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(1)UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO. Lucia Helena Walendy de Freitas. OTIMISMO, SUPORTE SOCIAL E VALORES DO TRABALHO COMO ANTECEDENTES DE BEM ESTAR SUBJETIVO DE TRABALHADORES. São Bernardo do Campo 2009.

(2) UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO. Lucia Helena Walendy de Freitas. OTIMISMO, SUPORTE SOCIAL E VALORES DO TRABALHO COMO ANTECEDENTES DE BEM ESTAR SUBJETIVO DE TRABALHADORES. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicologia da Saúde da Universidade Metodista de São Paulo, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Psicologia da Saúde. Orientadora: Profª Drª Mirlene Maria Matias Siqueira. São Bernardo do Campo 2009.

(3) FICHA CATALOGRÁFICA F884o. Freitas, Lucia Helena Walendy de Otimismo, suporte social e valores do trabalho como antecedentes de bem-estar subjetivo de trabalhadores / Lucia Helena Walendy de Freitas. 2009. 156 f. Dissertação (mestrado em Psicologia da Saúde) –Faculdade de Saúde da Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2009. Orientação de: Mirlene Maria Matias Siqueira 1. Otimismo 2. Ajuda (comportamento social) - Trabalho 3. Valores sociais - Trabalho 4. Bem-estar subjetivo 5. Trabalho voluntário 6.Psicologia da saúde I. Título CDD 157.9.

(4) LUCIA HELENA WALENDY DE FREITAS. OTIMISMO, SUPORTE SOCIAL E VALORES DO TRABALHO COMO ANTECEDENTES DE BEM ESTAR SUBJETIVO DE TRABALHADORES. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicologia da Saúde da Universidade Metodista de São Paulo, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Psicologia da Saúde.. Data da apresentação: 10 de Dezembro de 2009. Resultado ___________________________________. BANCA EXAMINADORA. Mirlene Maria Matias Siqueira Universidade Metodista de São Paulo. Prof. Dra. _________________________. Maria do Carmo Fernandes Martins Universidade Metodista de São Paulo. Prof. Dra. _________________________. Anita Liberalesso Neri Universidade Estadual de Campinas. Prof. Dra. _________________________.

(5) DEDICATÓRIA. Dedico este trabalho à minha mãe Clayt que me ensinou, desde cedo, o valor do aprendizado contínuo, ao meu pai Joel pela confiança e estímulo ao meu crescimento e ao meu marido Ion que tem sido meu companheiro especial nesta jornada..

(6) AGRADECIMENTOS. Agradeço a Deus que me deu o dom da vida e aos meus ancestrais que fizeram-na chegar até a mim. Ao Dr. Reynaldo Leite, que em Seu nome, tem oferecido apoio e inspiração. À minha orientadora Prof ª Drª Mirlene Maria Matias Siqueira que tão gentilmente disponibilizou-me o fruto do seu saber. Gratidão à Prof ª Drª Maria do Carmo e à Prof ª Drª Anita Liberalesso Néri que muito enriqueceram este trabalho com suas análises e sugestões. Gratidão profunda à Juliana Cordeiro, aos companheiros de Arautos e a tantos outros do plano visível e do invisível que colaboraram para que essa dissertação se completasse..

(7) EPÍGRAFE. A fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se vêem. Paulo de Tarso. Dê-me um lugar para me firmar e um ponto de apoio para minha alavanca que eu deslocarei a Terra. Arquimedes, cientista grego. Trabalho é toda atividade útil ... Livro dos Espíritos. Um coração aberto ao amor torna-se afável e possuidor de tesouros de alegria e de bem estar. Joana de Ângelis.

(8) FREITAS, L. H. W. (2009). Otimismo, Suporte Social e Valores do Trabalho como Antecedentes de Bem Estar Subjetivo de Trabalhadores. Dissertação de Mestrado, Universidade Metodista de São Paulo, UMESP, São Bernardo do Campo – SP. Resumo Este estudo teve por objetivo verificar a capacidade de otimismo, de suporte social e de valores do trabalho serem preditores de bem estar subjetivo, bem como analisar as relações de variáveis demográficas com essas variáveis de estudo, descrevê-las e examinar as relações entre elas. A amostra consistiu de 47 homens e de 101 mulheres com idade média de 41,00 anos (DP =10,72) que buscavam apoio em instituição para sua transição profissional. O instrume nto de coleta de dados foi um questionário de autopreenchimento composto por cinco medidas que aferiram as variáveis incluídas no estudo: otimismo, percepção de suporte social, valores do trabalho, satisfação geral com a vida e afetos positivos e negativos, bem como variáveis demográficas: sexo, idade, estudo, trabalho, voluntariado, estado civil e permanência na instituição. Foram realizadas análises estatísticas descritivas, testadas diferenças entre médias, correlações, análise de variância e calculados modelos de regressão linear múltipla. As relações das variáveis de estudo com variáveis demográficas revelaram que as pessoas que não estudam percebem ter mais suporte prático e dão mais importância a motivações de autopromoção e de prestígio do que as que estudam. Os mais jovens com até 30 anos relataram que se percebem tendo mais apoio emocional e prático do que os mais velhos. Com o avanço da idade diminuem as percepções de suporte emocional e prático, contudo as pessoas com mais de 50 anos revelaram menos afetos negativos e maior satisfação com a vida do que os mais jovens. Casados revelaram dar menos importância do que separados, divorciados, viúvos, etc. à estabilidade no trabalho e segurança financeira; solteiros revelaram ter mais afetos negativos do que os casados. Homens relataram se sentir mais satisfeitos com a vida, ter mais afetos positivos e menos afetos negativos que mulheres. Quem realiza trabalho voluntário revelou ser mais otimista e ter menos afetos negativos do que aqueles que não realizam. Os dados revelaram que os pesquisados têm um bom nível de otimismo e uma percepção de suporte emocional maior do que a percepção de suporte prático; são motivados, principalmente por metas de realização no trabalho e de estabilidade e segurança financeira; sentem-se indiferentes quanto à satisfação com a vida; apresentam afetos positivos um pouco acima da indiferença; contudo sentem poucos afetos negativos. Disso decorre que um pouco mais de dois terços dos pesquisados apresentaram predominância de estados emocionais positivos sobre os negativos. O otimismo foi a variável que estabeleceu associações mais altas e em maior quantidade; correlacionou positivamente com valores de realização no trabalho, com valores de relações sociais, com valores do trabalho de prestígio, com satisfação com a vida e com afetos positivos; e correlacionou negativamente com afetos negativos. A percepção de suporte emocional correlacionou positivamente com valores de prestígio, afetos positivos e com satisfação com a vida; e correlacionou negativamente com afetos negativos. Percepção de suporte prático não apresentou correlações significativas com nenhuma variável de estudo. Afetos positivos correlacionaram-se positivamente com valores do trabalho de relações sociais e com valores do trabalho de prestígio. A partir da análise de três modelos preditivos encontrou-se que otimismo e suporte emocional repercutem positivamente sobre a satisfação com a vida e sobre afetos positivos. Otimismo repercute negativamente sobre afetos negativos. Valores do trabalho de prestígio repercutem positivamente sobre afetos positivos. Valores de estabilidade repercutem negativamente sobre satisfação com a vida e sobre afetos positivos; e positivamente sobre afetos negativos. Os resultados deste estudo mostraram que o estado otimista é um poderoso fator de impacto positivo sobre o estado de saúde denominado bem estar subjetivo. Palavras chave: otimismo; suporte social; valores do trabalho; bem estar subjetivo; trabalho voluntário; saúde positiva.

(9) FREITAS, L. H. W. (2009). Optimism, Social Support and Work Values as Precedents of Subjective Well-Being of Workers. Masters Dissertation, Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo – SP. Abstract The goal of this study was to verify the capacity of optimism, social support and work values as being predictors of subjective well-being, as well as to analyze the relations of the demographic variables with this study’s variables, describe them and examine the relations between them. The sample consisted of 47 men and 101 women with average age of 41 years (SD = 10,72) who sought for help in an institution for their professional transition. The gathering data instrument was an auto fill questionnaire composed by five measures included in the study: optimism, perception of social support, work values, general satisfaction with life and positive and negative affects, as well as demographic variable: sex, age, studies, volunteering, work, marital status and time at the institution. Descriptive statistic analyses were done, differences between averages, correlations and variable analyses were tested and models of linear regressions were calculated. The relations among study variables and demographic variables revealed that people who do not study notice to have more practical support (tangible and appraisal supports) and give more importance to motivations of auto-promotion and prestige than the ones who study. The youngest aging up to 30 report that they notice having more emotional and practical support (tangible and appraisal supports) than the oldest ones. With the advance of age, the perceptions of emotional and social support decrease, however people older than 50 revealed less negative affect and more satisfaction with life than the youngest. Married individuals revealed to give less importance than separated, divorced and widowers, etc. to the stability at work and financial security; single individuals revealed to have more negative affects than married ones. Men related to feel more satisfied with life, to have more positive affects and less negative affects than women. The ones who do volunteer work revealed to be more optimistic and to have less negative affects than the ones who don’t. Data revealed that the researched have a good level of optimism and a perception of emotional support higher than the perception of practical support (tangible and appraisal supports); they are motivated mainly by goals of achievement at work and by stability and financial security; they feel indifferent towards satisfaction with life; present positive affects a little above indifference, however they feel little negative affects. Deriving from this, a little more than two thirds of the investigated present prevailing of emotional positive state over the negative. The optimism was the variable which established more and higher associations; it positively correlated with values of achievement at work, with values of social relations, with values of prestigious work, with satisfaction with life and positive affects; and it negatively correlated with negative affects. The perception of emotional support positively correlated with values of prestige, positive affects and with satisfaction with life; and correlated negatively with negative affects. The perception of practical support (tangible and appraisal supports) did not present significant correlations with any study variable. Positive affects positively correlated with work values of social relations and with values of prestigious work. From the analyses of three predictive models it was found that optimism and emotional support echoes positively over satisfaction with life and positive affects. Optimism echoes negatively over negative affects. Values of prestigious work echoes positively over positive affects. Stability values echo negatively over satisfaction with life and positive affects; and positively over negative affects. The results of this study have shown that the optimistic state is a powerful positive impact factor over the health state called subjective well-being. Key Words: optimism; social support; work values; subjective well-being; volunteer work; positive health..

(10) Lista de Quadros. Quadro 1 Fontes de Contribuição para Pesquisa em Bem Estar Subjetivo ............................23 Quadro 2 Categorias de Definições sobre Bem Estar Subjetivo ............................................25 Quadro 3 Teorias de Base para Pesquisa em Bem Estar Subjetivo ........................................28 Quadro 4 Principais Fatores de Influência sobre o Bem Estar Subjetivo ...............................54 Quadro 5 Semelhança entre Valores de Schwartz , Valores Definidos na Dinâmica da Espiral e Valores Definidos por Maslow e por Frankl .........................................................................81 Quadro 6 Tipos de Valores do Trabalho, Tipos Motivacionais e Respectivas Correspondências Motivacionais com os Valores Básicos de Schwartz................................. 85 Quadro 7 Síntese dos Conteúdos Apresentados e Métodos Estatísticos Utilizados.............. 94 Quadro 8 Variáveis demográficas, grupos e valores de medidas, níveis de medida e provas estatísticas ............................................................................................................................. 104 Quadro 9 Interpretação da Correlação ..................................................................................106 Quadro 10 Relação de Variáveis Analisadas nos Modelos de Regressão ............................138.

(11) Lista de Tabelas. Tabela 1 Dados dos participantes (n=148)........................................................................... 89 Tabela 2 Média, desvio padrão de otimismo, escala de respostas, ponto médio da escala e valor do t de Student (n=148) ..................................................................................................95 Tabela 3. Médias, desvios padrão de dimensões de suporte social , escalas de respostas, e. valor do t de Student (n=148) ................................................................................................. 97 Tabela 4 Médias, desvios padrão, dimensões de valores do trabalho, escalas de respostas, ponto médio da escala e valor do t de Student (n=148) ......................................................... 99 Tabela 5 Comparação entre médias de dimensões de valores do trabalho e os respectivos t de Student calculados (n=148) ...................................................................................................100 Tabela 6 Médias, desvios padrão de dimensões de bem estar subjetivo, escalas de respostas, ponto médio da escala, valor do t de Student e balanço emocional (n=148)..........................101 Tabela 7 Médias, desvios padrão, freqüência e porcentagem de pessoas com balanço emocional negativo, neutro e positivo (n=148) .....................................................................102 Tabela 8 Variáveis demográficas, médias de otimismo, desvios padrão, diferença entre médias, t de Student ...............................................................................................................107 Tabela 9 Valores da ANOVA (F) para as relações entre otimismo e variáveis demográficas (testes ANOVA e Duncan) ....................................................................................................108 Tabela 10 Correlações bivariadas (r de Pearson) entre otimismo e idade dos participantes (n=148) e dos participantes com mais de 50 anos (n=30) .................................................... 109 Tabela 11 Variáveis demográficas, médias de suporte emocional, desvios padrão, diferença entre médias, t de Student ..................................................................................................... 110 Tabela 12 Variáveis demográficas, médias de suporte prático, desvios padrão, diferença entre médias, t de Student ...............................................................................................................111 Tabela 13 Valores da ANOVA (F) para as relações entre suporte emocional e variáveis demográficas (testes ANOVA e Duncan) ............................................................................. 113 Tabela 14 Valores da ANOVA (F) para as relações entre suporte prático e variáveis demográficas (testes ANOVA e Duncan) .............................................................................113.

(12) Tabela 15 Correlação bivariada (r de Pearson) para suporte emocional e para suporte prático e idade (n=148)...................................................................................................................... 114 Tabela 16 Variáveis demográficas, valores de realização no trabalho, desvios padrão, diferença entre médias, t de Student ......................................................................................116 Tabela 17 Variáveis demográficas, médias de valores do trabalho de relações sociais, desvios padrão, diferença entre médias, t de Student .........................................................................116 Tabela 18 Variáveis demográficas, médias de valores de prestígio, desvios padrão, diferença entre médias, t de Student ....................................... ..............................................................117 Tabela 19 Variáveis demográficas, médias de valores de estabilidade, desvios padrão, diferença entre médias, t de Student .......................................................................................118 Tabela 20 Valores da ANOVA (F) para as relações entre valores de realização no trabalho e variáveis demográficas (testes ANOVA e Duncan) ...............................................................119 Tabela 21 Valores da ANOVA (F) para as relações entre valores de relações sociais e variáveis demográficas (testes ANOVA e Duncan) ...............................................................120 Tabela 22 Valores da ANOVA (F) para as relações entre valores de prestígio e variáveis demográficas (testes ANOVA e Duncan) ..............................................................................120 Tabela 23 Valores da ANOVA (F) para as relações entre valores de estabilidade e variáveis demográficas (testes ANOVA e Duncan ...............................................................................121 Tabela 24 Correlação bivariada (r de Pearson) entre idade dos pesquisados e dimensões de valores do trabalho (n=148) ...................................................................................................122 Tabela 25 Variáveis demográficas, satisfação com a vida, desvios padrão, diferença entre médias, t de Student ...............................................................................................................123 Tabela 26 Variáveis demográficas, afetos positivos, desvios padrão, diferença entre médias, t de Student ...............................................................................................................................124 Tabela 27 Variáveis demográficas, afetos negativos, desvios padrão, diferença entre médias, t de Student .............................................................................................................................124 Tabela 28 Valores da ANOVA (F) para as relações entre satisfação com a vida e variáveis demográficas (testes ANOVA e Duncan) ..............................................................................126 Tabela 29 Valores da ANOVA (F) para. as relações entre afetos positivos e variáveis. demográficas (testes ANOVA e Duncan) ..............................................................................127.

(13) Tabela 30 Valores da ANOVA (F) para as relações entre afetos negativos e variáveis demográficas (testes ANOVA e Duncan) ..............................................................................127 Tabela 31 Correlação bivariada (r de Pearson) entre satisfação com a vida e idade e entre afetos negativos e idade (n=148) ...........................................................................................128 Tabela 32 Matriz de correlação bivariada (r de Pearson) entre otimismo, dimensões de suporte social, dimensões de valores do trabalho. e dimensões de bem estar subjetivo. (n=148)....................................................................................................................................130 Tabela 33 Três modelos de regressão linear múltipla (stepwise) para as dimensões de bem estar subjetivo (n=148)...........................................................................................................139.

(14) Lista de Figuras. Figura 1 Estrutura de Relações entre Tipos de Valores Individuais Básicos .........................80 Figura 2 Estrutura de Relações Entre Valores Individuais Básicos e Valores do Trabalho ...86 Figura 3 Esquema Conceitual Hipotético de Antecedentes de Bem Estar subjetivo..............88 Figura 4 Predição de Satisfação com a Vida ........................................................................139 Figura 5 Predição de Afetos Positivos .................................................................................140 Figura 6 Predição de Afetos Negativos ................................................................................140.

(15) SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 17 21. 1.1. BEM ESTAR SUBJETIVO .................................................................................... 21. 1.2. COMPONENTES DO BEM ESTAR SUBJETIVO ................................................ 29. 1.3. FATORES DE INFLUÊNCIA SOBRE O BEM ESTAR SUBJETIVO ................. 30. 1.3.1 Influência dos Fatores Demográficos Sobre o Bem Estar Subjetivo ...................... 1.3.2 Indo Além da Concepção de Influência da Renda Sobre o Bem Estar Subjetivo ... 30 31. 1.3.3 Influência do Atendimento às Necessidades Básicas Sobre o Bem estar Subjetivo. 33. 1.3.4 Influência da Saúde Sobre o Bem Estar Subjetivo ................................................... 33. 1.3.5 Influência da Genética e dos Traços de Personalidade Sobre o Bem Estar Subjetivo ......... 34. 1.3.6 Influência dos Padrões de Comparação Social e do Suporte Social Sobre o Bem Estar Subjetivo 1.3.7 Influência da Adaptação a Eventos da Vida Sobre o Bem Estar Subjetivo ............. 39 42. 1.3.8 Influência das Metas Sobre o Bem Estar Subjetivo ................................................. 43. 1.3.9 Influência do Trabalho Sobre o Bem Estar Subjetivo .............................................. 44. 1..3.10 Influência do Trabalho Voluntário Sobre o Bem Estar Subjetivo ........................... 46. 1..3.11 Influência da Religiosidade Sobre o Bem Estar Subjetivo ..................................... 1..3.12 Influência da Cultura e dos Valores Sobre o Bem Estar Subjetivo .......................... 48 49. 1.3..13 Síntese dos Fatores de Influência Sobre o Bem Estar Subjetivo .............................. 53. 1.4. OTIMISMO ............................................................................................................. 55. 1.5. SUPORTE SOCIAL ................................................................................................. 61. 1.6. VALORES DO TRABALHO .................................................................................. 68. 1.6.1 Valores e Cultura ...................................................................................................... 68. 1.6.2 Valores e Motivação Humana .................................................................................. 71. 1.6.3 Os Valores Humanos Básicos Segundo Schwartz ................................................... 75. 1.6.4 Valores do Trabalho e Valores Culturais ................................................................. 81. 1.6.5 Valores Básicos Individuais do Trabalho ................................................................ 1.7 OBJETIVOS DA PESQUISA ................................................................................. 82 87. 2. MÉTODO ................................................................................................................ 89. 2.1. DADOS DOS PARTICIPANTES ........................................................................... 89. 2.2. LOCAL ..................................................................................................................... 90. 2.3. INSTRUMENTOS ................................................................................................... 91. 2.4. PROCEDIMENTOS ................................................................................................ 92.

(16) 2.5. APROVAÇÃO NO CONSELHO DE ÉTICA ....................................................... 93. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 94. 3.1. ANÁLISES DESCRITIVAS DE OTIMISMO, SUPORTE SOCIAL, VALORES DO TRABALHO E BEM ESTAR SUBJETIVO .................................................. 3.1.1 Análise Descritiva de Otimismo .............................................................................. 95 95. 3.1.2 Análise Descritiva das Dimensões de Suporte Social .............................................. 97. 3.1.3 Análise Descritiva das Dimensões de Valores do Trabalho..................................... 98. 3.1.4 Análise Descritiva das Dimensões de Bem Estar Subjetivo..................................... 101. 3.1.5 Síntese da Descrição da Variáveis de Estudo.......................................................... 103. 3.2. RELAÇÕES ENTRE VARIÁVEIS DEMOGRÁFICAS E OTIMISMO, SUPORTE SOCIAL, VALORES DO TRABALHO E BEM ESTAR SUBJETIVO ............................................................................................................ 104 3.2.1 Relações entre Variáveis Demográficas e Otimismo .............................................. 106 3.2.2 Relações entre Variáveis Demo gráficas e Suporte Social ....................................... 110. 3.2.3 Relações entre Variáveis Demográficas e Valores do Trabalho ............................. 3.2.4 Relações entre Variáveis Demográficas e Bem Estar subjetivo .............................. 115 122. 3.2.5 Síntese dos Resultados das Relações entre Variáveis de Estudo e Demográficas.... 129. 3.3. ANÁLISES DAS RELAÇÕES ENTRE OTIMISMO, SUPORTE SOCIAL, VALORES DO TRABALHO E BEM ESTAR SUBJETIVO................................ 130 3.3.1 Análise das Correlações entre Dimensões de Suporte Social ................................. 131 3.3.2 Análise das Correlações entre Dimensões de Valores do Trabalho ......................... 131. 3.3.3 Análise das Correlações entre Dimensões de Bem estar Subjetivo ......................... 133. 3.3.4 Análise das Correlações entre Otimismo, Dimensões de Suporte Social, de Valores do Trabalho e de Bem Estar Subjetivo ....................................................... 134. 3.3.5 Síntese das Correlações Entre as Variáveis de Estudo ............................................ 136. 3.4. INVESTIGAÇÃO DOS ÍNDICES DE VARIÂNCIA DE BEM ESTAR SUBJETIVO EXPLICADOS POR OTIMISMO, SUPORTE SOCIAL E VALORES DO TRABALHO ................................................................................ 137 3.4.1 Síntese das Análises Preditivas de Bem Estar subjetivo ......................................... 142 4. CONCLUSÕES ...................................................................................................... 143. REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 145. ANEXO A – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA ............................................................ 151. ANEXO B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ............. 155. ANEXO C – PARECER DO CEP-UMESP ..................................................................... 156.

(17) 17. INTRODUÇÃO. A declaração pública da Organização Mundial de Saúde – OMS – de 1948 sobre a saúde dos povos, a partir de uma perspectiva positiva e multifatorial relacionada a aspectos do bem estar biopsicossocial, consiste de um importante marco, não somente no que diz respeito aos cuidados de saúde, mas também e, sobretudo, no tocante aos paradigmas orientadores da vida humana (WHO, 1948). Essa declaração positiva e abrangente que incide profundamente sobre os paradigmas e condutas da saúde e da vida humana, segundo Marks (2002) não emergiu ao acaso, ela teve como base o fruto das experiências da história humana. As experiências acumuladas pela humanidade ao longo do tempo levaram homens e mulheres a partir de meados do século 20 a clamarem e a colocarem em prática as idéias que possibilitassem ao ser humano viver com bem estar, em paz e fazer progredir seus melhores potenciais (WHO, 1948; CARTA DE OTTAWA, 1986). Com base nesse clamor social pela conquista de bem estar, paz e progresso para todos os povos, muitas pesquisas em saúde vem sendo realizadas desde então. Ribeiro (2006) destaca que as idéias atuais inovadoras que tem como foco a saúde positiva partem de uma ampla reflexão para superação do cenário social dilacerado logo após a 2ª guerra mundial. Em face dessa visão de saúde positiva poder-se-ia fazer duas perguntas. Será que as práticas cient íficas positivas não consistem em si mesmas a indicação de que o ser humano, para busca de seu bem estar, possui habilidades intrínsecas para dar respostas positivas diante de vicissitudes e para aprender condutas de superação do sofrimento e de si mesmo? Não seriam essas atitudes de superação positiva e de aprendizado as expressões de uma habilidade psicológica que dotou a coletividade humana para inventar e reinventar mecanismos para o seu bem estar indispensável à sobrevivência e à subsistência da espécie em desenvolvimento contínuo? As reflexões sobre habilidades humanas positivas não é um fato novo. Há cerca de 2500 anos algumas vozes se levantaram na Grécia antiga. Como se estivessem a prever as dilacerações sociais que viriam em seguida no mundo Greco-Romano, emergiram as vozes da reflexão Socrática e Platônica clamando à razão humana para que voltasse os olhos ao fato de que a tragédia e o sofrimento não eram o destino inexorável da humanidade, porque a vida humana, desde que os homens assim escolhessem, poderia ser traçada em termos de metas mais sublimes e mais grandiosas que jaziam na psique humana – a bondade e a beleza. Depois deles outras vozes se levantaram - Aristóteles, Zenão e Epicuro deixaram o legado em favor da eudaimonia prática do dia a dia (KESEBIR e DIENER, 2008; MCMAHON,2007).

(18) 18. Quanto às habilidades coletivas positivas, Levi (1998) afirma que o saber humano se desenvolve continuamente por meio de uma inteligência coletiva que está a serviço da humanidade. Assim, a espécie humana sobreviveu às vicissitudes de seu tempo inicial e chegou até hoje porque inventou e reinventou positivamente o seu saber. Ele destaca que ninguém sabe tudo, todos sabem algo e todo saber está na humanidade; que é necessário que as inteligências sejam mobilizadas a cooperar com as soluções de problemas imediatos; e que é preciso identificar e conhecer as inteligências em sua diversidade a fim de atingir uma mobilização efetiva das competências. Ressalta que precisamos agora transformar o “conhece-te a ti mesmo” em “aprendamos a nos conhecer para pensarmos juntos” e generalizar o “penso logo existo” em “formamos uma inteligência coletiva, logo existimos eminentemente como comunidade”. Quanto aos aspectos de saúde, a inteligência coletiva dos gregos antigos já concebia os processos diferenciados de saúde/bem estar e de doença/mal estar. Essas duas vertentes de pensamento repercutiam sobre os costumes e a vida do povo. O deus Ausclépios da medicina, como bom grego da época, delegava às mulheres, suas duas filhas, os afazeres das práticas de curar e de manter o povo saudável. À panacéia cabia a cura de todos os males e à Higyeia cabia a promoção do bem estar e a manutenção da saúde. Atualmente essa idéia de que saúde e doença consistem de dois processos distintos e complementares que devem ser tratados diferentemente tem trazido maior luz ao campo da pesquisa em saúde positiva (RIBEIRO, 2006). Pitanga (2002) entende que a saúde pode ser encarada a partir de dois pólos – um pólo negativo e outro positivo. A saúde negativa, portanto, estaria associada com a morbidade e a mortalidade e a saúde positiva com a capacidade de apreciar a vida e de resistir aos desafios do cotidiano. Isso quer dizer que essas duas vertentes da saúde estão associadas, a primeira com os processos de cura e prevenção de doenças e a segunda com os processos de promoção e de proteção da saúde e bem estar. Na reunião de Ottawa destacou-se que a promoção de saúde significa fornecer às populações e comunidades as condições para que elas mesmas sejam capazes de exe rcer controle sobre sua saúde e, nesse sentido, a saúde é concebida como sendo a possibilidade de que as pessoas usufruam suas vidas utilizando seus recursos pessoais e sociais disponíveis (CARTA DE OTTAWA, 1986). Quanto à psicologia, cerca de 60 anos depois da declaração positiva da Organização Mundial de Saúde e cerca de 2500 anos depois dos pensadores gregos, as descobertas cientificas refutaram a idéia pessimista de que o bem estar é uma ambição impossível de ser alcançada. (KESEBIR e DIENER, 2008)..

(19) 19. Além disso, as pesquisas em saúde positiva, mais especificamente aquelas que se realizaram sob a égide da psicolo gia positiva tem apresentado resultados que abrem espaço a um novo ramo de pesquisa cientifica sobre a prática das qualidades humanas (SNYDER e LOPEZ, 2009). É importante destacar que não se trata de desprezar os fatores de cura e de prevenção de doenças, mas, no dizer de Snyder e Lopez (2009), trata-se de complementar estes valiosos estudos com o estudo dos fatores que fazem com que a vida valha a pena. Seligman (2008) pioneiro da psicologia positiva afirmou que é preciso propor um novo campo de estudo – o campo da saúde positiva que descreve os estados que vão além da mera ausência de doença. Além disso, ele destacou que o campo da saúde positiva pode ser operacionalizado pela combinação de excelência dos estados bio lógicos e psicológicos positivos e de medidas funcionais desses estados. Com base nessa proposição da promoção da saúde positiva que se fundamenta em medidas func ionais dos estados positivos psicológicos surgiu o interesse por pesquisar as dimensões, que compõem o escopo deste trabalho, constantes do título: otimismo, suporte social, valores do trabalho e bem estar subjetivo. Assim, o interesse específico pelo tema dos antecedentes de bem estar subjetivo surgiu após observar os relatos sobre a evolução profissional de pessoas da comunidade que participam de programa de apoio e orientação profissional em instituição beneficente na cidade de São Paulo. Esse programa de apoio social tem por principal finalidade oferecer gratuitamente instrumentos para que as pessoas encontrem suas vocações e realizem seu propósito de vida profissional por meio de palestras, técnicas terapêuticas e aconselhamento grupal e individual. As palestras e técnicas oferecidas, em grupo e individualmente, versam sobre temas tais como valores, propósito do trabalho e sentido de vida, relacionamentos e emoções, realização e planejamento profissional e financeiro, orientação sobre currículos, sistemas de equipes de trabalho, etc. Freqüentam esses trabalhos pessoas desempregadas; com negócio próprio em dificuldades; com problemas relacionais no trabalho; descontentes com as condições profissionais ou com a profissão; falta de sentido e de perspectivas futuras profissionais para lançarem-se no mercado de trabalho de maneira mais promissora; apresentando crenças negativas quanto ao valor do trabalho. O trabalho por ser um meio pelo qual as pessoas podem atender a necessidades e metas, bem como construir uma identidade social e ocupar um lugar na sociedade tem importância fundamental no cômputo dos fatores associados ao bem estar e à saúde positiva. O DIEESE (2007) aponta que, naquele ano, nas principais regiões metropolitanas e no Distrito Federal, 16,3 milhões de pessoas estiveram empregadas, das quais 8,7 milhões estavam empregados na região metropolitana de São Paulo; 3 milhões ficaram desempregadas, sendo a metade na região Metropolitana de São Paulo. Em média os.

(20) 20. desempregados levaram 12,6 meses para recolocação no mercado e na Região metropolitana de São Paulo as recolocações levaram em média 11 meses. Esses dados demonstram a importância do estudo de alguns fatores antecedentes preditivos de bem estar de trabalhadores. Segundo Diener, Suh e Oish (1997) o bem estar subjetivo é afetado por uma ampla gama de variáveis antecedentes que dizem respeito a muitas áreas da vida, tais como dados pessoais de personalidade, relaciona mentos sociais, metas, crenças, valores, etc. Deste modo, a proposição de uma pesquisa com trabalhadores em fase de mudança profissional que busque compreender os níveis de esperança que eles trazem consigo sobre o seu futuro, os níveis de apoio social recebido e os valores e crenças que os motivam ao trabalho, bem como, as relações desses fatores com o bem estar subjetivo são importantes para agregar conhecimento ao campo de estudos existentes de variáveis que o antecedem. Estudos têm demonstrado que a visão otimista da vida é um importante fator que incide positivamente sobre a saúde e bem estar. Segundo Kivimaky et al, (2005) o otimismo pode reduzir o risco de problemas de saúde e estar relacionado à recuperação mais rápida após a ocorrência de eventos estressores significativos. O apoio recebido pela rede social de uma pessoa também pode repercutir sobre sua saúde e bem estar. Segundo Cohen e Syme (1985), a partir da década de 70 do século passado, houve um grande aumento no interesse de como o apoio social afeta a saúde e o bem estar. Constataram que muitos dos fatores psicossociais que afetam negativamente a saúde e o bem estar ocorrem primariamente por meio de impactos e rompimentos na rede social tais como as experiências de mudanças estressantes e os prejuízos no trabalho. O apoio social nesses casos pode proteger a saúde. As crenças e motivações que as pessoas têm quanto ao trabalho também influencia m o bem estar de trabalhadores. Segundo Porto (2008) as pessoas expressam um conjunto de valores que as orientam internamente em suas avaliações a respeito de metas ou recompensas que obtêm no trabalho. Assim, quando as pessoas buscam o trabalho, internamente, elas estão movidas por quatro tipos de metas recompensadoras. Elas buscam trabalho porque querem, em graus variados, sentir realização; sentir que são prestigiadas; que têm estabilidade e querem estabelecer contatos e contribuir com a sociedade. Em face disso, a partir dos relatos das pessoas que buscam a instituição referida e dos temas mencionados, optou-se por estudar otimismo, percepção de suporte social e valores do trabalho como preditivos do bem estar subjetivo de trabalhadores. Esta dissertação está apresentada em quatro capítulos: no capítulo 1 o referencial teórico pesquisado e objetivo s da pesquisa; capítulo 2 o método de pesquisa; capítulo 3 os resultados e discussão e no capítulo 4 as conclusões..

(21) 21. 1. REFERENCIAL TEÓRICO. Nesta sessão, apresentam-se as conceituações e pesquisas relativas às variáveis estudadas, bem como os objetivos de pesquisa. A conceituação teórica inicia-se com bem estar subjetivo; segue com otimismo e com suporte social e finaliza com valores do trabalho. Nos itens de 1.1 e 1.2 destacam-se as definições das dimensões, as áreas de ciência de contribuição e os modelos teóricos de bem estar subjetivo. Em face de que esta pesquisa procura analisar alguns antecedentes de bem estar subjetivo, nos itens de 1.3.1 a 1.3.11 apresenta-se a pesquisa sobre as variáveis que influenciam o bem estar subjetivo e no item 1.3.12 a síntese destas variáveis. No item 1.4 apresenta-se a definição de otimismo, bem como, resultados de estudos que relacionam otimismo com saúde, suporte social, autoregulação, metas, bem estar subjetivo e idade. No item 1.5 apresenta-se a definição de suporte social, suas aplicações e resultados de estudos sobre intervenção de suporte com desempregados; os efeitos do suporte social sobre a saúde e estudos de suporte social por meio da religiosidade. Nos itens 1.6.1 a 1.6.4 apresentam-se os conceitos sobre valores, cultura, motivação humana e os valores humanos básicos de Schwartz, temas estes necessários para contextualizar e fundamentar a definição de valores do trabalho apresentada no item 1.6.5. Como fechamento deste referencial teórico no item 1.7 estão apresentados os objetivos deste estudo.. 1.1 BEM ESTAR SUBJETIVO. Estudos sobre bem estar subjetivo dizem respeito a um campo de pesquisa científico relacionado à compreensão dos processos externos e internos que estão envolvidos na avaliação que as pessoas fazem sobre suas vidas, especialmente quanto ao grau de felicidade. Bradburn (1969) considerou que o interesse sobre os processos que levam as pessoas a se considerarem felizes acompanha a humanidade ao longo de sua história por meio de vastas quantidades de idéias e pesquisas através dos séculos. Em seu trabalho sobre a estrutura psicológica do bem estar esse autor destacou que a felicidade deveria ser encarada como um conceito lógico, construído para ser empregado nos estudos de fenômenos relacionados à saúde mental. De acordo com Diener, Suh e Oishi (1997) bem estar subjetivo é um campo de estudo da psicologia que abrange a praticamente quase todas áreas da vida humana. Esse campo de.

(22) 22. estudo tem por finalidade compreender os processos subjetivos de avaliação que as pessoas fazem sobre suas vidas em termos cognitivos e em termos de experiências afetivas, mais especificamente no que diz respeito aos níveis emocionais e aos sentimentos de satisfação com a vida. Por consistir de uma avaliação de caráter duplo: um emocional e outro cognitivo o bem estar subjetivo pode ser pesquisado de várias maneiras. O compone nte emocional pode ser pesquisado, por exemplo, a partir da auto-avaliação que as pessoas fazem de suas emoções e humores positivos tais como alegria, e contentamento e a partir de emoções e humores negativos tais como irritabilidade e tristeza. O componente cognitivo pode ser pesquisado, por exemplo, a partir da auto-avaliação sobre a satisfação quanto às realizações e desempenhos vivenciados nos domínios dos relacionamentos, do lazer e do trabalho (DIENER, OISH e LUCAS 2003). As flutuações relativas às emoções e ao humor, bem como, aos julgamentos de satisfação com a vida, ao longo de um período específico, determinam possibilidades quanto aos diferentes níveis de pesquisa sobre bem estar subjetivo. É possível pesquisar essas flutuações em um período menor, mas também é possível examinar a longo termo as diferenças de níveis médios de componentes de bem estar que surgem em grupos específicos de indivíduos, em sociedades e em nações (DIENER E SCOLLON, 2003) Além das pesquisas dos níveis de bem estar subjetivo em grupos específicos e em coletividades ao longo do tempo, surgiram as pesquisas sobre as causas e influências que vários fatores poderiam exercer sobre o bem estar. Diener, Oish e Lucas (2003) afirmaram que, no início, o campo de pesquisas em bem estar subjetivo tinha um maior interesse sobre as influências e causas do bem-estar que se originavam a partir dos fatores demográficos tais como casamento e renda.. Depois gradativamente foram sendo acrescentadas outras. contribuições. Um dos estudiosos pioneiros, Bradburn (1969), buscou revelar, entre outros, as influências que a posição social, a renda financeira e os ajustes ao casamento e ao trabalho exerciam sobre o bem estar. Além disso, Bradburn (1969) também fez uma análise do impacto de situações e traumas sociais sobre o bem estar psicológico das pessoas ressaltando eventos tais como as viagens espaciais e a morte do Presidente Kennedy, apontando com isso para as influências sociais sobre o bem estar. Segundo Diener, Oish e Lucas (2003) estudiosos em saúde mental que queriam ampliar seus enfoques para ir além dos sintomas de depressão e de estresse começaram a incluir temas como felicidade e satisfação com a vida. A esse rol de pesquisadores.

(23) 23. acrescentaram-se as pesquisas dos psicólogos sociais e dos cognitivistas cujas visões contribuíram com estudos sobre adaptação e variações de padrões que influenciam os sentimentos de bem estar. Além dessas contribuições, os psicólogos humanistas acrescentaram o interesse ao caráter positivo do bem estar. Disso tudo resultou em um campo de pesquisa composto por contribuições complementares de uma variedade de métodos e de tradições teóricas em torno do tema do bem estar subjetivo. O quadro 1 apresenta uma síntese das visões das várias áreas que contribuíram para uma melhor compreensão do bem estar subjetivo e para formar um campo amplo de pesquisa.. Quadro 1 Fontes de Contribuição para Pesquisa em Bem Estar Subjetivo Visões que Contribuíram para a Construç ão do Campo de Pesquisa em Bem Estar Subjetivo Áreas de Contrib uição. Tipos de Pesquisa. Psicólogos com interesse inicial sobre Estudos sobre as influências das características influências e causas do bem estar demográficas Pesquisadores em Saúde Mental. Estudos, cujo interesse era ir além dos sintomas da depressão e do estresse, que incluíram temas como felicidade e satisfação com a vida. Psicologia Social e Cognitivista. Estudos sobre os processos de adaptação e de variações de padrões que influenciam o bem estar. Psicologia Humanista. Estudos que acrescentaram o interesse sobre o caráter positivo dos fatores de bem estar. A análise das contribuições dos vários ramos do conhecimento levou Diener, Suh, Lucas e Smith (1999) e Diener e Scollon (2003) a afirmar que o estudo do bem estar subjetivo é um campo complexo que abrange muitos pontos da vida humana e que é influenciado por vários fatores tais como variáveis demográficas, variáveis relativas à saúde, aos recursos subjetivos e materiais, ao temperamento e personalidade, à qualidade das relações sociais e dos padrões de comparação social, ao otimismo, ao atendimento de necessidades básicas, ao ajuste e adaptação a eventos da vida, ao alcance de metas, ao trabalho e à influência dos valores e da cultura. Esses autores ressaltaram que, ao longo do tempo, vários estudos tem sido realizados a fim de estabelecer as influências específicas de cada um desses fatores no cômputo do bem estar subjetivo de grupos e de coletividades..

(24) 24. Diener, Suh, Lucas e Smith (1999) em sua análise da evolução do conceito de bem estar subjetivo, até aquela época, afirmaram que o crescimento desse campo foi o reflexo de certas tendência s e fatos que convergiram para a composição da pesquisa científica de bem estar. O primeiro fato a ser destacado foi o interesse social e científico sobre a importância da visão subjetiva do próprio indivíduo na avaliação de sua vida. O segundo foi o reconhecimento de que bem estar necessariamente inclui elementos positivos que transcendem a prosperidade econômica. O terceiro fato é que os estudos científicos de bem estar desenvolveram-se também em parte como uma reação à exagerada ênfase da psicologia, no passado, em estados negativos. Nesse sentido, pesquisadores de bem estar subjetivo reconheceram que a abordagem positiva incentivaria às pessoas não apenas evitarem a miséria psíquica, mas também incentiva ria aos próprios pesquisadores a estudar a extensão da totalidade do bem estar que vai da miséria à elevação dos estados positivos. Além disso, destacaram que indicadores sociais sozinhos não definem qualidade de vida. Pessoas diferentes reagem diferentemente às mesmas circunstâncias da vida e elas avaliam suas condições baseadas em suas expectativas únicas, em valores da atualidade e em valores de experiências prévias. Os autores consideraram que tudo isso convergiu para o enfoque de que o elemento subjetivo é essencial nas análises e ainda eles consideraram que poucas pessoas, portanto, argumentariam que o bem estar que produz uma boa vida seria o resultado da influência de um ou de poucos fatores. Diener (1984) afirmou que muitos filósofos e cientistas sociais propuseram-se, ao longo da história da humanidade, a definir felicidade ou bem estar. Essas definições, segundo esse autor, podem ser agrupadas em três categorias. Na primeira categoria encontram-se as definições normativas que definem o que é desejável e que levam em conta os critérios externos ao indivíduo tais como padrões externos estabelecidos de virtude ou de santidade. Um exemplo dessa primeira categoria é o trabalho de Aristóteles sobre eudaemonia, em que a felicidade seria essencialmente obtida por meio do cultivo de uma vida virtuosa, mas não necessariamente significaria uma experiência de alegria. Assim sendo, o significado de eudaemonia não corresponde ao moderno senso de felicidade, mas sim a um estado desejável que seria julgado a partir de uma estrutura específica de valores externa ao indivíduo. Os critérios de felicidade desse tipo não levam em conta a avaliação subjetiva das pessoas, mas a estrutura de valores do observador. Na segunda categoria, encontram-se as definições de cientistas sociais que enfocam as situações que induzem as pessoas a considerar suas vidas em termos positivos. Essas definições de bem estar subjetivo vêm com o rótulo de satisfação com a vida. Partem da confiança no fato de que o respondente é que m determina os padrões do que.

(25) 25. é uma boa vida, isto é, essas teorias consideram que o respondente é a melhor pessoa para definir o que é bom para ele. A terceira categoria está mais próxima do significado daquilo que as pessoas dão à fe licidade no dia a dia; denota uma análise da preponderância de afetos positivos sobre os negativos. Nesta linha, o autor destacou o trabalho de Bradburn (1969). O quadro 2 apresentado a seguir mostra a síntese das três categorias de enfoques de definições sobre bem estar subjetivo.. Quadro 2 Categorias de Definições sobre Bem Estar Subjetivo Tipos de definição Definições normativas externas ao indivíduo a respeito do que é desejável para a felicidade.. Representantes Aristóteles e seu conceito de eudaemonia. Definições que enfocam as situações que Cientistas sociais e estudos em que induzem as pessoas a considerarem suas prepondera o conceito de satisfação com a vidas em termos positivos vida Definições mais próximas do que as próprias Bradburn (1969) e estudos em que pessoas consideram como felicidade no dia a preponderam os conceitos de afetos positivos dia. e negativos Além disso, Diener (1984) ressaltou que as medidas de bem estar possuem três aspectos. O primeiro aspecto é o seu caráter subjetivo. O segundo é o seu caráter de medida positiva, que não significa necessariamente a ausência de fatores negativos. E o terceiro aspecto é que as medidas de bem estar subjetivo incluem uma avaliação global de todos os aspectos da vida de uma pessoa. Apesar de que os afetos ou a satisfação podem ser avaliados dentro de um determinado contexto mais específico, geralmente a ênfase é dada a um julgamento global da vida. Quanto aos tipos de teorias que embasam as análises de bem estar subjetivo Diener (1984) destacou as Teorias Télicas, as Teorias de Atividades como produtoras de bem estar, as Teorias de Top-down e de Bottom-up, as Teorias Associacionistas, as Teorias do Julgamento e as Teorias da Adaptação (Hedonic Treadmill Theory) e outras teorias de adaptação mais modernas. As Teorias Télicas ou teorias de ponto final (télic theories or endpoint) sustentam que o estado de bem estar subjetivo é obtido quando alguém alcança, por exemplo, uma meta ou a satisfação de necessidades humanas. A palavra Télica deriva do grego telos que significa.

(26) 26. propósito ou meta de vida. Segundo Kesebir e Diener, (2008); Mcmahon, (2007) o primeiro filósofo a definir o telos em termos de felicidade foi Sócrates. Depois dele praticamente todos os filósofos e pensadores se preocuparam com as questões relacionadas ao telos da felicidade; uns questionaram, por exemplo, se a felicidade seria alcançada por meio da satisfação ou da supressão de desejos. Os hedonistas recomendavam o atendimento dos desejos; os acetas recomendavam a aniquilação dos desejos. As teorias telicas da atualidade derivam de diferentes esforços. Há aquelas que enfocam as metas relacionadas às necessidades humanas básicas de sobrevivência e aquelas que consideram a realização de outros tipos de metas e desejos que vão alé m das necessidades básicas. As primeiras consideram que o atend imento de certas necessidades sejam elas inatas ou aprendidas, conscientes ou inconscientes, resultaria em felicidade. Outras teorias consideram que a felicidade ocorreria quando as pessoas atingissem as metas e os desejos que escolheram conscientemente. Há aquelas teorias que consideram que as necessidades e metas escolhidas são relacionadas entre si; isto é, necessidades básicas e desejos que resultam de valores e crenças de uma pessoa podem conduzir juntos ao desejo de realização de metas especificas. Há autores que postulam que há necessidades básicas universais, tais como a teoria de Maslow (1943) e outras em que as necessidades não são universais e que por isso podem diferir acentuadamente de um indivíduo para outro. Apesar dessas diferentes posições teóricas, é possível afirmar que há uma concordância muito difundida entre os pesquisadores a respeito de que o atendimento de necessidades básicas e de metas desejadas de algum modo está relacionado a bem estar subjetivo (DIENER, 1984). As teorias de Atividades sustentam que a felicidade é produto das atividades humanas tais como praticar esportes, música ou a escalada de uma montanha. Aristóteles foi quem propôs uma das mais precoces e mais importantes bases das teorias de atividades. Ele sustentava que a felicidade cresce através de atividades específicas que desenvolvem certas habilidades e virtudes. Contudo, as teorias modernas de Atividades, sobretudo no campo da gerontologia, não se referem a atividades que desenvolvem virtudes, mas estão relacionadas ao desenvolvimento de atividades em geral que venham a aumentar o bem estar de quem as pratica tais como passatempos (hobbies), interação social e exercícios físicos (DIENER, 1984). As Teorias de Bottom-Up foram sustentadas por alguns filósofos que afirma ram que a felicidade consiste da somatória de muitos prazeres pequenos. Nessas teorias as pessoas são felizes porque desfrutam de muitos prazeres. Em contraste, a Teoria de Top-Down assume que há pessoas que têm uma propensão global para experimentar as coisas de um modo positivo e.

(27) 27. isso influencia as interações momentâneas que têm com o mundo. Ao contrário das Teorias de Bottom-Up, a Teoria de Top-Down entende que as pessoas aproveitam os prazeres porque são propensas à felicidade (DIENER, 1984). Há também um número de modelos que procuram explicar porque algumas pessoas têm um temperamento que as predispõe à felicidade. Muitas dessas teorias são baseadas em estudos sobre memória, sobre condiciona mento ou sobre princípios cognitivos. Todas esses tipos de estudos podem ser classificados sob o rótulo de modelos ou Teorias Associacionistas. As Teorias do Julgamento postula m que a felicidade resulta da comparação entre padrões internos desejados e as condições atuais do indivíduo. Nessas teorias a felicidade ocorrerá quando as condições internas excederem ao padrão externo de comparação do indivíduo. Nessas teorias considera-se que o julgamento da satisfação com a vida poderá ocorrer mais por meio de uma comparação consciente e o julgamento dos afetos poderá ocorrer de maneira mais inconsciente. Apesar das teorias de julgamento geralmente não terem por objetivo a realização de predições sobre quais eventos seriam positivos ou ne gativos, elas, contudo, ajudam a predizer a magnitude de afetos que os eventos produziriam. A comparação social é uma dessas teorias em que a pessoa faz julgamentos de sua vida com base nos padrões internos com relação a situações da vida de outras pessoas (DIENER, 1984). Além dessas teorias é importante destacar a Teoria da Adaptação (hedonic treadmill theory). Diener, Lucas e Scollon (2006) afirmaram que, de acordo com essa teoria, as pessoas ao reagir a eventos que temporariamente afetem sua felicidade, rapidamente se adaptariam e retornariam a uma neutralidade afetiva. Essa teoria foi construída com base no modelo de hábitos automáticos de Helson (1948; 1964) apud Diener, Lucas e Scollon (2006) que considerava que o sistema psicológico reagiria rapidamente a desvios do nível corrente de adaptação de uma pessoa, semelhantemente ao processo de adaptação biológica. Diener, Lucas e Scollon (2006) destacaram a necessidade de revisar o modelo treadmill em cinco aspectos. O primeiro é que os indivíduos não permanecem num limiar afetivo que tende à neutralidade, ou seja, não são neutros afetivamente. O segundo é que o estado de propensão imediato à mudança afetiva é diferente para cada pessoa e essa diferença depende do seu temperamento. O terceiro aspecto é que uma única pessoa pode ter múltiplos limiares de felicidade que causem outros estados afetivos e de satisfação. Isto quer dizer que diferentes estados emocionais e de satisfação com a vida não são estáveis, porque esses estados podem levar as pessoas para outros graus e direções de bem estar subjetivo. O quarto aspecto, considerado por eles o mais importante, é que a propensão básica interna ao bem estar pode mudar sob determinadas condições. E o quinto aspecto é que indivíduos diferem.

(28) 28. em suas maneiras de se adaptarem a eventos, alguns se adaptam mais facilmente outros têm maior dificuldades em se adaptarem. O quadro 3 apresentado a seguir mostra as teorias de base em pesquisa de bem estar subjetivo e respectivos enfoques considerados em cada modelo para alcançar a felicidade. Quadro 3 Teorias de Base para Pesquisa em Bem Estar Subjetivo Teorias. Enfoque para alcançar felicidade. Télicas ou de ponto final. Modelos que consideram que a satisfação de necessidades ou o alcance de metas desejadas leva à felicidade. (télic theories or endpoint) De Atividades. Modelos que consideram que a realização de atividades como passatempos, interação social, exercícios físicos, etc. promove m felicidade.. Bottom-up. Modelos que consideram que a felicidade consiste da soma de inúmeros pequenos prazeres no dia a dia.. Top-down. Modelos que consideram que existem pessoas que têm uma propensão global para experimentar a vida de forma positiva. Associacionista. Modelos baseados em estudos de memória, condicionamento e princípios cognitivos que buscam explicar porque as pessoas têm predisposição à felicidade.. Do Julgamento. Modelos que consideram que as pessoas ao avaliarem sua felicidade partem de padrões internos de comparação de suas vidas com as experiências das vidas de outras pessoas. Da adaptação: Hedonic Treadmill. Modelos que consideram que as pessoas se adaptam rapidamente a eventos que influenciam a felicidade, retornando à neutralidade afetiva. Adaptação. Modelos que consideram que a neutralidade afetiva não existe; que as pessoas têm uma forma peculiar de adaptação segundo seu temperamento e que a propensão para experimentar felicidade pode variar sob determinadas condições.. (revisões da anterior).

(29) 29. 1.2 COMPONENTES DO BEM ESTAR SUBJETIVO. O bem estar subjetivo compõe-se de duas dimensões: a dimensão das respostas emocionais ou dimensão dos afetos e a dimensão das satisfações ou dimensão das avaliações ou julgamentos globais de satisfação com a vida. Cada uma das duas dimensões necessita ser entendida em seu próprio sentido, já que elas freqüentemente se correlacionam substancialmente (DIENER, SUH, LUCAS e SMITH 1999). Diener, Lucas, Suh e Smith (1999) afirmaram que a dimensão afetiva de bem estar subjetivo corresponde à avaliação que as pessoas fazem de seus humores e estados emocionais. Por sua vez Pavot e Diener (1993) afirmaram que o componente cognitivo – satisfação com a vida - é um recurso importante que melhora a avaliação de bem estar subjetivo. Ao avaliar somente seus afetos as pessoas podem momentaneamente ignorar ou negar suas emoções e, além disso, os fatos do momento podem afetar sua avaliação emocional. A avaliação cognitiva da satisfação global com a vida remete a uma reflexão a longo termo que não se deixa influenciar tanto por reações ou situações momentâneas. Bradburn (1969) sugeriu que afetos prazerosos e desprazerosos formam dois fatores independentes e que por isso deveriam ser medidos independentemente. Lucas, Diener e Suh (1996) com base em três estudos que analisaram a discriminação entre os três componentes de bem estar subjetivo e a discriminação entre bem estar subjetivo e otimismo e auto-estima mostraram que o bem estar subjetivo difere dos conceitos de otimismo e de auto-estima e que afetos positivos, afetos negativos e satisfação com a vida são três construtos separados fortemente correlacionados entre si. Diener e Emmons (1985) a partir de cinco estudos encontraram que as relações entre afeto positivo e negativo dependem do período que está sendo considerado. Estados positivos e negativos variam numa relação inversamente proporcional, e geralmente não ocorrem ao mesmo tempo na mesma pessoa, mas essa não simultaneidade ocorre somente em curtos períodos; a pesquisa mostrou que quanto maior o período de análise a correlação entre afetos negativos e positivos diminui sensivelmente. Pavot e Diener (1993) destacaram que os componentes afetivos e os cognitivos apresentam uma correlação moderada entre si..

(30) 30. 1.3 FATORES DE INFLUÊNCIA SOBRE O BEM ESTAR SUBJETIVO. Tendo em vista que os fatores de influência são variados e complexos, Diener, Suh, Lucas e Smith (1999) sugeriram que o bem estar subjetivo deveria ser considerado como uma área geral de interesse cient ífico composto por avaliação de afetos e por avaliação cognitiva da vida e não somente como um simples construto. Esse campo de pesquisa está apresentado a seguir. Nos subitens de 1.3.1 a 1.3.11 a seguir apresentam-se os estudos e considerações sobre os fatores que influenciam bem estar subjetivo. No subitem 1.3.12 apresenta-se a síntese dos fatores de influências do bem estar subjetivo.. 1.3.1 Influência dos Fatores Demográficos Sobre o Bem Estar Subjetivo. Conforme com o que já foi mencionado neste estudo, no início das pesquisas sobre bem estar subjetivo o maior foco da formulação teórica era identificar as características demográficas que influenciam a felicidade. Os autores Diener e Scollon (2003) chamaram a atenção para o fato de que os pesquisadores da tradição sociológica freqüentemente tendem a focar suas pesquisas na relação entre bem estar subjetivo e fatores demográficos tais como idade, sexo, etnia, educação e renda. Todavia Diener, Suh, Lucas e Smith (1999) e Diener e Scollon (2003) afirmaram que essas pesquisas têm demonstrado que os efeitos dos fatores tais como idade, sexo, renda, grupo étnico, educação e estado civil totalizam impactos relativamente pequenos de 8% a 20%. Diener e Scollon (2003) ressaltaram que apesar de alguns estudos terem apresentado alguma relação entre bem estar subjetivo e faixa etária, esses efeitos ainda não poderiam ser considerados porque as pesquisas não tinham sido replicadas e porque os dados sobre esses efeitos se mostraram relativamente pequenos. Similarmente aos estudos relativos à faixa etária, as diferenças de gênero foram computadas e parece que homens e mulheres apresentam diferenças pequenas. Mulheres relataram uma felicidade global e satisfação semelhante aos homens, mas elas relataram muito mais emoções negativas e mais comumente relataram ter mais desordens de humor do que homens. Isso apresenta um paradoxo – mulheres são globalmente felizes como os homens, mas relatam ter muito mais afetos negativos. Os autores propõem que as diferenças emocionais entre homens e mulheres ocorrem quanto à intensidade e flutuação emocional, e que isso poderia explicar o paradoxo. O fato de que mulheres também relatam ter altos níveis de emoções positivas dá suporte a essa explicação. Afirmaram.

(31) 31. que outras explicações têm sido dadas para esse fato tais como a alegação de que mulheres têm níveis de ansiedade e de depressão mais elevados e que são mais interdependentes. Conseqüentemente elas seriam mais comumente influenciadas por eventos sociais tanto para melhor quanto para pior. Outra explicação seria que mulheres tendem a ruminar mais a respeito das más experiências passadas do que os homens. Queirós e Néri (2005) não encontraram diferenças significativas entre homens e mulheres na meia idade e na velhice quanto ao bem estar psicológico e quanto à inteligência emocional. Néri (2001) em menção ao estudo com homens e mulheres entre 59 e 85 anos ressaltou que quanto maior a idade há uma tendência para ser maior a satisfação e a predominância de estados afetivos positivos.. 1.3.2. Indo Além da Concepção de Influência da Renda Sobre o Bem Estar Subjetivo. Embora faça parte dos fatores demográficos, considerou-se importante dar um destaque para esse tema porque segundo Diener e Seligman (2004) muitas políticas empresariais e públicas com relação ao trabalho ainda priorizam somente a melhoria de renda e de resultados econômicos. Diener, Suh, Lucas e Smith (1999) destacaram que os pesquisadores examinaram a relação entre renda e bem estar subjetivo em quatro linhas. A primeira consistiu das correlações em determinado país entre renda e bem estar subjetivo. A segunda consistiu do estudo das mudanças do bem estar subjetivo entre indivíduos que experimentaram acréscimo ou decréscimo de renda. A terceira linha de pesquisa consistiu em verificar a tendência do bem estar subjetivo durante períodos de crescimento econômico nacional. E a quarta consistiu da comparação entre os dados de vários países de correlações entre médias de bem estar subjetivo e prosperidade econômica nacional. Os dados de todos esses tipos de pesquisas não deram suporte a uma relação forte causal de renda com bem estar subjetivo e modelos mais complexos são requeridos para explicar todos resultados. O que os estudos apontaram é que pessoas prósperas são levemente mais felizes do que pessoas pobres somente em nações ricas. Além disso, constatou-se que mudanças na renda nem sempre tem efeito preditor de bemestar e os dados sugeriram que o exame de expectativas e metas é requerido para explicar esse complexo padrão porque a renda seria um meio de atender as metas. Nesse sentido, a prosperidade econômica poderia contribuir para bem estar subjetivo por prover os meios para o atendimento necessidades tais como comida, água limpa e cuidado de saúde, etc, e por.

Referências

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