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Gêneros textuais e suas características

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Gêneros textuais e suas

Gêneros textuais e suas características

características

Nos comunicarmos é algo que parece simples e fácil para qualquer indivíduo, pois se trata de Nos comunicarmos é algo que parece simples e fácil para qualquer indivíduo, pois se trata de uma agilidade e habilidade que todos têm de usar. Porém, durante este processo que realizamos uma agilidade e habilidade que todos têm de usar. Porém, durante este processo que realizamos diariamente e sem uma real consciência não questionamos a seqüência de passos que

diariamente e sem uma real consciência não questionamos a seqüência de passos que percorremos para conseguir realizar este complexo ato de

percorremos para conseguir realizar este complexo ato de comunicaçãocomunicação.. Gêneros textuais normalmente está associado aos estudos

Gêneros textuais normalmente está associado aos estudos literáriosliterários,, científicos e técnicoscientíficos e técnicos diferente dos tipos textuais, a qual é considerada mais simples de ser estudados. Os gêneros diferente dos tipos textuais, a qual é considerada mais simples de ser estudados. Os gêneros textuais contribuem para ordenar e estabilizar atividades comunicativas no nosso dia-a-dia. textuais contribuem para ordenar e estabilizar atividades comunicativas no nosso dia-a-dia. Os gêneros textuais discursivos que são divididos em:

Os gêneros textuais discursivos que são divididos em: Textos Narrativos: A narração é um tipo de gênero

Textos Narrativos: A narração é um tipo de gênero literárioliterárioque é dividido em Romance, Conto,que é dividido em Romance, Conto, Novela, Crônica, Fábula, Parábola, Lenda e outros. O principal objetivo de um texto narrativo é Novela, Crônica, Fábula, Parábola, Lenda e outros. O principal objetivo de um texto narrativo é contar e narrar um fato, fazendo com que este fato sirva de informação, entretenimento e

contar e narrar um fato, fazendo com que este fato sirva de informação, entretenimento e aprendizado, visando sempre o bem-estar do receptor, ou seja, leitor.

aprendizado, visando sempre o bem-estar do receptor, ou seja, leitor.

Gênero Descritivo: É a ação de descrever algo ou alguém, sendo considerado o ato de narrar, Gênero Descritivo: É a ação de descrever algo ou alguém, sendo considerado o ato de narrar, porém minuciosamente, visando sempre os mínimos detalhes, fazendo um retrato distinto e porém minuciosamente, visando sempre os mínimos detalhes, fazendo um retrato distinto e pessoal de alguém ou algo que viu. Para fazer uma boa descrição não é necessário que a mesma pessoal de alguém ou algo que viu. Para fazer uma boa descrição não é necessário que a mesma seja perfeita, pois ela varia de acordo com o grau de percepção de cada um. Deve-se sempre seja perfeita, pois ela varia de acordo com o grau de percepção de cada um. Deve-se sempre descrever as

descrever as corescores,, a altura, o comprimento, dimensões, características físicas, característicasa altura, o comprimento, dimensões, características físicas, características psicológicas, tempo, clima, vegetação, peso, textura, localização entre outros.

psicológicas, tempo, clima, vegetação, peso, textura, localização entre outros.

Gênero Dissertativo/Argumentativo: Dissertação é um texto que tem com principal característica Gênero Dissertativo/Argumentativo: Dissertação é um texto que tem com principal característica a defesa de idéias e de um ponto de vista do escritos. Para se obter um bom texto dissertativo é a defesa de idéias e de um ponto de vista do escritos. Para se obter um bom texto dissertativo é necessário manter o mesmo com três partes, sendo a primeira a introdução em que se apresenta a necessário manter o mesmo com três partes, sendo a primeira a introdução em que se apresenta a idéia ou até mesmo o ponto de vista que será defendido futuramente, depois verificamos o

idéia ou até mesmo o ponto de vista que será defendido futuramente, depois verificamos o desenvolvimento ou a argumentação em que se desenvolve o ponto de vista para assim tentar desenvolvimento ou a argumentação em que se desenvolve o ponto de vista para assim tentar convencer o leito, por isso deve-se utilizar sempre argumentações sólidas com citação de convencer o leito, por isso deve-se utilizar sempre argumentações sólidas com citação de

exemplo e fornecimento de dados e, por último encontramos a conclusão em que se dá um final exemplo e fornecimento de dados e, por último encontramos a conclusão em que se dá um final para o texto, sendo coerente com o desenvolvimento e todos os argumentos que foram

para o texto, sendo coerente com o desenvolvimento e todos os argumentos que foram apresentados. Nesta parte se dá a

apresentados. Nesta parte se dá a apresentaçãoapresentação da sua defesa de idéias e de seu ponto de vista,da sua defesa de idéias e de seu ponto de vista, não se esquecendo da estrutura desde gênero textual.

não se esquecendo da estrutura desde gênero textual.

Gênero textual é um nome que se dá às diferentes formas de

Gênero textual é um nome que se dá às diferentes formas de

linguagem que circulam socialmente, sejam mais informais ou mais

linguagem que circulam socialmente, sejam mais informais ou mais

formais. Os gêneros podem circular em linguagem escrita ou oral.

formais. Os gêneros podem circular em linguagem escrita ou oral.

Cada gênero tem características próprias e assim pode

Cada gênero tem características próprias e assim pode ser

ser

identificado. Um artigo de opinião, por exemplo, tem uma forma muito

identificado. Um artigo de opinião, por exemplo, tem uma forma muito

diferente de um poema, de um texto de memórias ou de uma carta.

diferente de um poema, de um texto de memórias ou de uma carta.

Isso acontece porque a situação de produção de cada um desses

Isso acontece porque a situação de produção de cada um desses

gêneros de texto é marcada por elementos próprios: quem escreve

gêneros de texto é marcada por elementos próprios: quem escreve

(autor do texto), para quem escreve (os leitores do texto), quais as

(autor do texto), para quem escreve (os leitores do texto), quais as

finalidades que tem o texto (divertir o leitor ou convencê-lo de alguma

finalidades que tem o texto (divertir o leitor ou convencê-lo de alguma

idéia, por exemplo), para quem o autor escreve (uma empresa

(2)

 jornalística, uma editora, pessoas próximas etc.) e, finalmente, onde

 jornalística, uma editora, pessoas próximas etc.) e, finalmente, onde

será publicado.

será publicado.

A forma de publicação e circulação interfere em algumas de suas

A forma de publicação e circulação interfere em algumas de suas

características. As características podem mudar d

características. As características podem mudar de acordo com o lugar

e acordo com o lugar

onde o gênero é publicado: jornais e revistas

onde o gênero é publicado: jornais e revistas, livros, cartas etc., de

, livros, cartas etc., de

forma material, em papel, ou de forma virtual, pela Internet.

forma material, em papel, ou de forma virtual, pela Internet.

Um bilhete para uma pessoa próxima, por exemplo, pode ser

Um bilhete para uma pessoa próxima, por exemplo, pode ser escrito

escrito

em linguagem informal, em qualquer papel e não tem número limitado

em linguagem informal, em qualquer papel e não tem número limitado

de palavras. Por outro lado, o fato de um artigo de opinião ser

de palavras. Por outro lado, o fato de um artigo de opinião ser

publicado em um jornal interfere diretamente na forma que ele vai

publicado em um jornal interfere diretamente na forma que ele vai

assumir, no número de palavras que pode t

assumir, no número de palavras que pode ter, na obrigatoriedade de o

er, na obrigatoriedade de o

autor assinar o artigo, responsabilizando-se pelo que escreve.

autor assinar o artigo, responsabilizando-se pelo que escreve.

As características dos gêneros orais também são r

As características dos gêneros orais também são resultado das

esultado das

situações em que eles são produzidos. Uma conversa

situações em que eles são produzidos. Uma conversa de namorados,

de namorados,

por exemplo, tem marcas de linguagem muito diferentes das de um

por exemplo, tem marcas de linguagem muito diferentes das de um

debate apresentado na televisão.

debate apresentado na televisão.

Os gêneros escolares: das práticas de linguagem

Os gêneros escolares: das práticas de linguagem

aos objetos de ensino

aos objetos de ensino

Autores:

Autores:

Bernard Schneuwly e Joaquim DolzBernard Schneuwly e Joaquim Dolz

Professores doutores das Faculdades de Psicologia e de Professores doutores das Faculdades de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Genebra

Ciências da Educação da Universidade de Genebra (Suíça)

(Suíça)

Onde encontrar:

Onde encontrar: Portal da ANPEd

Portal da ANPEd

texto na íntegra

texto na íntegra

RESENHA

RESENHA

O ensino dos gêneros textuais é mais uma "moda" em

O ensino dos gêneros textuais é mais uma "moda" em educação? Para

educação? Para

Schneuwly e Dolz, a escola sempre trabalhou com os c

(3)

 jornalística, uma editora, pessoas próximas etc.) e, finalmente, onde

 jornalística, uma editora, pessoas próximas etc.) e, finalmente, onde

será publicado.

será publicado.

A forma de publicação e circulação interfere em algumas de suas

A forma de publicação e circulação interfere em algumas de suas

características. As características podem mudar d

características. As características podem mudar de acordo com o lugar

e acordo com o lugar

onde o gênero é publicado: jornais e revistas

onde o gênero é publicado: jornais e revistas, livros, cartas etc., de

, livros, cartas etc., de

forma material, em papel, ou de forma virtual, pela Internet.

forma material, em papel, ou de forma virtual, pela Internet.

Um bilhete para uma pessoa próxima, por exemplo, pode ser

Um bilhete para uma pessoa próxima, por exemplo, pode ser escrito

escrito

em linguagem informal, em qualquer papel e não tem número limitado

em linguagem informal, em qualquer papel e não tem número limitado

de palavras. Por outro lado, o fato de um artigo de opinião ser

de palavras. Por outro lado, o fato de um artigo de opinião ser

publicado em um jornal interfere diretamente na forma que ele vai

publicado em um jornal interfere diretamente na forma que ele vai

assumir, no número de palavras que pode t

assumir, no número de palavras que pode ter, na obrigatoriedade de o

er, na obrigatoriedade de o

autor assinar o artigo, responsabilizando-se pelo que escreve.

autor assinar o artigo, responsabilizando-se pelo que escreve.

As características dos gêneros orais também são r

As características dos gêneros orais também são resultado das

esultado das

situações em que eles são produzidos. Uma conversa

situações em que eles são produzidos. Uma conversa de namorados,

de namorados,

por exemplo, tem marcas de linguagem muito diferentes das de um

por exemplo, tem marcas de linguagem muito diferentes das de um

debate apresentado na televisão.

debate apresentado na televisão.

Os gêneros escolares: das práticas de linguagem

Os gêneros escolares: das práticas de linguagem

aos objetos de ensino

aos objetos de ensino

Autores:

Autores:

Bernard Schneuwly e Joaquim DolzBernard Schneuwly e Joaquim Dolz

Professores doutores das Faculdades de Psicologia e de Professores doutores das Faculdades de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Genebra

Ciências da Educação da Universidade de Genebra (Suíça)

(Suíça)

Onde encontrar:

Onde encontrar: Portal da ANPEd

Portal da ANPEd

texto na íntegra

texto na íntegra

RESENHA

RESENHA

O ensino dos gêneros textuais é mais uma "moda" em

O ensino dos gêneros textuais é mais uma "moda" em educação? Para

educação? Para

Schneuwly e Dolz, a escola sempre trabalhou com os c

(4)

escolares narração, descrição e dissertação ou com o

escolares narração, descrição e dissertação ou com o estudo de

estudo de

gêneros literários, como o conto ou a crônica.

gêneros literários, como o conto ou a crônica.

A novidade consiste em fazer com que a aprendizagem dos gêneros

A novidade consiste em fazer com que a aprendizagem dos gêneros

que circulam fora da escola - os li

que circulam fora da escola - os literários, jornalísticos ou mesmo os

terários, jornalísticos ou mesmo os

gêneros cotidianos - seja significativa para o aluno e contribua para

gêneros cotidianos - seja significativa para o aluno e contribua para

um domínio efetivo de língua, possibilitando seu uso

um domínio efetivo de língua, possibilitando seu uso adequado fora do

adequado fora do

espaço escolar.

espaço escolar.

Segundo os autores, os diferentes gêneros textuais são mobilizados

Segundo os autores, os diferentes gêneros textuais são mobilizados

pelas pessoas de acordo com a condição específica da situação de

pelas pessoas de acordo com a condição específica da situação de

comunicação em que se encontram, oralmente ou por escrito (desde

comunicação em que se encontram, oralmente ou por escrito (desde

um simples cumprimento matinal até a elaboração de um

um simples cumprimento matinal até a elaboração de um programa de

programa de

televisão ou de um artigo científico), e devem ser escolhidos conforme

televisão ou de um artigo científico), e devem ser escolhidos conforme

o contexto para serem bem compreendidos.

o contexto para serem bem compreendidos.

Prosseguindo a análise, os autores levantam três das

Prosseguindo a análise, os autores levantam três das formas como os

formas como os

gêneros são usados na escola atualmente, as qu

gêneros são usados na escola atualmente, as quais quase sempre

ais quase sempre

aparecem mescladas:

aparecem mescladas:

1.

1.

Gênero somente como objeto de estudo, fora de seu contextoGênero somente como objeto de estudo, fora de seu contexto de produção

de produção

. É o caso, por exemplo, de se estudar notícias

. É o caso, por exemplo, de se estudar notícias com os

com os

alunos, retirando-as do jornal - seu lugar de produção e circulação e

alunos, retirando-as do jornal - seu lugar de produção e circulação e

colocando-a como parte de um livro didático. Neste caso, o

colocando-a como parte de um livro didático. Neste caso, o aluno pode

aluno pode

não ver ligação entre o jornal, que é onde se publica e se lê a notícia

não ver ligação entre o jornal, que é onde se publica e se lê a notícia

na situação de comunicação original e o uso didático da notícia como

na situação de comunicação original e o uso didático da notícia como

objeto de estudo. A notícia, nesse caso, pode ser compreendida

objeto de estudo. A notícia, nesse caso, pode ser compreendida como

como

sendo somente uma matéria da escola.

sendo somente uma matéria da escola.

2.

2.

Gênero estudado dentro de uma situação de produçãoGênero estudado dentro de uma situação de produção ficcionalizada

ficcionalizada

. É o caso de produzir um jornal na classe, como se

. É o caso de produzir um jornal na classe, como se

fosse um jornal verdadeiro, para estudar as formas

fosse um jornal verdadeiro, para estudar as formas de produção e

de produção e

circulação de notícias de um modo mais próximo do

circulação de notícias de um modo mais próximo do que ocorre fora da

que ocorre fora da

escola. Neste caso, o professor leva jornais para a s

escola. Neste caso, o professor leva jornais para a sala de aula, explica

ala de aula, explica

seu funcionamento e cria, com os alunos, uma situação de “faz

seu funcionamento e cria, com os alunos, uma situação de “faz

-de-

-de-conta” próxima da situação real de produção de um jornal que circula conta” próxima da situação real de produção de um jornal que circula

em sociedade. Aqui, primeiro se mostra, pela ficcionalização, como é o

em sociedade. Aqui, primeiro se mostra, pela ficcionalização, como é o

uso social do gênero, depois ele é tomado como coisa a ser ensinada.

uso social do gênero, depois ele é tomado como coisa a ser ensinada.

Dessa maneira, para o aluno, a notícia não perde o vínculo com o

Dessa maneira, para o aluno, a notícia não perde o vínculo com o

 jornal e é compreendida de forma mais completa. Esse m

 jornal e é compreendida de forma mais completa. Esse modo de

odo de

ensinar os gêneros textuais é bastante eficaz porque

(5)

forma escolar de abordar a notícia de sua situação de comunicação

original.

3.

Gênero estudado numa situação real de comunicação

,

utilizado pelos alunos para dizer algumas coisas a alguém. É o caso,

por exemplo, da escrita de uma carta ao prefeito, solicitando que a rua

da escola seja asfaltada, ou um debate com pessoas convidadas para

falar de orientação sexual para pré-adolescentes, em que os

debatedores são os alunos. Esta é uma situação de comunicação em

que o aluno está realmente envolvido: ele vai usar o gênero para se

comunicar e, por isso, precisa estudá-lo para que a comunicação seja

boa. Neste caso, o gênero não é somente um objeto de estudo, ele é

condição para que a comunicação ocorra. É um modo muito eficaz de

ensinar gêneros, porque há necessidade de seu uso, o que torna a

situação mais significativa.

Ao final do artigo, Dolz e Schneuwly sugerem uma organização

didática de propostas de ensino de três gêneros (debate, entrevista

radiofônica e resumo) que eles consideram importantes para o ensino

de língua materna.

SOBRE OS GÊNEROS TEXTUAIS

Prof. Dr. Marcos Baltar - UCS

Há muito se tem falado em leitura e produção de textos nas nossas salas

de aula. Entretanto uns professores pedem para os alunos escrever uma

redação, outros pedem uma pequena narrativa, outros um pequeno texto, outros

uma composição, outros pedem para que os alunos escrevam cartas, bilhetes,

anúncios, contos, etc.

Na tentativa de resolver essas

hesitações terminológicas 

, e a título de

sistematização de nosso trabalho de pesquisa-ação UCS-PRODUTORE:

laboratório de produção e de recepção de textos

 –

os gêneros textuais,

proporemos as seguintes definições:

Chamaremos de TEXTOS as unidades básicas de ensino que

se organizam sempre dentro de certas restrições de natureza temática,

composicional e estilística, o que os caracteriza como pertencentes a um

(6)

determinado gênero textual. Para os PCN, por exemplo, o texto e a noção

de gênero textual, constitutiva do texto, precisa ser tomada como objeto

de ensino em nossas escolas.

Em Bronckart (1999 p. 75) lê-

se : “[...] chamamos de texto toda a unidade

de produção de linguagem situada, acabada e auto-suficiente (do ponto de vista

da ação ou da comunicação). Com relação ao texto empírico o autor diz:

[...] todo o texto empírico é o produto de uma ação de linguagem , é sua

contraparte, seu correspondente verbal ou semiótico; todo o texto empírico é

realizado por meio de empréstimo de um gênero e, portanto, sempre pertence a

um gênero; entretanto todo texto empírico também procede de uma adaptação

do gênero-modelo aos valores atribuídos pelo agente à sua situação de ação e,

daí, além de apresentar as características comuns ao gênero, também

apresenta propriedades singulares, que definem seu estilo particular. Por isso, a

produção de cada novo texto empírico contribui para a transformação histórica

permanente das representações sociais referentes não só aos gêneros de textos

(intertextualidade), mas também à língua e às relações de pertinência entre

textos e situações de ação.” (Bronckart 1999 p.108).

chamaremos de GÊNEROS TEXTUAIS a diversidade de

textos que ocorrem nos ambientes discursivos de nossa sociedade, os

quais são materializações lingüísticas de discursos textualizadas, com

suas estruturas relativamente estáveis, conforme Bakhtin, disponíveis no

intertexto para serem atualizados nos eventos discursivos que ocorrem

em sociedade; em outras palavras os Gêneros Textuais são unidades

triádicas relativamente estáveis, passíveis de serem divididas para fim de

análise em

unidade composicional 

,

unidade temática e estilo 

, disponíveis

num inventário de textos (arquitexto ou intertexto), criado historicamente

pela prática social, com ocorrência nos mais variados ambientes

discursivos, que os usuários de uma língua natural atualizam quando

participam de uma atividade de linguagem, de acordo com o efeito de

sentido que querem provocar nos seus interlocutores.

Vejamos o que nos diz Bronckart (1999 p. 137):

Na escala sócio-histórica, os textos são produtos da atividade de

linguagem em funcionamento permanente nas formações sociais: em função de

seus objetivos, interesses e questões específicas, essas formações elaboram

diferentes espécies de textos, que apresentam características relativamente

estáveis (justificando-se que sejam chamadas de gêneros de textos) e que ficam

disponíveis no intertexto como modelos indexados, para os contemporâneos e

para as gerações posteriores.

chamaremos de MODALIDADES DISCURSIVAS as formas

de organização lingüístico-discursivas em número limitado que existem e

que são percebidas no folhado textual dos gêneros textuais na forma de

predominância, com a finalidade de produzir um efeito discursivo

específico nas relações entre os usuários de uma língua, como é o caso

do

narrar 

, do

relatar 

, do

argumenta 

r, do

expor 

, do

descrever e do instruir 

.

(7)

Poderíamos acrescentar ainda a modalidade discursiva do

dialogar e o autotélico 

, esse último conforme (Adam, 1992).

chamaremos SEQÜÊNCIAS TEXTUAIS os modos

deorganização linear que visam a formar uma unidade textual coesa e

coerente, que vão expressar lingüisticamente o efeito de sentido que as

modalidades discursivas pretendem instaurar na interação entre os

interlocutores de uma atividade de linguagem. De acordo com as

modalidades discursivas e a serviço da sua textualização em um

determinado gênero textual, as seqüências textuais, homônimas dessas

modalidades discursivas são fruto de uma reestruturação da unidade

temática de um texto de um determinado gênero textual, organizado na

mente do produtor desse texto de forma lógica em macroestruturas

semânticas, que operam no eixo paradigmático da escolha e no eixo

sintagmático da combinação, que necessitam, no ato de sua

textualização, serem organizadas linearmente para a formatação de um

texto.

chamaremos de SUPORTES TEXTUAIS os espaços físicos e

materiais onde estão grafados os gêneros textuais, como por exemplo, o

livro, o jornal, o computador, o folder, o manual de instrução, a folha da

bula de remédio, etc. Numa concepção ampla de texto, sob o ponto de

vista da semiótica, a televisão, o cinema, o rádio o “outdoor” também

podem ser considerados como suportes textuais. Marcuschi (comunicação

pessoal) aponta para alguns suportes denominados “incidentais” e dá

como exemplo uma tatuagem afixada em um a parte do corpo humano, ou

ainda uma inscrição produzida no céu

 –

no ar –

por um avião da

esquadrilha da fumaça. Poderíamos acrescentar a areia da praia que

serve de suporte para pequenos poemas, tal qual os troncos de árvores;

ou, até mesmo, as portas dos banheiros de nossas universidades.

chamaremos de AMBIENTES DISCURSIVOS os lugares ou

as instituições sociais onde se organizam formas de produção com

respectivas estratégias de compreensão onde ocorrem as atividades de

linguagem, através dos textos empíticos classificados em gêneros

textuais; por exemplo, o Ambiente Discursivo escolar, acadêmico, mídia,

 jurídico, religioso, político, etc. Há ainda que se considerar que esses

ambientes discursivos os “lieux sociaux” podem ser recortados em

formações discursivas, de acordo com as suas formações sociais,

conforme (Foucault, 1969).

chamaremos de EVENTOS DISCURSIVOS as atividades de

linguagem que se dão no tempo e em determinados ambientes

discursivos, através de gêneros textuais constituídos de modalidades

discursivas e de seqüências textuais, envolvendo enunciadores

determinados, com objetivos específicos de interagir com enunciatários

reais.

admitiremos o uso de GÊNEROS DE DISCURSO, como o

(8)

religioso, o familiar, o político, etc.; referindo-se respectivamente aos

AMBIENTES DISCURSIVOS correspondentes.

Obs.: Enquanto que o número de gêneros textuais numa determinada

sociedade é, em princípio,

ilimitado 

, ampliando-se de acordo com os avanços

culturais e tecnológicos, sendo passível de se fazer um corte sincrônico num

determinado tempo e lugar, para efeito de análise, o número de modalidades

discursivas é menor e mais ou menos

limitado 

. Vejamos a seguinte tabela para

melhor compreender estas definições :

Tabela 1. Terminologia

GÊNE

RO

TEXTUAL

MODALID

ADE

DISCURSIVA

SUPO

RTE DO

TEXTO

AMBIEN

TE

DISCURSIVO

(INSTITUIÇÃO

)

INTERAÇÃO

VERBAL

ENUNCIADORES

NOVELA

Narrar

Televisão Mídia televisiva Autores

telespectadores

CRÔNICA

Expor / 

Argumentar

Seção

coluna de

ornal/revist

a

Mídia impressa

ornal/revista

Escritor leitor de

ornal/revista

ROMANCE Narrar

Livro

Indústria

literária

Escritor leitor

ENTREVIST

A

Interativo/Dialoga

l

Revista

Mídia escrita Jornalista e

entrevistado/leitor

CARTA

OFÍCIO

Expor/Argumenta

r

Folha papel

timbrado e

envelope

Acadêmico

escolar oficial

Universidade/Escol

a

Prefeitura

BIOGRAFIA Relatar

Livro

Indústria

Literária

Escritor/Leitor

MANUAL DE

INSTRUÇÃO

DE TV

Instruir

Folheto,

folder, livro

impresso

Indústria-comércio

(mercantil)

Empresa indústria

cliente

CHEQUE

Expor/Instruir

Talão de

cheque

Bancária

Cliente - banco

EDITORIAL Argumentar/Expo

r

 /revista

Jornal

impressos

Mídia jornal

impresso

Empresa

(jornal/revista) leitor

NOTICIÁRIO Relatar

Jornal tevê

(9)

NARRAÇÃO

DE JOGO DE

FUTEBOL

Narrar

Rádio/TV

Mídia esportiva Narrador –

ouvintes/telespecta-dores

por: Vânia Maria do Nascimento Duarte

Texto Prescritivo e Texto Injuntivo

Embora dotados de aspectos distintos, o texto prescritivo e o texto injuntivo apresentam natureza instrucional

Retomemos, pois, à noção relacionada aos tipos textuais, cujas modalidades se expressam pelo narrativo, dissertativo e descritivo. Todos dotados de características distintas que, possivelmente  juntas, manifestam-se nos chamados gêneros textuais. Aparecem “juntas” quando consideramos

um editorial, por exemplo. Nele podemos encontrar aspectos narrativos e dissertativos ao mesmo tempo, assim como também poderá ocorrer nos demais gêneros.

Uma vez retomadas tais noções, partamos para uma modalidade de gênero muito comum a todos nós, cuja finalidade discursiva cumpre o papel de nos instruir acerca de um determinado assunto. Dessa forma, há dois tipos de texto que serão retratados aqui, com o intuito de explicar as

características que os demarcam. São eles: o textoprescritivoe oinjuntivo.

O chamado texto prescritivo, que nos remete à noção de prescrever, trata-se de algo que deve ser cumprido à risca, cujas instruções são inquestionáveis, ou seja, devemos segui-las ao “pé da letra”, digamos assim. Trata-se, pois, de uma imposição de natureza coercitiva, cujos exemplos

se manifestam por:

* As cláusulas regidas mediante um dado contrato;

* As regras proferidas mediante os pressupostos gramaticais;

* As instruções manifestadas na maioria dos editais de concursos públicos;

* Os discursos revelados nos artigos da Constituição ou do Código de Processo Penal.

Já o chamado texto injuntivo, de semelhante finalidade (instrução), já não apresenta esse caráter coercitivo, haja vista que apenas induz o interlocutor a proceder desta ou daquela forma. Assim, torna-se possível substituir um determinado procedimento em função de outro, como é o caso do que ocorre com os ingredientes de uma receita culinária, por exemplo. São exemplos dessa

modalidade:

* A mensagem revelada pela maioria dos livros de autoajuda; * O discurso manifestado mediante um manual de instruções; * As instruções materializadas por meio de uma receita culinária.

(10)

Painel

O painel caracteriza-se como um gênero voltado para a oralidade

Vivenciamos as mais diversas situações comunicativas, mediante nossa condição de seres eminentemente sociais, cujas finalidades comunicativas também se mostram distintas, a

depender dos fatos circunstanciais em que se estabelece a relação entre os interlocutores. Dessa forma, como estamos nos referindo aosgêneros textuais, torna-se passível mencionar que há

aqueles de natureza oral, cujos participantes se posicionam frente a um determinado assunto e o discutem segundo alguns aspectos que lhe imprimem total pertinência.

O seminário representa um caso bastante representativo e, semelhantemente a ele, figura-se o

painel. Esse, por sua vez, mostra-se recorrente nos ambientes de sala de aula, sobretudo em se

tratando de cursos de graduação e pós-graduação. Assim, por meio de um tema específico, geralmente elegido pelo professor, as turmas se dividem e partem em busca de pesquisas e informações que possam dar sustentabilidade ao assunto posto em discussão. Antes de tudo, tal como ocorre no seminário, tudo precisa ser minuciosamente planejado por todos os

componentes, de modo a fazer com que cada membro se ocupe de uma determinada função, cuja proposta é chegar a um consenso, a uma resposta acerca do que se busca.

De ampla recorrência em tais ambientes, destaca-se o chamadopainel de exposição, no qual as

manifestações se revelam pelo fato de que cada grupo possui um mediador, cujo atributo é ser o coordenador das ações desenvolvidas pela equipe, tais como: determinar o tempo de

apresentação de cada componente, bem como elaborar questões a serem discutidas durante a apresentação, mediando a participação dos expectadores. Também da competência desse personagem é apresentar uma síntese das ideias discutidas pelo grupo, estando essas em consonância com as de outros autores, a fim de que a credibilidade, tão necessária quanto importante, seja perfeitamente posta em prática.

Durante as apresentações, geralmente contando com a participação de dois grupos, ambas as equipes se posicionam no sentido de debater os pontos de vista que lhes foram atribuídos, podendo haver pontos que divergem entre si, efetivamente ressaltados e discutidos sob o

comando do moderador. Pode também haver convergência entre os posicionamentos firmados pelos membros participantes, cujas conclusões se complementam a partir de perspectivas semelhantes entre si. Concluídas as discussões, é chegado o momento de abrir espaço aos

expectadores, com vistas a permitir que façam perguntas – orais ou por escrito – aos painelistas,

podendo ou não haver abertura para réplica e tréplica. Como procedimento final das

apresentações de cada equipe, entra em cena mais uma vez o mediador, cujo intuito é fazer um resumo das conclusões obtidas e agradecer aos participantes.

Mediante as elucidações ora elencadas, torna-se mister afirmar que opainel, além de solidificar

ainda mais o inter-relacionamento entre os participantes, corrobora de forma efetiva para o aprimoramento dos conhecimentos, bem como para o desenvolvimento da capacidade argumentativa e do raciocínio de uma forma geral.

(11)

Numa determinada história, a verossimilhança se constitui pela lógica impressa nos fatos narrados

Narrar, relatar... tudo parece fazer parte de nossa rotina enquanto seres eminentemente sociais. Narramos uma história ocorrida conosco ou até mesmo com outras pessoas, ouvimos também outras tantas, sejam elas verdadeiras ou não, relatamos um acontecimento por nós presenciado, enfim, muitas são as circunstâncias em que nos encontramos narrando algo. Seja por meio da oralidade, seja pela escrita, todo interlocutor espera, ao menos, que aquilo que contamos tenha um início, meio e fim.

Numa história, a cada novo acontecimento vão surgindo fatos que desencadeiam outro; tudo parece ir se complicando, chegando a um ponto máximo, até que, enfim, ou tudo se resolve ou a história toma rumos inesperados pelo próprio leitor/ouvinte. É natural, pois faz parte da trama, do enredo. E é sobre esse desencadear de ações que apostamos nossa discussão acerca de um importante elemento que norteia o gênero narrativo:a verossimilhança.

Para compreendê-la, devemos partir do pressuposto de que os fatos não precisam ser

verdadeiros, isto é, correspondentes à realidade, mas que sejam dotados de lógica, coerência, pois o que se espera é que eles façam sentido.Ainda que inventados, precisam satisfazer às expectativas do interlocutor, de modo a fazer com que ele encontre sentido naquilo que está compartilhando. Caso contrário, as ideias ficarão incompreensíveis, vagas. Tal aspecto se deve ao fato de que quando estamos lendo, parece que mergulhamos naquele universo, e mais: o que na realidade é fictício, à medida que vamos estabelecendo familiaridade, parece se tornar real, tamanha é a organização dos fatos, levando em consideração a forma como eles nos são

repassados.

Acredite! Isso é verossimilhança!

Seminário

O seminário representa um gênero oral que requer posicionamentos definidos por parte dos apresentadores

São muitas as circunstâncias em que você tem de expor seus argumentos, revelar suas ideias, opiniões, enfim, posicionar-se acerca de um determinado assunto. Contudo, não estamos falando da escrita, mas sim de um procedimento essencialmente realizado por meio da oralidade. Dentre as várias circunstâncias comunicativas com as quais temos contato diariamente, surge mais um gênero textual:o seminário.

Amplamente difundido no meio escolar, acadêmico, científico e técnico, o seminário confere às pessoas que dele participa a oportunidade de apresentar os conhecimentos adquiridos mediante o estudo de um determinado tema. Nesse sentido, torna-se essencial que os apresentadores adotem posturas condizentes com o contexto no qual se encontram inseridos, levando em conta todos os aspectos requeridos pela situação comunicativa em questão. Dessa forma, o objetivo a que se presta o artigo em pauta é exatamente fazer algumas abordagens acerca desse fato, no sentido de fazer com que você, caro (a) usuário (a), mantenha-se a par de todos esses pressupostos.

A palavra de ordem, num primeiro momento, é “planejamento”. Assim, todo apresentador deve

se conscientizar de que o público-alvo espera, “no mínimo”, domínio do conteúdo abordado.

Para tanto, cercar-se de todas as informações é imprescindível, sendo essas obtidas por meio de uma pesquisa muito bem preparada, através de livros, meio eletrônico, jornais, revistas, vídeos, etc.

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Uma vez elencadas, torna-se necessário elaborar um esquema, no sentido de pontuar aquelas informações importantes, essenciais. O esquema funciona como uma espécie de roteiro que

guiará o apresentador. Assim, trabalhando a hipótese de que algumas das principais ideias podem ser esquecidas, entra em ação o roteiro previamente elaborado. Mas isso não dá ao apresentador

o direito de “ler” aquilo que anotou, salvo em se tratando de uma citação, proferida por outrem,

haja vista que aí não há como proceder de forma diferente.

Outro aspecto reside no fato de que os demais participantes precisam estar em sintonia com tudo aquilo que está sendo apresentado. Principalmente no ambiente escolar, o que mais se constata é

a “distribuição de partes”, isto é, cada um fica com uma fala determinada – fato que corrobora

tão somente para que o discurso se manifeste como truncado, denotando não haver nenhum entrosamento entre o grupo. Nesse sentido, é essencial que todos estejam bem preparados e dispostos a responder aos questionamentos da plateia. Mas e em relação à postura, como essa deve ser concebida?

Saiba que se trata de algo notadamente importante, pois a imagem que devemos passar às pessoas que nos assistem tem de ser positiva, a começar pelas vestimentas, gestos, entonações, expressões faciais. Nesse sentido, antes de tudo, você deve passar uma ideia de respeito para com o público, utilizando-se de um tom de voz que consiga atingir a todos, ou seja, nem

estridente ao extremo, nem monótono demais. Posicionar-se de frente é também sinal de postura firme. Mesmo quando há a necessidade de escrever no quadro-negro ou realizar algum

procedimento nos recursos audiovisuais, é sempre bom ficar de lado para a plateia, nunca de costas. O uso da linguagem, não menos importante, deve estar de acordo com a situação, sendo essa materializada por uma linguagem formal, totalmente isenta de chavões, gírias, cacoetes ou quaisquer sinais que porventura possam contradizer o “protocolo”.

Cabe ressaltar, ainda, que a apresentação deve seguir alguns critérios básicos, tais como a abertura, que normalmente fica a cargo do professor ou de uma pessoa designada a tal. Feito isso, é chegado o momento de passar a palavra ao apresentador (a), que explanará acerca do que será abordado durante a apresentação. Na sequência, dá-se início ao desenvolvimento do assunto em pauta e, ao final, faz-se uma retomada daquilo que foi falado, bem como se apresentam as conclusões a que o grupo chegou mediante o trabalho realizado.

Postas em prática tais ações, a conquista de bons resultados é fato certeiro, sempre lembrando

que o fator “tempo” também impera nessas questões, principalmente quando outros grupos

também deverão realizar um seminário. Respeito e cordialidade nunca são demais!

A resenha crítica - Um gênero do âmbito

 jornalístico

Ao nos referirmos sobre o âmbito jornalístico, torna-se importante mencionarmos acerca de suas finalidades. Sendo estas, basicamente, voltadas para a informação e para a opinião em se

tratando dos acontecimentos sociais como um todo. Entretanto, há também uma outra, cuja intenção é informar aos seus leitores sobre as inúmeras opções voltadas para a cultura e lazer referentes a um determinado local.

A título de comprovação, basta folhearmos algumas páginas de um jornal de grande circulação que lá ela se encontra. Trata-se de uma seção na qual existe toda uma programação relacionada a eventos cinematográficos, teatrais, shows artísticos, mostras culturais, passeios, dentre outros. Conjuntamente a esta, se encontra aquela direcionada para a crítica, cujo objetivo do emissor é descrever sobre o objeto cultural, podendo referir-se a um livro, filme, peça teatral, CD, entre outros, com vistas a estimular ou não o leitor a apreciá-lo. Como bem nos revelamLakatos e

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Marconi (1996, p. 90) ao ressaltarem:

 Resenha crítica é uma descrição minuciosa que compreende certo número de fatos: é a  apresentação do conteúdo de uma obra. Consiste na leitura, resumo, na crítica e na  formulação de um conceito de valor do livro feitos pelo resenhista. A resenha crítica, em  geral, é elaborada por um cientista que, além do conhecimento sobre o assunto, tem

 capacidade de juízo crítico. Também pode ser realizada por estudantes; nesse caso, como um exercício de compreensão e crítica. A finalidade de uma resenha é informar o leitor, de

 maneira objetiva e cortês, sobre o assunto tratado no livro ou artigo, evidenciando a

 contribuição do autor: novas abordagens, novos conhecimentos, novas teorias. A resenha visa, portanto, a apresentar uma síntese das ideias fundamentais da obra.

Em se tratando de termos estruturais, pode-se dizer que o gênero possui uma estrutura livre. Tal afirmativa não quer dizer que não seja prioritário o relatar de seus principais aspectos. De modo contrário, faz-se necessário o destaque de alguns elementos, tais como:

* Referência bibliográfica – Autor (es), título, subtítulo, local da edição, editora e data.

* Dados referentes ao autor – Quando? Por quê? Onde?

* Dados referentes ao objeto analisado – De que se trata? O que diz? Possui alguma

característica especial?

* Resumo ou síntese das ideias principais.

* Estilo atribuído pelo objeto de estudo – Conciso, objetivo, simples? Claro, coerente, preciso?

Linguagem adequada?

* Forma – lógica, sistematizada?

Quanto à extensão do texto, esta pode variar conforme o espaço para o qual ela é destinada, sendo que, geralmente se perfaz de um texto mais curto, assemelhando-se a um resumo. A título de constatação acerca de tais pressupostos, observe a seguir um exemplo representativo:

Um gramático contra a gramática

Gilberto Scarton

 Língua e Liberdade: por uma nova concepção da língua materna e seu ensino (L&PM, 1995,

112 páginas) do gramático Celso Pedro Luft traz um conjunto de ideias que subverte a ordem estabelecida no ensino da língua materna, por combater, veemente, o ensino da gramática em  sala de aula.

 Nos 6 pequenos capítulos que integram a obra, o gramático bate, intencionalmente, sempre na  mesma tecla - uma variação sobre o mesmo tema: a maneira tradicional e errada de ensinar a

língua materna, as noções falsas de língua e gramática, a obsessão gramaticalista, inutilidade  do ensino da teoria gramatical, a visão distorcida de que se ensinar a língua é se ensinar a

escrever certo, o esquecimento a que se relega a prática linguística, a postura prescritiva,  purista e alienada - tão comum nas "aulas de português".

O velho pesquisador apaixonado pelos problemas da língua, teórico de espírito lúcido e de larga formação linguística e professor de longa experiência leva o leitor a discernir com rigor  gramática e comunicação: gramática natural e gramática artificial; gramática tradicional e

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linguística; o relativismo e o absolutismo gramatical; o saber dos falantes e o saber dos  gramáticos, dos linguistas, dos professores; o ensino útil, do ensino inútil; o essencial, do

irrelevante.

 Essa fundamentação linguística de que lança mão - traduzida de forma simples com fim de  difundir assunto tão especializado para o público em geral - sustenta a tese do Mestre, e o

leitor facilmente se convence de que aprender uma língua não é tão complicado como faz ver  o ensino gramaticalista tradicional. É, antes de tudo, um fato natural, imanente ao ser

 humano; um processo espontâneo, automático, natural, inevitável, como crescer. Consciente  desse poder intrínseco, dessa propensão inata pela linguagem, liberto de preconceitos e do  artificialismo do ensino definitório, nomenclaturista e alienante, o aluno poderá ter a palavra,  para desenvolver seu espírito crítico e para falar por si.

 Embora Língua e Liberdade do professor Celso Pedro Luft não seja tão original quanto

 pareça ser para o grande público (pois as mesmas concepções aparecem em muitos teóricos ao longo da história), tem o mérito de reunir, numa mesma obra, convincente fundamentação que lhe sustenta a tese e atenua o choque que os leitores - vítimas do ensino tradicional - e os  professores de português - teóricos, gramatiqueiros, puristas - têm ao se depararem com uma  obra de um autor de gramáticas que escreve contra a gramática na sala de aula.

O relato pessoal

Parece interessante... mas a verdade é que nós, enquanto seres eminentemente sociais, somos contagiados pelo desejo de compartilhar fatos decorrentes da nossa vivência com alguém em que

 podemos confiar, seja um parente próximo ou “aquele velho amigo”. Tais fatos tanto podem ser 

alegres, tristes, trágicos, horripilantes ou cômicos, o fato é que a todo o momento estamos relatando sobre algo, embora às vezes passe despercebido. Por se tratar de um procedimento corriqueiro, nem sempre nos damos conta da referida atitude.

Tem-se assim uma ideia generalizada do assunto em questão. No entanto, nosso objetivo é dar ênfase ao estudo do relato enquanto modalidade textual, levando-se em consideração suas características de ordem linguística. Quando nos referimos ao ato de narrar, tão logo nos

remetemos à ideia de contar sobre algo, e como tal, todo e qualquer acontecimento se perfaz de determinados elementos, entre os quais podemos mencionar: personagens, tempo, narrador, espaço enredo. Aspectos esses que nos parecem bastante familiares, semelhantes a algum tipo textual que já norteia nossos conhecimentos, não é verdade?

Pois bem, parecemos estar convictos de que se trata de uma narração. Portanto, partindo desta prerrogativa, temos que o relato, por se tratar de um discurso condizente a experiências pessoais, geralmente é narrado em 1ª pessoa, no qual os verbos se encontram no presente ou no pretérito, e a linguagem pode variar, podendo adquirir um caráter tanto formal quanto informal. Tudo

dependerá do grau de intimidade existente entre narrador e seus respectivos interlocutores. Tendo como foco o estudo do relato como gênero, atentamos para o fato de que este pertence à modalidade escrita da linguagem e, por assim dizer, o caracterizamos como sendo um gênero no qual alguém conta fatos relacionados à sua vida, cuja função é registrar as experiências pessoais no intento de que estas possam servir como fonte de consulta ou aprendizado para outras

pessoas.

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mais ouvintes. Comumente, ao participarmos de um evento, no qual temos a oportunidade de assistirmos a palestras, seminários e conferências, percebemos que o palestrante em um

determinado momento alia ao seu discurso fatos que envolvem sua trajetória cotidiana, os quais denotam verdadeiras lições de vida e ensinamento.

Sendo assim, para que o relato possa se tornar passível de constatação por várias pessoas, ele poderá ser gravado, seja em áudio ou vídeo e, posteriormente, ser transcrito e publicado por inúmeros meios de comunicação, dentre estes, jornais, revistas, livros, sites, entre outros, passando a se caracterizar com documentos históricos de notável importância.

O blog - comunicando e interagindo

Caso fôssemos discorrer acerca dos benefícios proporcionados pelos recursos tecnológicos, apoiaríamos em uma infinidade de argumentos e, certamente, todos denotando um caráter positivo.

O blog caracteriza-se como uma página dawebque permite a postagem de artigos organizados

de forma cronológica, contando com a participação de um número variado de pessoas,

dependendo de sua própria política. No que se refere ao conteúdo, este abrange uma infinidade de assuntos, indo desde um simples diário, até piadas, fotografias, links e notícias, aliando linguagem verbal e não verbal ao tema em discussão.

Antes eram tidos apenas como um diário online, atualmente, funcionam como importantes ferramentas que visam à informação e ao entretenimento. Muitos constam-se de comentários ou notícias acerca de um assunto em particular, permitindo, portanto, que o leitor interaja com o autor do texto. É nessa interação que reside a finalidade do gênero.

Quanto à linguagem, esta costuma diferenciar-se de outros veículos de comunicação, os quais se primam por um vocabulário voltado para o formalismo, pois a intenção é deixar o blogueiro completamente familiarizado com o assunto e à vontade para deixar suas impressões mediante o contato com o discurso.

Portanto, ao criarmos um blog estamos criando uma mensagem instantânea para toda a web, ou seja, escrevemos sempre que tivermos necessidade, e todos aqueles que visitá-lo, terão a

oportunidade de compartilhar com nossas ideias, proporcionando assim uma recíproca interatividade.

O anúncio publicitário - Uma análise

linguística

Basta sairmos pelas ruas que tão logo nos deparamos com uma infinidade de faixas, cartazes, anúncios, outdoors... Todos envoltos por um único objetivo: o de atrair a atenção do leitor

mediante o ato comunicativo.

O discurso apresenta-se de forma variada – divulgando um determinado evento, como por

exemplo, um show, uma feira cultural, de moda, anunciando uma promoção referente ao comércio lojístico, anunciando um produto que acabara de ser lançado no mercado. Enfim, vários são os objetivos traçados por parte do emissor, tentando persuadi-lo de alguma forma.

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Diante de tal finalidade discursiva, a linguagem, necessariamente, precisa não somente ser clara e objetiva, mas também, bastante atrativa. Para tanto, torna-se indispensável o predomínio de uma linguagem não verbal, uma vez que imagens tendem a ser mais chamativas e,

consequentemente, contribuem para a concretização dos objetivos propostos. E, falando sobre linguagem, é essencial que saibamos sobre um aspecto bastante peculiar – a presença de alguns

recursos estilísticos voltados para a conotação, ou seja, passíveis de múltiplas interpretações. Assim, metáforas, comparações, hipérboles, dentre outras, são indispensáveis. Analisemos, pois, um caso representativo:

Defrontamo-nos com uma linguagem ambígua – o fato de o sorriso ser amarelo em seu sentido

literal, como também representar aquele sorriso sem entusiasmo, enfadonho, abnegado de qualquer traço atrativo. Percebemos que o próprio produto (marca) intertextualiza um procedimento inerente às atitudes humanas – o sorriso.

Quanto aos elementos que constituem o gênero em pauta, destacamos:

Título – Compõe-se de frases concisas, porém atrativas.

Imagem – Representa um elemento de fundamental importância para o discurso, dado o seu

caráter persuasivo.

Corpo do texto – Trata-se do desenvolvimento da ideia em si, proporcionando uma interação

entre os interlocutores por meio de um vocabulário sugestivo e adequado ao público-alvo.

Identificação do produto ou marca – Constitui-se de uma assinatura do próprio anunciante,

podendo também haver um slogan – uma frase curta que defina o produto anunciado. No

exemplo acima podemos perfeitamente constatar este fato.

A reportagem e seus aspectos relevantes

O cotidiano jornalístico dispõe de vários gêneros, dos quais tomamos conhecimento diariamente, ora retratados oralmente, ora impressos, ou até mesmo veiculados pelo meio eletrônico. A

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público leitor/expectador a interação com os fatos decorrentes da sociedade.

A notícia e a reportagem apresentam aspectos convergentes e divergentes ao mesmo tempo.

Em virtude de tal semelhança, daremos ênfase não somente às características inerentes à reportagem, mas também à notícia, no intuito de compreendermos efetivamente sobre suas peculiaridades.

Os pontos em que se convergem estão relacionados aos aspectos estruturais, ou seja, é comum identificarmos na reportagem os mesmos elementos constituintes da notícia:

Título ou manchete – Geralmente escrito em letras garrafais (maiúsculas), tem por objetivo

atrair a atenção do público-alvo para o que se deseja comunicar. Daí o perfil atrativo, composto por frases concisas, embora bastante objetivas.

Título auxiliar – Como bem retrata a própria nomenclatura, trata-se de um complemento do

título principal, proporcionando um maior interesse por parte do interlocutor.

Lide – Refere-se ao primeiro parágrafo e, de forma sucinta, apresenta todos os aspectos

relevantes da comunicação em pauta, respondendo aos seguintes elementos constitutivos: Como? Onde? Quando? Por quê? Quem? .

Corpo da reportagem – Caracteriza-se pelo desenvolvimento em si, apontando todos os pontos

relevantes ao assunto abordado.

O aspecto divergente é em relação à forma como se apresenta. A reportagem precisa ir além de uma simples notificação, fato representado pela notícia. Ela é resultante de inúmeras relações de causa e efeito, questionamentos, comparações entre pontos de vista diferentes, dados estatísticos, dentre outros pressupostos.

Partindo-se de tais premissas é importante ressaltarmos também sobre como se materializa o tema proferido pela reportagem, podendo este ser narrado de forma expositiva – na qual o

repórter se atém à apresentação simples e objetiva dos fatos; interpretativa – modalidade em que

se estabelece conexão com acontecimentos já decorridos; e a opinativa – em que há um propósito

de convencer o interlocutor acerca de uma determinada opinião.

Carta aberta

Várias são as situações comunicativas nas quais se efetiva a interação entre emissor/receptor, seja para persuadir, informar, entreter, informar, instruir, ou outras finalidades discursivas. Tais situações manifestam-se, didaticamente, por meio dos chamados“gêneros textuais”, cuja

ocorrência se exprime em todas as esferas da sociedade – no âmbito jornalístico (tanto oral

quanto impresso), escolar, acadêmico, no meio eletrônico, entre outros. Os gêneros textuais, ora representados pela carta, primam-se por distintos objetivos – o de apenas estabelecer a

comunicação de uma forma livre, e aquele em que se predomina a força da argumentação, ou seja, ocasiões em que a intenção do remetente é persuadir o destinatário, no intento de convencê-lo por meio de argumentos plausíveis.

Na referida situação, o instinto persuasivo é representado por uma reivindicação destinada a alguém com amplos poderes em manifestar-se acerca do caso, com vistas a concretizar os

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objetivos propostos pelo emissor, ou seja, promover a solução para a problemática apontada. Esse alguém pode ser uma autoridade política, diretor de um estabelecimento educacional, reitor de uma universidade e até mesmo uma pessoa com grau de hierarquia mais elevado, em se

tratando de uma empresa.

Aqui, de maneira específica, ater-nos-emos às particularidades inerentes à carta aberta – 

caracterizada como sendo um gênero textual de caráter argumentativo pertencente a uma pessoa ou até mesmo a um grupo, cujo objetivo é manifestar-se publicamente, revelando sua opinião ou reivindicando algo. Outro aspecto de total relevância é que, normalmente, ela é veiculada pelos órgãos de imprensa.

Quanto aos aspectos estruturais, o gênero em foco apresenta a seguinte estrutura:

• Um título: sua finalidade é revelar o destinatário, sendo que este pode ser amplo, como por

exemplo, a sociedade como um todo.

• A introdução: consta-se de um trecho, geralmente atrativo, que enfatiza o problema a ser

resolvido;

• O desenvolvimento: trata-se da exposição do assunto em si, pautado por argumentos concretos

e passíveis de análise, visando a uma posterior solução;

• A conclusão: encerra todo o discurso, solicitando uma possível solução para o caso abordado.

O e-mail - Um gênero textual do meio

eletrônico

Eis que nos deparamos com mais um gênero... Mas só que desta vez parece se tratar de uma modalidade que as pessoas utilizam mais frequentemente, não é verdade?

O termo e-mail(redução de eletronic mail) significa “correioeletrônico”. Tem por função

designar tanto a mensagem enviada por meio da Internet quanto o endereço para o qual enviamos a mensagem. Normalmente, costuma obedecer ao seguinte padrão:

nome@provedor.com.br, no qual o nome se refere ao usuário; o símbolo @ informa ao

computador que o conjunto das informações é um endereço de e-mail; o provedor é a empresa

que possibilita o acesso à Internet, mediante o pagamento de uma taxa; o termo “com” significa comercial e “br”, Brasil.

O fato é que as inovações tecnológicas estão em plena ascendência e, por sua vez, acabam exercendo influência no cotidiano de seus usuários. Por incrível que pareça, é notória a

necessidade que a própria sociedade nos impõe para acompanharmos seu dinamismo. Quando o contrário acontece, sentimo-nos excluídos, sem contar que tal adequação nos confere também um aperfeiçoamento no que diz respeito ao campo profissional, uma vez que precisamos

acompanhar essa evolução, posto que é tamanha a exigência do mercado “lá fora”.

Assim sendo, o surgimento da Internet possibilitou uma maior interação entre as pessoas. Por meio dos inúmeros recursos, tais como os sites de relacionamento, representados pelo Orkut, Facebook, dentre outros, elas têm a oportunidade de trocar experiências com outras, não

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precisa e dinâmica, visando a atender as reais necessidades entre os interlocutores.

Logo, ao enfatizar sobre as características linguísticas a que se refere o e-mail, temos que, em termos estruturais, ele se assemelha a outros gêneros, tais como: o bilhete, memorando e, sobretudo, a carta. Analisemos cada um de seus elementos juntamente com as funções desempenhadas por estes, de modo a efetivarmos plenamente os nossos conhecimentos:

* Vocativo - refere-se à pessoa para a qual é destinada. * Texto - caracterizado pela mensagem propriamente dita. * Despedida, seguida da assinatura do remetente.

Quanto à linguagem, esta varia de acordo com o grau de intimidade entre os interlocutores envolvidos, podendo haver até redução de termos, representada pelas “inevitáveis” abreviações.

O esquema e o resumo - fortes aliados diante

da compreensão textual

Caso parássemos para analisar, chegaríamos à conclusão de que a língua nos oferece uma

infinidade de recursos para que possamos interagir com o dinamismo e com a riqueza de detalhes proporcionados por ela. Como exemplos de tais benefícios, enfatizamos o esquema e o resumo – 

duas importantes ferramentas que nos auxiliam na compreensão de um texto, bem como nos norteiam de modo a delimitarmos nossas ideias diante da arte de redigir.

Compreender o discurso retratado por todo e qualquer texto é estabelecer familiaridade com este, tendo em vista o único objetivo em si mesmo firmado pelo emissor – promover a verdadeira

interação com o leitor. Tal ato assemelha-se à desmontagem de um aparelho, em que cada peça parece desempenhar uma função específica. Tal qual acontece à matéria discursiva, em que as palavras se manifestam por meio de frases, períodos subsequentes, parágrafos bem dispostos e, por fim, resultando numa materialidade linguística.

Apoiados no propósito de realizar efetivamente esse procedimento, podemos fazer uso do esquema e do resumo, os quais, como dito anteriormente, nos subsidiarão para tal. Ao

resumirmos um texto, estamos realizando uma espécie de intertextualidade, aqui representada pela paráfrase, procurando manter sua essência e focalizar apenas suas principais ideias.

Assim acontece com a produção de um esquema, pois por meio dele separamos a ideia central, identificamos os argumentos favoráveis e contrários e, sobretudo, atribuímos a conclusão a que podemos chegar, como sendo o resultado final de nossa análise.

Quando imbuídos no propósito de redigir um texto, os referidos benefícios também se mostram bastante eficazes, pois uma produção textual só pode ser concebida plausível quando o discurso se mostra claro, objetivo e preciso. Sendo assim, para que tal propósito seja alcançado, se faz necessário, primeiramente, elencarmos o ponto de vista a ser defendido e, principalmente, nos apoiarmos em argumentos que o justificarão.

Não podemos deixar de mencionar também que ambos os recursos tendem a nos auxiliar em algum processo avaliativo, provas aplicadas nos mais variados ambientes educacionais, tais como: escolas, faculdades e cursos profissionalizantes, ou em concursos públicos e vestibulares.

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O debate - Uma modalidade essencialmente

argumentativa

Tendo em vista que a linguagem cumpre um papel estritamente social, o fato de estarmos a todo momento dialogando com as pessoas ligadas ou não ao nosso convívio diário, retrata o

dinamismo que nutre a vida em sociedade. Pode até parecer imperceptível, mas a verdade é que cotidianamente estamos argumentando e contra-argumentando acerca do mais variados assuntos. Dado o caráter ímpar que norteia o ser humano, tal ato nos revela a capacidade que temos em retratar nossos desejos, opiniões, pensamentos, de modo a nos posicionar diante de algo, aceitando ou refutando. Assim, demonstramos não ser alienados, haja vista a necessidade que

temos em convencer o “outro” por meio de nossos argumentos, expondo livremente nossa ideias

e, obviamente, mantendo o bom senso em respeitar as opiniões alheias às nossas.

Até então, a arte de debater foi observada de uma maneira ampla, retratando uma atitude extremamente corriqueira. Atendo-nos ao caráter didático a que se insere o debate, sua

ocorrência está ligada ao universo escolar, como também ao acadêmico. Mediante a proposta do educador em realizar um debate, ele tem por objetivo aguçar a oralidade dos discentes e, ao mesmo tempo, avaliar o nível de conhecimento e o poder de argumentação acerca de um determinado assunto. Em geral, o que se propõe a discutir deve estar condicionado a um fato polêmico, passível de discussões e, na maioria dos casos, até de propostas visando à solução da problemática instaurada.

Há também o debate veiculado pelos meios de comunicação, comumente manifestado em épocas eleitorais, em que os candidatos discutem suas propostas de campanha, visando a se manifestar publicamente junto aos seus eleitores. Em tal situação, sempre há a presença de uma pessoa que intermedia o momento das falas, coordenando o grupo de debatedores, dando a palavra a cada um dos participantes e atribuindo-lhes o direito de réplica.

A linguagem utilizada diante dessa ocorrência, pauta-se pelo emprego do padrão formal, posto que se trata de algo que, necessariamente, tende a conferir uma certa credibilidade por parte do público expectador. A postura ocupada pelos participantes também é de fundamental

importância, visto que a imagem retrata muito sobre o perfil dos emissores.

Notadamente, concluímos que em quaisquer que sejam as situações, o privilégio de poder discutir sobre um determinado tema, visto sob variados ângulos, é uma atitude altamente

enriquecedora, uma vez que “debater” significa não somente mudar o outro, mas também

modificar a nós mesmos. A partir desta troca de experiências temos a oportunidade de

crescermos coletivamente, ampliando os nossos conhecimentos e enriquecendo nossa visão de mundo.

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A linguagem varia de acordo com o nível de intimidade entre remetente e destinatário

Falar sobre o uso recorrente deste gênero textual, aqui representado pela carta, parece um tanto quanto retrógrado, posto que os recursos tecnológicos proporcionaram mudanças significativas no modo de ser e agir de grande parte das pessoas.

Tempos atrás, a carta e o telegrama eram os únicos meios de comunicação escrita. Atualmente, a tecnologia permite que as pessoas, mesmo residindo em lugares distintos, interajam pelos

inúmeros sites de relacionamento, dialogando em tempo real, como se estivessem frente a frente. Entretanto, torna-se essencial mencionarmos que a “era digital”, por motivos socioeconômicos,

não atingiu toda a população. Há, portanto, quem ainda faça uso da carta para se corresponder com amigos e familiares que se encontram fora do convívio diário. Sem contar que, a carta, por se classificar dentre os inúmeros gêneros com os quais compartilhamos no nosso dia a dia, está entre os conteúdos relacionados aos diversos processos avaliativos, ora representados pelos exames de vestibulares e concursos públicos.

Assim sendo, ela se classifica como um gênero textual especificamente utilizado na comunicação entre pessoas que mantêm um vínculo de relacionamento, cuja finalidade discursiva pode pautar-se por objetivos diversos – fazer um convite, atribuir agradecimentos, trocar notícias entre os

interlocutores envolvidos, relatar sobre um passeio, dentre outros.

Quanto aos aspectos de natureza linguística, a carta pessoal, assim como bem retrata a própria nomenclatura, se difere das demais correspondências em que prevalece um certo tecnicismo mediante regras pré-estabelecidas, como por exemplo, a carta argumentativa, a de apresentação e as demais correspondências oficiais.

Tal divergência se refere ao predomínio de uma linguagem, que varia de acordo com o grau de intimidade entre o remetente e o destinatário, podendo prevalecer tanto o padrão formal quanto o coloquialismo. De modo a efetivarmos nossos conhecimentos acerca das particularidades

inerentes ao gênero em questão, atentemo-nos para os seguintes elementos:

* O local e a data – Geralmente compõem as partes iniciais, se encontrando posicionados à

esquerda da folha;

* O vocativo – Como se trata de uma comunicação relacionada a um assunto livre, poderá haver

o emprego de alguns termos coloquiais, até mesmo gírias ou que denotem uma intimidade maior entre os interlocutores, tais como: Querida amiga; brother, caríssimo companheiro, etc. O

vocativo pode ser seguido de dois pontos, vírgula ou não conter nenhum sinal de pontuação;

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finalidade a qual o remetente se propõe;

* A despedida e a assinatura – Como dito anteriormente, dependendo do grau de intimidade

estabelecido pela convivência, a despedida tende a variar, podendo ser formal ou mais cortês, com vista a retratar uma certa afetividade.

Quanto à assinatura, constará apenas o nome do remetente, sem atribuição ao sobrenome, algo bem simples, sem resquícios de formalidades.

Outro aspecto elementar da referida modalidade está no fato de que ela é enviada pelo correio. Para tanto, precisa-se de todos os dados necessários a fazer com que a comunicação seja

realmente efetivada, ou seja, na frente do envelope deverá conter os dados do destinatário – 

nome, endereço completo e CEP. No verso, deverão constar os dados referentes ao remetente, seguidos também de todos os elementos citados.

O editorial - Uma modalidade que circunda

no cotidiano jornalístico

O editorial expressa a opinião de um jornal ou revista acerca de um assunto

Situando-nos ao contexto que caracteriza os gêneros veiculados pelo universo jornalístico,

ressaltamos uma característica que lhes é peculiar – a objetividade. Embora um repórter, estando

diante do exercício de suas funções, prima-se por se manter o mais imparcial possível, é inegável que ele, assim como qualquer outro ser, seja dotado de pensamentos e opiniões próprias.

Diante de tal ocorrência, os veículos de comunicação, ora representados pelos jornais impressos e revistas, optam por estabelecerem delimitações entre a notícia e o editorial.

Tais delimitações referem-se aos aspectos que se divergem em ambos os gêneros, uma vez que este retrata um discurso voltado para a argumentação, ressaltando a opinião coletiva dos

integrantes do jornal, e aquele tem por objetivo apenas informar ao leitor/expectador acerca dos fatos inerentes a um determinado acontecimento. Daí a imparcialidade, isentando-se de

quaisquer traços de pessoalidade por parte do emissor (no caso, o profissional atuante).

As referidas elucidações nos fazem concluir que o editorial se caracteriza por representar um gênero textual que expressa a opinião de um jornal ou revista em relação a um determinado assunto – aspecto que revela sua finalidade persuasiva. Pelo fato de se atribuir a uma opinião

coletiva, a autoria não é identificada. Notadamente, em virtude da heterogeneidade de posicionamentos.

No que tange ao discurso apresentado, esse costuma se apoiar em fatos polêmicos ligados ao cotidiano social. E quando falamos em discurso, logo nos atemos à questão da linguagem que, mesmo em se tratando de impressões pessoais, o predomínio do padrão formal, fazendo com que prevaleça o emprego da 3ª pessoa do singular, ocupa lugar de destaque.

A título de complementaridade, analisemos a forma pela qual se compõe o gênero em questão. Em termos estruturais, podemos dizer que ele se apresenta sob:

* Uma síntese, constituída por uma apresentação – Constituída geralmente pelo 1º e 2º

parágrafo, refere-se à exposição da ideia principal com base na ideia a ser defendida.

Referências

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