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einstein. 2015;13(2):334-5

APRENDENDO POR IMAGENS

Síndrome de tração vítreomacular

Vitreomacular traction syndrome

Thiago Gonçalves dos Santos Martins1, Thomaz Gonçalves dos Santos Martins2,

Ever Ernesto Caso Rodriguez3, Ana Luiza Fontes de Azevedo Costa4

1 Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. 2 Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 3 Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.

4 Hospital Federal dos Servidores do Estado, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Autor correspondente: Thiago Gonçalves dos Santos Martins – Universidade Federal de São Paulo, Rua Botucatu, 821, 2o andar – Vila Clementino – CEP: 04023-062 – São Paulo, SP, Brasil

Tel.: (11) 5085-2010 – E-mail: thiagogsmartins@yahoo.com.br Data de submissão: 16/9/2013 – Data de aceite: 15/1/2014 DOI: 10.1590/S1679-45082015AI2979

NRS, feminino, 71 anos, natural de São Paulo. Procurou o serviço com queixa de baixa visual progressiva e meta-morfopsia em olho direito (OD) há 3 meses. Na história patológica pregressa não havia comorbidades, cirurgias oftalmológicas ou doenças oculares.

Ao exame, a acuidade visual com melhor corre-ção era de 20/80 em OD e 20/20 em olho esquerdo. À fundoscopia observou-se condensação vítrea na região foveal de OD. Foi realizada tomografia de coerência

óptica (OCT, optical cocherence tomography), que

mos-trou tração vitreomacular por descolamento parcial de vítreo posterior, desorganizando a estrutura da fóvea e formando aspecto de “corcova de camelo”, associada

Figura 1. Sinal da corcova de camelo. A imagem de tomografia de coerência óptica do olho direito mostra áreas de tração centrípeta na região macular, sugerindo o aparecimento de descolamento tracional de retina

à presença de membrana de alta refletividade, geran-do moderada tração centrípeta da superfície retiniana, com preservação da linha externa e interna dos fotorre-ceptores (Figura 1).

Realizou-se vitrectomia com descolamento total do vítreo, corando com triancinolona para retirar o vítreo posterior e remoção de membrana epirretiniana macu-lar com peeling da membrana limitante interna. Hou-ve melhora da metamorfopsia na primeira semana pós operatória. A cirurgia de vitrectomia pode apresentar complicações como roturas iatrogenicas da retina em 1,6% dos casos e desenvolvimento de catarata em

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335 Síndrome de tração vítreomacular

einstein. 2015;13(2):334-5

Por isso alguns médicos tem optado pela injeção intra-vítrea de ocriplasmina, quando a tração vítreomacular está associada ao buraco macular de diâmetro igual ou inferior a 400 microns.

A síndrome de tração macular é uma alteração na interface vítreorretiniana, onde a presença de miofibro-blastos, associados ou não à camadas de colágeno, im-pede o descolamento completo entre o vítreo posterior e a retina.(2-4)

A ultraestrutura da interface vítreorretiniana apre-senta dois padrões básicos: camada celular aderida à membrana limitante interna, e proliferação fibrocelular separada da membrana limitante interna por uma ca-mada de colágeno, semelhante às da membrana epirre-tiniana idiopática. Em ambos os grupos, o tipo celular predominante é o miofibroblasto, o que explica a alta prevalência de edema macular cistóide e a progressiva tração vitreomacular.(3)

As alterações estruturais retinianas decorrentes des-tas alterações observadas no OCT têm complementado o diagnóstico e auxiliado na conduta, expectante ou não, a ser adotada. Casos com boa acuidade visual e pequena distorção da arquitetura retiniana apresentam melhores prognósticos. A vitrectomia posterior tem sido aventada aos primeiros sinais de piora prognóstica. Piora da meta-morfopsia e da acuidade visual, associada a imagens

fun-doscópicas e tomográficas evidenciando distorções na arquitetura retiniana, como nos sinais da “cordilheira” e “corcova de camelo”, sugerem a intervenção. A melhora anatômica pós operatória nem sempre é acompanhada de melhora na acuidade visual, refletindo prováveis al-terações funcionais e microestruturais retinianas, que podem não se restabelecer após a cirurgia. Entretanto, comumente há melhora pós operatória da metamorfop-sia, uma das principais queixas destes pacientes.

O OCT é uma arma semiológica indispensável no diagnóstico e tratamento da síndrome de tração vítreo macular. Suas imagens auxiliam no diagnóstico e acom-panhamento do paciente.

REFERÊNCIAS

1. Jackson TL, Nicod E, Angelis A, Grimaccia F, Prevost AT, Simpson AR, et al. Pars plana vitrectomy for vitreomacular traction syndrome: a systematic review and metaanalysis of safety and efficacy. Retina. 2013;33(10):2012-7. Review.

2. Hikichi T, Yoshida A, Trempe CL. Course of vitreomacular traction syndrome. Am J Ophthalmol.1995;119(1):55-61.

3. Gandorfer A, Rohleder M, Kampik A. Epiretinal pathology of vitreomacular. traction syndrome. Br J Ophthalmol. 2002;86(8):902-9.

Imagem

Figura 1. Sinal da corcova de camelo. A imagem de tomografia de coerência óptica do olho direito mostra áreas de  tração centrípeta na região macular, sugerindo o aparecimento de descolamento tracional de retina

Referências

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