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Data: 18-03-2013

Convidados: Engenheiro Cláudio Alberto Hanssen, especialista em proteção contra

incêndios, químico industrial, engenheiro de segurança do trabalho, instrutor de brigadas de incêndio e equipes para emergências, membro da Sociedade de Engenharia do RS (SERGS), auxiliou o Ministério Público (MP/RS) na elaboração do anteprojeto remetido para a Casa Civil contendo sugestões de mudanças e aprimoramentos na legislação que controla as casas noturnas e outros estabelecimentos, João Daniel

Xavier Nunes, Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho, profissional com 36 anos

de prática em proteção contra incêndio, membro da Comissão Consultiva de Proteção do Município de Porto Alegre representando a Sociedade a Sociedade de Engenharia do RS (SERGS), membro da Comissão Redatora da NBR 9077/93, do Grupo de Trabalho do PPCI do CREA e da Comissão Redatora da Lei Complementar n.º 420/98 e Russ

Fleming, norte americano, engenheiro civil com mestrado pelo Rensselaer Polytechnic Institute, especialista reconhecido internacionalmente em sistema de proteção contra

incêndios, acompanhou de perto os trabalhos realizados pelas autoridades americanas no incêndio ocorrido em 2003 na boate The Station em West Warwick, estado de Rhode

Island nos EUA, diretor geral da International Fire Sprinkler Association (IFSA),

presidente da National Fire Sprinkler Association (NFSA) nos EUA, presidente do Conselho de Normas da National Fire Protection Association (NFPA), membro do Conselho Administrativo da NFPA e presidente da Sociedade dos Engenheiros de Proteção contra Incêndio (SFPE) dos EUA.

1. Exposições

O engenheiro João Daniel Xavier Nunes fez uma retrospectiva do funcionamento de todo o sistema de aprovação dos projetos de segurança contra incêndio. Alegou que a proteção contra incêndio não deve ser fixada em lei, mas sim em decretos e instruções. Afirmou que isto evitará que sempre que houver a necessidade de alteração de algum ponto da lei, tenha que haver toda a tramitação legislativa e aprovação por uma maioria

política. Disse que a Lei Complementar nº 420/98 de Porto Alegre é engessada e necessita de maioria na Câmara Municipal para suas alterações, que são técnicas e não deveriam depender de maiorias políticas para sua implementação. Atualmente existem diversos itens da legislação que já estão atrasados quanto à tecnologia. Julga que uma legislação que seja hermética não será favorável à proteção. Afirmou que a legislação estadual, regulamentada pelo Decreto nº 37.380, já se encontra defasada, pois faz 15 anos desde o último regramento. A legislação estadual remete para as normas brasileiras, que também não são atualizadas frequentemente. Para exemplificar, citou a NBR 9077, que é a que cuida de saídas de emergência. Disse que foi aprovada em 1997 e republicada em 2000. Está em revisão há mais de três anos e, atualmente, parada no CB-24. Esclareceu que todos os participantes da elaboração de uma norma não recebem qualquer tipo de subvenção. A norma que está em uso atualmente foi feita aqui no Rio Grande do Sul, sendo Cláudio Hanssen o secretário, e Raul Rego Faillace, o presidente da Comissão. Ressaltou que o grande problema verificado é a forma de utilizar a legislação atual. Disse que o SIG-PI, conseguiu dispensar não somente o responsável técnico, mas também eliminar o projeto físico. A apresentação dos dados da execução, seja de uma boate, seja de uma indústria, tem no SIG-PI, o mesmo formato. É digitado o que o prédio vai ser, a altura e ocupação, e saem trechos de normas. Não existe um projeto que indique como será a execução. Ao profissional do Corpo de Bombeiros que inspeciona recai a responsabilidade, pois, no local, ele tem que determinar se o material e a quantidade instalada estão corretos. Com a falta de um projeto físico, as vistorias anuais ficam sem orientação de um documento básico para o acompanhamento. Ademais, em caso de sinistro, as equipes de combate não têm, em arquivo, nenhuma orientação sobre o tipo de prédio que encontrarão pela frente. A legislação já regulamenta essa instalação para prédios com área superior a 3 mil metros na legislação estadual, ou 1600 metros para o município de Porto Alegre. A instalação generalizada para prédios com essa classificação esbarra em aspectos econômicos, no custo da instalação e principalmente no espaço físico necessário. Disse que a legislação atual contempla, mesmo com falha, a proteção contra incêndio no local. Afirmou que atualmente as fábricas não estão dando conta do fornecimento de extintores de incêndio, peças, cargas e componentes. Disse que quando há falta de recursos, acontecem os cortes primeiramente na proteção contra incêndio. Como colegiado, exemplificou a Comissão Consultiva de Proteção Contra Incêndio, que existe em Porto Alegre, que auxilia o Executivo, tendo membros da Prefeitura Municipal, do Corpo de Bombeiros, do DMAE, da OAB, do IAB, do Sinduscon e da Sociedade de Engenharia. Também falou que todos devem ter treinamento na área de segurança contra incêndio. Por fim,

afirmou que a proteção contra incêndio deve ser vistoriada pelo Corpo de Bombeiros, a partir de legislação que defina a abrangência, regulamentada por instruções técnicas, que serão feitas por um colegiado, cabendo às prefeituras municipais a aprovação dos projetos arquitetônicos, fiscalização de estruturas, instalações elétricas e de para-raios, quando existirem.

Cláudio Alberto Hanssen disse que ele e João Daniel Xavier Nunes representam a Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul. Afirmou que desde a época do incêndio das Lojas Americanas, formam uma comissão técnica de proteção contra incêndios. Na Sociedade de Engenharia, há um grupo de engenheiros que atua nessa área, a maioria em tempo integral, e que procura discutir os problemas e contribuir para melhorar a forma de se progredir na proteção contra incêndios dos ocupantes dos prédios. Comunicou que no mês de março, o 1º Comando Regional de Bombeiros de Porto Alegre completou 118 anos. Disse que é o Corpo de Bombeiros mais antigo do Estado do Rio Grande do Sul, com o qual se pode contar como parceiro para desenvolver a legislação e implementar ações em matéria de proteção contra incêndios. Após falou sobre sua experiência profissional na área de sinistros e da necessidade de haver legislação regional moderna e suficiente para proteger os ocupantes de um prédio, considerando toda a tecnologia que há dentro dele, especialmente o uso de materiais plásticos e sintéticos. Quanto à legislação nacional, disse que deve ser geral e citou a norma regulamentadora (NR) nº 23, do Ministério do Trabalho, que trata da proteção contra incêndio nos locais de trabalho, que a partir de 10 de maio de 2011, foi apagada, dizendo que deve ser obedecida a lei local. Sugere que seja mantida uma lei geral básica à nível nacional. Falou sobre o PPCI e que as legislações municipal e estadual devem ser revisadas. Disse que Porto Alegre tem uma legislação muito citada, que estabelece um código e que o mesmo faz com que os projetos de proteção contra incêndio passem por duas fases; a primeira fase é o chamado Memorial de Proteção contra Incêndio a Executar, ou também Laudo de Proteção contra Incêndios, para prédios existentes. Esses documentos são inicialmente protocolados na Secretaria de Urbanismo, onde há uma equipe chamada Decon. Há a responsabilidade técnica de quem examina o prédio e determina os tipos de proteção. Posteriormente, é elaborado o PPCI, que será protocolado no Corpo de Bombeiros, mas, lá, a proteção exigida é a que foi determinada e recebida pela Secretaria Municipal de Urbanismo. Propôs que não se faça mais isenção de presença do responsável técnico, especialmente em prédios de diversões

públicas, em prédios F6, independentemente de qual seja a área, porque são locais em que haverá um conjunto de pessoas se divertindo completamente alheias aos riscos que pode haver à sua volta. Nesses locais, deve haver uma preocupação, uma responsabilização técnica pela proteção que está instalada para a segurança dessas pessoas. Afirmou que os demais Municípios tinham legislações próprias de proteção contra incêndio, mas que agora abdicaram delas e estabeleceram convênios com o Corpo de Bombeiros. Concordou com as falhas do sistema SIG-PI. Disse que existem divergências na legislação sobre critérios para cálculo da população dos estabelecimentos de diversões públicas classificados como F6, clubes sociais, clubes noturnos, salões de baile, restaurantes dançantes, boates e assemelhados. Citou o código de São Paulo que é atualizado, obrigatoriamente, a cada cinco anos. A última edição foi no ano de 2011, disponível na internet. Citou algumas questões importantes: exigência de um pé-direito mínimo nos locais de diversão pública e de sistemas de extração da fumaça. Salientou que os materiais de isolamento acústico, revestimento e acabamento devem atender a uma norma brasileira e que nos locais de diversão pública existam obrigatoriamente extintores de água, bem como haja o estímulo do uso de geradores de emergência nos estabelecimentos de diversão pública.

O próximo palestrante foi o senhor Russell Fleming, que teve sua palestra traduzida pelo senhor Rafael Andrade. Disse que passou 38 anos, como engenheiro, trabalhando com proteção contra incêndio, e sabe que as melhorias com relação aos códigos de proteção contra incêndio só ocorrem depois de tragédias como a de Santa Maria. Falou que os incêndios em boates são conhecidos internacionalmente como sendo um tipo especial de incêndio, porque são locais extremamente perigosos. Comentou sobre o incêndio da boate The Station, que aconteceu na cidade West Warwick, no Estado de

Rhode Island, Estados Unidos, há quase 10 anos. Afirmou que há muita semelhança

entre os dois incêndios e que nenhuma dessas duas boates contava com o sistema automático de sprinklers. Falou que nos Estados Unidos existe a National Fire

Protection Association – Associação Nacional de Proteção Contra Incêndio – e também

a norma NFPA 101, que é o Código de Proteção da Vida. Depois do incêndio, foram realizadas audiências especiais para tratar do assunto, sendo que as mesmas levaram a alterações no Código de Proteção da Vida; entre elas as novas exigências incluíram o uso de sprinklers em todas as novas casas noturnas com mais de 50 ocupantes e também nas casas noturnas existentes e nas mais novas com mais de 100 ocupantes. Essas

exigências de sprinklers para casas noturnas com mais de 50 ocupantes já se tornou praticamente universal nos Estados Unidos. Salientou que a legislação americana é escrita e é realizada sempre em nível municipal e estadual. Disse que a razão de se usar os sprinklers é porque eles são a melhor solução para proteção contra incêndio e têm a vantagem de corrigir uma grande quantidade de deficiências que existem no sistema de proteção contra incêndio. O palestrante exibiu imagens que mostram a reconstituição do local onde a banda estava tocando, em duas versões: a primeira é uma recriação do incêndio sem a utilização de sprinklers; na segunda, o incêndio é recriado com a utilização de sprinklers. Afirmou que no mundo inteiro, utiliza-se um simulador dinâmico de incêndio conhecido como FDS. Exibiu uma imagem com três colunas mostrando o excesso de temperatura, o excesso no fluxo de calor e a quantidade de oxigênio. Referiu as recomendações do NIST: as autoridades devem atualizar a legislação de proteção contra incêndio e garantir que ela seja cumprida; a legislação deve exigir a instalação de sprinklers em todas as novas casas noturnas e em casas noturnas já em funcionamento com capacidade para mais de 100 ocupantes; devem ser mencionadas também as questões com relação às regras de inflamabilidade de materiais, o uso de fogos de artifício e também a capacidade de evacuação em qualquer situação onde só exista uma entrada principal claramente definida; há necessidade de mais treinamento para os funcionários e de disponibilidade de extintores portáteis. Compartilhou informações sobre outro incêndio em boate que aconteceu num lugar chamado Fine Line Music Cafe, em Minneapolis, no Estado de Minnesota, nos Estados Unidos, apenas três dias antes do incêndio da boate The Station. Assim como nos outros dois incêndios, a causa da ignição foram os fogos de artifício na espuma de poliuretano. Nesse caso, havia um sistema automático de sprinklers no edifício. Mencionou que 120 que lá estavam conseguiram sair em segurança, e não houve perda de vidas, sendo que o estabelecimento foi reparado e aberto em poucos dias, e não houve noticiário sobre este incêndio. Ainda, sobre o uso de sprinklers nos EUA, advertiu que em caso de incêndios, há a necessidade de controlá-los e nunca deixar que eles se tornem perigosos. Para outros tipos de locais que não boates, locais onde haja reuniões com mais de 300 ocupantes ou com múltiplos pavimentos, afirmou que também se requer o uso de

sprinklers. Disse que lá se exige o uso de sprinklers na maior parte das ocupações

comerciais que tenham área não compartimentada maiores do que 1.115 metros quadrados, ou seja, ocupações mercantis, depósitos industriais e ainda em todos os locais de atendimento à saúde. Nos Estados Unidos, a legislação é estadual ou municipal porque, de acordo com a Constituição, isso não faz parte do Poder Federal. O Governo Federal exige que todos os asilos para idosos, existentes ou novos e todas as

ocupações residenciais multifamiliares tenham sprinklers. Pelo menos em dois estados, na Califórnia e em Maryland, as residências têm de ter os sprinklers. Disse que em síntese, os sistemas de sprinklers são uma tecnologia comprovada e simples, que supre as deficiências de outros sistemas de proteção, salvando vidas e bens. Recomendou que é necessário que a legislação exija o uso de sprinklers em casas noturnas, novas ou existentes.

2. Debates

Nos debates, o professor Telmo Brentano sugeriu que fosse contratado um corpo técnico de 50 engenheiros e arquitetos para distribuí-los nas diversas regiões do estado, após um treinamento mínimo para tornar o Corpo de Bombeiros mais competente.

O senhor Sérgio Diehl fez questionamentos quanto ao índice de falha nos extintores de incêndio e o índice de mau uso dos mesmos, sobre as mudanças na legislação americana quanto ao uso de fogos no ambiente, se havia pessoal habilitado para a execução quando do acidente e se as licenças pertinentes foram feitas para a utilização dos produtos.

O senhor Alexandre Lopes pediu esclarecimentos sobre a punição para quem não cumpre a legislação e reincide no ato contraventor nos EUA.

O senhor Fábio Muller perguntou ao painelista Russ Fleming qual a estrutura indispensável para combate a incêndios.

A senhora Lúcia Fasoli, representante do Sindicato dos Arquitetos, perguntou sobre o funcionamento da legislação nos EUA, e o tempo para serem aprovados e liberados os projetos e qual é o rigor dessas exigências.

O senhor Joel Fischmann, inspetor-chefe do CREA-RS de Porto Alegre, questionou sobre o profissional que faz o equivalente ao PPCI nos EUA.

O senhor Felipe Herzog pediu a opinião do professor Cláudio Hanssen sobre o uso do

sprinkler como meio de combate a incêndios.

O palestrante João Daniel solicitou informações sobre o abastecimento de água para o uso do sprinkler (se pode vir da municipalidade, como é na maior parte dos municípios, ou se cada proprietário deve ter o seu abastecimento específico).

O presidente, deputado Adão Villaverde (PT), solicitou a exibição do slide com as sete recomendações do NIST. Falou da legislação de São Paulo e disse que há duas questões que as legislações locais não têm: a questão dos materiais e dos efeitos químicos que os compõem e a questão do controle de fumaça. Ressaltou a necessidade de separação das edificações novas daquelas já existentes.

O engenheiro Helécio falou das coincidências dos três incêndios: Station Nightclub, nos EUA, o de Buenos Aires e o de Santa Maria, onde os motivos foram quase os mesmos.

O engenheiro e ex-deputado estadual Sandro Boka (PMDB) comentou sobre o fechamento das casas noturnas devido à falta de isolamento acústico. Perguntou ao senhor Russ Fleming, se depois do incêndio da boate em seu país foi adotada alguma padronização de materiais utilizados em isolamento acústico.

3. Considerações Finais

O convidado Russel Fleming falou sobre as mudanças no uso de pirotecnia no interior das boates, em razão do incêndio. Disse que não mudou quase nada, pois a prática sempre foi ilegal. Esclareceu que o sistema de sprinklers pode servir para minimizar uma gama de deficiências em tais locais. Existem padrões a partir dos quais a pirotecnia pode ser utilizada no interior de recintos, mas isso deve ser feito de maneira segura, com uma distância adequada em relação a qualquer material inflamável. Quanto à espuma para isolamento acústico, afirmou que desde a época do incêndio na boate The Station existia outro tipo de material (de espuma) capaz de retardar a propagação das chamas. Ocorre que esse material é muito mais caro e as pessoas do ramo de entretenimento noturno preferem utilizar uma espuma mais barata. No que diz respeito à punição das pessoas que violam as leis e às questões estruturais relacionadas à legislação e à manutenção, afirmou que a legislação nos EUA é feita no âmbito estadual ou municipal. É responsabilidade do estado ou do município fazer a inspeção e certificar-se do cumprimento das normas (verificação e funcionamento adequados). Mas isso não exime os profissionais que fizeram o design inicial da responsabilidade pela edificação. As punições variam desde multas aos proprietários até prisão para os violadores das leis. Mencionou a revisão dos planos dos projetos por oficiais estaduais ou municipais. Quando começa a acumular trabalho e acontecem atrasos nas inspeções, a responsabilidade é do técnico que, em caso de erro, poderá perder a carteira de trabalho. Com relação à divisão entre prédios existentes e novos prédios, disse que a chave é permitir que as pessoas tenham uma quantidade razoável de tempo para que se adaptem às novas exigências. Citou inúmeros exemplos de mudanças na legislação americana que obrigaram os proprietários a fazer melhorias nas edificações já existentes. Afirmou que as mudanças na legislação, fizeram com que, aos poucos, fossem colocados

sprinklers em toda a cidade de New York. Reiterou que a questão-chave para se exigir

sistemas de sprinklers em prédios já existentes é colocar algumas coisas palpáveis que se possam medir ao longo do caminho. Dentro do prazo legal para as adequações, deve ser apresentado um plano de como serão executadas as novas instalações. Falou também em reservatórios pressurizados. Disse que existem muitas soluções, mas, nos curtos espaços de tempo apresentados aqui, precisamos não dos bicos de sprinkler utilizados no Brasil, e sim dos usados nos Estados Unidos, ou seja, o quickly response – bico de resposta rápida, que devem funcionar em 30 segundos. Ressaltou que as companhias de

seguro estão nas mãos de bancos e transformaram o seguro contra incêndio em uma operação meramente comercial. Salientou, por fim, que o sprinkler tem a dificuldade relativa ao volume de água e ao custo das instalações e que essa é uma dificuldade encontrada no Brasil.

O engenheiro Cláudio Alberto Hanssen afirmou que a legislação de São Paulo é muito atualizada. Quanto aos sprinklers, disse que nos Estados Unidos há uma diferença; as cidades e os municípios oferecem uma tubulação com água pressurizada, não tratada, para alimentar sistemas sprinklers. Já, no Brasil, logo cai na exigência da NBR, que é específica para sprinkler. Por exemplo, o reservatório menor previsto nessa norma é de 30 mil litros. Se consultar a norma americana, se perceberá que lá há reservatórios a partir de 11 mil litros. Nas comissões técnicas em São Paulo, pergunta-se por que não usam 11 mil litros também para prédio residencial e para prédio comercial. A resposta é que, no Brasil, é preciso mais água e isso se torna oneroso.

O engenheiro João Daniel Xavier Nunes discordou da questão de haver um engenheiro em cada unidade do Corpo de Bombeiros. Falou que um bombeiro especializado, que é uma pessoa que teve horas de trabalho e estudo, não deve largar a sua especialidade para ser promovido. Com relação aos extintores de incêndio, afirmou que um erro maior do que dois por cento torna obrigatório que a empresa proceda a uma auditoria interna para verificar o que houve. O que ocorre normalmente é a pessoa não retirar a trava de segurança e, assim, não conseguir acionar o extintor. Quanto aos tipos de extintores de incêndio, modernamente, no mundo inteiro está sendo utilizado o extintor A, B, C e o extintor de água. Salientou que hoje em dia a tecnologia está fazendo subir muito a capacidade extintora. Elogiou o sistema de São Paulo, mas disse que temos de lembrar sempre da nossa realidade local. Afirmou ser contrário à importação de legislação de um lugar para o outro sem verificar as características locais. Quanto ao sistema de

sprinklers, afirmou que trata-se de um equipamento automático, que funciona 24 horas