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XVI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ

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XVI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS

DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ

Prevalência de sinais e sintomas respiratórios em frentistas.

André Luiz dos Santos Lima Aluno do Curso de Fisioterapia

Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP Campus Guarujá lost.andre@hotmail.com

Luiz Carlos Rodrigues Guanabara Docente do Curso de Fisioterapia e de Medicina Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP Campus Guarujá

lguanabara@unaerp.br

Este simpósio tem o apoio da Fundação Fernando Eduardo Lee.

Linha de pesquisa: Fisioterapia – Função pulmonar Apresentação: ORAL

Resumo

A exposição ocupacional dos frentistas com substâncias tóxicas na sua atividade diária pode interferir na função pulmonar, podendo gerar ao longo do tempo distúrbios respiratórios. Essa pesquisa teve como objetivo verificar a associação de compostos voláteis de combustível em frentistas com a presença de sintomas respiratórios. Participaram deste estudo 35 frentistas de postos de gasolina na cidade de Guarujá-SP, com idade mínima de 18 anos, e máxima de 55 anos. Para o levantamento de dados foi utilizado um questionário sócio clinico e de sintomas respiratórios. Os resultados mostraram que a maioria dos participantes possuíam idade entre 26 a 35 anos, tempo médio de profissão e exposição entre 3 a 5 anos. Quanto aos sintomas respiratórios, as alterações encontradas foram chiado no peito, tosse, dores musculares, espirros e sintomas de sinusite. Concluiu-se que houve evidência de riscos à saúde dos frentistas devido à exposição a combustível no ambiente ocupacional.

Palavras-chave: Função pulmonar; Posto de gasolina; Combustível. Abstract

The occupational exposure of the attendants with toxic substances in their daily activity can interfere with the pulmonary function and may generate respiratory disorders over time. This research aimed to verify the association of volatile fuel compounds in gas station attendants with the presence of respiratory

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symptoms. Participated in this study 35 gas station attendants in the city of Guarujá-SP, with a minimum age of 18 years and a maximum of 55 years. For data collection a socio-clinical and respiratory symptoms questionnaire was used. The results showed that the majority of participants were between 26 and 35 years old, average time of profession and exposure between 3 and 5 years. As for respiratory symptoms, the changes found were chest wheezing, cough, muscle pain, sneezing and sinus symptoms. It was concluded that there was evidence of health risks to gas station attendants due to exposure to fuel in the occupational environment.

Key-words: Pulmonary function; Gas station; Fuel

1. Introdução

A exposição ocupacional a substâncias tóxicas é um assunto de extrema importância. A preservação da saúde dos trabalhadores é uma exigência garantida por lei e cumprir essa determinação inclui monitorar e controlar o nível de exposição que esses profissionais atuam (INCA, D’ALASCIO 2014)

A Organização Internacional do Trabalho estimou, em 2004, 35 milhões de casos anuais de doenças associadas ao exercício laboral por exposição a substâncias químicas, resultando em 439.000 mortes por ano (KATO et al 2007; MARQUES, 2011).

Para Venâncio et al. (2008) os postos de combustíveis realizam atividades de acordo com as normas e leis, devendo estar alerta as práticas corretas de trabalho para garantir a diminuição de riscos ao meio ambiente, e à segurança e saúde dos trabalhadores. No entanto os frentistas na sua atividade diária realizam procedimentos que podem gerar riscos à saúde.

O impacto da poluição sobre a saúde pode ser detectado de diversas maneiras. Inúmeros estudos mostram que existem evidencias cientificas que o ar respirado é suficiente para causar prejuízos à saúde, caracterizando que este processo de exposição pode levar ao adoecimento, ao agravamento das doenças e ou a morte. É possível nestas condições identificar grupos populacionais especiais, patologias específicas e padrões fisiopatológicos em função dos níveis ambientais de poluição (SCANLAN et al 2000; NASCIMENTO, 2006).

Os combustíveis estão entre os agentes que apresentam elevada toxicidade e estão presentes em ambientes laborais. A gasolina é o combustível mais utilizado e é constituída, por uma combinação de hidrocarbonetos aromáticos derivados do petróleo, como o benzeno, o tolueno, etilbenzeno e os isômeros de xileno (BTEX), entre outros, todos conhecidos por seu potencial de acarretar danos à saúde (GRENDELE et al 2009; SILVA et al., 2009; MARQUES, 2011; CAMPOS, 2013).

2. Objetivos

2.1. Objetivo Geral

Verificar se há associação de compostos voláteis de combustível em frentistas com a presença de sintomas respiratórios.

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2.2. Objetivo específicos

- Verificar se os frentistas apresentam sintomas respiratórios ocupacionais, - Analisar e verificar os principais sintomas apresentados pelos frentistas, - Verificar a presença de outros sintomas associados a inalação de combustíveis.

3. Revisão da Literatura

Os frentistas são um grupo de trabalhadores que estão vulneráveis devido à exposição frequente a agentes tóxicos presentes nos combustíveis, e têm sido pouco avaliados frente às repercussões das atividades laborais sobre a sua saúde (MOURA-CORREIA et al., 2014).

Para os mesmos autores os frentistas representam um grupo vulnerável de trabalhadores, devido às precárias condições e organização do trabalho e à exposição continuada a substâncias tóxicas. Existem evidências de intoxicação por benzeno em frentistas no mundo inteiro. Em longo prazo, a inalação direta ou indireta destas substancias pode influenciar na função respiratória do frentista, promovendo assim a gênesis de distúrbios respiratórios.

Os frentistas ficam expostos continuamente ao benzeno, principalmente pela via inalatória, que é aumentada em decorrência dos procedimentos operatórios no abastecimento dos veículos (D’ALASCIO, 2014).

Conforme o mesmo autor, vários procedimentos inadequados como o enchimento do tanque acima do limite, a utilização de panos contaminados por combustível durante o abastecimento e a aproximação do rosto do trabalhador da bomba do tanque de gasolina, além do calor e um inadequado sistema de exaustão no ambiente que pode aumentar ainda mais a quantidade inalada.

Estes combustíveis são derivados do petróleo, que por sua vez é conhecido por betume, azeite, asfalto e lama. É utilizado desde a antiguidade. No Egito foi utilizado na iluminação, na construção de pirâmides e no embalsamento de múmias (MARIA et al.,2002).

Entende-se, por gasolina automotiva um derivado de petróleo formado por uma mistura complexa de hidrocarbonetos parafínicos, naftênicos, olefínicos e aromáticos (PETROBRAS, 2019).

Os vapores da gasolina são associados à presença dos chamados Compostos Orgânicos Voláteis (COVs), que são poluentes que preocupam devido a sua toxicidade. Estudos vêm analisando os riscos para a saúde ocupacional de trabalhadores frentistas expostos à ambientes com a presença desses compostos. Esses trabalhadores geralmente entram em contato com essas substâncias pelo ar, por contato pela pele e por ingestão (YIMRUNGRUANG et. al.,2008).

O óleo diesel é formado de uma mistura de hidrocarbonetos totais de petróleo (HTPs), dentre estes se têm os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) e os hidrocarbonetos monoaromáticos (BTEX). O diesel, classificado como destilado médio, é predominantemente composto por hidrocarbonetos de cadeias C10 a C20 e têm grande concentração de cicloalcanos e PAHs. Compostos PAHs são formados pela união de dois ou mais anéis de benzeno (MARQUES, 2007).

Para Rodrigues (2009) a exposição excessiva aos vapores de combustível automotivo provoca depressão central, distúrbios respiratórios com

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traqueobronquite exsudativa, edema pulmonar e pneumite, estado de coma e morte por insuficiência respiratória. Os principais sinais e sintomas da intoxicação consistem em incoordenação, hiperexitabilidade, distúrbios visuais, confusão mental, cefaléia e náuseas.

Conforme Gordian (2010) os efeitos imediatos da exposição ao benzeno podem causar frequentemente sintomas irritativos das vias aéreas, exemplo a tosse não produtiva, dispneia, sibilos noturnos, broncoespasmo severo, todos proporcionais ao nível de exposição.

Laudos da PETROBRÁS apontam que a toxidez da gasolina pode causar de quinze a vinte lesões orgânicas, que se desdobram em mais de dez. Assim um frentista pode desenvolver uma gastrite, que provoca náuseas, úlcera estomacais e anemias, entre outras doenças (RODRIGUES et al, 2009).

Dentre as principais substâncias que podem comprometer o aparelho respiratório, o composto BTEX, formado por benzeno, tolueno, etil benzeno e xileno, segundo Loureiro et al. (2002), afeta o sistema nervoso central dos seres humanos.

Conforme Vinicius (2017) a absorção do benzeno pode ocorrer através da inalação, do contato dérmico e da ingestão. Após a absorção, o benzeno é metabolizado principalmente no fígado, com subsequente metabolização na medula óssea. Os metabólitos produzidos ao final desse processo são excretados pela urina.

Os sintomas mais frequentes do benzenismo são cansaço, dores musculares, sonolência, tontura, e sinais infecciosos de repetição. (RODRIGUES et al, 2009).

Quadro 1: Efeitos causados pelos poluentes no sistema respiratório

POLUENTES EFEITOS

ÓXIDOS DE ENXOFRE SOX

- Irritações do aparelho respiratório e conjuntivas oculares (olhos, nariz e garganta) - broncoconstrição ou aumento da resistência pulmonar à passagem do ar

- tosse; rinite; queimadura dos olhos e pele BTEX: benzeno, tolueno, etil benzeno e xileno - Cansaço, dores musculares, sonolência,

tontura e sinais infeccioso.

MONÓXIDO DE CARBONO - CO -

- Aumento do nível de carboxiemoglobina no sangue levando a stress; deficiência na capacidade psicomotora; dor de cabeça; tontura; alucinação; depressão; angina; sincope; asfixia e morte

DIÓXIDO DE NITROGÊNIO -NO2 -(gás marron)

- Tosse e catarro; dispneia; dor no peito; edema pulmonar; irritação nos olhos; taquicardia

Fonte: LOUREIRO et al. (2002); VINICIUS (2017); RODRIGUES et al, 2009

Os efeitos destes poluentes, principalmente do benzeno podem afetar a função respiratória (AGÊNCIA INTERNACIONAL DE PESQUISAS EM CÂNCER, 2012).

Para Guyton (2017), as principais funções da respiração são prover oxigênio aos tecidos e remover o dióxido de carbono. A respiração pode ser dividida em quatro componentes principais: (1) ventilação pulmonar, que significa o influxo e o e fluxo de ar entre a atmosfera e os alvéolos pulmonares;

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(2) difusão de oxigênio (O2 ) e dióxido de carbono (CO2 ) entre os alvéolos e o sangue; (3) transporte de oxigênio e dióxido de carbono no sangue e nos líquidos corporais e suas trocas com as células de todos os tecidos do corpo; e (4) regulação da ventilação.

A intoxicação tanto aguda como crônica, relativa á exposição há altas concentrações de benzeno, provoca no sistema respiratório sintomas irritativos das mucosas, podendo também produzir redução da função respiratória, bem como edema pulmonar dentre outras disfunções do aparelho respiratório e hemorragia nas áreas de contato, ocasionando a morte. (AGÊNCIA INTERNACIONAL DE PESQUISAS EM CÂNCER, 2012).

4. Materiais e Métodos 4.1. Materiais

O estudo foi realizado através de um questionário de sintomas respiratórios. O questionário utilizado foi o de sintomas respiratórios e perfil sócio clínico adaptado com base na escala de ISSAC para adultos e o MRC (Medical Research Council) devidamente validado (GUANABARA, 2011).

4.2. Tipo de estudo

Estudo do tipo pesquisa descritiva transversal, para a verificação dos principais sintomas apresentados pelos frentistas em relação à função pulmonar.

4.3. Período de estudo

O estudo foi realizado no período de janeiro de 2019 a setembro de 2019

4.4. População de estudo

Nesta pesquisa a população selecionada foi uma amostra de frentistas que atuam em postos de gasolina na cidade de Guarujá-SP, de ambos os sexos, com idade mínima de 18 anos e máxima de 55 anos.

4.5. Procedimentos

Inicialmente os participantes receberam orientações e esclarecimento sobre a pesquisa, sobre sua importância e objetivos. Na sequência os questionários foram devidamente preenchidos pelos participantes com o acompanhamento do pesquisador, e devolvidos no final.

Por último, os dados foram tabulados e os resultados obtidos por meio do Microsoft Excel 2016.

5. Resultados e Discussão

Após análise dos dados, as informações obtidas foram tabuladas em tabelas como segue abaixo.

Com relação ao sexo, constou-se que 80% dos participantes eram do sexo masculino, enquanto que 20% do sexo feminino.

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A Tabela 1. Perfil sócio econômico dos participantes em função da idade, etnia,

estado civil e tempo de serviço.

Idade FA % 17 a 25 6 17,14 26 a 35 12 34,29 36 a 45 13 37,14 46 a 55 4 11,43 Total 35 100,00 Etnia FA % Branca 13 37,14 Parda 17 48,57 Negra 4 11,43 Amarelo 1 2,86 Total: 35 100,00 Estado Civil FA % Solteiro 16 45,71 Casado 19 54,29 Viúvo 0 - Divorciado 0 - Total 35 100,00 Referente ao tempo de serviço FA %

Até 1 ano 6 17,14 1 ano a 3 anos 10 28,57 3 anos a 5 anos 5 14,29 Mais de 5 anos 14 40,00 Total 35 100,00 Escolaridade FA % Fundamental completo 2 5,71 Médio incompleto 2 5,71

Segundo grau completo 26 74,29

Superior incompleto 3 8,57

Superior completo 2 5,71

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Conforme a Tabela 1, quanto ao perfil sócio econômico dos participantes observou-se com relação à idade, que a predominância maior foi de indivíduos com idade entre 36 a 45 anos, que corresponderam a 37,14%, com faixa etária de 17 a 25 anos 17,14 %, com idade entre 26 a 35 anos 34,29%dos participantes, seguido da faixa etária de 46 a 55 anos com 11,43%.

Quanto à etnia os indivíduos da cor parda corresponderam a 48,57%, seguido por branca com 37,14%, os de cor negra representaram 11,43% e amarela com mesmo percentual de 2,4%.

Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra a Domicilio (PENAD) (2014), com divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou-se que o critério de declaração de raça a predominância no Brasil é de pessoas brancas representando 45,5% do total, seguido por pessoas da cor parda representando 45% da população.

Os dados colhidos pelo Autor referente à etnia dos entrevistados corroboram com as informações contidas através do (PENADE) divulgada pelo (IBGE). Entretanto vale ressaltar que as questões abordadas aos entrevistados pode haver uma discrepância nos dados pelo fato de serem autodeclaradas, com diversas opções de resposta.

Referente ao estado civil os casados correspondem a 54,29% dos entrevistados, seguido pelos solteiros que correspondem a 45,71%. Não houveram entrevistados viúvos ou divorciados.

Quanto à escolaridade, observou-se predominância do ensino médio completo, correspondendo a 74,29%, seguido por superior incompleto com

8,57%, fundamental completo, ensino médio incompleto e superior incompleto ambas com 5,71%.

Tabela 2 - Distribuição dos participantes da amostra de acordo com a

condição de saúde relatada

Estado de Saúde FA % Excelente 5 14,29 Muito boa 1 2,86 Boa 25 71,43 Regular 4 11,43 Ruim 0 0 Total 35 100,00

A Tabela 2 mostra que a maioria dos participantes considerou o seu nível de saúde como boa, com 71,43%, seguido por 14,29% que consideram ter uma saúde excelente e 11,43% que consideram sua saúde regular. Já os que consideram sua saúde como muito boa a proporção foi de uma porcentagem de apenas 2,86%. Entre os entrevistados nenhum considerou sua saúde ruim.

Conforme Idler et al (1997) auto avaliação da saúde é considerada um indicador válido e relevante do estado de saúde de indivíduos e de populações. Ela está associada a medidas objetivas de morbidade e de uso de serviços,

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constituindo um preditor poderoso da mortalidade, independentemente de fatores médicos, comportamentais e psicossociais, e equivalente a indicadores obtidos por meio de instrumentos mais complexos e extensos.

Tabela 3 - Sintomatologia Respiratória e antecedentes familiares.

Antecedente de doenças Respiratória FA %

Sim 5 14,29

Não 30 85,71

Total 35 100,00

Referente a Resfriados FA %

01 a 03 vezes por ano 3 8,57 04 a 05 vezes por ano 2 5,71 Mais de 5 vezes 4 11,43 Não tem resfriados 26 74,29

Total 35 100,00

A Tabela 3, quanto a sintomatologia respiratória e antecedentes familiares, mostra que 85,71% dos participantes não apresentaram antecedente de qualquer doença respiratória e 14,29% relataram haver problemas respiratória na família.

Em relação a quantidade de resfriados que os entrevistados tem por ano, 8,57% relataram uma frequência de uma a três vezes por ano, 5,71% relatam que costumam ter de 4 a 5 resfriados ao ano e 11,43% responderam que costumam ter mais de 5 resfriados ao ano. Aqueles que não tiveram resfriados corresponderam a 74,29% dos entrevistados.

A não ocorrência de sinais clínicos de intoxicação em baixas concentrações não significa que não tenham acontecido anormalidades cromossômicas de sangue, relação comprovada pelo estudo de Girard (1970).

Tabela 4 - Distribuição dos participantes da amostra de acordo com os

sintomas respiratórios apresentados

Referente a chiado no peito FA %

Sim 5 14,29 Não 30 85,71 Total 35 100,00 Referente a tosse FA % Menos de 2 anos 2 5,71 De 2 a 5 anos 4 11,43 Não apresenta 29 82,86 Total 35 100,00 Referente ao Catarro FA % Menos de 2 anos 2 5,71 De 2 anos a 5 anos 4 11,43 Não apresenta 29 82,86 Total 35 100,00

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Conforme a Tabela 4, com relação ao chiado no peito, observou-se apenas 14,29% dos participantes. A tosse foi relatada por 5,71% dos indivíduos, que no período inferior a dois anos e 11,43% superior a dois anos, sendo que 82,86% dos indivíduos relataram não ter sofrido com tosse nos últimos anos.

O catarro foi apresentado por 5,71% dos participantes em período menor que 2 anos e com o percentual de 11,43% maior que dois anos, 82,86% declararam não ter apresentado catarro nos últimos anos.

Conforme Gordian (2010), os efeitos imediatos da exposição ao benzeno podem causar frequentemente sintomas irritativos das vias aéreas, como tosse não produtiva, todos eles proporcionais ao nível de exposição.

Tabela 5 – Sintomas gerais

Principais Sintomas FA % Não possui 16 45,71 Dores musculares 11 31,43 Sonolência 2 5,71 Tontura 0 - Cansaço 9 25,71 Total de participantes 35

Em sintomas gerais 31,43% relataram sentir dores musculares, 5,71% sonolência e 25,71% cansaço. Não possui nenhum tipo de sintoma 45,71%.

Para Ruiz MA (1993) no Brasil, estudos com trabalhadores expostos ao benzeno já apontavam a presença de astenia, mialgia, sonolência, tontura e infecções de repetição como os sinais e sintomas mais frequentes relacionados à exposição ao benzeno, fato este que corrobora com os achados deste estudo, principalmente no que se refere as dores musculares.

Tabela 6 - Distribuição dos participantes da amostra de acordo com os

sintomas correlacionados com as vias aéreas respiratórias superiores Referente a Coceira no nariz,

espirros ou nariz escorrendo FA %

Sim 20 57,14 Não 15 42,86 Total 35 100,00 Irritação ocular FA % Sim 13 37,14 Não 22 62,86 Total 35 100,00 Sintomas de sinusite FA % Sim 21 60,00 Não 14 40,00 Total 35 100,00

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que 57,14% relataram sentir coceiras no nariz, espirros ou nariz escorrendo, sendo que 37,14% relataram sentir irritação ocular. Em relação a sintomas de sinusite 60% relataram já sentir os sintomas.

De acordo com Malcum (2009), os principais riscos devido a exposição a gasolina por inalação: tontura, dor de cabeça, dificuldade para respirar, desmaios, irritação aguda e crônica das vias aéreas superiores e olhos. Os achados da atual pesquisa são semelhantes aos encontrados por Malcum.

Uma análise geral nos mostra que a presença de sinais e sintomas respiratórios não apresentou relevância, considerando que os mesmos podem ter caráter tardio de acordo com o declínio da função pulmonar. No presente estudo não houve um número significativo de frentistas com tempo de serviço acima 5 anos.

Importante também ressaltar que embora existam leis previstas para o contato com substâncias que contenham o composto BTEX, considera-se que o contato com o benzeno deve ser evitado, pois não existe níveis seguros de exposição ocupacional a essa substância.

6. Considerações Finais

Por meio do estudo concluiu-se que houve evidências de riscos à saúde dos frentistas dos postos de gasolina devido à exposição a combustível no ambiente ocupacional. Conclui-se também que os principais sintomas presentes foram irritação ocular, sintomas de sinusite e resfriados. Por fim, pode-se concluir também que a dor muscular e o cansaço físico constatado como prováveis distúrbios associados com o sistema musculoesquelético em decorrência desta exposição.

Sugere-se que outros estudos sejam realizados neste segmento, com uma amostra maior para que seja efetuada uma apuração melhor de dados referentes a inalação crônica de poluentes relacionados com combustíveis e recomenda-se também a avaliação da função pulmonar por meio de espirometria, para dados mais concretos dos efeitos do benzeno sobre a função respiratória.

7. Referências

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exposição ocupacional ao benzeno presente na gasolina através dos biomarcadores de exposição e genotoxicidade. 2013. 78 f. Dissertação

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Referências

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