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Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul RELATÓRIO FINAL

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Academic year: 2021

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Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul

RELATÓRIO FINAL

Comissão Especial de Revisão e Atualização da Legislação de Segurança,

Prevenção e Proteção contra Incêndio no Estado do Rio Grande do Sul

Deputado Adão Villaverde

Presidente

Deputado Jurandir Maciel

Relator

(2)

Composição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa

Presidente:

Deputado Pedro Westphalen - PP

1º Vice-Presidente:

Deputado Paulo Odone - PPS

2º Vice-Presidente:

Deputado Aldacir Oliboni - PT

1º Secretário:

Deputado Gilmar Sossella - PDT

2º Secretário:

Deputado Márcio Biolchi - PMDB

3º Secretário:

Deputado Marcelo Moraes - PTB

4º Secretário:

(3)

Composição da Comissão Especial de Revisão e Atualização da Legislação

de Segurança, Prevenção e Proteção contra Incêndio no RS

Adão Villaverde -PT

Presidente

Giovani Feltes - PMDB

Vice-Presidente

Jurandir Maciel - PTB

Relator

Titulares Valdeci Oliveira – PT Gilberto Capoani - PMDB Frederico Antunes - PP Gerson Burmann - PDT Vinicius Ribeiro - PDT Lucas Redecker - PSDB

Paulo Borges - DEM Paulo Odone - PPS Raul Carrion -PC do B

Suplentes Aldacir Oliboni - PT Nelsinho Metalúrgico -PT Maria Helena Sartori - PMDB

Nelson Härter - PMDB Mano Changes - PP Gilmar Sossella - PDT Dr. Basegio - PDT Aloísio Classmann - PTB Zilá Breitenbach - PSDB

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EQUIPE TÉCNICA DA COMISSÃO ESPECIAL DE REVISÃO E

ATUALIZAÇÃO DA LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA, PREVENÇÃO E

PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO NO RS

Loiva Teresinha Serafini Secretária

Nivaldo Cunha Assessor

Expediente: Redação

Tayse de Amaral Baretta Loiva Teresinha Serafini Anderson Nunes dos Santos

Nivaldo Cunha Ronald Dutra

Apoio

Departamento de Comissões Parlamentares Departamento de Sistemas e Informação

Departamento de Taquigrafia Secretaria da Mesa Diretora

Cerimonial Primeira Secretaria Divisão de Reserva de Espaços

Comunicação Visual

Gabinete do Deputado Adão Villaverde

Imagens

Agência de Fotos da Assembleia Legislativa do RS

Assembleia Legislativa

Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia

Praça Marechal Deodoro, 101, Porto Alegre RS Telefone: 51 3210-0000

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ... 06

APRESENTAÇÃO DO PRESIDENTE DA COMISSÃO, DEPUTADO ADÃO VILLAVERDE ... 08

INTRODUÇÃO DO RELATOR DA COMISSÃO, DEPUTADO JURANDIR MACIEL ... 11

1 SÍNTESE DO PLANO DE TRABALHO …...14

1.1 Cronogramas de Reuniões e Audiências Públicas. ...17

2 REUNIÕES ORDINÁRIAS ...19 3 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS ... 27 3.1 - 1º Audiência Pública . ... 29 3.2 - 2º Audiência Pública …... 33 3.3 - 3º Audiência Pública ... 37 3.4 - 4º Audiência Pública ... 43 3.5 - 5º Audiência Pública ... 53 3.6 - 6º Audiência Pública ...59 3.7 - 7º Audiência Pública ... 65 3.8 - 8º Audiência Pública ... 71 3.9 - 9º Audiência Pública ... 79 3.10 - 10º Audiência Pública ... 84 3.11 - 11º Audiência Pública ... 90 3.12 – 12º Audiência Pública... 98 4 CONCLUSÕES ... 103 5 RECOMENDAÇÕES …... 112 6 ANEXOS 6.1 PLANO DE TRABALHO ... 118

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AGRADECIMENTOS

A Comissão agradece a todos os que colaboraram e participaram deste

processo e de forma especial às seguintes pessoas e entidades.

Convidados palestrantes

Engenheiro Civil Telmo Brentano; engenheiro civil Luis Capoani; professor Luis

Carlos Pinto da Silva Filho; arquiteto Tiago Holzmann da Silva; arquiteto Roberto Py Gomes da Silveira; engenheiro Cláudio Alberto Hanssen; engenheiro civil João Daniel Xavier Nunes, engenheiro civil norte americano, Russ Fleming, engenheiro Melvis Barrios Júnior; engenheiro Marco Antônio Ballejo Canto; tenente coronel Adriano Krukoski Ferreira; Presidente da FAMURS Ary Vanazzi; engenheiro Carlos Todeschini; professor Rogério Antocheves de Lima; professor Daniel Hastenpflug; professor Rogério Bueno de Paiva; promotor de justiça Fábio Roque Sbardelotto; defensor público João Otávio Carmona Paz; engenheiro José Carlos Tomina; pastor Osvaldo Silva de Oliveira; José Luiz Lomando (SINDUSCON); Fábio Cunha(SATED), Erival Bertolini (MTG) e pastor e presidente da |Assembleia

de Deus do RS e vice presidente da Assembleia de Deus Nacional Ubiratan Batista

Job.

Entidades

CBBM - Corpo De Bombeiros da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA/RS)

Centro Universitário de Estudos e Pesquisa sobre Desastres (CEPED/RS) Escola de Engenharia (EE) da UFRGS

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Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/RS) no Rio Grande do Sul Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/RS)

Sociedade de Engenharia do RS (SERGS),

National Fire Sprinkler Association (NFSA) nos EUA Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA),

Seção de Segurança e Saúde do Trabalhador (SEGUR) - Superintendência Regional (SRTE) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE/RS)

Secretaria da Segurança Pública - RS Brigada Militar /RS

Prefeitura de Canoas

Universidade Federal de Santa Maria

Faculdade de Engenharia e Faculdade de Urbanismo da PUCRS UNISINOS

Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública

Federação Gaúcha dos Ministros Evangélicos (FEGAME);

Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Rio Grande do Sul (SINDUSCON/RS)

Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG/RS) Tribunal de Justiça – TJRS

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APRESENTAÇÃO

A partir do clamor da sociedade gaúcha extremamente sensibilizada pelo incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, os deputados gaúchos e a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa propuseram que a Casa tomasse iniciativas, que culminou na criação da Comissão Especial de Revisão e Atualização das Leis de Segurança, de Prevenção e Proteção de Incêndios no RS.

Foi neste contexto que o presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado Pedro Westphalen, sugeriu que eu assumisse a incumbência de presidir esta Comissão Especial.

O que nos moveu, principalmente, foi a preocupação oriunda das dificuldades encontradas para se aplicar com clareza e sem margens para dúbias interpretações as normas existentes na Legislação Estadual n.º 10.987/1997, principalmente quanto às responsabilidades e às atribuições dos envolvidos no sinistro do dia 27 de janeiro de 2013 com suas 241 mortes, em sua maioria de jovens, que enlutaram o nosso estado e o país, repercutindo no mundo inteiro. Assim, nossa tarefa principal foi a de produzir uma legislação técnica, clara e rigorosa.

Desde sua instalação, em 14 de fevereiro, com seu propósito de atualizar a normatização legal do Estado para estabelecer, sobretudo, uma lei para preservar vidas, a Comissão Especial trabalhou no sentido de pesquisar legislações mais modernas e incorporadoras de avanços tecnológicos, de coletar contribuições de especialistas na área e ouvir representantes de entidades que compõem a sociedade civil em sua ampla diversidade institucional e social.

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Fizemos um profundo e produtivo debate no Plenarinho desta Casa, onde técnicos,

dirigentes de entidades, usuários e autoridades debateram exaustivamente o assunto. Foram também significativas as colaborações recebidas através de correspondências, e-mails, reuniões e documentos formais.

Neste período de quatro meses, realizamos 12 audiências públicas e quatro encontros técnicos, com a participação da sociedade civil, das universidades, entidades de classe e de usuários, órgãos públicos municipais e estaduais, do Poder Judiciário, de especialistas do Brasil e de outros países, todos fundamentais para resultar no relatório final e no projeto de lei que agora apresentamos à sociedade.

Entre as inovações que o PL trouxe, podemos citar, como exemplo, a inclusão de novos parâmetros nos projetos de Segurança, Prevenção e Proteção Contra Incêndio, que antes resumiam-se apenas à área e à altura de edificações e que agora, pela nova proposta, passam a contemplar também itens como carga de incêndio, tipo de uso e lotação das edificações.

Nesse sentido, temas como a carga de incêndio assumiram significativa importância uma vez que dizem respeito ao potencial de calor gerado e à queima dos materiais existentes na edificação sinistrada e seus efeitos sobre os usuários definindo, desta forma, o grau de periculosidade dos espaços construídos e a necessidade de mecanismos adequados à extração da fumaça.

Como aprendizado maior, ficamos cientes de que o fator mais letal na tragédia ocorrida em Santa Maria, ou em sinistros deste tipo ocorridos no Brasil, na Argentina e nos Estados Unidos, não foi o fogo em si, mas a fumaça tóxica decorrente da queima de materiais.

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Cabe reiterar a necessidade de uma clara definição das responsabilidades dos organismos municipais e estaduais sobre o licenciamento e a fiscalização no que diz respeito ao funcionamento e à ocupação das edificações, bem como o rigor nas sanções aplicadas a quem não cumprir a lei.

Nas conclusões do relatório final, abrigamos recomendações variadas que não têm natureza apropriada para a legislação, mas são igualmente significativas para a mudança cultural que precisamos promover criando um novo ambiente de prevenção e proteção contra incêndios que nos garanta segurança na boa e correta utilização das edificações.

Ao concluir devemos ter claro que este trabalho visa, assim como ocorreu em Buenos Aires, assumir a premissa de que tais fatos não mais aconteçam.

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INTRODUÇÃO

Entregamos ao parlamento gaúcho este relatório final que expressa de maneira objetiva os aspectos pontuais para a produção de uma nova lei que estabeleça normas

sobre o Sistema de Segurança, Prevenção e Proteção contra Incêndios no Estado do Rio Grande do Sul. Nosso sentimento é de que estamos caminhando na direção da

solução dos problemas existentes na atual legislação estadual de prevenção e combate à incêndios e, desta forma, contribuindo para um maior cuidado com a vida.

A Comissão Especial de Revisão e Atualização da Legislação de Segurança, Prevenção e Proteção Contra Incêndios foi presidida pelo deputado Adão Villaverde (PT) e composta por doze membros titulares, deputados Giovani Feltes (PMDB), Jurandir Maciel (PTB), Gerson Burmann (PDT), Vinicius Ribeiro (PDT), Frederico Antunes (PP), Paulo Borges (DEM), Raul Carrion (PCdoB), Lucas Redecker (PSDB), Gilberto Capoani (PMDB), Paulo Odone (PPS) e Valdeci Oliveira (PT).

Na primeira reunião da comissão fui escolhido relator, de maneira que agradeço, primeiramente à bancada do meu partido (PTB), pela indicação para titularidade desta comissão e agradeço também pela confiança dos meus pares ao me atribuírem a responsabilidade de relatar os trabalhos.

A título de introdução, o primeiro destaque que devo fazer é ao trabalho do presidente, deputado Adão Villaverde. Destaco o empenho, a seriedade e a capacidade de fazer confluir para esta casa legislativa todos os segmentos envolvidos na segurança e proteção contra incêndios. O deputado Adão Villaverde é engenheiro civil por formação e, com esta capacidade técnica, soube criar um ambiente de trabalho único para a feitura da nova legislação. Um ambiente onde o conhecimento dos especialistas e a ampla participação da sociedade foram a nota de fundo que permitiram que a matéria legislativa fosse discutida em todos os seus aspectos.

Ouso dizer que não foram doze audiências públicas, mas doze aulas, onde tivemos a oportunidade de ouvir doutores, mestres, bombeiros, promotores, advogados, prefeitos, vereadores e dirigentes de inúmeras entidades que trouxeram sua contribuição para a melhor compreensão possível da matéria que estávamos analisando e revisando.

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Também destaco a participação da sociedade. As reuniões e audiências sempre tiveram uma média de mais de oitenta participantes que não só estiveram presentes, mas que manifestaram sua opinião, esclareceram dúvidas, deram sugestões e contribuições ao debate. Quem dera que todas as leis tivessem esse processo legislativo. Num tempo em que se fala de excesso de leis, era urgente e necessária a revisão da legislação atual na área de prevenção contra incêndio. A necessidade aliada a forma técnica e participativa serão o diferencial para a efetivação da futura lei.

O relatório final compõe-se de cinco capítulos, além da apresentação e introdução. Estes capítulos sintetizam o plano de trabalho, as reuniões, audiências públicas, conclusões e recomendações.

Inicialmente é apresentado o plano de trabalho, que guiou todas as atividades da Comissão, seguido do cronograma das reuniões e audiências públicas realizadas.

Foram realizadas dezessete reuniões com a presença dos deputados titulares da comissão. As reuniões aconteceram semanalmente e foram as instâncias de discussão técnica e deliberação onde foram debatidos e aprovados o plano de trabalho e os requerimentos de audiências públicas. Também foram encontros onde os deputados puderam trazer as necessidades das comunidades e sugestões de temas a serem abordados pela comissão.

As audiências públicas foram as instâncias de debate com a sociedade e estão relatadas de acordo com a temática, convidados, síntese das exposições e debates. A íntegra dos conteúdos das apresentações, a transcrição dos trabalhos, agendas, notícias e atas das reuniões estão disponíveis para acesso ao público em geral na página da Comissão:

http://www.al.rs.gov.br/legislativo/Comissoes/tabid/328/IdComissao/284/vw/pub/Def ault.aspx.

As recomendações são dirigidas a todos os envolvidos com segurança e proteção

contra incêndios no Rio Grande do Sul. Foram feitas vinte e uma recomendações que envolvem entre outras a criação de um grupo permanente de revisão, adequação e atualização das leis, com a participação do CREA/RS, do CAU/RS, do Corpo de Bombeiros, do Poder Judiciário, de entidades acadêmicas, e demais interessados até a aprovação da nova legislação e a revogação da Lei Estadual n.

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º10.897, de 11 de agosto de 1997 e a atualização do Decreto Estadual n.º 37.380, de 28 de abril de 1997 e do Decreto Estadual n.º 38.273, de 09 de março de 1998.

As conclusões apontam a necessidade de criação de uma nova lei não tão simplificada como a atual, nem tão ampla que possa vir a se tornar inaplicável. A nova lei deverá ser clara, concisa e prática para não deixar dúvidas de interpretação, como as existentes na legislação em vigor. Também deverá ser rigorosa em relação às responsabilidades, à fiscalização e às sanções.

Foi uma honra fazer a relatoria dos trabalhos desta comissão e uma pequena forma de contribuir para que nossa sociedade gaúcha aprenda com a lição de Santa Maria e para que não se permita mais que erros como os que tiraram tantas vidas se repitam.

Deputado Jurandir Maciel (PTB) Relator

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1. SÍNTESE DO PLANO DE TRABALHO

A proposta de Plano de Trabalho da Comissão Especial de Revisão e Atualização da Legislação de Segurança, Prevenção e Proteção contra Incêndio no RS foi apresentada pelo presidente, deputado Adão Villaverde (PT) e aprovada na primeira reunião da Comissão, realizada em 19 de fevereiro de 2013.

O Plano de Trabalho contemplado tem como objeto a análise e atualização da legislação estadual de Segurança, Prevenção e Proteção contra Incêndio no RS em conformidade com as recomendações das Normas Técnicas brasileiras da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT e das Leis e/ou regulamentos nacionais, estaduais e municipais. Serão estudados os critérios, conteúdos, parâmetros, competências, responsabilidades, inspeções, licenciamentos, fiscalizações e sanções para feitura de uma novel legislação.

De modo a contextualizar e demonstrar o escopo do trabalho, denota-se que as tragédias, ocorridas ao longo da década de 70 e associadas a incêndios no Brasil, levaram a modificações significativas em aspectos básicos das normas e leis de segurança e prevenção contra incêndio e pânico nas edificações. Seus modelos foram melhorados, bem como houve um avanço nas concepções e práticas de elaboração de projetos e melhora do aparelhamento e qualificação das estruturas do Corpo de Bombeiros. Tais melhorias foram de grande importância para a sociedade, de modo que os exitosos resultados obtidos geraram uma certa inércia nas atualizações e inovações necessárias para o bom funcionamento das edificações e sobretudo para a proteção e cuidados com as pessoas que as utilizam.

A recente tragédia em Santa Maria demonstra que, apesar de todas estas inovações ocorridas nas normas de segurança e prevenção contra incêndio, ainda há um

descompasso entre o acúmulo de conhecimento na área e a pouca efetividade dos regramentos na prática das fiscalizações. Demonstra também que uma cadeia de eventos

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acabou acarretando este sinistro de consequências terríveis, além de comprovar a urgente necessidade de mudanças na legislação que tenham como centro a proteção das pessoas.

Apesar das evidências indicarem responsabilidades objetivas relacionadas às causas primárias do incêndio, seguramente pode ser afirmado que há associação de falhas e deficiências sistêmicas no modelo atual de prevenção, proteção e fiscalização.

Dessa maneira, foram feitas breves recomendações sobre legislações e Normas Técnicas da ABNT à nível federal e estadual de modo a auxiliar a elaboração do presente relatório:

a) Federal:

-Lei Federal n.º 6.514/1997 – Segurança e Medicina do Trabalho Portaria Federal n.º 3.214/1987 – Normas Regulamentadoras (NR) NR 23: Proteção contra Incêndio

Lei Federal n.º 10.048/2000 – Atendimento às Pessoas Lei Federal n.º 10.098/2000 – Promoção de Acessibilidade

Normas Brasileiras da ABNT: exemplo o projeto de emenda à NBR 9077/2001 – Saídas de Emergências em Edifícios.

b) Estadual:

Lei n.º 10.987/1997 – Normas Sistema Prevenção e Proteção contra Incêndio Decreto n.º 37.380/1997 – Prevenção Incêndio (anterior à Lei)

Decreto n.º 38.273/1998 – Prevenção Incêndio

Referidas leis e regulamentações são muito importantes, mas possuem abrangências bem restritas e superficiais, sem darem parâmetros referenciais para projetos e execução dos sistemas de segurança, proteção, prevenção e fiscalização contra incêndios.

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A sobreposição das leis, regulamentações federais, normas brasileiras da ABNT, legislações estaduais, Resoluções Técnicas do Corpo de Bombeiros e leis municipais, associadas aos regulamentos das companhias seguradoras proporcionam diferentes interpretações, quando não, enormes confusões. Isso sem citar os problemas de atualização, parâmetros incompatíveis e exigências inexequíveis nas legislações.

Cita-se, também, as seguintes legislações em Resoluções Técnicas do Corpo de Bombeiros:

a) Leis municipais de Porto Alegre e São Paulo e do Estado de São Paulo: Lei Municipal de Porto Alegre n.º 420/1998 – Código de Proteção contra Incêndio Lei Municipal de São Paulo n.º 11.228/1992 – Regras Licenciamento Edificações Lei Estadual de São Paulo n.º 46.076/2001 – Regulamento de Segurança das Edificações e áreas de Risco

b) Resoluções Técnicas/RT – Corpo de Bombeiros: RT n.º 001/BM-CCB/2003 RT n.º 002/BM-CCB/2003 RT n.º 003/BM-CCB/2003 RT n.º 004/BM-CCB/2003 RT n.º 005/BM-CCB/2003 RT n.º 006/BM-CCB/2003 RT n.º 007/BM-CCB/2003 RT n.º 008/BM-CCB/2003 RT n.º 009/BM-CCB/2004 RT n.º 010/BM-CCB/2005 RT n.º 011/BM-CCB/2005

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RT n.º 012/BM-CCB/2005 RT n.º 013/BM-CCB/2007 RT n.º 014/BM-CCB/2009 RT n.º 015/BM-CCB/2009 RT n.º 016/BM-CCB/2009 RT n.º 017/BM-CCB/2012

A metodologia de trabalho previu a realização de reuniões semanais,

audiências públicas, grupo técnico de trabalho, visitas técnicas, pedidos de informações e seminários técnicos.

O Grupo de Trabalho Técnico (GTT) formado por representantes de órgãos, entidades e instituições, de caráter público e privado relacionadas à área de prevenção e combate a incêndios, auxiliou a Comissão na elaboração do novo texto legal e

acompanhou todas as audiências públicas.

1.1 Cronograma das Reuniões e das Audiências Públicas

Foram realizadas dezessete reuniões de trabalho e doze audiências públicas.

1ª - 19-02

Escolha do Vice-Presidente Deputado Giovani Feltes (PMDB); Relator

Deputado Jurandir Maciel (PTB); Aprovação do Plano de Trabalho e

aprovação do Requerimento de Audiência Pública 01

2ª - 25-02

Aprovação da ata de nº 01/2013 e dos Requerimentos de Audiência

Pública 02, 03, 04 e 05; Realização de Audiência Pública tendo como

palestrante o engenheiro civil Telmo Brentano

3ª – 04-03

Aprovação da ata de nº 02/2013; Realização de Audiência Pública

tendo como palestrantes o engenheiro civil Luiz Alcides Capoani e o

engenheiro civil Luiz Carlos Pinto da Silva Filho

4ª - 11-03

Aprovação da ata de nº 03/2013 e da ata de nº 04/2013; Realização de

Audiência Pública tendo como palestrantes os arquitetos Roberto Py

Gomes da Silveira e Tiago Holzmann da Silva

(18)

5ª - 18-03

Aprovação da ata de nº 05/2013 e da ata de nº 06/2013; Aprovação dos

Requerimentos de Audiência Pública 06, 07 e 08; Realização de

Audiência Pública tendo como palestrantes o engenheiro Cláudio

Alberto Hanssen, o engenheiro civil e de segurança do trabalho João

Daniel Xavier Nunes e o engenheiro Russ Fleming

6ª - 25-03

Aprovação da ata de nº 07/2013 e da ata de nº 08/2013; Entrega do

Relatório de Atividades da Comissão de Representação Externa sobre

o Acidente Ocorrido em Santa Maria e das suas conclusões pelo seu

presidente, deputado Paulo Odone (PPS); Realização de Audiência

Pública tendo como palestrantes os engenheiros Melvis Barris Júnior e

Marco Antônio Ballejo Canto

7ª - 01-04

Aprovação da ata de nº 09/2013 e da ata de nº 10/2013; Realização de

Audiência Pública tendo como palestrante o tenente-coronel Adriano

Krukoski

8ª - 08-04

Aprovação da ata de nº 11/2013 e da ata de nº 12/2013; Aprovação do

Requerimento de Audiência Pública 9, 10, 11, 12 e 13; Realização de

Audiência Pública tendo como palestrantes o Sr. Ary Vanazzi e Sr.

Carlos Todeschini

9ª - 15-04

Aprovação da ata de nº 13 e da ata de nº 14; Realização de Audiência

Pública tendo como palestrantes os professores e engenheiros Rogério

Antocheves de Lima, Daniel Hastenpflug, Rogério Bueno de Paiva e

Luiz Carlos Pinto da Silva Filho

10ª - 22-04

Aprovação da ata de nº 15 e da ata de nº 16; Realização de Audiência

Pública tendo como palestrantes o promotor de justiça Fábio Roque

Sbardelotto e defensor público João Otávio Carmona Paz

11ª - 29-04

Realização de Audiência Pública tendo como palestrante o Dr. Rodrigo Pugina

12ª-06-05

Realização de Audiência Pública tendo como palestrante engenheiro

José Carlos Tomina

13ª-13-05

Realização de Audiência Pública tendo como palestrantes o pastor

Osvaldo Silva de Oliveira, José Luiz Lomando, Fábio Cunha e Erival

Bertolini

14ª, 15ª, 16ª e

17ª-20, 27-05 e 03 e

10-06

Reuniões de apresentação, discussão e aprovação do Relatório Final e

Anteprojeto de Lei

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2. REUNIÕES REALIZADAS PELA COMISSÃO

Foram realizadas 17 reuniões, que aconteceram semanalmente, onde foram tratados todos os aspectos relativos ao funcionamento da Comissão (eleição de vice-presidente, relator, discussão e aprovação do plano de trabalho, aprovação das atas, requerimentos, etc).

Além das deliberações usuais sobre atas, correspondências recebidas, matérias de alçada da Comissão, ordem do dia e assuntos gerais, as reuniões semanais permitiram que o colegiado acompanhasse toda a discussão em torno da legislação de segurança, prevenção e proteção contra incêndio. As reuniões foram seguidas de audiências públicas, onde a cada semana foram abordados diferentes aspectos sobre a temática de legislação estadual de segurança contra incêndio.

1ª Reunião – 19 de fevereiro de 2013.

A primeira reunião da Comissão aconteceu no dia 19 de fevereiro de 2013, às 18 horas na sala Maurício Cardoso, e contou com a presença do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Pedro Westphalen (PP) e dos deputados Adão Villaverde (PT), presidente da Comissão, deputados Giovani Feltes (PMDB), Jurandir Maciel (PTB), Gerson Burmann (PDT), Vinicius Ribeiro (PDT), Frederico Antunes (PP), Paulo Odone (PPS), Raul Carrion (PcdoB), Lucas Redecker (PSDB), Gilberto Capoani (PMDB), Aldacir Oliboni (PT), Nelson Härter (PMDB) e Nelsinho Metalúrgico (PT).

Foram apresentados os membros titulares, suplentes e a estrutura da Comissão -

Membros titulares: deputados Valdeci Oliveira, Giovani Feltes, Gilberto Capoani,

Frederico Antunes, Gerson Burmann, Vinicius Ribeiro, Jurandir Maciel, Lucas Redecker – no lugar do deputado Jorge Pozzobom –, Paulo Borges, Paulo Odone e Raul Carrion.

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Membros Suplentes: deputados Aldacir Oliboni, Nelsinho Metalúrgico, Maria Helena

Sartori, Nelson Härter, Mano Changes, Gilmar Sossella, Dr. Basegio, Aloísio Classmann e a professora Zila Breitenbach – substituindo o deputado Lucas Redecker, que era suplente e virou titular.

Foram eleitos como vice-presidente da Comissão o deputado Giovani Feltes (PMDB) e como o relator o deputado Jurandir Maciel (PTB).

Os servidores Nivaldo Cunha, assessor, e Loiva Teresinha Serafini, secretária, foram apresentados como integrantes da Secretaria da Comissão que ficou localizada na sala 603, sexto andar, telefone 32101142 e e-mail cealsci@al.rs.gov.br.

O presidente, deputado Adão Villaverde (PT), apresentou a proposta de plano de trabalho, que foi aprovada por unanimidade. Também foi aprovado o Requerimento de Audiência Pública 01.

2ª Reunião – 25 de fevereiro de 2013

A partir da segunda reunião, os encontros semanais aconteceram sempre no Plenarinho. Estiveram presentes na reunião os deputados Adão Villaverde (PT), Giovani Feltes (PMDB), Jurandir Maciel (PTB), Gerson Burman (PDT), Paulo Odone (PPS), Valdeci Oliveira (PT) e Raul Carrion (PCdoB).

Foram aprovadas a Ata de nº 01 e os Requerimentos de Audiência Pública 02, 03, 04 e 05.

Na sequência aconteceu a primeira audiência pública que teve como palestrante o engenheiro civil e professor Telmo Brentano.

3ª Reunião – 04 de março de 2013

Estiveram presentes na reunião os deputados Adão Villaverde (PT), Giovani Feltes (PMDB), Jurandir Maciel (PTB), Gerson Burman (PDT), Frederico Antunes (PP),

(21)

Paulo Odone (PPS), Paulo Borges (DEM), Valdeci Oliveira (PT), Lucas Redecker (PSDB) e Raul Carrion (PcdoB). Foi aprovada a ata de nº 02/2013 e na sequência realizou-se a segunda Audiência Pública, que teve como palestrantes os engenheiros civis e professores Luiz Alcides Capoani e Luiz Carlos Pinto da Silva Filho.

4ª Reunião- 11 de março de 2013

Estiveram presentes na reunião os deputados Adão Villaverde (PT), Gerson Burman (PDT), Vinicius Ribeiro (PDT), Valdeci Oliveira (PT), Gilberto Capoani (PMDB), Raul Carrion (PCdoB) e Nelsinho Metalúrgico (PT). Foi aprovada a ata de nº 03 e a ata de nº 04.

A seguir foi realizada Audiência Pública que teve como palestrantes os arquitetos Roberto Py Gomes da Silveira e Tiago Holzmann da Silva.

5ª Reunião - 18 de março de 2013

Estiveram presentes na reunião os deputados Adão Villaverde (PT), Jurandir Maciel (PTB), Paulo Odone (PPS), Lucas Redecker (PSDB), Valdeci Oliveira (PT), Gilberto Capoani (PMDB), Raul Carrion (PcdoB). Foram aprovadas as atas nº05 nº 06 e os Requerimentos de Audiência Pública 06, 07 e 08.

Ato contínuo aconteceu a Audiência Pública que teve como palestrantes o engenheiro Cláudio Alberto Hanssen, o engenheiro civil e de segurança do trabalho João Daniel Xavier Nunes e o engenheiro Russ Fleming.

6ª Reunião - 25 de março de 2013

Estiveram presentes na reunião os deputados Adão Villaverde (PT), Paulo Odone (PPS), Valdeci Oliveira (PT) e Gilberto Capoani (PMDB). Foram aprovadas as atas de nº 07e 08.

(22)

O deputado Paulo Odone (PPS) entregou o Relatório Final da Comissão de Representação Externa sobre o Acidente Ocorrido em Santa Maria e apresentou as conclusões e recomendações à Comissão Especial.

Na sequência foi realizada Audiência Pública que teve como palestrantes os engenheiros Melvis Barris Júnior e Marco Antônio Ballejo Canto.

7ª Reunião- 01 de abril de 2013-04-23

Estiveram presentes na reunião os deputados Adão Villaverde (PT), Valdeci Oliveira (PT), Jurandir Maciel (PTB), Lucas Redecker (PSDB) e Gerson Burmann (PDT). Foram aprovadas as atas de nº 09 e de nº 10.

Após foi realizada Audiência Pública que teve como palestrante o tenente-coronel Adriano Krukoski.

8ª Reunião - 08 de abril de 2013

Estiveram presentes na reunião os deputados Adão Villaverde (PT), Valdeci Oliveira (PT), Jurandir Maciel (PTB), Lucas Redecker (PSDB), Gerson Burmann (PDT), Gilberto Capoani (PMDB), Frederico Antunes (PP) e Raul Carrion (PcdoB). Foram aprovadas as atas de nº 11e de nº 12/2013. Na ordem do dia foram aprovados os Requerimentos de Audiência Pública 9, 10, 11, 12 e 13.

A seguir realizou-se Audiência Pública que teve como palestrante o Sr. Ary Vanazzi e Sr. Carlos Todeschini.

9ª Reunião - 15 de abril de 2013

Estiveram presentes na reunião os deputados Adão Villaverde (PT), Valdeci Oliveira (PT), Jurandir Maciel (PTB), Lucas Redecker (PSDB), Gerson Burmann (PDT), Gilberto Capoani (PMDB), Frederico Antunes (PP) e Raul Carrion (PcdoB). Foram aprovadas as atas de nº 13 e de nº 14.

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Após realizou-se Audiência Pública que teve como palestrantes os professores e engenheiros Rogério Antocheves de Lima, Daniel Hastenpflug, Rogério Bueno de Paiva e Luiz Carlos Pinto da Silva.

10ª Reunião - 22 de abril de 2013

Estiveram presentes na reunião os deputados Adão Villaverde (PT), Giovani Feltes (PMDB), Jurandir Maciel (PTB), Paulo Odone (PPS), Gerson Burmann (PDT), Gilberto Capoani (PMDB), e Raul Carrion (PcdoB). Foram aprovadas as atas de nº 15 e de nº 16. Na sequência realizou-se Audiência Pública que teve como palestrantes o promotor de justiça Fábio Roque Sbardelotto e defensor público João Otávio Carmona Paz.

11ª Reunião - 29 de abril de 2013

Estiveram presentes na reunião os deputados Adão Villaverde (PT) e Lucas Redecker (PSDB). Após realizou-se Audiência Pública que teve como palestrante o Dr. Rodrigo Pugina.

12ª Reunião - 06 de maio de 2013

Estiveram presentes na reunião os deputados Adão Villaverde (PT), Raul Carrion (PCdoB) e Frederico Antunes (PP). A reunião foi seguida de Audiência Pública que teve como palestrante o engenheiro José Carlos Tomina.

13ª Reunião - 13 de maio de 2013

Estiveram presentes na reunião os deputados Adão Villaverde (PT), Jurandir Maciel (PTB), Gerson Burman (PDT), Paulo Odone (PMDB), Frederico Antunes (PP) e Valdeci Oliveira (PT). Foram aprovadas as atas de nº 17, 18, 19 e 20.

À reunião, seguiu-se Audiência Pública tendo como palestrantes o pastor Osvaldo Silva de Oliveira, José Luiz Lomando, Fábio Cunha e Erival Bertolini.

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14ª Reunião - 20 de maio de 2013

Estiveram presentes na reunião os deputados Adão Villaverde (PT), Jurandir Maciel (PTB), Gerson Burman (PDT), Frederico Antunes (PP) e Valdeci Oliveira (PT). Foram aprovadas as atas de n.ª 23, 24 e 25. O presidente apresentou a estrutura do anteprojeto de lei que que conterá os seguintes tópicos: I - Objetivos e Disposições Preliminares; II - Dos Conceitos e das Definições; III - Da Abrangência e da Aplicação; IV - Serviço de Segurança, Prevenção e Proteção Contra Incêndio; V- Conselho de Segurança, Prevenção e Proteção Contra Incêndio (COESPPCI); VI - Das Competências, Atribuições e Responsabilidades; VII - Dos Procedimentos Administrativos; VIII - Critérios de Classificação das Edificações; IX - Das Medidas de Segurança; X – Das Exigências e da Fiscalização; XI - Das Penalidades e sua Aplicação: - Das Penalidades - Do Direito de Defesa - Dos Procedimentos de Aplicação; XII - Do Tratamento às Microempresas, às Empresas de Pequeno Porte e aos Microempreendedores Individuais; XIII – Das Disposições Finais; Anexo A – Tabelas de Classificação e Anexo B – Tabelas de Exigências.

O deputado Gerson Burmann (PDT) falou da importância da lei contemplar a questão das responsabilidades. Também destacou a importância da classificação das edificações em critérios como altura, carga de incêndio. Falou da necessidade de estudar o anteprojeto e o relatório, mas que a apresentação já demonstra que a Comissão está cumprindo sua tarefa.

O relator, deputado Jurandir Maciel (PTB), falou da importância do comprometimento de todas as entidades que se fizeram presentes em todos as audiências. Destacou temas conflitantes e elogiou os inúmeros convidados que colaboraram com seus conhecimentos para ajudar na elaboração da nova legislação. Em assuntos gerais houve a manifestação de inúmeros participantes. O Coronel

Riccardi falou das reivindicações do Corpo de Bombeiros que agora estão tendo uma

sinalização de atendimento de melhorias por parte do Executivo.

O vereador Chechim da Câmara Municipal de Santa Maria fez a entrega das recomendações da Comissão Especial da Câmara Municipal de Santa Maria. O vereador

Jorge Trindade relatou o trabalho realizado pela Comissão Especial de Santa Maria

que vem somar esforços buscando com as novas legislações melhorar a questão da segurança contra incêndios no Estado.

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O Tenente Coronel Minuzzi falou da necessidade revisão da lei atual. Falou das revisões que o CBPM fez e que não tiveram andamento. Disse que hoje os bombeiros tem mais experiência e podem auxiliar na elaboração da nova legislação. Referiu a inclusão dos prédios públicos, e que as vistorias devem ser mais assíduas em locais de reunião de público. As vistorias anuais não precisam ser feitas em todas as edificações. Disse que plano e projeto tem que ficar bem definidos. Falou que as multas hoje são muito baixas, que é importante que as multas sejam altas para coibir as infrações Deve ser permitida a aplicação de mais de uma multa que será arrecadada para um fundo municipal. O presidente esclareceu que a ideia é manter a forma de lei atual, no sentido dos avanços positivos. aplicada somente uma multa para casa infração.

O engenheiro Joel Fischmann disse que o projeto de lei expressa os debates que aconteceram nas audiências públicas. Destacou que a legislação visa a proteção da vida. O professor da Unisinos, Rogério Bueno Paiva, falou do trabalho técnico feito pela comissão. Apresentou considerações sobre a questão dos cinco parâmetros que irão classificar as edificações (altura, área, carga de incêndio e ocupação. Falou que sempre que a lei refere o projeto deve também prever o responsável. Somente a residência unifamiliar não terá esta exigência. Citou também a necessidade de prever critérios para classificação de edificações mistas como por exemplo de shoping com cinemas. O presidente esclareceu que nestes casos tem que arbitrar pela situação mais complexa. O professor também falou do prazo para adequação das edificações mais antigas.

O Major Rodrigo Dutra falou da evolução das legislações e da necessidade de aparelhamento do Corpo de Bombeiros. Falou da necessidade de modernização e fortalecimento do Corpo de Bombeiros. Quanto ao projeto de prevenção contra incêndios falou sobre as dificuldades do plano simplificado introduzido em 2008. Questionou como ficam aquelas edificações que já se regularizaram em relação a legislação anterior. O presidente esclareceu que a sugestão é de que para que não haja retrocesso deve haver tratamento diferenciado e eletrônico e livre de taxas. Entende que a solução será através da certificação eletrônica. O major disse que na aplicação da legislação em 2008, verificou-se que ficava inviável para os proprietários a aplicação das normas. O presidente esclareceu que em São Paulo aconteceram estas adequações e que aqui com a atualização dos decretos.

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O Major Luiz sugeriu que o prazo para expedição de alvarás seja ampliado. Falou sobre o problemas das edificações do final do século dezenove. Disse que deve haver a possibilidade de arbitrar nestes casos alternativas que não estejam previstas na lei. O presidente citou os prédios tombados pelo patrimônio histórico. O major também falou da necessidade de prever sanções para casos em que o proprietário coloca bloqueios nas saídas de emergência.

O deputado Valdeci Oliveira (PT) destacou que o processo democrático para elaboração da legislação deve também se refletir na clareza da nova lei. Um dos problemas da lei vigente é a questão do sombreamento. Outro grande desafio é de que mesmo não podendo colocar o valor das multas na lei, deve ser dada a gradação de níveis de infrações que devem ter penalizações maiores ou menores de acordo com a gravidade da infração. Falou da necessidade não só de regularização, mas também de cumprimento contínuo da lei, sem colocar obstáculos, etc.

O presidente conclui a reunião falando do conjunto de contribuições trazidas nesta reunião e que serão agregadas às reuniões que ainda serão realizadas com os diversos segmentos envolvidos na execução da lei.

15ª , 16ª e 17ª Reunião - 27 de maio, 3 de junho e 10 de junho

Nas três reuniões finais foram apresentadas, discutidas e aprovadas as recomendações e conclusões do relatório final. Também foi discutido e aprovado o projeto de lei que institui as novas regras de segurança e prevenção contra incêndio.

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3. AUDIÊNCIAS PÚBLICAS

Foram realizadas 12 audiências públicas que oportunizaram a colaboração e participação de órgãos, entidades e instituições de caráter público ou privado, que atuam na área de combate e prevenção ao incêndio e também a todos aqueles que possuem interesse no assunto e estão sujeitos ou expostos a situações de risco.

O tema das audiências foi a revisão e atualização da legislação estadual na área da segurança, prevenção e proteção contra incêndios à luz das legislações e regulamentos existentes no Estado, da legislação nacional e das recomendações técnicas. O debate das audiências públicas girou em torno do conhecimento técnico e legislativo dos especialistas, bem como de conhecedores do assunto de modo que houvesse uma colaboração para a feitura da nova legislação estadual.

Diversos enfoques foram abordados quando da realização das audiências. Até o quinto encontro foram analisados os aspectos teóricos e técnicos, onde especialistas e órgãos de classe, tais como arquitetos e engenheiros representantes do CREA-RS, do IAB, do CAU, do CONFEA, entre outras instituições puderam se manifestar sobre o tema, compartilhando seu conhecimento e experiência acerca do assunto.

Na sexta audiência o Corpo de Bombeiros., o órgão responsável pelo combate a incêndios e pelos laudos de inspeção. A sétima audiência oportunizou a fala aos órgãos municipais de licenciamento representados pela FAMURS e que responsáveis pela realização de inspeções e laudos técnicos, bem como pela liberação de habite-se e alvará.

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Na oitava audiência estiveram presentes professores das universidades UFRGS, PUCRS, UFSM e UNISINOS que apresentaram a formação dos engenheiros e arquitetos nesta área, bem como as pesquisas relacionadas a incêndios no Estado.

Na nona audiência foi dado enfoque à parte legal e jurídica da nova legislação, com a presença do Ministério Público e Defensoria Pública do Estado. O representante do Ministério Público entregou minuta de projeto de lei sobre a matéria e que foi encaminhado ao governador do Estado.

A décima audiência ouviu o representante da OAB/RS que também falou sobre as falhas existentes na atual legislação com sombreamento de responsabilidades e conflitos entre competências.

Na décima primeira audiência, foi ouvido o engenheiro paulista José Carlos Tomina, que contribuiu com sua vasta experiência na área de prevenção e combate contra incêndios, além de fazer parte da elaboração do Código Nacional de Segurança contra Incêndio e do projeto ''Brasil Sem Chamas''.

A sociedade civil foi ouvida na última audiência que contou com a participação da Federação Gaúcha dos Ministros Evangélicos (FEGAME), do Sindicato da Indústria e Comércio do Estado do Rio Grande do Sul (SINDUSCON/RS) do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG/RS) e do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Diversões – SATED.

As audiências aconteceram sempre no Plenarinho, após as reuniões e contribuíram enormemente para elucidação da problemática envolvendo a legislação de incêndio, entre outras questões que tão detalhada e precisamente foram apresentadas a esta comissão.

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1ª AUDIÊNCIA PÚBLICA

Data: 25-02-2013

Convidados: Engenheiro Civil Telmo Brentano, professor da UFRGS e PUCRS,

membro da Comissão Especial do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA/RS), que analisou o sinistro da Boate Kiss, em Santa Maria. Conselheiro do CREA/RS, autor, entre outros, da publicação “A Proteção contra Incêndios no Projeto de Edificações”, membro da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e da National Fire Protection Association (NFPA), dos Estados Unidos da América.

1. Exposições

O engenheiro e professor Telmo Brentano palestrou sobre “A Segurança Contra Incêndio nas Edificações”, com análise de aspectos relacionados à tragédia de Santa Maria. A palestra foi acompanhada da exibição de slides onde foram abordadas as seguintes questões: 1) Objetivos do projeto de segurança contra incêndio; 2) Círculo de proteção contra incêndio – projeto, equipamento e treinamento; 3) Relação perfeita de combate ao fogo – fogo x tempo; 4) Classificação das edificações segundo sua ocupação, altura, área, carga de incêndio, de fogo ou térmica; 5) Exemplos de ocupações com carga de incêndio específica padronizada; 6) Investimento de uma edificação; 7) Premissas básicas da segurança contra incêndios; 8) Medidas de proteção contra incêndio: passivas ou ativas; 9) Medidas de proteção passiva; 10) Medidas de proteção ativa; 11) Classificação dos materiais; 12) Controle dos materiais de revestimento e acabamento; 13) Saída de emergência ou rota de saída de emergência; 14) Maiores causas de mortes em incêndios; 15) Recomendações da NFPA 101- Código de Proteção da Vida; 16) Localização das saídas de emergência; 17) Saídas alternativas; 18) Saídas de emergência de auditórios; 19) Importância do controle da fumaça de

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incêndios; 20) Sinalização de emergência; 21) Equipamentos de combate ao fogo: extintor de incêndio, mangotinho, hidrante e sprinkler; 22) Legislação.

Em seu discurso, Brentano declarou que o projeto é a parte mais importante de qualquer empreendimento, e que projetos de proteção contra incêndio deveriam ser obrigatórios. Frisou que a proteção às pessoas deve vir em primeiro lugar, sendo que a proteção contra incêndios deve analisar todo o cenário e todas as possibilidades de fuga. Disse que devem ser levados em conta os materiais e revestimentos utilizados, e haver previsão de alarmes, sistemas de bloqueio para a fumaça e rotas de saída em número suficiente para o número de pessoas. Salientou que a sinalização precisa estar posicionada de forma facilmente visível, devendo ser prevista uma brigada de incêndio.

O professor criticou a legislação gaúcha de proteção contra incêndios, que considera uma “colcha de retalhos”. Citou como bons exemplos a de Porto Alegre, com algumas ressalvas, e a do estado de São Paulo, que está sendo permanentemente atualizada. Enumerou, ainda, os itens que deveriam ser observados, como a atualização das técnicas legais, a obrigatoriedade do projeto, que deveria ter sua execução vistoriada pelos bombeiros, e a previsão de brigadas contra incêndios.

2. Debates

Em sede de debates, o prefeito de Canguçu Gerson Nunes, salientou que os exemplos do professor Telmo foram direcionados à metrópoles, ou seja, a grandes cidades. Solicitou fosse dado tratamento direcionado aos municípios pequenos, onde mais da metade da população se encontra na zona rural e reúne-se em grande número nos prédios de comunidades religiosas. Frisou, ainda, a necessidade de um prazo para adequação dos prédios públicos e das escolas à nova legislação, e também de auxílio econômico para realizar as adequações necessárias.

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O cientista social Flávio Pazatto sugeriu que o deputado Adão Villaverde (PT) fale com o presidente do Banrisul, Tulio Zamin, para que seja criada uma linha de crédito de aproximadamente 10 a 20 milhões de reais com a finalidade de disponibilizar aos empresários donos de casas noturnas a compra de todo o material de segurança necessário.

O tenente-coronel José Carlos Riccardi Guimarães, presidente da Associação dos Oficiais da Brigada Militar, afirmou que não basta criar uma nova legislação sobre o tema, se a mesma não for cumprida, como aconteceu na tragédia de Santa Maria. Propôs a autonomia administrativa dos bombeiros e salientou que estes não têm responsabilidade sobre a tragédia ocorrida em Santa Maria.

O engenheiro Renato Knackfuss, representante da Sociedade de Engenharia de Guaíba, Barra do Ribeiro e Região Carbonífera, apresentou queixa no sentido de que os projetos de combate e prevenção contra o incêndio no interior são analisados por leigos (bombeiros), e não por profissionais realmente capacitados.

O deputado Gerson Burmann (PDT) frisou a necessidade de se responsabilizar a fiscalização, de redigir uma legislação estadual rígida e a importância da classificação de risco.

O engenheiro Helécio Dutra Almeida, representante da Associação Sul Rio-Grandense de Engenharia de Segurança, sugeriu uma divulgação maior no que diz respeito à prevenção e proteção contra incêndios, como por exemplo, a exibição de vídeos informativos nos cinemas e de telas informativas em casas noturnas.

O vereador Fabrício Alves, de Quaraí, sugeriu que a lei obrigue os clubes e as casas noturnas a publicarem, de forma visível, a capacidade das suas instalações e ratificou a necessidade de uma fiscalização rigorosa.

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O major Everton Souza Dias, chefe do Instituto de Pesquisa da Brigada Militar afirmou ser necessário acabar com os conflitos institucionais entre CREA-RS e bombeiros, entre bombeiros e SAMU, entre Polícia Civil e Polícia Militar.

O pastor Edmilson Freire, advogado e diretor jurídico da Fegame (Federação Gaúcha de Ministros Evangélicos) solicitou esteja a nova legislação atenta não somente aos lugares que agrupam grande número de pessoas, mas também aos pequenos grupos.

O deputado Vinicius Ribeiro (PDT) afirmou que a presente comissão não pode dar margens a discussões corporativistas e que a nova legislação deverá ser exaustiva, sem remissões a normas técnicas e decretos.

3. Considerações Finais

Em considerações finais, respondendo aos questionamentos, o professor Telmo Brentano disse que o curso de Arquitetura da PUCRS ensina proteção contra incêndio no projeto de edificações. É uma disciplina que foi criada no início do curso e se chama

Previsão de Espaços no Projeto Arquitetônico para as Instalações. Falou da

importância de o projeto arquitetônico ser iniciado primeiramente e também o último a ser concluído, gerando uma economia fantástica no resulto final do projeto e da execução, evitando problemas estruturais e de instalações. Afirmou que a falta de recursos é um impeditivo para a adequação dos imóveis públicos e que os bombeiros ainda operam em condições difíceis. Com relação à legislação, frisou, novamente, que a mesma deve ser clara, didática, específica, bem sinalizada e com muitas imagens. Citou o exemplo da legislação de Portugal, que é muito boa, mas não apresenta nenhuma imagem.

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2ª AUDIÊNCIA PÚBLICA

Data: 04-03-2013

Convidados: Engenheiro Civil Luis Capoani, presidente do CREA-RS e Professor Luis

Carlos Pinto da Silva Filho, Coordenador da Comissão de Especialistas constituída

pelo CREA-RS, que analisou o sinistro da boate Kiss em Santa Maria, diretor do Centro Universitário de Estudos e Pesquisa sobre Desastres (CEPED/RS) e diretor da Escola de Engenharia (EE) da UFRGS.

1. Exposições

O presidente do CREA-RS, Alcides Capoani, iniciou sua fala falando da luta dos engenheiros pela uniformização da lei de segurança contra incêndio. Mencionou incidentes recentes em Capão da Canoa e na Arena do Grêmio. Fez observações sobre a formação dos engenheiros, do trabalho conjunto destes e dos bombeiros e a complementaridade do projeto de prevenção contra incêndio. No que diz respeito ao sinistro ocorrido em Santa Maria, sugeriu a necessidade de trabalho integrado entre municípios, estado, Ministério Público, Delegacia Regional do Trabalho, engenheiros e bombeiros.Citou o Decreto n.º 37. 380/1997, que em seu artigo 3º diz: ''Compete ao

Corpo de Bombeiros da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul, a qualquer tempo, planejar, estudar, analisar, aprovar, vistoriar e fiscalizar todas as atividades, instalações e equipamentos de prevenção e proteção contra incêndios e outros sinistros em todo o território do Estado''. Falou sobre a responsabilização técnica quanto aos

projetos complementares; competências de cada profissional (engenheiros, bombeiros, fiscal do trabalho, promotor público) e a necessidade de respeitar o conhecimento técnico que o engenheiro tem sobre projetos e obras, e que os outros profissionais não tem. Mencionou a missão do CREA-RS, que é a fiscalização do exercício profissional em defesa da sociedade. Acredita que o CREA-RS também deveria ter o poder de embargar obras. Disse que a solução é criar um Departamento de Fiscalização para a

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integração de todos os profissionais que atuam desde o projeto, execução, manutenção e fiscalização das obras.

O próximo painelista a discursar foi o professor Luiz Carlos da Silva Pinto. Informou que faria a apresentação do Relatório Técnico sobre o Incêndio Boate Kiss, ocorrido em 27 de janeiro de 2013, em Santa Maria. Disse que o mesmo foi elaborado pela Comissão Especial do CREA-RS, em cumprimento à missão institucional de fiscalização do exercício profissional e promoção da defesa da sociedade, e na compreensão da responsabilidade de envidar todos os esforços para entender o acontecido e tirar lições e aprendizados técnicos que ajudem a elucidar quais as falhas, deficiências e demandas de melhoria do sistema gaúcho de Segurança contra Incêndio e Pânico (SCIP). Fizeram parte da Comissão os seguintes especialistas: professor e engenheiro Luiz Carlos Pinto da Silva (coordenador), engenheiro Carlos Wengrover (coordenador adjunto), engenheiro Eduardo Estevam Camargo Rodrigues, engenheiro Telmo Brentano e engenheiro Marcelo Saldanha. O relatório se estruturou da seguinte maneira: 1. Estrutura do Relatório Técnico: introdução, escopo, considerações sobre a estrutura atual da legislação de segurança contra incêndio e pânico, histórico de utilização da edificação, parecer técnico (preliminar), proposta de ações e anexo. Para a elaboração do relatório, foram examinados documentos, tais como arquivos do CREA-RS, Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), alvarás e licença, Plano de Prevenção e Combate ao Incêndio (PPCI), testemunhos, relatos e também foi feita visita ao local, em 31-01-2013. Na visita, foi feita a análise do material (composição, toxicidade e reação ao fogo), a dinâmica do incêndio quanto à deterioração de materiais, marcas de fumaça e verificação da configuração dos espaços. 2. Parecer Técnico: Causas do incêndio: emprego de revestimento acústico inflamável sem licença prévia e sem informar autoridades; ausência de requisitos de norma/certificação; ausência de projeto de Segurança contra Incêndio e Pânico (SCIP) elaborado por profissional qualificado; uso de material pirotécnico sem licença e sem informar autoridades; uso de material inadequado. Falhas no combate à propagação do incêndio: falha do extintor; uso inadequado e falta de treinamento para uso; falta de percepção de risco; falta de treinamento para controle de pânico; não havia equipamentos de combate ao incêndio como sprinklers; equipamento de exaustão de fumaça; cortinas; Powder Balls; aberturas; havia bloqueio das saídas de emergência e ocupação acima do permitido; sem alarme e falha da iluminação de emergência. 3. Ações Urgentes: 3.1) Desfragmentar,

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consolidar e atualizar a legislação, 3.2) Atualizar e complementar as normas 3.3) Materiais, 3.4) Compartilhamento de obrigações de fiscalização, 3.5) Estabelecer papel do projeto de segurança contra incêndio como parte fundamental da maioria dos PPCIS, 3.6) Capacitação técnica do Corpo de Bombeiros, 3.7) Assegurar a autonomia com recursos: bombeiros, prefeitura e CREA-RS, 3.8) Reformar o Sistema SIG-PI, 3.9) Orientar e incorporar protocolos legais, 3.10) Facilitar a fiscalização através de sistemas de informação integrados e criar força tarefa emergencial com o tripé: engenheiro, arquiteto e Corpo de Bombeiros. 4. Proposta de Ações: 4.1 Criação de forças tarefa nos municípios de grande porte para analisar a situação vigente em locais de risco, 4.2 Criação de uma Comissão de Estudos para mapear as deficiências no corpo normativo relacionados à matéria, 4.3 Criação de uma Comissão Parlamentar Multipartidária para elaborar um Código Estadual de Segurança contra Incêndio e Pânico, 4.4 Edição de decreto do Governo de Estado disciplinando, provisoriamente, questões urgentes relativas à SCIP, 5) Criação de uma Comissão de Estudos para desenvolver um projeto ao Sistema CONFEA-CREA, 6) Criação de uma Campanha Institucional Estadual para divulgação de informações e melhoria da percepção de risco, 7) Criação de uma Comissão de Trabalho para estudo e implementação de um Plano Emergencial de Capacitação específico para os profissionais atuantes na área, 8) Solicitar à ABNT, através do CB-24, a abertura de Comissão Especial visando elaborar propostas de normas brasileiras para especificação de materiais de revestimento e requisitos mínimos para SCIP em edificações destinadas a reuniões de público, 9) Criação e operacionalização de um Departamento Técnico no Corpo de Bombeiros, 10) Buscar linhas de financiamento para criação de um Centro de Referência Laboratorial, 11) Criação de uma Comissão de Trabalho para analisar avanços nos Sistemas de Sinalização e Iluminação de emergência, 12) Estabelecer uma Comissão de Trabalho para revisar e melhorar o Sistema Integrado de Gestão de Prevenção de Incêndio (SIG-PI), ou criar um novo modelo de gestão digital.

2. Debates

Nos debates, o deputado Valdeci Oliveira (PT) informou que, em contato com a Coordenadoria de Saúde de Santa Maria, soube que mais de 800 pessoas já procuraram

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os setores de saúde do município para atendimento. Disse que a nova legislação deverá ser articulada com o Governo Federal e o Congresso Nacional.

O engenheiro Carlos Wengrover, que atua na área de segurança (elaboração de PPCI) lembrou do trabalho realizado pelo deputado Adão Villaverde em 2004, quando foi elaborada uma minuta de lei que não teve andamento nesta Casa.

3. Considerações Finais

O convidado Alcides Capoani afirmou, em suas conclusões, que não é contrário ao SIG-PI, pois é uma ferramenta que o Corpo de Bombeiros pode utilizar. Disse que após a tragédia de Santa Maria, todos deveriam evitar qualquer corporativismo: os engenheiros, os arquitetos, a Justiça, o Ministério Público, o Governo do Estado e os legisladores. O professor Luiz Carlos Pinto salientou que o PPCI é estratégico e deve explicar o que fazer em caso de incêndio. Quanto ao SIG-PI, disse que é um sistema que utiliza códigos básicos, mas precisa da inteligência dos engenheiros. Falou da necessidade de valorização da carreira de bombeiros e da necessidade de criação de bombeiros civis, que poderão agir em complementação ao Corpo de Bombeiros. Sustentou que a questão da educação para a prevenção é primordial.

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3ª. AUDIÊNCIA PÚBLICA

Data: 04-03-2013

Convidados: Arquiteto Tiago Holzmann da Silva, presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/RS) no Rio Grande do SUL, graduado pela UFRGS, mestre pela Escola Politécnica Superior de Barcelona, Universidade Politécnica da Catalunha. É professor da UniRitter e suplente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) e arquiteto

Roberto Py Gomes da Silveira, presidente do Conselho de Arquitetura e

Urbanismo/RS (CAU), graduado pela UFRGS, especialista em Urbanística Técnica pelo Instituto Politécnico Milão e em Engenharia do Trânsito. Atua como sócio titular de escritório na área de edificações, urbanismo e planejamento e é professor titular da UFRGS – Faculdade de Arquitetura, onde foi chefe de departamento. Atuou, também, na prefeitura de Porto Alegre.

1. Exposições

O arquiteto Roberto Py Gomes da Silveira disse que sua apresentação seria acompanhada da exibição de slides sobre a atuação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU); 1. Atuação do CAU: Ao Conselho compete a fiscalização do exercício da profissão do arquiteto urbanista. Falou sobre o impacto do incêndio de Santa Maria, e que representantes do CAU estiveram na cidade na terça-feira após o incêndio. No dia 07 de fevereiro, foi realizado um encontro em Santa Maria que se chamou “Controle Municipal de Edificações”. Enfatizou que é preciso compreender que tudo o que se normatiza, (nos níveis federal, estadual, privado e municipal), concretiza-se em solo municipal, por isso entende que o controle das edificações deve concretiza-ser feito pelo município. Referiu as repetidas tragédias que acontecem nos municípios, relativas às enchentes, e que devem ser controladas pelas autoridades locais. Afirmou que a legislação federal obriga que todos os municípios, com mais de 20 mil habitantes, tenham Plano Diretor, mas a mesma legislação não obriga que os municípios tenham um arquiteto urbanista. Defendeu que a presença do arquiteto é essencial ao serviço público. Quanto aos projetos de prevenção contra incêndio, afirmou que têm que ser

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olhados do ponto de vista de toda a edificação e não isoladamente. Entende que todos os projetos complementares à estrutura de um prédio ou à estrutura de uma pavimentação, não podem ser verificados de forma isolada do próprio projeto da estrada ou do próprio projeto da edificação, pois são um conjunto único e assim devem ser olhados. Falou sobre o evento realizado em Santa Maria, onde compareceram 110 arquitetos, que também se manifestaram no sentido de que o controle das edificações cabe ao Poder local. Disse que o CAU também registra as Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs), que são contratos sociais do arquiteto, que se compromete perante toda a comunidade, quanto à responsabilidade sobre o projeto que será executado. 2. Execução e Licenciamentos - Nas instalações da casa noturna de Santa Maria aconteceram inúmeras reformas e modificações. O problema não foi somente a falta de equipamentos contra incêndio, mas também a falta de acessibilidade e degraus. O PPCI necessita de vistorias periódicas, bem como, é necessário treinamento contínuo. Encerrou sua fala reiterando que a chave da questão é capacitar e qualificar os municípios para exercerem com rigor as funções de liberação de alvarás e fiscalização.

O palestrante Tiago Holzmann da Silva, presidente do IAB/RS, informou que sua apresentação teria o título: “A atuação do Arquiteto e Urbanista para a Simplicidade e Transparência do Processo”. A mesma foi dividida da seguinte maneira: Parte 1- Atribuições Legais e Formação do Arquiteto – Os arquitetos são os organizadores do espaço, os projetistas e executores dessa organização, mantendo relação com o meio ambiente, com materiais e com projetos complementares. A lei 12.378/2010, em seu artigo 2º, elenca as atribuições do arquiteto. No entendimento do palestrante, a fiscalização de projetos e de obras que têm responsabilidade técnica específica não pode ser realizada por leigos. Observou que existem inúmeras prefeituras que não têm engenheiros ou arquitetos no seu quadro funcional, fazendo com que pessoas sem qualificação sejam responsáveis pela aprovação de projetos, fiscalização e autorização de funcionamento. Parte 2 – Processo Normal de um Projeto – Fazem parte de um processo normal os agentes que são o proprietário, o profissional, o gestor, o construtor e o legislador. O profissional compreende o arquiteto, o urbanista, o engenheiro civil e outros especialistas que atuam na área da construção civil. Os gestores são os prefeitos, secretários, funcionários públicos de carreira de diversas áreas, setores e empresas públicas, agências regulatórias. Os construtores são os mestres, os empreiteiros, os executores, as empresas especialistas em manutenção e equipamentos. Os legisladores

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são os prefeitos, vereadores e secretários, deputados federais e estaduais, profissionais envolvidos com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Citou como problemas em um Processo Normal o descaso pela orientação técnica na área da construção civil, a fragmentação do projeto, a remuneração inadequada, os prazos insuficientes, a desorganização do setor, ação de facilitadores, regras contraditórias, falhas na legislação, corrupção em pequena escala na aprovação de alvarás. Falou das Diretrizes e Propostas – Simplicidade e Transparência do processo, da Unificação, coordenação e centralização do processo, da Qualificação e responsabilização dos agentes, do Respeito aos Profissionais e Responsabilidade Técnica, do Rigor na aplicação das leis e normas. Neste último tópico, esclareceu que o CAU está elaborando em nível nacional a avaliação dos projetistas para conveniar com as prefeituras. Com isso as prefeituras passam a exigir, no começo do processo, um registro de responsabilidade, uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) dos engenheiros ou um Registro de Responsabilidade Técnica (RRT) dos arquitetos. Ao final do processo deverá ser exigido, para liberação do habite-se, a baixa daquele registro e uma avaliação do profissional, a fim de que ele diga se o seu projeto foi bem executado, ou não. Apontou que assim, o profissional faz o projeto; depois faz o registro na prefeitura e ao final deve avaliar a execução. As principais sugestões foram: Atuar na simplificação, transparência e celeridade do processo; Unificar a legislação evitando as sobreposições e contradições nas diversas esferas; Divulgação do processo passo a passo e dos responsáveis para toda a sociedade; Campanha para a conscientização da importância do Projeto; Fiscais devem ter formação e atribuição profissional na área de fiscalização; Exigência de RRT ou ART do profissional projetista também após a conclusão da obra (para liberação do habite-se); Estimular as denúncias de corrupção e realizar investigação rigorosa com punições efetivas.

2. Debates

Nos debates, o deputado Valdeci Oliveira (PT) afirmou que é dever da Casa a elaboração de uma legislação simples, mas exigente. Avaliou que a simplificação sugerida pelo arquiteto Tiago, deve-se precisamente à necessidade de que a lei seja de fácil entendimento. Acentuou que atualmente há legislações tão difíceis de serem interpretadas que, às vezes, podem ser interpretadas de forma equivocada. Acrescentou

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uma sexta diretriz à apresentação do Tiago: não basta termos legislação, não basta unificar, simplificar e fazer com que toda legislação seja centralizada se não houver multas pesadas. Disse que as audiências são fundamentais pela ampla participação de especialistas que contribuem para uma melhor redação da legislação.

O engenheiro Carlos Wengrover falou sobre a necessidade de desburocratização, pois no atual momento, acrescentou que a nova lei não pode deixar de prever a manutenção do sistema de prevenção de incêndio.

O senhor Flávio Pazatto explanou sobre a necessidade de autonomia do Corpo de Bombeiros e sugeriu que a nova legislação deva ter um capítulo sobre o servidor público e penalidades em caso de corrupção.

O deputado Adão Villaverde (PT) fez uma observação sobre a legislação municipal de São Paulo, a Lei n.º 11.228/1992, que regra o licenciamento municipal. Salientou que a lei exige que ao mexer na edificação, novo habite-se seja expedido.

O deputado Paulo Odone (PPS) falou que o SIG-PI foi implantado para agilizar a fiscalização da observância dos critérios legais, com o uso da Tecnologia da Informação. Disse que o sistema tem problemas e é usado para casos menos complexo e que na casa noturna de Santa Maria foi utilizado este sistema para liberação do uso. Afirmou que a legislação estadual não poderá invadir a competência municipal, mas que deverá ter condições de apurar responsabilidades.

O senhor Ednezer Rodrigues Flores, representante do Sindicato dos Arquitetos, entende que o responsável pela ART também deve acompanhar a execução do projeto.

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O senhor Alexandre Rava de Campos, representante do Sindicato de Engenheiros, afirmou que o Corpo de Bombeiros utiliza o procedimento simplificado para liberação de edificações, inclusive em áreas industriais. Explicou que o processo simplificado é algo que demanda agilidade burocrática menos severa, que não é o caso de uma área industrial, uma fábrica de bebidas, uma fábrica de cigarros.

O senhor Fábio Leal, vereador de Eldorado do Sul, comentou que no referido município o PPCI das escolas está desatualizado e tramitando no Corpo de Bombeiros.

O major Everton Dias, da Brigada Militar, fez comentários sobre o SIG-PI, e disse que nada impede que seja solicitada a planta da edificação. Falou sobre a falta de padronização de procedimentos. Informou que nas situações de risco médio e grande são exigidas as plantas. Comentou ainda sobre a emissão de alvará, que muitas vezes é dificultada pela prefeitura, pois os prefeitos não concedem o alvará de localização.

3. Considerações Finais

O senhor Tiago Holzmann da Silva fez referência novamente à questão cultural do ''jeitinho brasileiro'', à falta de valorização dos profissionais e à desqualificação do serviço público. Concluiu que a burocracia deve ser simples e previsível, com regras iguais para todos, onde seja recuperado o processo íntegro e normal de elaboração do projeto, aprovação, construção, fiscalização e manutenção da edificação.

O senhor Roberto Py Gomes da Silveira falou da necessidade de revisão de todo o processo em caso de modificação nas edificações. Acredita ser um avanço, uma vez que reforça a ideia de que temos de ver essa concepção como um todo. Disse que a fragmentação é nociva, pois cria armadilhas. Ressaltou que a ideia do projeto ser uno tem de ser preservada, pois garantirá que tudo realmente funcione. Reforçou a questão

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da competência municipal, e que a legislação estadual deverá reafirmar a necessidade da integralidade do projeto como uma coisa única.

O deputado Adão Vilaverde (PT) falou sobre a responsabilidade na tarefa de elaboração da legislação, que deverá ser clara e abrangente quanto aos conteúdos, critérios, parâmetros, competências e responsabilidade. Deverá prever todos os intervenientes no processo, abrangendo inspeções, licenciamentos, fiscalização, etc. Finalizou, salientando a fala do deputado Valdeci Oliveira (PT), onde afirmou a necessidade de haver sanções em caso de descumprimento da lei e afirmou que uma legislação só é boa se for clara desde seu conteúdo até a sua aplicação efetiva.

Referências

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