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Apostila BIBLIOLOGIA

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Academic year: 2021

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BIBLIOLOGIA

VERSÕES E TRADUÇÕES

“... como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes TORCEM, e igualmente AS OUTRAS ESCRITURAS,

para sua própria perdição.”

(2 Pe 3:15-16 ACF)

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ÍNDICE

TÍTULO PÁGINA

Introdução 4

Bibliologia 4

Ataques do inimigo à Palavra de Deus 5

Bibliologia do Senhor 7

Definição da inspiração e preservação das Escrituras 7

O processo de preservação da Bíblia 8

Declarações de fé sobre a Doutrina da Preservação Providencial das Escrituras 9

Confissão de Fé de Westminster (1643-48) 9

Confissão de New Hampshire (1833) 9

Confissão Batista de Londres, de [1677 e 1689] 9

Formas de tradução da Bíblia 10

Tradução por equivalência formal 10

Tradução por equivalência dinâmica 10

A história do texto do Novo Testamento em grego 11

Outros nomes para o Texto Recebido 12

O Texto Recebido vai até aos confins da Terra 12

A versão do Rei Tiago 14

O inglês da Bíblia do Rei Tiago 15

JOÃO FERREIRA DE ALMEIDA 16

Um texto (em grego) diferente é exaltado numa hora de apostasia 17 Os principais editores do NT em grego baseados no Texto Crítico 18

J.J. GRIESBACH 18

J.L. HUG 18

KARL LACHMANN 18

SAMUEL TREGELLES 18

CONSTANTIN TISCHENDORF 19

BROOK FOSS WESTCOTT e FENTON JOHN ANTHONY HORT 19

Códice Sinaiticus 19

Códice Vaticanus 20

Objeções aos Códice Sinaiticus e Vaticanus 21

Notas textuais nos rodapés das Bíblias alexandrinas (baseadas no TC ou WH) solapam a fé

24

Colchetes nas Bíblias, o que significam? 25

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Bruce Metzger 25

Carlo Maria Martini 26

Eugene Nida 26

Eberhard Nestlé 26

Kurt Aland 26

Robert Bratcher 27

Atualizações (baseadas ou não no TR) da Almeida, no BRASIL 27

A superioridade do TR 28

O problema das versões modernas 28

O problema da corrupção 28

O problema da autoridade 29

Vastas omissões nas versões modernas 30

Corrupções doutrinárias nas versões modernas 31

As versões modernas enfraquecem a doutrina da divindade de Cristo 31 As versões modernas enfraquecem a doutrina da propiciação 33 As versões modernas enfraquecem a doutrina do jejum 34

“Erros” nas versões modernas 35

Versões mais comuns da Bíblia 37

Cronologia das Bíblias falsas e escandalosas de Gênero Neutro (ou seja FEMINISTAS!)

39

Algumas comparações das versões mais conhecidas 39

Algumas considerações sobre algumas das versões mais comuns hoje 44

Almeida Revista e Atualizada - ARA 44

Bíblia de estudo Almeida 44

Bíblia na Linguagem de Hoje (ou seria: “na linguagem horrenda?”) 45

Nova tradução na Linguagem de Hoje (NTLH) 47

Nova Versão Internacional (NVI / NIV) 48

Bíblia de Genebra “em português” 49

Bíblia Boa Nova 50

Bíblia Vida Nova anotada por Russell Shedd 50

A importância de se ter uma tradução confiável para o ensino da Palavra de Deus 51

DAVID OTIS FULLER 52

Conclusão 52

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Introdução

Nada é mais importante na vida do crente e da igreja do que a Bíblia. Ademais, uma vez que não temos os escritos originais dos profetas e dos apóstolos, e já que muito poucos de nós somos fluentes em hebraico e grego, então dependemos de traduções.

As informações que se seguirão, a respeito das versões da Bíblia, devem ser bem entendidas por cada crente. Se um homem não confiar absolutamente em [todas] as palavras da sua Bíblia, ele não tem nenhuma autoridade infalível para sua vida.

Seja cuidadoso, e seja sábio. “Examinai tudo. Retende o bem” (1 Ts 5:21). Temos que seguir o padrão dos bereanos:

“Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim. A tua

palavra é a verdade desde o princípio, e cada um dos teus juízos dura para sempre.” (At 17:11 ACF)

Bibliologia

A Bibliologia (isto é, a doutrina da Escritura) exige termos precisos. Em vista do fato destes termos poderem significar coisas diferentes para pessoas diferentes, vejamos as seguintes definições para alguns dos mais significantes termos da Bibliologia:

- Inspiração se refere a "o processo pelo qual o Espírito Santo influenciou os escritores das Escrituras para registrarem acuradamente Suas Palavras, o produto sendo a inspirada Palavra do [próprio] Deus" (Thomas M. Strouse, The Lord God Hath Spoken: A Guide to Bibliology, Virginia Beach, V.A: Tabernacle Baptist Theological Press, 1992, p. 38).

- Autógrafos se referem aos escritos originais, tanto do Velho Testamento (VT) como do Novo Testamento (NT).

- Infalibilidade se refere à inabilidade dos autógrafos conterem erros ou errarem.

- Inerrância se refere ao fato de que os autógrafos não têm nenhum erro (R.C. Sproul, Explaining Inerrancy: A Commentary, Oakland, CA: International Council on Biblical Inerrancy, 1980, p. 25). - Preservação se refere à Preservação Providencial, [perfeita] até mesmo ao nível de [cada uma e de todas] as palavras [na realidade, cada letra] dos autógrafos, nos manuscritos (MSS) hebraicos e gregos que sobreviveram e ainda hoje existem.

- Textus Receptus (Texto Recebido, TR) se refere ao NT em grego na edição fundada sobre a tradição coletada por Erasmus [a partir da 1ª edição, em 1516], depois por Stephens, depois por Beza, e assim chamada após a edição dos Elzevir, de 1633. A edição de Beza de 1598 é o texto básico de onde a Almeida da Reforma foi traduzida. [The New Testament: The Greek Text Underlying the English Authorized Version of 1611, London: The Trinitarian Bible Society, 1977, 480 pp. Esta Sociedade Bíblica Trinitariana, estabelecida [em Londres] em 1831, tem produzido esta edição em grego, que corresponde ao "The New Testament in the Original Greek According to the Text followed in the Authorised Version." de F.H.A. Scrivener].

- Textus Criticus (Texto Crítico, T.C.) se refere à edição do NT em grego baseada na teoria textual de B.F. Westcott (1825-1901) e F.J.A. Hort (1828-1892), e é essencialmente manifestado na 26ª

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edição de "The Nestle-Aland Greek New Testament" e na 3ª edição de "The United Bible Society Greek New Testament" (UBS-GNT).

- Textus Maioritas (Texto Majoritário, TM) se refere à edição do NT Grego baseada nas leituras que são majoritárias entre os manuscritos (MSS) sobreviventes e ainda hoje existentes (Zane Hodges e Arthur Farstad foram os editores de "The Greek New Testament According to the Majority Text", Nashville, Thomas Nelson Publishers, 1982, 810pp). {Por causa da tão próxima concordância entre o TR e o TM, o Textus Receptus era também chamado de "Texto Majoritário" até 1982, quando "The Greek New Testament According to the Majority Text", de Hodges e Farstad, foi publicado.}

- Crítica Textual se refere à ciência de restaurar o texto original de um antigo escrito, a partir dos manuscritos (MSS) sobreviventes, ainda hoje existentes.

O adequado entendimento destes termos bíblicos é essencial para se discernir os parâmetros das questões Bibliológicas.

“A tua palavra é a verdade desde o princípio, e cada um dos teus juízos dura para sempre.” (Sl 119:160 ACF)

Ataques do inimigo à Palavra de Deus

O ataque satânico contra a palavra de Deus remonta o Jardim do Éden. A primeira intervenção de Satanás na História foi adulterando e pondo dúvida na Palavra de Deus: nascia a primeira Bíblia na Linguagem de Hoje! O primeiro pecado de Eva foi o de aceitar a suposta palavra de Deus "modernizada" da boca do Diabo.

"ORA, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus

tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse?: Não comereis de toda a árvore do jardim?" (Gn 3:1 ACF)

Repare que quem fica a ganhar com esta controvérsia Bibliológica, é o pai da mentira; e não o povo de Deus.

Séculos mais tarde, Satanás recorreu novamente às Escrituras para tentar o Mestre Jesus em Mateus 4:1-11.

Muitos meios foram usados para que a Bíblia ficasse restrita ao pequeno círculo dos sacerdotes, padres, bispos e papas. Dentre as medidas para conter o avanço da Palavra de Deus, estão as seguintes:

1) Em 1229, o Concílio de Tolouse (França), o mesmo que criou a diabólica Inquisição, determinou: “Proibimos os leigos de possuírem o Velho e o Novo Testamento... Proibimos ainda mais severamente que estes livros sejam possuídos no vernáculo popular. As casas, os mais humildes lugares de esconderijo, e mesmo os retiros subterrâneos de homens condenados por possuírem as Escrituras devem ser inteiramente destruídos. Tais homens devem ser perseguidos e caçados nas florestas e cavernas, e qualquer que os abrigar será severamente punido.” (Concil. Tolosanum, Papa Gregório IX, Anno Chr. 1229, Canons 14:2). Foi este mesmo Concílio que decretou a Cruzada contra os albigenses. Em “Acts of Inquisition, Philip Van Limborch, History of the Inquisition, cap. 08, temos a seguinte declaração conciliar: “Essa peste (a Bíblia) assumiu tal extensão, que algumas pessoas indicaram sacerdotes por si próprias, e mesmo alguns evangélicos que distorcem e destruíram a verdade do evangelho e fizeram um evangelho para seus próprios propósitos... (elas sabem que) a pregação e explanação da Bíblia são absolutamente proibidas aos membros leigos”.

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2) No Concílio de Constança, em 1415, o santo Wycliffe, protestante, foi postumamente condenado como “o pestilento canalha de abominável heresia, que inventou uma nova tradução das Escrituras em sua língua materna”.

3) O Papa Pio IX, em sua encíclica “Quanta cura”, em 8 de dezembro de 1866, emitiu uma lista de oito erros sob dez diferentes títulos. Sob o título IV ele diz: “Socialismo, comunismo, sociedades clandestinas, sociedades bíblicas... pestes estas devem ser destruídas através de todos os meios possíveis”.

4) Em 1546 Roma decretou: “a Tradição tem autoridade igual à da Bíblia”. Esse dogma está em voga até hoje, até porque existe o dogma da “infalibilidade papal”. Ora, se os dogmas, bulas, decretos papais e resoluções outras possuem autoridade igual à das Sagradas Escrituras, os católicos não precisam buscar verdades na Palavra de Deus.

5) O Papa Júlio III, preocupado com os rumos que sua Igreja estava tomando, ou seja, perdendo prestígio e poder diante do número cada vez maior de “irmãos separados” ou “’cristãos novos” ou “protestantes” (apesar dos massacres), convocou três bispos, dos mais sábios, e lhes confiou a missão de estudarem com cuidado o problema e apresentarem as sugestões cabíveis. Ao final dos estudos, aqueles bispos apresentaram ao papa um documento intitulado “DIREÇÕES CONCERNENTES AOS MÉTODOS ADEQUADOS A FORTIFICAR A IGREJA DE ROMA”. Tal documento está arquivado na Biblioteca Imperial de Paris, fólio B, número 1088, vol. 2, págs 641 a 650. O trecho final desse ofício é o seguinte:

“Finalmente (de todos os conselhos que bem nos pareceu dar a Vossa Santidade, deixamos para o fim o mais necessário), nisto Vossa Santidade deve pôr toda a atenção e cuidado de permitir o menos que seja possível a leitura do Evangelho, especialmente na língua vulgar, em todos os países sob vossa jurisdição. O pouco dele que se costuma ler na Missa, deve ser o suficiente; mais do que isso não devia ser permitido a ninguém.

Enquanto os homens estiverem satisfeitos com esse pouco, os interesses de Vossa Santidade prosperarão, mas quando eles desejarem mais, tais interesses declinarão. Em suma, aquele livro (a Bíblia) mais do que qualquer outro tem levantado contra nós esses torvelinhos e tempestades, dos quais meramente escapamos de ser totalmente destruídos. De fato, se alguém o examinar cuidadosamente, logo descobrirá o desacordo, e verá que a nossa doutrina é muitas vezes diferente da doutrina dele, e em outras até contrária a ele; o que se o povo souber, não deixará de clamar contra nós, e seremos objetos de escárnio e ódio geral. Portanto, é necessário tirar esse livro das vistas do povo, mas com grande cuidado, para não provocar tumultos” - Assinam Bolonie, 20 Octobis 1553 - Vicentius De Durtantibus, Egidus Falceta, Gerardus Busdragus.

Todos esses maléficos expedientes usados para eliminar, alterar ou suprimir as Sagradas Escrituras não conseguiram êxito. A Bíblia é o livro mais vendido e mais lido em todo o mundo e está traduzido para quase 2.000 línguas e dialetos. Só no Brasil são vendidos por ano mais de quatro milhões de bíblias, afora uns 150 milhões de livros com pequenos trechos (bíblias incompletas).

Os reflexos desses expedientes, ou seja, as tentativas de algemar a Palavra de Deus, ainda hoje são sentidos. No Brasil são poucos os católicos que se dedicam à leitura da Bíblia. Regra geral, se contentam “com o pouco que lhes são oferecido na missa”, e enquanto se contentam com esse pouco (como sugeriram aqueles bispos ao papa, item 5 retro) continuam errando. “ERRAIS, NÃO CONHECENDO AS ESCRITURAS, NEM O PODER DE DEUS”. (Mateus 22.29)

Com o passar dos séculos, o ataque satânico ficou mais bem elaborado, usando supostos crentes e sociedades Bíblicas. Nasciam as "versões", com textos manipulados e com técnicas de tradução traidoras do texto original como é o caso da equivalência dinâmica. Veremos porque a versão King James, conhecida como a “Versão do Rei Tiago” (e sua equivalente no português – A Almeida Corrigida FIEL) é muitíssimo superior às versões modernas as quais devem ser rejeitadas pelos crentes sérios.

“Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, e nada se lhe deve tirar; e isto faz Deus para que haja temor diante dele.” (Ec 3:14 ACF)

(7)

Bibliologia do Senhor

Cedo em Seu ministério, o Senhor Jesus Cristo foi tentado por Satanás. O Senhor respondeu ao tentador com três referências de Deuteronômio (Mt 4:1-11). A primeira resposta é significativa.

"Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus." (v. 4, citado de Dt 8:3 ACF).

Esta resposta sumariza a Bibliologia do Senhor:

1. Cristo afirmou a doutrina da [perfeita] inspiração plenária e verbal dos autógrafos, ao declarar a fonte da Escritura: "a boca de Deus."

2. Cristo afirmou a doutrina da [perfeita] autoridade da Escritura, e conseqüentemente sua infalibilidade e inerrância, ao enaltecê-la como o padrão através do qual "o homem viverá."

3. Cristo afirmou a doutrina da [perfeita] preservação plenária e verbal da Escritura pela expressão: "Está escrito (gegraptai." O tempo verbal "perfeito" que Ele utilizou expressa uma ação que foi completada e tem um estado conseqüente de ser (A. T. Robertson, A Grammar of the Greek New Testament, 1934, p.858ff). Com efeito, o Senhor disse: "Foi escrito e ainda está escrito."

"Porque lhes dei as palavras que tu me deste; e eles as receberam, e têm verdadeiramente conhecido que saí de ti, e creram que me enviaste."

(Jo 17:8 ACF)

Definição da inspiração e preservação das Escrituras

A Bíblia É a Palavra de Deus; sua plena e definitiva revelação aos homens. Escrita por homens inspirados por Deus, é inerrante e infalível nos originais em quaisquer de seus 66 livros componentes, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. (Lucas 16:29, Hebreus 1:1-2, II Timóteo 3:16, II Pedro 1:21, Salmo 119:160).

A Palavra de Deus foi escrita originalmente em três línguas, a saber: O Velho Testamento principalmente em hebraico, e a partir do exílio babilônico, em Aramaico, e o Novo Testamento em Grego (Koiné).

A Bíblia foi, conforme promessa de Deus, por Ele próprio preservada, desde os originais (os chamados “autógrafos”, os escritos de próprio punho pelos escritores bíblicos), nada se perdendo ou se acrescendo. Sua preservação foi constante no decorrer do tempo, estando sempre em uso por Seus filhos, crentes fiéis perseguidos através dos tempos. Como tal, o Antigo Testamento está plenamente preservado no Texto Massorético (padronizado pelos massoretas, os escribas judaicos) e o Novo Testamento no Texto Recebido (Textus Receptus), os quais formam a base de todas as traduções da Palavra de Deus feitas durante a Reforma (King James, João Ferreira de Almeida [ACF], Reina Valera, Diodati, Lutero, etc...), traduções estas que por quase 300 anos foram adotadas por 100% das igrejas fiéis e por 100% dos crentes fiéis. A Palavra de Deus tem permanecido disponível durante todo o tempo a todos os crentes, seja nos originais, seja através de fiéis cópias suas ou através de uma de suas traduções fiéis (Isaías 40:8, Salmo 19:7-9, Deuteronômio 12:32, Salmo 102:11-12, Salmo 111:7-8, Salmo 33:11-12, Isaías 59:21, Marcos 13:31, Apocalipse 14:6).

“Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.” (Mt 5:18 ACF)

(8)

O processo de preservação da Bíblia

Dr. Charles Turner, diretor do Instituto dos Tradutores dos Batistas Bíblicos, em Bowie, no Texas descreve o simples processo que Deus tem usado na preservação das Escrituras:

“2 Pe 3:15-16, ` ... como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes TORCEM, e igualmente AS OUTRAS ESCRITURAS, para sua própria perdição.' Nestes versos, Pedro claramente diz que as palavras de Paulo eram igualadas às das 'outras Escrituras'. Ele cria que as palavras de Paulo eram a inspirada Palavra de Deus, e escreveu isto em um tempo quando havia aqueles que 'torcem' as Escrituras. ... [note o tempo presente em 'os indoutos e inconstantes TORCEM, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição']. Isto claramente mostra que as igrejas primitivas

[já] estavam vigilantes contra aqueles que perverteriam suas Escrituras. Estas igrejas estavam

atentas a este problema e tomavam grandes cuidados para evitar que suas Escrituras fossem torcidas por falsos mestres. ...

"Que estas Escrituras foram passadas de uma igreja para outra é claramente indicado em Cl 4:16, que diz, 'E, quando esta epístola tiver sido lida entre vós, fazei que também o seja na igreja dos laodicenses, e a que veio de Laodicéia lede-a vós também.' Este verso mostra que havia um compartilhamento de cópias da Palavra de Deus de igreja para igreja. Uma vez que um líder tão proeminente quanto Pedro considerava as palavras de Paulo como Escrituras e disse que estava ciente de que havia aqueles que haviam de torcê-las, não é provável que as igrejas tomariam grandes cuidados para vigilantemente protegerem estas Escrituras? Obviamente, este é o caso, porque as igrejas primitivas, guiadas pelo Espírito Santo, acertadamente concluíram que as palavras de Paulo eram as inspiradas palavras de Deus. Eles tomaram todas as precauções para salvaguardarem estas Escrituras através [do método] de compará-las com cópias feitas por outras igrejas. Muito embora falsos mestres tenham deliberadamente mudado o texto em um esforço para apoiarem seus falsos ensinos, corrigir um texto e trazê-lo de volta à leitura original foi sempre uma questão simples. As igrejas só tinham que checar com várias outras igrejas e determinar o que diziam as cópias destas. Fazendo isto, as igrejas descobriam qual escrita concordava com a maioria das cópias das outras igrejas. A escrita que concordasse com as cópias possuídas pelas outras igrejas era aceita como válida. Desta maneira, o texto foi preservado na sua forma original.

“Naturalmente, quando o primeiro Novo Testamento em grego foi impresso, as leituras que divergiam da maioria dos outros textos foram recusadas e as que estavam na maioria dos textos foi aceita. Por este método simples mas completamente acurado [preciso e livre de erros], o Espírito Santo vigilantemente protegeu a Palavra de Deus. O Espírito Santo usou as igrejas, aquelas que eram fiéis guardiãs das Santas Escrituras que reverenciavam, para impedir que a Palavra de Deus fosse poluída por homens maus." (Turner, pp. 6,7).

Como na maioria dos assuntos, há exceções à regra da leitura majoritária determinar qual é o texto original, mas em geral este é claramente o método que Deus usou na preservação [da Sua Palavra]. A importância do esboço acima irá se tornar clara ao leitor à medida que prosseguimos com nosso tema.

“Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas

(9)

Declarações de fé sobre a Doutrina da Preservação Providencial das Escrituras Confissão de Fé de Westminster (1643-48)

"O Velho Testamento em hebraico... e o Novo Testamento em grego... sendo diretamente inspirados por Deus e, pelo Seu singular cuidado e providência, conservados puros através dos séculos, são por esta razão autênticos; assim, como em todas as controvérsias de religião, a igreja tem que recorrer a eles como a autoridade e instâncias finais. Mas, uma vez que estas línguas originais não são conhecidas por todo o povo de Deus, povo este que tem direito e interesse nas Escrituras e é ordenado a, no temor do Senhor, lê-las e pesquisá-las, segue-se que elas devem ser traduzidas para a língua comum de cada nação aonde chegarem, para que, a Palavra de Deus habitando abundantemente em todos, eles possam adorá-lo de modo aceitável; e, através da paciência e conforto das Escrituras, possam ter esperança" (The Westminster Confession of Faith, Philadelphia, PA: Great Commission Publications, n.d., p.4).

Confissão Batista de Londres, de (1677 e 1689)

“8. O Velho Testamento em hebraico (que foi a língua nativa do povo de Deus de antigamente) e o Novo Testamento em grego, (que, no tempo da sua escrita, era a língua mais geralmente conhecida por todas as nações), sendo imediatamente [isto é, diretamente] inspirados por Deus, e, pelo Seu singular cuidado e providência, conservados puros em todas as épocas, são, por esta razão, autênticos; portanto, em todas as controvérsias religiosas, a igreja tem que recorrer a eles [como a autoridade final e absoluta]. ...13 Mas, uma vez que estas línguas originais não são conhecidas por todo o povo de Deus, que tem o direito e interesse nas Escrituras e são ordenados a, no temor de Deus, lê-las ...16 ... e procurá-las, 17 elas devem ser traduzidas para a língua usual de todas as nações às quais chegarem, 18 para que, a Palavra de Deus habitando abundantemente em todos, eles possam adorá-Lo de uma maneira aceitável e, através da paciência e do conforto das Escrituras, possam ter esperança” (Capítulo 1, "Das Sagradas Escrituras" "g," pp. 9-10 de "As Coisas Mais Seguramente Cridas Entre Nós -- A Confissão de Fé dos Batistas", Evangelical Press, Rosendale Road, London, S.E.21.)]

Confissão de New Hampshire (1833)

"Cremos que a Bíblia Sagrada foi escrita por homens divinamente inspirados, e É um tesouro perfeito de instrução celestial; que tem Deus como seu autor, salvação como sua finalidade, e verdade sem qualquer mistura de erro como seu assunto e conteúdo... portanto é, e permanecerá sendo até o fim do mundo, o verdadeiro centro de união cristã e o supremo padrão pelo qual toda a conduta, crença e opiniões humanas devem ser tratadas." (William Lumpkin, Baptist Confessions of Faith, Valley Forge, PA: Judson Press, 1983, pp. 361-362).

Outras confissões tais como: Confissão de Savoy (1652), Confissão Suíça (1675),

Confissão Batista da Filadélfia (cerca de 1743),

Artigos de Fé da União Batista Bíblica da América (1923),

A Fé e Mensagem Batista (1925) da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos.

“As palavras do SENHOR são palavras puras, como prata refinada em fornalha de barro, purificada sete vezes. Tu as guardarás, SENHOR; desta geração as livrarás para sempre.”

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(Sl 12:6-7 ACF) Formas de tradução da Bíblia

Tradução por equivalência formal e tradução por equivalência dinâmica: A) - Tradução por equivalência formal

Define-se o processo de tradução por equivalência formal, como sendo o processo pelo qual se traduz palavra a palavra, o mais fiel possível o texto em questão; mas temos que atender que este processo não é um processo mecânico; pois vários fatores influenciam também neste processo, tais como:

Uma palavra sempre tem, em quase todas as línguas, vários significados, muitos deles semelhantes, mas a definição precisa de cada uma difere ligeiramente entre si; então o seu real significado se entende pelo contexto imediato, optando pela melhor palavra para cada caso [também podemos ter palavras que se escrevem exatamente da mesma maneira, mas o seu significado é COMPLETAMENTE DIFERENTE (em português designamos tais palavras como homógrafas) por exemplo, que significa conservo? Depende do contexto, tanto pode significar servo juntamente com outrem, mas também conservação, e muitas mais palavras são homógrafas], por aqui se vê que existe um trabalho muito meticuloso a ser empreendido pelos tradutores, em relação às palavras.

Pode existir uma palavra que na língua para a qual se vai traduzir, não existe uma correspondência direta, então, terá que se arranjar maneira para se introduzir a informação total.

A gramática de língua para língua difere bastante, e por vezes encontramos problemas graves de serem resolvidos [não quer isto dizer que não se resolva], e por isso terá que se arranjar maneira de se introduzir a informação que está contida. Um exemplo clássico disso é constituído pelas palavras em itálico, onde as versões corretas da Palavra de Deus usam sempre palavras em itálico, palavras essas que não constam dos textos em grego e hebraico, mas para o correto entendimento da passagem, tiveram que ser introduzidas. Podemos confiantemente dizer que fazem parte da Palavra de Deus, pois são necessárias para uma correta leitura, e entendimento da passagem. [não quer dizer que avaliemos uma versão só porque tem palavras em itálico, mas se a sua versão não tem palavras em itálico, o melhor é pensar em comprar uma Bíblia, traduzida competentemente por equivalência formal, tal como a Almeida Corrigida Fiel, da SBTB – Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil].

Isto é uma pequena amostra do quão trabalhoso é uma tradução das Sagradas Escrituras por equivalência formal. Todas as versões da Reforma foram feitas usando o processo de tradução por equivalência formal [as versões antigas, como a Peshitta, a Antiga Latina foram feitas por equivalência formal, pois a idéia de equivalência dinâmica, e a teoria só do pensamento principal, é uma novidade do século passado (séc XX)].

Mas o tempo da Igreja de Laodicéia tinha que inventar alguma coisa nova, então, nestes últimos tempos, tem-se fabricado PERversões, usando um método denominado tradução por equivalência dinâmica. Mas, então, o que é este método, e em que consiste?

B) - Tradução por equivalência dinâmica

Esse método é a maior desonestidade que um tradutor pode cometer. Isso foi inventado por um apóstata chamado Eugene Nida. A Equivalência Dinâmica é uma mentira que se comete com o leitor, pois as palavras de uma língua não são vertidas para outra, ficando o tradutor numa posição de manipular o texto ao seu bel-prazer.

Está intimamente ligado com outra novidade dos teólogos contemporâneos, a designada

inspiração só do pensamento principal, a qual assegura que Deus só inspirou o pensamento

(11)

Assim, baseando-se nesta teoria, argumentam muito convincentemente (para eles), que se Deus só inspirou o pensamento principal, só interessa traduzir o pensamento principal, então, de uma forma breve, podemos definir o método de tradução por equivalência dinâmica, como sendo o processo pelo qual se traduz o tal pensamento principal de uma passagem, numa linguagem

corriqueira [a linguagem corriqueira, é uma coisa indefinida, com conceitos pouco definidos, e por

isso com uma elasticidade conceitual desejada, para não ser possível elaborar doutrinas com fundamento a partir dela; é uma linguagem em constante mutação, que se for adotada para uma tradução, necessita quase que, diria, de cinco em cinco anos, uma revisão]. Aqui surgem logo algumas perguntas [só com base na premissa da teoria do pensamento principal, pois existem muitas perguntas a serem feitas, pelas próprias Escrituras]:

Com que base se faz a seleção do pensamento principal? Quem pode perscrutar os pensamentos de Deus?

"Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o SENHOR. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos

mais altos do que os vossos pensamentos." (Is 55:8-9 ACF)

E se um trecho da Bíblia não tiver aparentemente o tal conceito de pensamento principal, que fazer? (que tal se tirássemos as genealogias intermináveis? Qual o pensamento principal? Se usam a premissa do pensamento principal, devem poder mostrar que todas as passagens têm o tal pensamento principal.)

A maioria da Bíblia são relatos históricos. Como tirar o pensamento principal, de um relato histórico?

Jesus claramente nos diz que o homem vive de toda a palavra que sai da boca de Deus, Jesus não diz que é de toda a palavra de Deus, pois isso poderia dar azo, a que se chamassem a uma paráfrase, a Palavra de Deus, então seríamos alimentados por ela; mas além de Jesus dizer que é de toda a Palavra, também acrescenta que são as palavras que saem da boca de Deus. Por exemplo, os profetas quando falavam da parte de Deus, sempre diziam “Assim diz o Senhor”, e Deus falava através deles; nunca disseram “Assim é o pensamento principal do Senhor”, agora se uma tradução, não traduz todas as palavras que Deus inspirou, mas sim só o tal pensamento principal, acha que é a Palavra de Deus? Acha que pode pegar nela e confiadamente exclamar “Aqui tenho a Palavra de Deus”?

Deus nos diz pela pena do apóstolo Paulo que:

“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça” (1 Tm 3:16 ACF)

A história do texto do Novo Testamento em grego

As diferenças mais significantes entre as versões modernas e a Versão do Rei Tiago [e, no Brasil, as diferenças entre as versões baseadas no Texto Crítico, de um lado, e as Almeida 1753, RCorr e CFiel, do outro lado] derivam do fato de que as novas versões são baseadas em um diferente texto em grego. O histórico que se segue, das mudanças que têm sido feitas no texto em grego, encontra-se na publicação "The Divine Original", da Trinitarian Bible Society:

"Por muitos séculos antes da Reforma, estudiosos do grego eram virtualmente inexistentes na Europa Ocidental. Em 1453 Constantinopla, que era a antiga capital da parte oriental do Império e o centro da Igreja Ortodoxa Oriental, caiu ante os invasores muçulmanos. Um resultado de longo alcance desta calamidade foi que eruditos 'cristãos' que conheciam o grego e tinham em

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sua possessão cópias das Escrituras [na língua dos originais], fugiram para a Europa Ocidental, onde suas influências deram um novo ímpeto ao estudo da língua grega. Tem sido dito que 'A Grécia se ergueu da sepultura com o Novo Testamento em suas mãos.'

"Entre a geração de eruditos em grego, que se sucedeu, estava Erasmus, de Rotterdam, que preparou uma edição do Novo Testamento em grego a partir de cinco manuscritos que eram altamente reputados". [Editor: Mesmo que Erasmus tenha usado apenas uns poucos manuscritos

[como base] para sua obra, ele conhecia um considerável número de textos em grego e de versões antigas, inclusive o códice Vaticanus. Ver [livros sobre] Erasmus]. "A edição foi impressa em 1516

e foi seguida por quatro edições posteriores. Em 1502, na Universidade de Alcala (Complutum) [na Espanha], o Cardeal Ximenes tinha reunido manuscritos e homens sob a direção de Stunica, que publicou o Poliglota Complutensiano em 1522 ... Robert Stephens, apoiando-se largamente sobre Erasmus e Stunica, e com pelo menos quinze manuscritos ao seu dispor, produziu edições do texto (em grego) em 1546, 1549, 1550, e 1551. Em 1552 ele retirou-se para Genebra e juntou-se à causa protestante. Theodore Beza produziu nove edições do [texto em] grego entre 1565 e 1604. Estas seguiram as de Stephens de forma admiravelmente aproximada, embora Beza tivesse alguns antigos manuscritos não disponíveis a Stephens. As edições que os Elzevir imprimiram em Leyden tinham muito em comum com as de Stephens e Beza. A edição dos Elzevir se anunciou a si mesma como o "Textus Receptus" (TR), e desde então a edição de Stephens no ano 1550 [(a 3a.)] tem sido conhecida como o "Texto Recebido" na Inglaterra, enquanto a edição dos Elzevir no ano 1633 tem tido este título no Continente."

Outros nomes para o Texto Recebido

O TR é chamado "Texto Tradicional", referindo-se ao fato de que foi o texto comumente usado pelos crentes do Novo Testamento através dos séculos, e também para contrastá-lo com o Texto Crítico da era moderna. O TR é chamado "Texto Bizantino" porque é o texto representado nos manuscritos de todo o antigo mundo que falava o grego. 'Bizantino' aponta para a cidade de Bizâncio, que tinha sido tomada em possessão por Constantino, o Grande, em 330 DC. O nome desta capital foi mudado para Constantinopla.

As versões protestantes na Inglaterra e no Continente, nos séculos XVI e XVII, basearam-se nestas edições do texto em grego. Enquanto estas versões em grego que foram primeiramente impressas eram elas próprias baseadas em comparativamente poucos manuscritos, têm no entanto provado serem representativas do texto que prevalecia, muitos séculos antes, em todo o mundo grego.

As versões inglesas de Tyndale, Coverdale, Matthews (ou Rogers), a Grande Bíblia, a Bíblia de Genebra, a Bíblia dos Bispos, e a Versão Autorizada [= VRTiago], todas elas basearam-se neste grupo de documentos em grego, nos quais foi preservado o texto que foi em regra recebido [e aceito] por todas as igrejas gregas desde os dias apostólicos. [As Almeidas 1753, RCorr e CFiel tiveram por base o mesmo texto].

O Texto Recebido vai até aos confins da Terra

Em todo o mundo, praticamente todos os trabalhos de tradução e impressão da Bíblia feitos por não católicos, desde os anos 1500s até os últimos anos 1800s, basearam-se no Texto Recebido.

Durante estes séculos, centenas de traduções foram produzidas a partir deste texto, incluindo as Bíblias: sueca de Uppsala (1514), alemã de Lutero (1534), sueca (1541), dinamarquesa de Cristiano III (1550), espanhola de Reyna (1569), islandesa (1584), eslovena (1584), irlandesa (1685), francesa em Genebra (1588), galesa (1588), húngara (1590), holandesa de Statenvertaling (1637), italiana de Diodati (1641), finlandesa (1642), síria (1645), armeniana (1666), romena (1688), lataviana (1689), lituana (1735), estoniana (1739), georgiana (1743), PORTUGUESA [DE

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JOÃO FERREIRA DE ALMEIDA] (1751) [realmente publicada em 1753], gaélica (1801), servo-croata (1804), albanesa (1827), eslovaca (1832), norueguesa (1834), russa (1865), yiddish (1821), turca (1827) e búlgara (1864).

Piedosos missionários da Europa [Continental], Inglaterra e América [Canadá e, principalmente, Estados Unidos] levaram o Texto Recebido até aos confins da terra, ao traduzi-los para os idiomas dos povos. Começando com John Eliot, que produziu a Bíblia na linguagem [dos índios] Pequot em 1663, missionários se ocuparam em traduzir as Escrituras para as línguas dos índios norte-americanos, incluindo as versões Mohawk (1787), Esquimó (1810), Delaware (1818), Seneca (1829), Cherokee (1829), Ojibway (1833), Dakota (1839), Ottawa (1841), Shawnee (1842), Pottawotomi (1844), Abenaqui (1844), Nez Perce (1845), Choctaw (1848), Yupik (1848), Micmac (1853), Plains Cree (1861)e Muskogee (1886).

Missionários da Igreja Protestante Holandesa traduziram o Texto Recebido para a linguagem malaia em 1734. Nos anos 1800s, as traduções foram surgindo num ritmo muito acelerado. Martin Henry traduziu o Texto Recebido para os idiomas persa e árabe; Adoniram Judson para o burmês (1835); William Carey e seus cooperadores para os idiomas bengali (1809), oriya (1815), marathi (1821), kashmiri (1821), nepalês (1821), sânscrito (1822), gujarati (1823), panjabi (1826), bihari (1826), kannada (1831), assamese (1833), hindi (1835), urdu (1843), telugu (1854) e 35 outras línguas da Índia.

Durante este período [1800s], outros missionários, baseados no Texto Recebido, produziram Bíblias e porções da Bíblia nos idiomas bullom de Serra Leoa (1816), saraiki do Paquistão (1819), faroe das Ilhas Faroe (1823), sranan do Suriname (1829), javanês da Indonésia (1829), aymara da Bolívia (1829), malaio da Indonésia (1835), manchu da China (1835), malaguês de Madagascar (1835), mandinca de Gâmbia (1837), havaiano do Havaí (1838), mongol (1840), karaite das Montanhas da Criméia (1842), azerbaijani da antiga União Soviética (1842), subu do Camarão (1843), mon de Burma (1843), maltês (1847), udmurt da União Soviética (1847), garifuna da Belízia-Nicarágua (1847), ossete da União Soviética. (1848), bube da Guiné Equatorial (1849), arawak da Guiana (1850), maori das ilhas Cook (1851), tontemboan da Indonésia (1852), somoan (1855), sesotho da África (1855), setswana da África do Sul (1857), basco da Espanha (1857), hausa da Nigéria (1857), nama da África (1866), maori da Nova Zelândia (1858), dayak da Indonésia (1858), isixhosa da África do Sul (1859), karan de Burma (1860), núbio do Egito (1860), igbo da Nigéria (1860), efik e yoruba da Nigéria (1862), tibetano (1862), ga de Gana (1866), tongan da África (1862), twi de Gana (1863), isizulu da África (1865), niueano de Tonga (1866), dehu da Nova Caledônia (1868), benga da África (1871), ewe da África (1877), batak da Indonésia (1878) e thai (1883). (As informações prévias sobre as versões da Bíblia foram grandemente derivadas de

“Scriptures of the World”, United Bible Societies, 1988, e de “The Bible in America”, 1936).

É bom se enfatizar o fato de que esta lista de versões acima é somente uma lista parcial. Embora não possamos dar os particulares exatos da base textual de todas estas traduções, sabe-se que a vasta maioria delas foi composta de Escrituras baseadas no Texto Recebido . Algumas foram traduzidas [diretamente] do grego do Texto Recebido; outras, da Versão Autorizada Inglesa [= VRTiago]; algumas outras, de traduções do Texto Recebido feitas na Europa, tais como a versão espanhola e a versão alemã.

Quando dizemos que essas são Bíblias-TR, queremos com isto dizer que elas incluem as palavras e os versos contestados pelos modernos textos: elas contêm “Deus” em 1 Tm 3:16, contêm Mt 17:21 e Mc 9:44,46 e Mc 16:9-20 e João 7:53-8:11 e Atos 8:37 -- e as dúzias de outros versos que são omitidos ou questionados nas novas Bíblias.

Por favor, note também que, neste século XX, em muitos casos as antigas versões originais nas linguagens acima mencionadas têm caído em desuso e têm sido substituídas por versões Westcott-Hort .

De 1804 até 1907, contando somente a British and Foreign Bible Society, foram impressas 203.931.768 Bíblias, Testamentos e porções das Escrituras. Com poucas exceções, elas foram derivadas da VRTiago, do Texto Recebido, ou de uma das versões européias baseadas no Texto Recebido ("Lion's History of Christianity”, p. 558). De 1816 a 1903 a American Bible Society

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distribuiu 72.670.783 volumes e porções das Escrituras, enquanto o Canstein Bible Institute editou mais de 7.000.000 de cópias (Edwin Rice, “Our Sixty-six Sacred Books”, p. 192). Ao final do século XIX, a Bíblia (ou porções dela) tinha sido propagada em quase 900 idiomas (P. Marion Simms, “The Bible in America”, p. 177).

A estes números devem ser adicionadas as Escrituras impressas por outras Sociedades Bíblicas (da Escócia, Alemanha, Canadá, etc.); por organizações e sociedades missionárias (tais como Religious Tract Society, Society for Promoting Christian Knowledge, American Sunday-School Union e American Tract Society); por grandes firmas publicadoras tanto denominacionais como outras, na Grã Bretanha, América e Europa; pelas imprensas de missões em outros países; por indivíduos e grupos independentes. A Trinitarian Bible Society, por exemplo, desde 1831 tem publicado [em vários idiomas] traduções baseadas no Texto Recebido.

A American Sunday-School Union relatou que “a circulação total de Escrituras durante o

século XIX chegou a centenas de milhões de cópias ... o total excedeu 520 milhões de cópias da Palavra de Deus largamente espalhadas para sarar as nações” (Rice, p. 191).

Todas estas Escrituras foram basicamente o mesmo texto e o mesmo tipo de versão. A maioria das diferenças tiveram a ver com as dificuldades de tradução, não com o texto adotado para lhes servir de base. Até o início do século XX, as duas maiores Sociedades Bíblicas (a Britânica e a Americana), quando publicavam em inglês, usavam exclusivamente escrituras na VRTiago; quando publicavam em grego, usavam exclusivamente o Texto Recebido.

Algumas pessoas contra-argumentariam dizendo que a Bíblia em versões baseadas no Texto Crítico também tem ído até aos confins da terra, neste século [note: que aqui, NESTE século significa o séc. XX]. Este, no entanto, não é o ponto [isto é: não é a questão que estamos abordando]. A questão é que um certo tipo de Bíblia, isto é, a Bíblia baseada no Texto Recebido, foi até as extremidades da terra durante o maior período de reavivamento mundial e atividade missionária que a História tem testemunhado. Só a seguir é que chegaram os editores do Texto Crítico do final do século XIX, clamando que o Texto Recebido é corrompido e insuficiente, e que o texto verdadeiramente puro só recentemente foi recuperado do seu esconderijo. Nós dizemos que isto é impossível à luz das promessas de Deus de preservar o puro texto das Escrituras .

Para colocar as coisas sucintamente: rejeitar o Texto Recebido, como os editores criticantes do texto e os tradutores modernos têm feito, é rejeitar o Texto que tem sido reconhecido através dos séculos como a Palavra de Deus pelos santos do Novo Testamento, e que foi exaltada por Deus como sendo A Bíblia, durante a maior era de reavivamento e atividade missionária desde o primeiro século.

A versão do Rei Tiago

Na Conferência da Corte de Hampton, em 1604, o líder puritano Reynolds fez a sugestão (que foi primeiramente oposta mas depois adotada pela Conferência, com entusiástica aprovação do Rei Tiago I) de que deveria haver uma nova tradução das Santas Escrituras para o idioma inglês, para substituir as diferentes versões então comumente em uso. Cinqüenta e quatro homens (incluindo puritanos, membros do alto clero da igreja [anglicana], e os maiores eruditos da época, em grego e em hebraico) formaram seis grupos para se devotarem à tarefa.

Citemos dois desses homens:

Sir Lancelot Andrews: Líder dos tradutores do Velho Testamento. Falava fluentemente apenas 15 idiomas orientais...

John Bois: Relator dos trabalhos da comissão de forma mais completa. Lia o Velho Testamento no Hebraico com apenas 5 anos de idade escrevendo nesta língua já aos 6 com elegância e estilo. Era especialista em todas as formas de grego.

Usando suas fontes [isto é, manuscritos da Bíblia] em grego e os melhores comentários dos eruditos europeus, e referindo-se [em consultas] a Bíblias em espanhol, italiano, francês, e em alemão [todas elas baseadas no Texto Recebido], expressaram o sentido do grego [com toda a

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precisão] em um [inigualável] inglês idiomático, vigoroso, e claro. Esta Bíblia ganhou a batalha contra os preconceitos e críticas que saudaram sua primeira aparição, e tornou-se a Bíblia do mundo de fala inglesa.

A VRTiago foi publicada em 1611, após quase quatro anos de intensa revisão. Temos também que entender que a Bíblia do Rei Tiago não é o produto meramente daquele letrado grupo de homens do início dos anos 1600s, mas é o fruto de aproximadamente 100 anos de tradução e revisão trabalhadas por piedosos homens na forja das perseguições, começando com os labores de William Tyndale. Este processo é único na história da tradução da Bíblia.

Alexander McClure, por volta de 1860, ao dar uma biografia dos tradutores do Rei Tiago, faz esta observação:

"... todas as faculdades da Grã Bretanha e América, mesmo neste arrogante dia de bravatas, não puderam reunir o mesmo número de teólogos igualmente qualificados (pelo aprendizado e pela piedade) para o grande empreendimento [de tradução da Bíblia] ... este abençoado livro [a VRTiago] é tão completo e exato que o leitor inculto, sendo de inteligência normal, pode gozar a deliciosa segurança de que, se ele estudá-lo com fé e em oração, e se entregar a si mesmo aos seus ensinos, não será confundido ou mal guiado com respeito a nenhum assunto essencial à sua salvação e seu bem espiritual. Este livro irá tão seguramente guiá-lo a todas as coisas necessárias à fé e à prática, quanto o fariam as Escrituras originais, se ele as pudesse ler, ou elas pudessem lhes falar como outrora falaram aos hebreus em Jerusalém ou aos gregos em Corinto." (McClure, Translators Revived, pp. 64-65).

O inglês da Bíblia do Rei Tiago

É também crucial que se entenda que o inglês da Bíblia do Rei Tiago não é meramente aquele do século XVII. Não é a linguagem de Shakespeare, mas a linguagem do hebraico e do grego.

"O bispo Lightfoot afirmou que esta versão foi o repositório da mais elevada verdade e mais pura fonte do nosso inglês nativo. 'Na verdade', ele escreveu, 'podemos tomar coragem no fato de que a linguagem da nossa Bíblia inglesa não é a dos dias em que seus tradutores viveram, mas, em sua grande simplicidade, destaca-se em contraste com o estilo ornado e freqüentemente afetado da literatura da época' " ("The Divine Original").

Da linguagem usada na VRTiago, George Marsh, em uma palestra de 1870, observa:

"Ela foi um agregamento das melhores formas de expressão aplicáveis à comunicação de verdade religiosa que então existiu ou tinha existido, em qualquer e em todos os sucessivos estágios através dos quais a Inglaterra tinha passado em toda a sua história. ... Quanto à formação de frases, mesmo agora [em 1870, a Bíblia do Rei Tiago só] está pouquíssimo mais afastada da vida real e dos livros do que há duzentos anos atrás. A direção tomada pela fala inglesa depois [da

Versão Autorizada], não tem sido em uma linha reta se afastando do dialeto das Escrituras. Ao

contrário, tem sido uma curva de circunvolução ao redor dele" (Edwin Bissell, “The Historic

Origin of the Bible”, 1873, p. 353).

Quando a Imprensa da Universidade de Harvard publicou "The Literary Guide to the Bible" em 1987, ela selecionou a VRTiago para análise literária de cada um dos livros da Bíblia.

"...nossas razões para fazer isto têm que ser óbvias: ela é a versão que mais leitores do inglês associam com as qualidades literárias da Bíblia, e é ainda, sustentavelmente, a versão que melhor preserva os efeitos literários das línguas originais." (Theodore Letis, "Foreword to Tyndale's Triumph", em John Rogers "Monument: The New Testament of the Matthew's Bible

1537", 1989, p. ii).

Temos que ter isto em mente quando ouvimos reclamações sobre o "velho e antiquado inglês do Rei Tiago": A Bíblia do Rei Tiago é escrita em inglês belo e preciso, perfeitamente amoldado às Escrituras em hebraico e grego, e não é difícil aprender os poucos termos antiquados necessários para lê-la com entendimento. [Poderíamos dizer o equivalente das Almeidas 1753, RCorr e CFiel].

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Se alguém não estiver disposto a estudar diligentemente a Bíblia, ele não a entenderá, não importa qual a tradução que use. E se sua Bíblia é tão fácil de ler quanto o jornal da manhã, caro amigo, você não tem a Palavra de Deus, porque as Escrituras em hebraico e grego não são [sempre] lidas tão simplesmente e tão contemporaneamente como o jornal da manhã! Enquanto algumas porções do Novo Testamento em grego (porções do Evangelho de João, por exemplo) são tão simples que uma criança poderia entendê-las, outras porções são muito complexas.

Dr. Donald Waite diz:

" Eu conheço centenas de pessoas cuja inteligência e níveis educacionais não são tão elevados quanto os de algumas daquelas ... pessoas [intelectuais] que dizem que não podem entender a Bíblia do Rei Tiago [e as Almeidas RCorr e CFiel], no entanto estas pessoas [comuns,

de fato] a entendem. Como podemos compreender isto? Relembremos 1Co 2:14 que diz 'Ora, o

homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.' Este verso ainda é verdadeiro, não importa qual tradução seja usada" (“Defending the King James Bible”, pp. 50,51).

Dr. Waite continua:

"Alguns dizem que gostam de uma versão em particular porque a acham mais fácil de ler [e entender]. Bem, legibilidade é uma coisa, mas será que ela se conforma com o que está no grego e hebraico dos originais? Você pode ter um montão de legibilidade, mas se ela não casar com o que Deus disse, ela não adianta de nada. Na Bíblia do Rei Tiago [e nas Almeidas RCorr e CFiel], as palavras casam com o que Deus disse. Você pode dizer que ela é difícil de ler, mas: estude-a [intensamente]. Ela é difícil no hebraico e no grego e, talvez, mesmo no inglês da VRTiago [e no português das Almeidas RCorr e CFiel]. Mas mudar a Bíblia por toda parte, somente para fazê-la 'fácil', ou interpretá-la ao invés de traduzi-la, é errado. Você comprou montes de interpretação, mas não queremos isto em uma tradução. Queremos que o que for trazido para o inglês seja exatamente aquilo que Deus disse em hebraico e grego". (Ibid., pp. 241,242).

OBS: no nosso caso, no Brasil, queremos que seja feito o mesmo. O que se diz neste estudo sobre a Versão do Rei Tiago, aplica-se à Almeida Corrigida FIEL, da SBTB.

JOÃO FERREIRA DE ALMEIDA

Conhecido pela autoria de uma das mais lidas traduções da Bíblia em português, ele teve uma vida movimentada e morreu sem terminar a tarefa que abraçou ainda muito jovem.

O que se conhece hoje da vida de Almeida está registrado na "Dedicatória" de um de seus livros e nas atas dos presbitérios de Igrejas Reformadas (Presbiterianas) do Sudeste da Ásia, para as quais trabalhou como pastor, missionário e tradutor, durante a segunda metade do século XVII.

Nascido em 1628, Almeida era natural de Torre de Tavares, Conselho de Mangualde, Portugal. Filho de pais católicos, bem cedo se mudou para a Holanda, passando a residir com um tio. Ali aprendeu o latim e iniciou-se nos estudos das normas da igreja.

Aos 14 anos, em 1642, aceitou a fé evangélica, na Igreja Reformada Holandesa, impressionado pela leitura de um folheto em espanhol, "Diferencias de la Cristandad", que tratava das diferenças entre as diversas correntes da crença cristã.

Já em 1644, aos 16 anos, Almeida inicia uma tradução do espanhol para o português, dos Evangelhos e dos Atos dos Apóstolos, os quais, copiados a mão, foram rapidamente espalhados pelas diversas comunidades dominadas pelos portugueses. Para este grandioso trabalho, Almeida também usava como fontes as versões latina, de Beza, francesa e italiana, todas elas traduzidas diretamente do grego e do hebraico.

No ano de 1645, a tradução de todo Novo Testamento foi concluída (mas, somente seria editada em 1681, em Amsterdã).

A partir de 1663 (dos 35 anos de idade em diante, portanto), Almeida trabalhou na congregação de fala portuguesa da Batávia, onde ficou até o final da vida. Nesta nova fase, teve uma intensa atividade como pastor.

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Ao mesmo tempo, retomou o trabalho de tradução da Bíblia, iniciado na juventude. Foi somente então que passou a dominar a língua holandesa e a estudar grego e hebraico. Em 1676, Almeida comunicou ao presbitério que o Novo Testamento estava pronto. Aí começou a batalha do tradutor para ver o texto publicado. Ele sabia que o presbitério não recomendaria a impressão do trabalho sem que fosse aprovado por revisores indicados pelo próprio presbitério. E também que, sem essa recomendação, não conseguiria outras permissões indispensáveis para que o fato se concretizasse: a do Governo da Batávia e a da Companhia das Índias Orientais, na Holanda.

Em 1681, a primeira edição do Novo Testamento de Almeida finalmente saiu da gráfica. Um ano depois, ela chegou à Batávia, mas apresentava erros de tradução e revisão. O fato foi comunicado às autoridades da Holanda e todos os exemplares que ainda não haviam saído de lá foram destruídos, por ordem da Companhia das Índias Orientais.

Enquanto progredia a revisão do Novo Testamento, Almeida começou a trabalhar com o Antigo Testamento. Em 1683, ele completou a tradução do Pentateuco (os cinco primeiros livros do Antigo Testamento). Iniciou-se, então, a revisão desse texto, e a situação que havia acontecido na época da revisão do Novo Testamento, com muita demora e discussão, acabou se repetindo. Já com a saúde prejudicada pelo menos desde 1670, segundo os registros, Almeida teve sua carga de trabalho na congregação diminuída e pôde dedicar mais tempo à tradução.

O trabalho de revisão e correção do Novo Testamento foi iniciado e demorou dez longos anos para ser terminado. Mesmo assim, não conseguiu acabar a obra à qual havia dedicado a vida inteira. Em 1691, no mês de outubro, Almeida morreu. Nessa ocasião, ele havia chegado até Ez 48.21.

Somente após a morte de Almeida, em 1693, é que essa segunda versão foi impressa, na própria Batávia, e distribuída.

A tradução do Antigo Testamento foi completada em 1694 por Jacobus op den Akker, pastor holandês. Depois de passar por muitas mudanças, ela foi impressa na Batávia, em dois volumes: o primeiro em 1748 e o segundo, em 1753.

João Ferreira de Almeida foi um instrumento precioso nas poderosas mãos de Deus, para dar aos povos de fala portuguesa a tradução mais difundida e aceita entre esses povos, antes colônias de Portugal.

Quando a Igreja Católica Romana ainda lutava contra a divulgação das Escrituras Sagradas, a tradução de Almeida surgiu como uma luz a brilhar na escuridão, em meio àqueles territórios, que, já libertos de Portugal, ainda se mantiveram por mais duzentos anos sob a influência da cultura e da língua portuguesa.

Um texto (em grego) diferente é exaltado numa hora de apostasia

À medida que o século XIX foi avançando, vozes criticantes do Texto Recebido e da VRTiago cresceram em intensidade. Na Europa e Grã Bretanha, os pensamentos do racionalismo alemão, do evolucionismo darwinista, e de outras filosofias heréticas, começaram a se alastrar através da maioria das principais denominações. A doutrina da perfeita inspiração da Bíblia estava sendo questionada e contestada em muitos locais. Muitos professores e líderes das igrejas pensavam que a Bíblia era cheia de erros, mitos e inexatidões; que, ao invés de nos dar o registro da revelação infalível de Deus ao homem, ela meramente continha a imperfeita história da evolução do pensamento religioso do homem. Estas influências receberam o reforço de poderosos simpatizantes do Catolicismo Romano existentes na Igreja Anglicana e que formavam o chamado “Movimento de Oxford” ou “Tractarian Movement”. Por todos os lados, era evidente o declínio e deterioração do formidável mover de reavivamento espiritual que tinha varrido o mundo desde a Reforma Protestante. Foi dentro deste doente clima espiritual que a filosofia do moderno criticismo textual se desenvolveu.

Enquanto as Bíblias da Reforma tinham nascido em um clima de reavivamento espiritual e de fé, as modernas Bíblias nasceram em um clima de apostasia e incredulidade.

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Os principais editores do NT em grego baseados no Texto Crítico

Os principais editores do NT em grego que, nos anos 1800s, produziram os novos textos (em grego) que diferiam do Texto Recebido, foram: Griesbach, Hug, Lachmann, Tregelles, Tischendorf, e Westcott & Hort. Estes foram os pais do moderno criticismo textual.

a) J.J. GRIESBACH (1745-1812) foi um professor da disciplina “Novo Testamento”, com uma paixão pelo criticismo textual. É importante notar que Griesbach, “ que desde seus dias de

estudante de graduação foi influenciado pela maré enchente do racionalismo que varria seu país, era um inimigo do cristianismo ortodoxo” (D. A. Thompson, “The Controversy Concerning the

Last Twelve Verses of the Gospel According to Mark”, p. 40). Ele abandonou o Texto Recebido e teceu um novo texto contendo muitas das novidades posteriormente popularizadas por Westcott e Hort. Griesbach mantinha o assombroso ponto de vista de que “Entre as várias variantes para uma

passagem [do Novo Testamento em grego], tem que merecidamente ser considerada como suspeita aquela que, mais do que as outras variantes, manifestadamente favorece os dogmas da ortodoxia”

(Scrivener, citado por D. A. Thompson, p. 40). Em outras palavras, de acordo com este princípio,

“se houver uma passagem no Texto Recebido que evidente e fortemente implica ou ensina a divindade de Cristo em natureza e essência, ou ensina alguma outra doutrina fundamental da Fé, e em alguns outros velhos manuscritos houver uma variante que diminua aquela ênfase, ou que, por omissão, de todo a joga no lixo, então esta última variante deve tomar precedência sobre aquela primeira” (Ibid.). Isto, meus amigos, é pensar caoticamente, de cabeça para baixo! A edição do

texto (em grego) de Griesbach removeu o final de Marcos 16 (vv. 9-20), baseado em relatos de que o manuscrito Vaticanus, que ele considerava o mais antigo e melhor, não continha estes versos. Griesbach não tinha visto o Vaticanus, mas tinha recebido relatos sobre o fato de que Marcos 16:9-20 era omitido neste códice.

b) J.L. HUG (1765-1846) "em 1808 introduziu a teoria de que, no século II, o texto do Novo

Testamento tinha se tornado profundamente degenerado e corrupto, e que todos os textos hoje sobreviventes são meramente revisões editoriais deste texto corrompido” (Hills, p.65). Esta

inacreditável teoria totalmente contradiz a promessa que Deus fez de preservar as Escrituras.

c) KARL LACHMANN (1793-1851), que tem sido descrito como um racionalista alemão (Turner, p.7), publicou edições do Novo Testamento em Berlim, na Alemanha, em 1842 e 1850. Ele foi um professor de "Filologia Clássica e Alemã", em Berlim. Ele “começou a aplicar ao texto do Novo

Testamento em grego as mesmas regras que tinha usado para editar textos dos clássicos gregos, os quais têm sido radicalmente alterados ao longo dos anos. ... Lachmann tinha estabelecido uma série de diversas pressuposições e regras que usou para chegar aos [que cria serem os] textos originais dos clássicos gregos. ... Ele agora começou a usar estas mesmas pressuposições e regras para corrigir o Novo Testamento que ele também pressupunha ter sido irrecuperavelmente corrompido. [Mas] ele cometeu um erro por demais evidente. O cuidado reverente e amoroso prestado pelas igrejas fiéis ao copiar e preservar as Escrituras não foi igualado por um processo similar no copiar dos clássicos gregos” (Turner, pp. 7-8). Lachmann descartou a escrita do Texto

Recebido em favor daquilo que ele considerava o mais antigo e melhor texto, representado pelo Vaticanus e uns poucos outros manuscritos similarmente corrompidos. Burgon observa que “o texto

de Lachmann raramente se apóia em mais que quatro códices em grego, muito freqüentemente em três, não infreqüentemente em dois, algumas vezes em somente um”. (“Revision Revised”, p. 21).

Na sua arrogância de erudito, Lachmann estava querendo erradicar séculos de piedoso discernimento (purificado na fornalha da perseguição), em favor de modernas novidades.

d) SAMUEL TREGELLES (1813-1875) aceitou os pontos de vista de Lachmann. Tregelles disse

“Tem que ser concedido a Lachmann o reconhecimento disto, que ele tomou a frente no caminho de jogar fora os assim chamados Textus Receptus, e corajosamente colocar o Novo Testamento

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completa e inteiramente, sobre uma base de real autoridade”. (Edward Miller, “A Guide to the

Textual Criticism of the New Testament”, 1886, p. 22). O que Lachmann supunha ser “real autoridade” era o manuscrito Vaticanus (que, por séculos, tinha repousado em desuso no castelo do Papa) e alguns outros poucos manuscritos similarmente não merecedores de respeito.

e) CONSTANTIN TISCHENDORF (1815-1874) foi um editor alemão de textos bíblicos que viajou extensivamente em procura de antigos documentos. Ele foi instrumental em trazer à luz os dois manuscritos [lamentavelmente] mais influentes no moderno trabalho da tradução da Bíblia – Códice Sinaiticus e Códice Vaticanus.

f) BROOK FOSS WESTCOTT (1825-1903) e FENTON JOHN ANTHONY HORT (1828-1892) dois padres anglicanos e professores da Cambridge University. Totalmente atolados na filosofia proveniente de Alexandria (Egito). Note que essa cidade, que era o berço do Gnosticismo, foi o local das mais perversas heresias da igreja cristã, sendo de lá os hereges Orígenes e Árius. Tal filosofia defende "não haver nenhuma Bíblia perfeita". Eles nutriam uma revolta e recalque repulsivo e doentio à Bíblia King James e o seu texto base, o "Textus Receptus" (no qual que também se baseou João Ferreira de Almeida) que estava varrendo o globo terrestre e levada aos confins do mundo pela obediência dos missionários ingleses e norte-americanos. Enquanto isso, nutridos pelo recalque doentio mencionado, Westcott e Hort procuravam textos obscuros e bizarros para tentar destronar o Textus Receptus que soberano, produzia milhões de crentes há séculos!

Elaboraram, na Inglaterra, um texto grego impresso em 1881, que ficou conhecido como Texto Crítico, por serem eles dois, críticos textuais. Eles compilaram basicamente dois manuscritos para a sua elaboração: Códice Sinaiticus e Códice Vaticanus.

Eles consideraram tais manuscritos como superiores aos manuscritos do TR, primordialmente pela sua antiguidade. O TR, eles já haviam rejeitado, pois, Hort aos 23 anos, chamou o TR de o “vil Textus Receptus”.

Os revisores de 1881 [Westcott e Hort] fizeram 36.000 mudanças em inglês sobre a VRTiago, como também quase 6000 no texto em grego. [Os revisores que produziram a impopular Tradução Brasileira (1917), a ARAtlz (1959), e as demais Bíblias-TC, fizeram aproximadamente o mesmo número de mudanças em português]. Os manuscritos do Sinai e do Vaticano são responsáveis pela maioria das mudanças significantes.

Eles são os verdadeiros mentores intelectuais das seguintes Bíblias vendidas aos milhões nos dias atuais: Atualizada (ARA), Bíblia na Linguagem de Hoje (BLH), Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH), Nova Versão Internacional (NVI), King James em Português (KJA - Abba Press) etc.

Códice Sinaiticus

“No ano de 1844, enquanto viajava sob o patrocínio de Frederick Augustus, Rei da Saxônia, em busca de manuscritos, Tischendorf chegou ao Convento de Santa Catarina, [ao pé do] Monte Sinai. Observando alguns documentos de antiga aparência e que estavam em uma cesta [de

lixo] cheia de papéis prontos para acender o fogão, ele os escolheu e retirou, e descobriu que eram

quarenta e três folhas de pergaminho da Versão Septuaginta. Foi permitido que ele os tomasse: mas, no desejo de salvar as outras partes do manuscrito do qual ele ouvira falar, ele explanou seu valor aos monges os quais, sendo agora informados, lhe permitiriam apenas copiar uma página e recusaram lhe vender o resto. Quando retornou, ele publicou em 1846 o que tinha conseguido obter , com o título ‘Codex Frederico-Augustanus’ estampado em honra do seu patrocinador"

(Miller, p. 24).

O manuscrito Sinaiticus completo continha porções do Velho Testamento e dos livros apócrifos, continha o Novo Testamento completo, como também a espúria [forjada] “Epístola de Barnabé”, e um fragmento da espúria “Pastor de Hermas”. Naquela primeira visita Tischendorf não

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teve permissão para tomar o manuscrito completo, mas ele retornou ao monastério em 1853 e novamente em 1856. Na noite final da sua última visita, o códice lhe foi mostrado e ele ficou acordado toda a noite copiando uma parte dele. Qual foi a porção com a qual ele perdeu uma noite de sono a copiando, você pode perguntar? Assombrosamente (e indicativo da condição espiritual do homem, cremos), foi a Epístola de Barnabé, que nem [sequer] é canônica! A respeito desta epístola, o estudioso textual do século XIX, Friedrich Bleek, disse “[ela] é provavelmente forjada e seu

conteúdo é insignificante e frívolo, de modo que é bastante indigna de ser colocada lado a lado com os escritos do Novo Testamento”! Ganhando um ouvinte simpatizante no abade superior do

monastério, Tischendorf manobrou de modo a ter o manuscrito trazido ao Cairo, onde, naquele mesmo ano, lhe foi permitido copiá-lo. Depois de consideráveis lutas políticas e religiosas, e da promessa de uma soma de dinheiro e de honras para a ordem monástica, foi permitido a Tischendorf tomar o manuscrito para São Petersburgo na Rússia, em 1862. Pouco depois, em Leipzig, Alemanha, ele publicou 300 cópias [do manuscrito], em quatro volumes.

Tischendorf era tão enamorado com o manuscrito Sinaiticus que ele alterou a oitava edição do seu texto em grego (1869-72) em 3.369 casos, largamente em conformidade com o Sinaiticus.

Note que este manuscrito, que tão poderosamente influenciou os homens que desenvolveram as teorias do moderno criticismo textual, foi descoberto em uma cesta de lixo em um monastério da Igreja Católica Greco-Ortodoxa. Mesmo os monges espiritualmente cegos que viviam neste local demoniacamente oprimido o consideraram digno apenas de queimar! Dr. James Qurollo observa,

"Eu não sei qual deles tinha a verdadeira avaliação do seu valor – Tischendorf, que queria comprá-lo, ou os monges, que estavam se aprontando para queimá-lo!”

A pura palavra de Deus, meus amigos, não tem sido preservada em um obscuro monastério da Igreja Católica Greco-Ortodoxa ou nas prateleiras empoeiradas da biblioteca do Papa, mas nos manuscritos e nas Bíblias e que têm sido altamente honradas e usadas pelos crentes comuns através dos séculos.

Códice Vaticanus

Tischendorf também contribuiu para trazer à luz o manuscrito Vaticanus. Os detalhes envolvidos neste empreendimento são quase tão fascinantes quanto aqueles da sua busca pelos

Sinaiticus:

“Como o nome diz, [o Vaticanus] está na Grande Biblioteca do Vaticano, em Roma, que tem sido seu domicílio desde alguma data antes de 1481 [Editor: isto deve ser bem entendido por

aqueles que conhecem o espírito pervertido de Roma]. As autoridades da Biblioteca do Vaticano

punham contínuos obstáculos no caminho de todos aqueles que desejavam estudá-lo em detalhes. Um correspondente de Erasmus, em 1533, enviou àquele estudioso um número de selecionadas transcrições do manuscrito, como prova da sua [suposta] superioridade em relação ao Texto Recebido. [Editor: Erasmus subseqüentemente rejeitou estas transcrições]. ... Como um troféu de vitória, Napoleão levou o Vaticanus para Paris, onde ele permaneceu até 1815, quando os muitos tesouros que ele tinha saqueado das bibliotecas do Continente foram devolvidas aos seus respectivos donos. ... Em 1845, foi permitido ao grande estudioso inglês Tregelles vê-lo por seis horas, mas não lhe copiar uma [só] palavra. Seus bolsos foram revistados antes que ele pudesse abri-lo e todos os materiais de escrever lhe foram tomados. Dois membros do clero ficaram ao seu lado e arrebatavam o volume se ele olhasse por demasiado tempo para qualquer passagem!... Em 1866 Tischendorf uma vez mais submeteu um pedido de permissão para editar o manuscrito, mas com dificuldade ele [somente] obteve permissão para examiná-lo durante quatorze dias, todos eles de três horas cada um, com o propósito de coletar passagens difíceis. E, fazendo o máximo

[proveito] do seu tempo, em 1867 Tischendorf pôde publicar a mais perfeita edição do manuscrito

que já tinha aparecido. Uma versão [Católica] Romana melhorada apareceu em 1868-81...”

(Frederic Kenyon, “Our Bible and the Ancient Manuscripts”, New York: Harper & Brothers, 4a. edição, 1939, pp. 138-139).

Referências

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