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Centro de Estudos Sociais. Dicionário das Crises e das Alternativas

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Academic year: 2021

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Dicionário das Crises

e das Alternativas

Centro de Estudos Sociais

Dicionario da crise.indd 3

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DICIONÁRIO DAS CRISES E DAS ALTERNATIVAS

autor

Centro de Estudos Sociais – Laboratório Associado Universidade de Coimbra

editor

EDIÇÕES ALMEDINA, S.A. Rua Fernandes Tomás, nos 76, 78 e 79

3000-167 Coimbra Tel.: 239 851 904 · Fax: 239 851 901 www.almedina.net · editora@almedina.net design de capa FBA revisão Victor Ferreira pré-impressão

EDIÇÕES ALMEDINA, S.A. impressão e acabamento

G.C. – GRÁFICA DE COIMBRA, LDA. Palheira Assafarge, 3001-453 Coimbra producao@grafi cadecoimbra.pt Abril, 2012

depósito legal ....

Os dados e as opiniões inseridos na presente publicação são da exclusiva res-ponsabilidade do(s) seu(s) autor(es).

Toda a reprodução desta obra, por fotocópia ou outro qualquer processo, sem prévia autorização escrita do Editor, é ilícita e passível de procedimento judicial contra o infractor.

______________________________________________________ biblioteca nacional de portugal – catalogação na publicação Centro de Estudos Sociais – Laboratório Associado

Universidade de Coimbra

DICIONÁRIO DAS CRISES E DAS ALTERNATIVAS ISBN 978-972-40-4820-8

CDU 316 338

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Produtividade

tizar em Portugal são em geral rentáveis, o mesmo não se podendo dizer sobre os termos da nacionalização recente do BPN. A justifi cação em ter-mos de superioridade do setor privado na gestão empresarial – os gestores públicos não teriam os incentivos e o controlo adequados por parte de um poder político efémero – é igualmente problemática, até porque algumas das empresas públicas nacionais foram adquiridas por empresas públicas estrangeiras.

O ciclo de venda de empresas públicas, iniciado no fi nal da década de 1980, começou nas cervejas e poderá acabar na água. Muitas destas empre-sas tinham sido nacionalizadas ou criadas pelo regime democrático, outras já eram públicas antes de 1974. O processo português de privatizações, que (re)construiu grupos económicos com poder político, foi um dos mais intensos na Europa e é indissociável de uma tendência global, embora desi-gual, que fez com que o peso da produção das empresas públicas no PIB glo-bal tivesse passado de mais de 10%, em 1979, para menos de 6%, em 2004.

A discussão dos resultados destes processos é, no mínimo, controversa, embora se tenha confi rmado a tese de que estes processos de privatização penalizaram os trabalhadores dessas empresas e permitiram a apropriação pelos novos acionistas de signifi cativas rendas, ali onde a concorrência não pode deixar de ser uma fi cção regulatória. Entretanto, a esperada melho-ria do desempenho económico não ocorreu necessamelho-riamente, sobretudo em setores produtores de bens homogéneos, casos da eletricidade, onde as empresas públicas se revelaram sempre mais efi cientes. Para além disso, os elementos de serviço público, de criação de emprego e de satisfação redis-tributiva de necessidades sociais, subjacentes a muitas empresas públicas e que tornam os exercícios comparativos em termos de efi ciência muito difí-ceis, foram postos em causa.

João Rodrigues

Produtividade

Diz-se da produtividade que é a qualidade do que é produtivo, rentável ou lucrativo. Não havendo produtividade sem fator trabalho, isso signifi ca que a produtividade corresponde à quantidade de trabalho necessária para pro-duzir unidades de um determinado bem. Assim sendo, mede-se a produti-vidade através do produto interno bruto de um país por pessoa ativa. Mas a produtividade é condicionada por outros fatores além do fator trabalho,

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nomeadamente: máquinas, tecnologias utilizadas, formas de organização do trabalho, processos de gestão, cadeias de valor, marca, condições de saúde e segurança dos trabalhadores.

Não obstante alguns estudos assinalarem o elevado número de horas por dia trabalhadas em Portugal (1.ª posição entre os países da OCDE), a baixa produtividade do trabalho face à média da UE tem sido apontada como um aspeto central a corrigir e que se explica, em parte, pela existência de seg-mentos produtivos com baixa incorporação de valor; por recursos humanos pouco qualifi cados; ou pelo peso da economia informal, entre outros fatores. Não surpreende que o discurso político hoje dominante veja no aumento da produtividade à custa do fator trabalho a solução para vencer a crise, alcançar a competitividade e o crescimento económico. A questão está, porém, no facto de não ser possível vencer a crise sem disponibilizar ao “ele-mento humano” (i.e., as pessoas que de facto trabalham) os outros fatores atrás mencionados, bem como condições de motivação (retribuições justas, condições de vida dignas, boas relações com colegas e chefi as, autoestima/ bem-estar no trabalho, etc.) que são, em si mesmas, fator de melhoria de produtividade, mas também devem constituir-se como sistema de recom-pensa. A produtividade não pode, pois, obedecer apenas aos imperativos da política e da economia, mas sobretudo às expectativas das pessoas que desenvolvem os mais variados tipos de atividades e profi ssões. Daí que, num cenário adverso e de imposição de austeridade, seja mais difícil ser produtivo. Hermes Augusto Costa

Promessa

A Revolução Francesa e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, ao proclamarem que «os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos», anunciaram ao Mundo uma promessa de transforma-ção política, jurídica e social da modernidade, ainda não integralmente cumprida. Este desígnio aparentemente utópico vem fazendo o seu cami-nho desde o séc. XVIII, desenvolvendo e consolidando os regimes políticos democráticos, abolindo a escravatura e contribuindo para a construção, em curso, de um princípio político, jurídico e social de igualdade, com vista a uma democratização das relações sociais (de família, de género, de trabalho, etc.). Esta promessa visa realizar no séc. XXI a construção de uma igual-dade efetiva entre os humanos, no combate às desigualigual-dades, em que todos

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