA ea PCPafeta um terc¸odeles(nível deevidência 2b).67Amaioria doscasos dePCPocorreduranteaterapia
deinduc¸ãoenaausênciadeprofilaxiaadequada(nívelde evi-dência3b).68 Umarevisãosistemáticaavaliou aeficáciada
profilaxiaparaPCPempacientesimunocomprometidosque nãoestavaminfectadoscomoHIVedescobriuqueousode SMT-TMPresultouemumareduc¸ãode85%naPCP(risco rela-tivo:0,15;IC95%:0,04-0,62)(níveldeevidência1a).69
EmumECRpequenoquecomparouciclofosfamidaorale empulsoIVno tratamento deGPA, até20% dospacientes desenvolveram PCP. Entre os pacientes que não recebe-ramprofilaxia comSMT-TMP,aincidênciade PCPfoi mais alta naqueles tratadoscom ciclofosfamida oral(30,4%) em comparac¸ãocomaquelestratadoscompulsoIVde ciclofos-famida (11,1%) (nívelde evidência 2b).29 Noensaio clínico
JMAAV(JapanesepatientswithMPO-ANCA-associatedvasculitis), queavaliouotratamentoparaVAAcombasenagravidadeda doenc¸a,31de48pacientesreceberamprofilaxiacomSMT-TMP paraPCP.Duranteoestudo,foramobservadostrêseventosde PCP,doisempacientessemprofilaxiaparaPCPeumterceiro eventodoismesesapósaretiradadaprofilaxiaparaPCPdevido atoxicidadehepática.Defato,nenhumpacientesobprofilaxia desenvolveuPCP(níveldeevidência2b).70
Em dois artigos de revisão que abordaram infecc¸ões observadasemestudosobservacionaiseintervencionaisque incluíram pacientes com VAA, os autores afirmam: 1) O SMT-TMP ou a pentamidina (no caso de intolerância ou contraindicac¸ão)deveserprescritorotineiramentedurantea faseinicialdaterapia deinduc¸ãoeessa profilaxiadeveser mantidanapresenc¸adefatoresderisco,comoidadeacima de55anos,contagemdelinfócitosabaixode300/mm3, tra-tamento de longo prazocom GCem doses acima de 15 a 20mg/diaetratamentocomoutrosagentes imunossupresso-res,particularmenteciclofosfamida(níveldeevidência2a);2) OSMT-TMPdeveserprescritoduranteaterapiadeinduc¸ão com outrosagentes,especialmenteorituximabe,atéquea dosediáriadeGCsejareduzidapara10mg/dia(nívelde evi-dência 3b); 3) Em pacientes que usam metotrexato como terapia de induc¸ão, deve ser considerado o uso de penta-midina,considerandoasinterac¸õesmedicamentosascomo SMT-TMP(níveldeevidência3b).71,68
Oquedeveserconsideradoemrelac¸ãoàvacinac¸ãoem pacientescomVAAquerecebemterapiadeinduc¸ão?
Semprequepossível,pacientescomVAAdevemservacinados antesdoiníciodotratamentoimunossupressor,idealmente três semanas antes. A vacina para o influenza parece ser seguraeeficazempacientescom VAAemremissãoedeve seraplicadaanualmente(grauderecomendac¸ãoB). Conside-randoaaltafrequênciadeinfecc¸õespulmonaresempacientes comVAA,avacinapneumocócicatambémdeveser adminis-trada(grauderecomendac¸ãoD).Ocronogramadeimunizac¸ão em pacientes com VAA deve seguiro Guia de Imunizac¸ão publicadopelaSociedadeBrasileiradeImunizac¸ão/Sociedade BrasileiradeReumatologia.72
Revisãodaliteratura
Avacinac¸ãoparaoinfluenzaempacientescomVAAem remis-sãolevaaaltostítulosdeanticorposeprotec¸ãosimilaràquela deoutroscontroles,semimpactonaatividadedadoenc¸a(nível de evidência 2b).73–75 Além disso, um estudoretrospectivo
demonstrouumareduc¸ãonoriscoderecidivasempacientes comVAAquetomaramavacinaparaoinfluenza compara-doscompacientesnãovacinados(níveldeevidência3b).74De
fato,érecomendadoimunizarpacientescomVAAcom vaci-nasinativadas,como avacina paraahepatiteBeavacina antipneumocócica,particularmente empacientescom VAA antesdaterapiacomrituximabe(níveldeevidência5).37
No estudo Pneumovas Pilot 1, 19 pacientes com VAA foram divididos em dois grupos (terapia de induc¸ão e de manutenc¸ão) e tomaram a vacina antipneumocócica 13 valente,23valenteouambas.Dadospreliminares demonstra-ramqueavacinaantipneumocócica,mesmoquandoa13ea 23valenteforamassociadas,foiineficazquandoadministrada duranteaterapiadeinduc¸ãoparaaVAA.76
Financiamento
Conflitos
de
interesse
AWSS,GAF,JReRALreceberambolsasdaRoche.Osoutros autoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
Agradecimentos
AVirginiaFernandesTrevisan,RachelRieraeCarolinaCruz porsuasvaliosascontribuic¸õesparaestarevisãosistemática daliteratura.
Apêndice.
Material
adicional
Pode-seconsultaromaterialadicionalparaesteartigonasua versãoeletrônicadisponívelemdoi:10.1016/j.rbr.2017.05.002.
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